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FILOSOFIA 11 - TESTE 5

A dimensão estética — análise e compreensão da experiência estética


[Filosofia da Arte]
A criação artística e a obra de arte

• O problema da definição de arte.


• Teorias essencialistas: a arte como representação, a arte como expressão e a arte como
forma.
• Teorias não essencialistas: a teoria institucional e a teoria histórica.

Hoje em dia, considera-se que a filosofia da arte é uma especialização da estética.


CONCEITOS NUCLEARES
Estética: Nasce a partir do momento em que a crítica do «gosto», ou seja, a reflexão sobre as
condições que permitem avaliar algo como belo, substitui qualquer dogmática do belo.
Emprega-se vulgarmente como sinónimo de belo ou como designação daquilo que se refere
à beleza. A estética corresponde à teoria da sensibilidade, à beleza, particularmente à beleza
artística, e, por extensão, à reflexão que se aplica à arte.
Experiência estética: A experiência estética é uma experiência polivalente, já que pressupõe
diferentes conceções do objeto específico da estética. É sempre uma vivência subjetiva de um
prazer ou desprazer provocado por um objeto, seja ele a contemplação da natureza ou de
uma obra de arte.
1. Formular o problema da definição de arte, justificando a sua importância filosófica.
O problema da definição de arte é uma das principais preocupações dos filósofos da arte e
pode ser formulado do seguinte modo: “O que é a arte?”.
O principal problema na definição do que é “arte” é o facto de que esta definição varia com o
tempo e de acordo com as várias culturas humanas. Devemos, pois, ter em mente que a
própria definição de arte é uma construção cultural variável e sem significado constante. Até
numa mesma época e numa mesma cultura pode haver múltiplas acepções do que é “arte”.
Qualquer definição de arte deve captar adequadamente os dois usos comuns da palavra
«arte»: o sentido classificativo (descritivo) e o sentido valorativo (avaliativo).
• Dizer que algo é uma obra de arte no sentido classificativo (descritivo) é dizer
simplesmente que esse objeto pertence a uma determinada classe.
• Ao passo que:
• Dizer que algo é uma obra de arte no sentido valorativo (avaliativo) é reconhecer que
esse objeto, além de pertencer à categoria das obras de arte, é um bom exemplar
dessa categoria, ou seja, é uma boa obra de arte.
Este é um dos problemas centrais da filosofia da arte e ganhou uma enorme centralidade a
partir do momento, mais propriamente com a arte contemporânea, em que uma pluralidade
de objetos passou a poder ser classificado como artístico.

2. Avaliar a ideia de que a arte é definível e as propostas de definição apresentadas.


Morris Weitz – defende que a arte não pode ser definida. O conceito de “arte” é um conceito
aberto.
Outros filósofos defendem que a arte é definível: teorias essencialistas e teorias não
essencialistas.

3. Identificar e classificar como essencialistas ou não essencialistas diferentes posições


sobre a definição de arte.
Muitos autores consideram que a resposta ao problema da definição de arte implica encontrar
uma definição explícita de arte, ou seja, estabelecer as condições necessárias e suficientes
para que algo possa ser considerado arte. Isto significa que estes teóricos da arte têm tentado
encontrar um conjunto de características que todas as obras de arte e só as obras de arte têm
em comum. Uma vez que se dedicam a encontrar a essência da arte, estas teorias foram
classificadas como teorias essencialistas da arte.

Teorias essencialistas – teorias que defendem a existência de propriedades essenciais ou


intrínsecas comuns a todas as obras de arte e que apenas se encontram nas obras de arte. As
três são: TEORIA DA ARTE COMO IMITAÇÃO/REPRESENTAÇÃO; TEORIA DA ARTE COMO
EXPRESSÃO/TEORIA EXPRESSIVISTA; TEORIA DA ARTE COMO FORMA/TEORIA FORMALISTA.
Se há propriedades comuns a todas as obras de arte e individuadoras das obras de arte, é
então possível dizer quais são as suas condições necessárias e suficientes, é possível fornecer
uma definição explícita de arte.
Uma definição explícita de “arte” implica identificar:
• as condições necessárias para algo ser arte (características comuns a tudo o que é
arte);
• as condições suficientes para algo ser arte (as características que só a arte é que tem).

Contudo, nem todos os teóricos da arte consideram este tipo de abordagem muito promissor.
Para estes autores, dada a natureza dinâmica, criativa e inovadora do fenómeno artístico,
nunca conseguiremos estabelecer de forma segura um conjunto de propriedades intrínsecas
que todas as obras de arte, e apenas elas, possuem em comum. Mas isso não implica
necessariamente que não se pode encontrar qualquer tipo de definição de «obra de arte»,
apenas indica que em vez de nos focarmos nas propriedades intrínsecas dos objetos artísticos
devemos focar-nos nos seus aspetos relacionais, processuais e contextuais, isto e, nas relações
que estes estabelecem, nos processos por que passam e no contexto histórico e social que os
envolve. Uma vez que sustentam que não existe uma espécie de essência comum a todas as
obras de arte, as teorias que se dedicam a encontrar uma definição de arte nestes moldes
ficaram conhecidas como teorias não essencialistas da arte.

Teorias não essencialistas – teorias que defendem a impossibilidade de definir a arte a partir
de um conjunto de propriedades essenciais ou intrínsecas, apresentando definições que
assentam em propriedades extrínsecas e relacionais. TEORIA INSTITUCIONAL DA ARTE e
TEORIA HISTÓRICA DA ARTE /TEORIA HISTORICISTA.

4. Clarificar os conceitos nucleares, as teses e os argumentos das teorias da arte como


representação, arte como expressão, arte como forma, teoria institucional e teoria
histórica.
TEORIA DA ARTE COMO IMITAÇÃO/REPRESENTAÇÃO – Platão e Aristóteles – CENTRADA NA
OBRA

A teoria da arte como imitação teve, entre os seus defensores, os filósofos Platão e Aristóteles.
Platão refere-se a tal problemática em vários dos seus diálogos, considerando que a imitação
é uma mera criação de imagens. Pintando, escrevendo, esculpindo, etc., o artista produz algo
que copia um determinado objeto, o qual, por sua vez, é uma aparência.
Com efeito, visto que a verdadeira essência do objeto se encontra, segundo Platão, no mundo
inteligível – o mundo das Ideias ou Formas –, sendo o objeto, situado no mundo sensível, uma
imitação da sua essência, então, ao imitar a natureza (reproduzindo os objetos), o artista está
a imitar uma imitação.
Esta maneira de encarar a arte levou Platão a ser bastante desfavorável em relação aos
artistas, como já referimos.
Aristóteles também vê na arte uma imitação. As artes poéticas, por exemplo, são modos
de imitação das ações humanas. Além disso, as artes distinguem-se entre si pelos meios
usados para imitar (por exemplo, a cor, o som e as palavras), pelos objetos que imitam (por
exemplo, pessoas ou coisas) e pelo modo de imitação desses objetos (por exemplo, de modo
narrativo ou dramático).
Não só os principais filósofos pensavam que a arte era imitação, como também os artistas
assumiam essa teoria de um modo implícito.
Assim, segundo esta conceção, o propósito da arte é imitar e reproduzir os objetos, as pessoas
e as ações tal como eles existem.

Numa tentativa de melhorar esta teoria, alguns filósofos consideram que a arte, mais do que
imitação, é representação. Ora, se toda a imitação é representação, nem toda a representação
é imitação. Deste modo, no âmbito da teoria representacionista, ou teoria da arte como
representação, o conceito de arte aplica-se a obras que a teoria da imitação exclui.
Mas a teoria da representação está igualmente sujeita a objeções. De facto, também aqui
existem contraexemplos: há diversas obras de arte que não são consideradas representações,
no âmbito da arquitetura, da música (sobretudo da música instrumental), da pintura, da
poesia, da fotografia, etc. Muitas vezes, o objetivo das obras é provocar determinadas
experiências visuais ou auditivas e não representar seja o que for.

TEORIA DA ARTE COMO EXPRESSÃO/TEORIA EXPRESSIVISTA – Liev Tolstoi – CENTRADA NO


ARTISTA
É sabido que muitas obras de arte desencadeiam em nós a chamada “emoção estética”. Por
si só, este aspeto pode parecer suficiente para pensarmos que a arte está ligada à expressão
de emoções: se, por um lado, a criação traduz o sentimento do artista, a contemplação da
obra desencadeia emoção no espectador.
Nesse sentido, o valor da arte reside no prazer que ela proporciona e a sua natureza reside na
expressão da emoção. Os próprios artistas reconhecem, por vezes, que há momentos em que
sentiram a emoção em contacto com determinadas obras.
No entanto, é evidente que o facto de uma obra provocar emoção no espectador não é prova
de que ela exprima a emoção do artista. Seja como for, esta forma de encarar a arte como
expressão de emoções designa-se por expressivismo.
Segundo L. Tolstoi, a verdadeira arte:
• É um meio de as pessoas comunicarem e se relacionarem umas com as outras.
• É um meio de transmitir emoções, pelo que pressupõe que elas estejam presentes no
artista. Exige-se também que haja clareza de expressão na transmissão de sentimentos
e emoções.
• Leva o espectador a experimentar sentimentos e emoções idênticos àqueles que o
artista experimentou e que transmite na sua obra: une as pessoas nos mesmos
sentimentos e emoções.
• Transmite a singularidade do sentimento do artista (trata-se de sentimentos
individuais e não gerais ou coletivos), contagiando assim o recetor. Isso exige
autenticidade e sinceridade por parte do artista.
Através da palavra (literatura), dos sons (música), do mármore (escultura), do movimento
(dança, teatro), das cores (pintura), o artista corporiza as suas emoções, comunica vivências,
experiências e o seu modo de ser e de sentir o mundo e a vida. Ao transmitir as suas emoções,
o artista provoca idênticas emoções no público.

TEORIA DA ARTE COMO FORMA/TEORIA FORMALISTA – Clive Bell – CENTRADA NO


ESPECTADOR

Para o crítico de arte Clive Bell, a emoção estética desencadeada no espectador pelas
verdadeiras obras de arte decorre de uma qualidade que tais obras possuem: a forma
significante. É nesta ideia que assenta a teoria formalista da arte.
A referida qualidade, por sua vez, diz respeito à relação existente entre as partes, o que é
sobretudo notório nas artes visuais, embora se aplique a qualquer outro tipo de artes: a
harmonia dos sons, a combinação das cores, a estrutura do romance, a sequência das cenas,
etc.
Importa descobrir a qualidade ou característica comum a todos os objetos suscetíveis de
provocar a emoção estética. Segundo Bell, ou realmente há uma qualidade comum às obras
de arte, ou então não faz sentido falar em “obras de arte”.
A forma significante, em particular nas obras de arte visuais, acaba por ser uma combinação,
em certas relações, de linhas, formas e cores. Isto significa que aquilo que é representado e o
objetivo e/ou função com que a obra foi feita são irrelevantes para a apreciação da obra de
arte.
Em rigor, apesar do que já dissemos sobre ela, esta propriedade das obras de arte (a forma
significante) é indefinível. Ela pode, no entanto, ser reconhecida, de modo intuitivo, pelos
críticos mais sensíveis. Isso não será possível se os críticos forem insensíveis.
Segundo esta teoria, todas as verdadeiras obras de arte são, pois, dotadas de uma forma
significante, o que lhes confere um determinado estatuto.
Embora os defensores desta teoria argumentem que ela permite explicar que uns sejam
melhores críticos do que outros (pois intuem mais facilmente a forma significante), existem,
pelo menos, duas objeções que lhe podem ser dirigidas.

TEORIA INSTITUCIONAL DA ARTE – George Dickie

A teoria institucional da arte, defendida por autores como o filósofo contemporâneo George
Dickie, considera que existem dois aspetos comuns a todas as obras de arte. Tais aspetos são
os seguintes:

• Todas as obras de arte são artefactos, isto é, sofreram, em geral, uma manipulação por
parte de alguém. A simples exposição intencional de um qualquer objeto (uma pedra,
um vaso, um sinal de trânsito, uma garrafa, e por aí fora) numa galeria de arte é já um
passo para que esse objeto venha a ser considerado uma obra de arte.
• Todas as obras de arte possuem o estatuto de obras de arte porque este lhes é
conferido por pessoas que, estando ligadas à esfera artística, detêm autoridade
suficiente para o fazer. Essas pessoas, mediante uma ação de batismo, transformam
os objetos e artefactos em obras de arte, através de processos que vão desde a
exibição, a representação e a publicação dessas obras, até ao simples facto de lhes
chamarem arte.

Assim, ser um artefacto é uma condição necessária para que algo seja considerado obra de
arte, embora não suficiente (caso contrário, todo o artefacto seria obra de arte). Só
satisfazendo as condições de artefactualidade e de atribuição de estatuto é que algo pode ser
considerado obra de arte.
Mas afinal de que falamos quando falamos em artefacto?

Deste modo, um simples pedaço de madeira, ao ser colocado em exposição numa galeria,
pode tornar-se um artefacto, sem que tenha havido uma modificação de alguma matéria-
prima por parte do ser humano. É a dimensão institucional que lhe confere valor artístico.

Sendo uma conceção extremamente flexível em relação àquilo que pode ou não ser
considerado arte, a teoria institucional apresenta algumas virtudes, mas é também alvo de
críticas.

Tendo reconhecido algumas das imperfeições da sua teoria inicial, Dickie propôs uma
definição mais elaborada de arte, na qual relaciona os seguintes conceitos: (1) obra de arte,
(2) artista, (3) público, (4) mundo da arte e (5) sistema do mundo da arte.

(1) Uma obra de arte é um artefacto do tipo criado para ser apresentado a um público do
mundo da arte.
(2) Um artista é uma pessoa que participa conscientemente na produção de uma obra de arte.
(3) Um público é um conjunto de pessoas cujos membros têm suficiente preparação para
compreender um objeto que lhes é apresentado.
(4) O mundo da arte é a totalidade de todos os sistemas do mundo da arte.
(5) Um sistema do mundo da arte é um enquadramento para a apresentação de uma obra de
arte por um artista a um público do mundo da arte.

Estas definições acabam por não adiantar muito no tocante ao problema de saber o que é a
arte, mas ajudam-nos a perceber melhor os aspetos associados à teoria institucional da arte,
mostrando que a arte é inseparável de um contexto mais vasto – o mundo da arte – que
envolve correntes, sistemas, movimentos, expressões artísticas diversas, os negociantes de
arte, os artistas, os artefactos que estes produzem, assim como o público que os aprecia.

A teoria institucional chama-nos, assim, a atenção para o carácter decisivo do campo cultural
em que uma obra aparece no que diz respeito à avaliação que dela se faz. Com efeito, se o
artista é influenciado pela sua cultura e contribui igualmente para ela, então a avaliação da
obra de arte está dependente de critérios relacionados com a época histórica em que ela
surgiu e não de qualquer parâmetro intemporal e universal.

TEORIA HISTÓRICA DA ARTE /TEORIA HISTORICISTA – Jerrold Levinson

As teorias históricas da arte sublinham que a arte é um fenómeno inteiramente dependente


da sua história. Uma teoria histórica da arte – ou, mais corretamente, histórico-intencional –
foi apresentada pelo filósofo Jerrold Levinson. Levinson pretende dar uma definição de arte
suficientemente ampla para englobar tudo o que seja considerado obra de arte. Essa
definição, tal como sucede na teoria de Dickie, é feita com base nas propriedades não visíveis
que todas as obras de arte partilham. Mas Levinson destaca não o mundo da arte mas sim as
intenções de quem cria a arte.
De acordo com este autor, são as seguintes as condições – condições necessárias e
conjuntamente suficientes – para que algo seja considerado uma obra de arte, aplicando-se a
toda a arte possível:
• O direito de propriedade sobre o objeto – o objeto é nosso ou temos o direito de o
usar como tal. Assim, o artista não pode transformar em arte qualquer coisa que
queira.
• A intenção séria ou não passageira de que o objeto seja visto ou perspetivado como
uma obra de arte, isto é, que seja visto como corretamente foram ou são vistas as
obras de arte do passado. Assim, as obras de arte têm um tipo especial de relação com
as práticas do presente e do passado, tanto de artistas como de observadores, sendo
caracterizadas pela historicidade.

5. Analisar criticamente cada uma destas propostas de definição de arte.


TEORIA DA ARTE COMO IMITAÇÃO/REPRESENTAÇÃO

Aspetos a favor:

• É incontestável que muitas obras de arte imitam algo: paisagens, pessoas, objetos, etc.
• A teoria dá-nos um critério para classificr aquilo que pode ser considerado arte.
• Dá-nos, igualmente, um critério para valorar as obras de arte. As melhores obras de
arte serão aquelas que melhor imitarem um objeto.

Objeções:

• Se a imitação fosse o critério que separa arte de não arte, a arte ficaria reduzida a um
pequeno número de produções.
• Se o valor estético de uma obra dependesse do seu grau de aproximação à realidade,
o belo artístico seria sempre secundarizado em relação ao belo natural.
• Quanto ao critério de classificação, a teoria falha,pois há obras que são
reconhecidamente arte e não são tidas como tal.
• Há obras de arte que não imitam coisa alguma. Por exemplo a música instrumental.
Neste sentido o seu critério valorativo falha.
• Como saber se uma obra imita ou não realmente o seu objeto? E como saber se acede
realidade original que está na raiz da obra, para se conseguir determinar a fidelidade
da cópia?

TEORIA DA ARTE COMO EXPRESSÃO


Aspetos a favor:
• Vários são os artistas que reconhecem que na origem da sua criação artística estão
emoções e sentimentos.
• Apresenta um critério abrangente para classificar um objeto como obra de arte.
• O seu critério valorativo é claro, já que uma obra de arte será tanto melhor quanto
melhor conseguir expressar os sentimentos do seu criador.
Objeções:

• Difilcimente se podem classificar como arte todas as obras de arte.


• Há obras que não exprimem qualquer emoção ou sentimento.
• O critério de valoração falha, pois como podemos saber se uma obra exprime
exatamente as emoções do artista quando ele já morreu ou decide ocultá-las.
• Não há qualquer garantia que aquilo que sentimos perante uma obra de arte
corresponda ao sentimento do seu criador. A sua condição necessária não se verifica.

TEORIA DA ARTE COMO FORMA

Aspetos a favor:
• Pode incluir todo o tipo de obras de arte.
• Tudo o que provoque emoção estética é arte. Esta é a condição necessária e suficiente
para atribuir a designação de arte a um objeto.

Objeções:

• há quem não sinta nenhuma emoção perante obras que são consideradas arte.
• Centra a sua teoria nas artes visuais e extrapola as suas conclusões para todas as
formas de arte.
• Tem dificuldade em explicar de forma convincente o critério de forma significante.
• É uma teoria circular, já que define a forma significante em função da emoção estética
e esta é definida como resultado da forma significante.
• É uma teoria elitista, pois, segundo Bell, nem todos conseguem sentir a emoção
estética que uma obra de arte transmite. Acredita que apenas um pequeno número
de afortunados a poderá sentir.

TEORIA INSTITUCIONAL DA ARTE

Objeções:

• Esta teoria não permite distinguir a boa da má arte: dizer que algo é arte é apenas
classificá-lo como tal, sem avançar qualquer apreciação valorativa a respeito do facto
de essa obra ser boa, má ou indiferente.
• Trata-se de uma teoria circular, uma vez que arte é só aquilo que um grupo restrito
decide considerar como tal. Assim, poderíamos ser levados a dizer, por exemplo:
Guernica é uma obra de arte porque há pessoas que pensam desse modo, e essas
pessoas pensam desse modo porque esse quadro é uma obra de arte.
• Ainda que se admita que as pessoas ligadas ao mundo da arte têm o dom de converter
qualquer artefacto numa obra de arte, nesse caso deve haver razões para escolherem
uns artefactos e não outros. Se há razões, então são essas a fixar o que é arte e o que
o não é, tornando-se inútil a teoria institucional. Se não há razões, então a arte pode
ser arbitrária, não possuindo propriamente interesse.
• Não reconhecimento daqueles que criam as suas obras fora dos circuitos institucionais
como artistas.

TEORIA HISTÓRICA DA ARTE

Objeções:
• É discutível que a condição do direito de propriedade seja uma condição necessária, se
admitirmos, por exemplo, que um artista consagrado pintou um quadro usando uma tela e
tintas que não pagou mas devia ter pagado. Será que não estamos perante uma obra de arte?
• A condição relativa à intenção também pode não ser necessária. Basta pensarmos, por
exemplo, nos artistas que não tiveram a intenção de que as suas obras fossem vistas como
obras de arte, sendo que só após a sua morte elas foram publicadas e consideradas como tal.
• Se admitirmos que o que faz de algo uma obra de arte é a sua relação com a arte anterior,
então levanta-se um problema ao considerar-se a primeira obra de arte a surgir no mundo.
Esta não pode ser arte, por não haver arte anterior. Nesse caso, as obras seguintes também
não o podem ser. Embora Levinson estivesse ciente deste problema, não o solucionou de
modo convincente.
• Esta teoria não responde à questão de saber o que muda no objeto propriamente dito quando
este se transforma em obra de arte, deixando por explicar o que uma obra de arte é em si
mesma.

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