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Gabriel de Carvalho Nagy, Gabriel Assaf, Guilherme Ferrari Leite, Pedro


Henrique dos Santos, Lucca Cardoso Amirabile, Pedro Augusto Torino de
Almeida.

Taubaté
2023
INTRODUÇÃO

Baseado em uma peça, por Reginald Rose,“12 homens e uma sentença” traz uma
perspectiva sobre o júri de um tribunal e as divergências que surgem a partir da deliberação do
veredito, nessa trama, de um homicídio e tudo o que perpassa os âmbitos sociais, do judiciário
e preconceito. As dinâmicas de grupo são peça central da trama e a principal força motriz de
conflitos, repleto da persuasão e interesses divergentes, infiltrando ética e até a moral dos
jurados que vêm se frequentemente assumindo novas posições.
Esse grande foco nas dinâmicas grupais é terreno comum para Kurt Lewin, considerado o
"pai" da psicologia social, observa-se uma maior preocupação com os processos internos do
indivíduo de maneira a existir uma tentativa de moderar pensamentos, sentimentos e
comportamentos. Entre os anos 40 e 50, uma busca pela apuração do método experimental
que procurava apurar o comportamento de forma formal, assim adequando a psicologia social
a uma disciplina científica
.
CONTRIBUIÇÕES DE KURT LEWIN

TEORIA DE CAMPO

A teoria de Lewin diz que ao analisar uma pessoa é necessário além do


comportamento da pessoa, o ambiente que ela se encontra também deve ser levado em
consideração, assim como cada experiência, mesmo as aparentemente não relevantes.
A Teoria de Campo tenta definir esse “todo” e aplicar esses princípios a pessoas ou situações,
observando padrões entre o indivíduo e o campo que existem. Lewin tenta “mapear” o campo
de um indivíduo, onde todos fatores ambientais na qual ele se insere podem influenciar as
decisões ou comportamentos. Os campos são semelhantes de pessoa para pessoa, mas nunca
iguais, cada ambiente é, nos detalhes, diferente. Pois existem experiências e sentimentos que
são exclusivos de uma pessoa.
Inspirado na física e na matemática, Lewin difere dos behavioristas na visão sobre o
comportamento, ele acreditava que o comportamento era uma função do “espaço vital” de
uma pessoa, demonstrado pela equação C = f (P, M), na qual: C é comportamento, F é função,
P é pessoa e M é meio externo, ou seja comportamento resulta em funcao e interação entre
pessoa e seu meio externo. No espaço vital que acontecem as percepções de suas experiências
e, assim como no “mapa”, as interpretações das percepções variam de pessoa a pessoa, assim
como as experiências que elas absorvem tornando o espaço vital dinâmico que muda à medida
que o indivíduo se desenvolve.
Alguns exemplos de fatores:

● Valores e/ou crenças mantidos pelo indivíduo;

● Percepções e sentimentos em relação a experiências;

● Habilidades e aptidões.
.
DINÂMICA DE GRUPO

Kurt Lewin via um grupo como uma entidade dinâmica e complexa, muito mais do
que apenas a soma de seus membros individuais. Ele enfatizava a ideia de que a natureza de
um grupo não se baseia apenas na semelhança ou diferença entre seus membros, mas na
interdependência entre eles.
Lewin acreditava que um grupo é mais do que a reunião de pessoas. Era uma totalidade
dinâmica na qual as relações e as interações entre os membros desempenham um papel
fundamental. Isso significa que o grupo como um todo possui uma identidade e
funcionamento únicos, que não podem ser explicados simplesmente observando os indivíduos
separadamente.
A interdependência era uma característica central dos grupos, de acordo com Lewin.
Isso significa que as ações e decisões de um membro do grupo afetam e são afetadas pelas
ações e decisões de outros membros. As relações e conexões entre os membros são cruciais
para entender a dinâmica do grupo.
Lewin observou que, quando um grupo é confrontado com um problema ou uma
tarefa, os membros não se limitam apenas a buscar a solução. Eles também se envolvem na
análise de seu próprio comportamento, no comportamento dos outros participantes e nos
efeitos desses comportamentos. Isso significa que a dinâmica do grupo é influenciada não
apenas pela natureza da tarefa, mas também pela forma como os membros percebem e reagem
ao comportamento uns dos outros.
Lewin também enfatizou que, devido à interdependência, uma mudança no estado de
um dos membros do grupo pode ter um impacto em todos os outros. Isso se relaciona com sua
teoria de campo, onde ele argumentava que as forças que atuam em um grupo são
interconectadas e que a mudança em um aspecto do campo afeta o todo.
DA MINORIA E MAIORIA PSICOLÓGICA

Kurt Lewin estudou e acabou desenvolvendo importantes pesquisas na dinâmica dos


grupos minoritários, em contrapartida aos grupos majoritários, que não significam a maioria
de pessoas em quantidade, mas sim ligada ao poder.
Logo, há uma diferença de minoria e maioria tanto para a demografia, quanto para a
Psicologia. Na demografia está se falando de quantidade de pessoas; então, quando se fala que
um grupo é maioria, vai-se ter mais sujeitos no grupo.
Entretanto, as diferenças no campo psicológico independem do número de pessoas,
pois está ligado ao poder, status, e autonomia, pois dentro do grupo de maioria psicológica
existe uma minoria privilegiada, possuindo privilégios exclusivos que determinam o que é
adequado ou não independentemente da quantidade de pessoas. Esses sujeitos se percebem
desfrutando de menos direitos, e precisam lutar para alcançá-los. É um grupo que não tem
autonomia e é tolerado pelo grupo de maioria psicológica. Portanto, toda minoria psicológica
tende a ser discriminada.
Grupos de maioria psicológica, desumanizam os grupos de minoria psicológica
através do processo de diminuição e jugo.
Dessa maneira, o preconceito e discriminação, e o jogo de poder entre maioria e
minoria psicológica são explícitas no filme.

PROCESSO DE MUDANÇA

A Teoria da Mudança de Lewin se concentra em analisar nossos comportamentos e


processos de mudança nas organizações. Nesse contexto teórico, Kurt Lewin apresenta um
modelo específico de mudança conhecido como o modelo
Descongelamento-Mudança-Recongelamento.
Em sua estrutura, as forças motivadoras e restritivas são elementos fundamentais da
Teoria da Mudança. Kurt Lewin postulava que o comportamento humano é o resultado de um
delicado equilíbrio entre essas forças, que operam em direções opostas. As forças motrizes
incentivam as pessoas a adotar a mudança, enquanto as forças restritivas atuam como
obstáculos que as impedem de fazê-lo.
Caso as forças motrizes superassem as forças de resistência, a mudança teria a
oportunidade de ocorrer. No entanto, quando essas forças motrizes e restritivas estão em
equilíbrio, o comportamento permanece estável, impedindo a efetivação da mudança, somente
alterando o equilíbrio que haveria o processo de mudança.
Deste modo Lewin se concentrou em alcançar mudanças de longo prazo e duradouras.
Esse modelo pode ser comparado a um cubo de gelo.
Caso seja exista um grande cubo de gelo, onde você queira transformá-lo em um
formato de cone, a maneira mais prática de se efetuar isso sem perder ou ganhar quantidade
de gelo, seria descongelando o mesmo e assim colocando-o em molde de cone.
Lewin acreditava que você poderia abordar o processo de mudança de três maneiras:

● Reforce as forças motrizes que direcionam o comportamento em direção à


mudança desejada.
● Minimize as forças de resistência que estão incentivando as pessoas a se
manterem no status quo.
● Empregue uma combinação de ambas as abordagens para inclinar o equilíbrio na
direção da mudança.

A TEORIA DA LIDERANÇA DE LEWIN

A Teoria da Liderança de Lewin foi desenvolvida em 1939, quando um grupo de


pesquisadores, liderados pelo psicólogo Kurt Lewin, se propôs a identificar diferentes estilos
de liderança.
Embora pesquisas posteriores tenham identificado tipos mais distintos de liderança,
este estudo inicial foi muito influente e estabeleceu três grandes estilos de liderança que
forneceram um trampolim para teorias de liderança mais definidas.
Liderança autoritária (autocrática)

Líderes autoritários, também conhecidos como líderes autocráticos, fornecem


expectativas claras sobre o que precisa ser feito, quando deve ser feito e como deve ser feito.
Esse estilo de liderança está fortemente focado tanto no comando do líder quanto no
controle dos seguidores. Há também uma clara divisão entre o líder e os membros.
Líderes autoritários tomam decisões de forma independente com pouca ou nenhuma
contribuição do resto do grupo.
Os pesquisadores descobriram que a tomada de decisões era menos criativa sob
liderança autoritária. Lewin também concluiu que é mais difícil passar de um estilo autoritário
para um estilo democrático do que vice-versa. O abuso desse método é geralmente visto como
controlador e ditatorial.
A liderança autoritária é melhor aplicada a situações em que há pouco tempo para a
tomada de decisões em grupo ou onde o líder é o membro mais experiente do grupo. A
abordagem autocrática pode ser boa quando a situação exige decisões rápidas e ações
decisivas.
No entanto, tende a criar ambientes disfuncionais e até hostis, muitas vezes colocando
seguidores contra o líder dominador.

Liderança Participativa (Democrática)

O estudo de Lewin descobriu que a liderança participativa, também conhecida como


liderança democrática, é tipicamente o estilo de liderança mais eficaz.
Os líderes democratas oferecem orientação aos membros do grupo, mas também
participam do grupo e permitem a contribuição de outros membros do grupo. No estudo de
Lewin, as crianças desse grupo eram menos produtivas do que os membros do grupo
autoritário, mas suas contribuições eram de maior qualidade.
Os líderes participativos incentivam os membros do grupo a participar, mas mantêm a
palavra final no processo de tomada de decisão. Os membros do grupo se sentem engajados
no processo e são mais motivados e criativos. Líderes democratas tendem a fazer com que os
seguidores se sintam uma parte importante da equipe, o que ajuda a promover o
comprometimento com os objetivos do grupo.

Liderança Delegativa

Os pesquisadores descobriram que as pessoas sob liderança delegada eram as menos


produtivas de todos os três grupos.
As crianças deste grupo também exigiam mais do líder, mostravam pouca cooperação
e não conseguiam trabalhar de forma independente.
Os líderes delegados oferecem pouca ou nenhuma orientação aos membros do grupo e
deixam a tomada de decisão para eles. Embora esse estilo possa ser útil em situações que
envolvem especialistas altamente qualificados, muitas vezes leva a funções mal definidas e
falta de motivação.
Lewin observou que a liderança delegativa tendia a resultar em grupos que não tinham
direção, onde os membros culpavam uns aos outros pelos erros, recusaram-se a aceitar a
responsabilidade pessoal e produziam falta de progresso e trabalho.
No entanto, esse estilo de liderança pode ser eficaz em equipes que são:
● Motivadas,

● Altamente qualificadas,

● Bem informadas.
Deve haver um alto nível de confiança entre a equipe e o líder. Estas são muitas vezes
referidas como equipas autogeridas ou autônomas. Essas equipes podem não exigir muita
direção e, como líder, é provável que tenham chegado a esse estágio porque foram guiadas a
este nível de desenvolvimento.
A TEORIA DE KURT LEWIN APLICADA AO FILME “DOZE HOMENS E UMA

SENTENÇA”

O filme se passa em Nova York, no interior da sala do júri de um tribunal, na sala de


votação, na qual todos os jurados devem chegar a um consenso. Diversos fatores, ambientais
e pessoais, fazem com que os jurados queiram dar seu veredito o mais rápido possível, sem se
preocupar com a análise minuciosa dos fatos. O jovem acusado tem 18 anos, e cresceu em um
ambiente violento e com poucas oportunidades, características fundamentais sobre o
entendimento principal da argumentação de alguns jurados que com base na própria
percepção condenam por efeitos raciais e sociais.
Os doze jurados devem condenar ou absolver o réu, acusado de ter assassinado o
próprio pai, levando em conta que o acusado será condenado à morte caso seja considerado
culpado. E assim começa a dinâmica de grupo, 12 homens interagindo com um objetivo em
comum. Observamos as variáveis da teoria: processo decisório, tensões no grupo,
preconceitos, motivação e produtividade.
Observa-se no começo a teoria da liderança autocrática, quando o primeiro jurado, se
nomeia presidente da mesa, passando a dar ordens aos demais e como a votação deveria ser
feita, determina como os demais jurados devem se comportar. O resultado da primeira
votação, aberta pelo 1º jurado, resulta em onze a favor da condenação contra um a favor da
absolvição (votação não foi secreta), a discussão se inicia quando o oitavo jurado, o único a
votar a favor da absolvição, passa a ser criticado pelos demais pela escolha tomada, assim o 8º
jurado se justifica após ser acusado de dizer que o réu é inocente dizendo que não tinha
certeza que era inocente, mas também não tinha certeza que ele era culpado. Os jurados
descontentes usam como fator dominante a classe social do réu e o depoimento de
testemunhas, que depois é revelado não ser plenamente confiável, e assim se iniciam os
conflitos e debates. O 8º jurado relembra a condenação do réu caso seja considerado culpado
e como o juiz foi claro sobre como eles devem ter certeza absoluta da culpabilidade, pois caso
contrário haverá presunção de inocência, pois então ele propõe uma votação secreta, essa que
mais um dos jurados votam pela inocência, sendo uma das primeiras expressões de uma
pressão feita pelo grupo, demonstrando que nem todos acreditavam plenamente em seus
respectivos vereditos.
No entanto, carregado de preconceito, o terceiro jurado emerge acusando o quinto
jurado, que revela em uma cena anterior ter crescido em condições similares às do réu, de ter
alterado seu voto por simpatizar com o garoto. Apesar de ser o único de origem similar no
grupo, a minoria psicológica, conseguiu ascender socialmente e rejeitava sua origem e
passado com medo de sofrer discriminacao, imbuído de desejo de integrar o grupo
privilegiado, situação análoga ao estudo de Lewin sobre auto ódio e desvalorização do próprio
grupo. Quando as acusações acontecem, o jurado idoso se manifesta, dizendo que ele quem
havia votado pela inocência, pois concordava com o 8º jurado, que deveria conversar mais a
respeito, pela falta de certeza absoluta.
Percebe-se a alteração da liderança para a democracia no decorrer do filme em que o
8º jurado passa a conduzir, de forma espontânea, com cada vez mais jurados expressando sua
incerteza sobre o veredito de culpado. Durante esse desenvolvimento, também é possível
notar outro fenômeno da teoria de Lewin, o qual propõe que caso não se encontre em um
estado de desarmonia, este se parte em grupos menores definidos por proximidade de ideais.
No filme, isso se dá com jurados que acreditam que há uma dúvida razoável em favor do caso
do réu, como o 8º jurado, jurados que acreditam que o réu é sem dúvidas culpado, como o 3º
jurado, e por fim, alguns jurados que mudam seus votos diversas vezes no decorrer da obra,
pois apenas querem finalizar o “compromisso” o mais rápido possível, como um funcionário
de uma agência publicitária, que se mostra mais preocupado com seu emprego do que com a
sentença, ou outro jurado que tinha um jogo de baseball para assistir logo após o julgamento.
Já em outra cena, o décimo jurado começa a argumentar que os outros jurados
estariam deixando suas emoções interferirem em suas percepções da verdade, porém deixa
transparecer seu preconceito com pessoas de classe econômica diferente. Nesse momento, por
um alinhamento de interesse, todos os jurados restantes se levantam e deixam-no falando
sozinho. Após perceber que estava sozinho, ele se dá conta do que está dizendo e permanece
quieto pelo resto do filme.
Dentro deste contexto, o jurado 8 faz um discurso pertinente ao cenário:
“É sempre difícil manter um preconceito pessoal fora de uma questão como esta.
Sempre que se defronta com eles, ele esconderá a verdade. Sinceramente, eu não sei qual é a
verdade, e, também, acho que realmente nenhum de nós saberá. Nove de nós parecem achar
que esse garoto é inocente, mas só estamos lidando com probabilidades. Podemos estar
errados; podemos estar deixando um homem culpado ficar livre, eu não sei, e acho que
ninguém sabe. Mas nós temos uma dúvida racional, e isto é uma coisa muito valiosa no nosso
sistema. Nenhum júri pode declarar um homem culpado se não tiver certeza absoluta. Nós, os
nove, não podemos entender como vocês três têm tanta certeza”.
Voltando a ressaltar que o comportamento, de acordo com Kurt Lewin, é
compreendido quando consideramos todas as variáveis incidindo em seu espaço vital. Nesse
momento, o sétimo jurado, mencionado anteriormente, por querer terminar com a votação
para ir assistir um jogo na qual ele tinha ingressos, acaba levando a discussão com menos
seriedade, mas isso muda quando o ambiente se torna mais favorável, com a vinda de uma
tempestade e o conserto do ventilador que, respectivamente, o impede de atender seu jogo de
qualquer forma e refresca a sala.

Ao longo do filme os jurados passam por “arcos catárticos” , reconhecendo seus


aspectos pessoais, como valores, experiências próprias de socialização acabam por acharem
como o mártir da justiça. Sujeitos imparciais que julgam a situação com base em sua
“totalidade factual”. O modelo de mudança organizacional de 3 etapas, descongelamento,
mudança e recongelamento, faz paralelo com o filme também, quando no começo eles se
descongelam das ideias superficiais e passam por mudanças de ideias.
A dinâmica de grupo e a condução de reflexão afetam profundamente cada homem ali,
após muita discussão, destacando a fragilidade das provas acusatórias e mudando a opinião de
cada um, até o ponto que a votação fica em onze a favor da absolvição e um a favor da
condenação. Na sequência final do filme, o jurado número três resiste sozinho contra os
demais jurados, repetidamente afirmando que os fatos que provam a culpa do réu estariam
claramente presentes, embora tenham sido contestados anteriormente. No último crescendo da
obra, ele deixa sua carteira cair revelando uma foto sua e de seu filho, a qual ele rasga em um
momento de raiva, imediatamente se arrependendo e percebendo que nunca mais poderia
consertar sua relação com seu filho. Com isso, ele finalmente cede, e para de projetar a
imagem de seu filho no réu.
Um fenômeno característico dos grupos de trabalho que também aparece no filme é a
negligência social e o “efeito carona”, o 7º e o 12º jurado mudam o voto seguindo o grupo
mais forte e não se atentam aos argumentos.
No filme todo se percebe que estes fatos e sua dinâmica configuram o que Kurt Lewin
chamou de “espaço vital”. As variáveis que estão operando nesse campo dinâmico, o espaço
vital, são fundamentalmente três: tensão, força e necessidade. Esses três conceitos podem ser
vistos claramente no decorrer do filme.
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