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Etimologia
O termo “arte” está relacionado com a palavra latina “ars” que significa habilidade ou ofício.
O primeiro uso conhecido da palavra vem de manuscritos do século XIII, no entanto, a palavra
e suas muitas variantes provavelmente existiam desde a fundação de Roma (27 a.C).
Interpretações filosóficas
A definição de arte tem sido debatida por séculos entre os filósofos.
Trata-se da questão mais básica presente no campo da Estética (ramo da filosofia que tem por
objetivo o estudo da natureza, da beleza e dos fundamentos da arte).
Obras em Destaque
Ana Rocha
Mimesis, 2020
Valor sob consulta.
Claudia Seber
Deságue, 2020
R$ 580
Marcos Ruzzi
Caminho em Alto Contraste
Valor sob consulta.
Viana Escultor
Touro preparando o Ataque, 2019
Vendido
É a partir desse filósofo que, durante séculos, tivemos a definição do conceito artístico como
a representação de algo tal qual nos é mostrado pela natureza.
Na Grécia Antiga, o teatro tinha um importante papel de educador da vida. As peças encenadas
refletiam sobre os acontecimentos, pessoas e lugares. Logo, a verossimilhança era necessária.
Até aproximadamente o final do século XVIII, uma obra de arte era avaliada com base na
fidelidade com que reproduzia seu tema.
Esse tipo de definição (que ainda existe porém não de maneira hegemônica) leva as pessoas a
darem um grande valor a obras muito realistas, como as de Michelangelo, Peter Paul Rubens,
Velásquez, etc.
Rembrandt. Autorretrato, 1660. 80 x 67 cm | MoMA
Uma imensa produção artística como literatura, música e pinturas (abstratas, surrealistas,
cubistas, etc.) ficaria de fora dessa definição, afinal, não são cópias precisas da realidade.
O centro dessa teoria está no filósofo R.G. Collingwood. Para ele, antes do artista produzir a
sua obra ele não sabe a emoção estética que a obra produzirá no espectador e em si mesmo.
Na medida em que ele utiliza a sua imaginação para produzir a obra, ele consegue reconhecer
melhor a natureza de suas emoções, determiná-las e e fazer a articulação com o objeto.
As emoções que a obra transmite serão assimiladas e interpretadas pelo público. Como
consequência, teremos a ampliação da consciência emocional tanto do artista quanto do
espectador, um enriquecimento subjetivo.
Em suas palavras: […] conhecer a nós mesmos é a fundação de toda a vida que se desenvolve
além do nível de experiência meramente físico. Uma consciência verdadeira dá ao intelecto
uma fundação firme […] (The Principles of Art, p. 284).
É importante salientar que uma arte voltada para o entretenimento, ou seja, que já apresenta
previamente um objetivo de despertar emoções específicas no espectador não apresenta esse
caráter mais elevado da “verdadeira arte” para Collingwood.
Essa definição tem bastante força atualmente. Muitos artistas procuram se conectar e gerar
reflexões em seus espectadores.
A partir disso criaram-se conceitos inteiramente baseados na subjetividade, tornando cada vez
mais difícil encontrar pontos objetivos em comum que pudessem ser aplicados a qualquer tipo
de arte, tanto para defini-la quanto para valorá-la ou interpretar seu significado.
Ele acreditava que a arte deveria ser julgada apenas por suas qualidades formais (equilíbrio,
ritmo, harmonia, unidade).
A forma significante é quem seria capaz de provocar uma emoção estética no público.
Nessa vertente, acredita-se que não se deve começar por procurar aquilo que define uma obra
de arte na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia.
Além disso, a representação e o contexto da obra não teria relevância para Bell.
4. Teoria da Instituição
Essa teoria é sustentada principalmente por George Dickie.
Segundo o filósofo, pessoas envolvidas com mundo da arte devem determinar o que ela
é (argumento de autoridade).
Tomando como base essa linha de raciocínio, o ideal da arte estaria fora de si, na medida que a
concepção do termo está dentro de uma instituição classificadora.
O jeito que o objeto é apresentado pode mudar seu significado (uma lata exposta no
supermercado não tem o mesmo peso que uma lata em um museu).
Podemos observar um círculo vicioso na definição: obras de arte são definidas por pessoas que
fazem parte do universo da arte; estas pessoas, por sua vez, são definidas por determinarem
quais objetos podem ser classificados como obras.
Podemos chegar em dois caminhos: ou a escolha do que é arte é arbitrária (não dotada de
critérios práticos) ou a sustentação da teoria acaba esbarrando em conceitos já elaborados
anteriormente (como forma, representação ou expressão).
Qual a semelhança entre a Mona Lisa e A Fonte? Entre uma ópera e uma colagem digital?
Como podemos enquadrar trabalhos tão distintos numa categoria chamada Arte?
Graças às transformações históricas, artistas estão o tempo todo rompendo barreiras e
reformulando o conceito de arte. Isso fica evidente com os 4 pontos citados acima.
Seguindo essa linha o que sustenta um conceito não é um único fio condutor, mas sim
um conjunto de diversas fibras entrelaçadas tal como em uma corda.
Em suas palavras: […]o que eu defendo é, portanto, que o próprio caráter expansivo e
aventuroso da arte, as suas mutações e criações inovadoras, sempre presentes, tornam
logicamente impossível assegurar qualquer conjunto de propriedades definidoras”
[…] (WEITZ, 2007, p. 71).