Você está na página 1de 11

Programa de Formação em Desenvolvimento dos Grupos

Sociedade Brasileira de Dinâmica dos Grupos – SBDG


_______________________________________________________

TENSÃO E CONFLITO NA DINÂMICA DO GRUPO

Darci Rodrigues da Veiga1


Eline Valério2
Valdira Cristina Goedert3
Waldenize Rodrigues4

RESUMO
Tensão e conflito são fenômenos recorrentes na vida grupal. Este artigo apresenta
contextos teóricos sobre o entendimento do papel do homem na sociedade, sua
atuação e reações nos grupos a que pertence detalhando a questão de tensão e
conflito na dinâmica do grupo. Os pensamentos e estudos de Kurt Lewin e Fela
Moscovici norteiam este trabalho através de vários autores os quais foram
acessados através depesquisa bibliográfica.O objetivo é apresentarinfluências de
atitudes individuais que geram tensão e conflito na dinâmica do grupo além de
evidenciar comportamentos do indivíduo quando suas satisfação não é atendida na
convivência grupal. O estudo concluiu que atitudes individuais na dinâmica do grupo
poderão significar forças que travam ou forças que impulsionam o grupo e que o
entendimento sobre a natureza humana é um dos caminhos para o sucesso das
formações de grupos.

Palavras chave
Dinâmica do Grupo. Processo Grupal. Conflito.Tensão.

ABSTRACT
1
Darci Rodrigues da Veiga, graduação em QuímicaBacharel e Licenciando, Especialização em Qualidade do Leite, McGill University - Saint-
Anne de Bellevue, Canadá, MBA em Agronegócios – FAE PR.
2
Eline Valério, graduação em Gestão de Recursos Humanos - UNINTER
3
Valdira Cristina Goedert, graduação em Psicologia – UTP, Pós-Graduação em Adm em RH – PUC PR. MBA em Gestão Estratégica de
Pessoas – Estácio Radial
4
Waldenize Rodrigues, graduação em Adm com Hab.em Comex - UTP, Pós-Graduação em Logística Empresarial – UP, Coach pela AICIS
Academia Internacional de Coach Integrativo Sistêmico
Tension and conflict are recurring phenomena in group life. This article presents
theoretical contexts about the understanding of the role of man in society, his
performance and reactions in the groups to which he belongs, detailing the tension
and conflict in the dynamics of the group. The thoughts and studies of Kurt Lewin and
FelaMoscovici guide this work through several authors which have been accessed
through bibliographic research. The objective is to present influences of individual
attitudes that generate tension and conflict in the dynamics of the group besides
showing the behaviors of the individual when their satisfaction is not met in group
coexistence. The study concluded that individual attitudes in group dynamics could
mean forces that hinder or forces that drive the group and that understanding about
human nature is one of the ways to success of group formations.

Keywords
Group Dynamics.Group Process.Conflict. Tension.

INTRODUÇÃO

O homem em essência é social e diante disto, quando nasce, constrói sua


história mediante o processo de interação social e “morre em grupo, tornando
evidente a necessidade do estudo da vida grupal” (MELO et al, 2014, p.1).
Tensão e conflito são alguns dos aspectos que influenciam os resultados de
um grupo e do próprio indivíduo além de afetar consideravelmente a convivência
grupal. Alguns autores, através de estudos e experiências, deixaram reflexões e
conhecimentos sobre estes temas, os quais são abordados neste artigo.
O ser humano traz consigo uma história e na convivência em grupo, muitas
vezes não se tem tempo nem conhecimento para se analisar e entender algumas
ações e reações que acabam atrapalhando essa convivência além de afetar
entregas de atividades do grupo como um todo.
Oobjetivodeste estudo é apresentar influências de atitudes individuais de
tensão e de geração de conflitos na dinâmica do grupo além de evidenciar
comportamentos do indivíduo que geram essas ações e elucidá-las enquanto forças
restritivas e propulsoras na convivência grupal.
Este artigo apresenta contextosteóricosatravés de pensamentos e estudos
de Kurt Lewin e Fela Moscovici, os quais foram acessados por pesquisa
bibliográfica.No referencial teórico, um breve entendimento sobreDinâmica do Grupo
e Teoria de Campo embasam o estudo.
Aseguir estão apresentados a fundamentação teórica e considerações finais.
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ideário de Kurt Lewin oferta compreensão para o processo de interação


entre o homem e o meio que o cerca. Os estudos de Lewinpossibilitaram a análise,
contextualização e controle dos movimentos humanos em laboratório. Deste modo,
o conjunto de conhecimentos ofertados pela Psicologia, junto do viés compreensivo
cunhado por Lewin, apresenta meios para a atribuição de significado ao que é o
homem frente ao conflito, com seu semelhante, meio e sua própria natureza junto da
cultura que representa este ser, em um caminho em que se depara com forças
obscuras que ele desconhece.
O embasamento teórido deste artigo será pautado nos sub-tópicos Dinâmica
de Grupo e Processo Grupal, Teoria de Campo, Conflito e Tensão.

1.1. DINÂMICA DO GRUPO E PROCESSO GRUPAL

O estudo de Kurt Lewin,que deu origem à obra “Teoria Dinâmica da


Personalidade” em 1935, possibilitou ao campo da Psicologia Social novos
contornos através da abordagem na qual entende o indivíduo a partir da interação
com o meio social sobretudo no comportamento dos indivíduos no ambiente de
trabalho. O eixo central desta perspectiva é a compreensão das relações e
interações dos indivíduos em um grupo social, seja relacionado a uma família,
escola, trabalho entre outros.
Amaral (2007, p.7) aponta que os grupos humanos são dotados de um
processo dinâmico no qual, ao se depararem com qualquer alteração no ambiente,
“um dos participantes vai interferir no estado do grupo como um todo. E por estar
sempre mudando, é que o grupo é dinâmico. Quando um grupo se estabelece, uma
série de fenômenos passa a atuar sobre as pessoas individualmente e,
consequentemente, sobre o grupo. É o chamado processo grupal”.
Lewin (1970, p.159) indica que toda ação que a pessoa realize tem alguma
ambiênciaespecífica e é por esta determinada. Uma frase ou um gesto que podem
parecerapropriados entre companheiros numa piscina talvez seja descabido ou até
mesmo afrontoso num jantar de cerimônia. Este processo exerce uma influência
significativa nos modos de como se dá a percepção humana. É sabido que em
muitos momentos não há distinção entre a percepção, ambiência ou fundo, nota-se
apenas a figura ou evento. De maneira análoga, todas as ações se baseiam no
terreno em que a pessoa se situe. A firmeza de suas ações e a clareza de suas
decisões dependem em grande parte, da estabilidade deste terreno embora ela
própria possa nem ter consciência de sua natureza.
Lewin (1970, p.160) cita que ‘um dos elementos mais importantes do terreno
em que o indivíduo atua é o grupo social a que pertence’. Uma das características
básicas da participação é que o mesmo indivíduo pertence geralmente a muitos
grupos e durante quase toda a vida, o adulto não age apenas como indivíduo, mas
como um membro de um grupo social. Todavia, num determinado momento, os
diferentes grupos a que a pessoa pertence não são todos igualmente importantes.
Às vezes predomina a participaçãodela em um grupo, outras vezes em outro. O
indivíduo pode, por exemplo, numa situação agir e sentir como um membro de seu
grupo político; em outra, como membro de seu grupo familiar, religioso ou
profissional. Geralmente em cada situação, a pessoa parece saber a que grupo
pertence e a que grupo não pertence e com maior ou menor clareza conhece o seu
lugar e sua posição determina-lhe em grande parte o comportamento.
Lewin (1970, p. 161) informa que há ocasiões em que é duvidosa ou não
clara para o indivíduo a sua participação num grupo. Por exemplo, ao entrar numa
reunião, uma pessoa pode duvidar por um momento se tem alguma coisa a fazer ali.
‘Esta falta de clareza da situação, esta incerteza quanto ao terreno que está pisando
leva geralmente a incerteza no comportamento’.
Lewin (1970, p.162) relata que ‘existe uma relação natural entre o caráter de
uma determinada situação e o caráter do grupo que domina o comportamento do
indivíduo nessa situação. Em situações distintas, diferentes sentimentos de
participação devem predominar. Quando um indivíduo age sempre como membro do
mesmo grupo específico, isso é geralmente sintomático de um certo desequilíbrio,
pois ele não responde natural e livremente às exigências da situação presente’.
Conforme Mailhiot(2013, p.68-69), ‘as atitudes coletivas definidas por Lewin
aparecem como um movimento provocado em um grupo de indivíduos por forças
objetivas que resultam de uma situação social dada. O clima social, as situações de
grupo ou as estruturas formais do momento social observado são realidades tão
objetivas quanto o clima físico, a situação geográfica e a configuração do espaço
físico em torno do indivíduo. As relações entre as realidades sociais e os
comportamentos do indivíduo não são nem mais nem menos constrangedoras do
que aquelas que ele mantêm com o universo físico’. Deste modo, nas condições
sociais existentes, que constituem o espaço vital de um determinado indivíduo, estee
pode escapar a certas pressões, recusar-se a certas coerções, mas em
contrapartida não pode se subtrair nem se esquivar de certos condicionamentos.
Precisará, em alguns momentos, adotar um tipo de comportamento ou se conformar
a uma outra atitude para responder às expectativas do grupo. Em outros momentos,
atitudes e comportamentos lhe serão impostos pelo grupo. ‘A liberdade de
movimento e de escolha depende do clima social que prevalece no grupo. O clima
cultural em que vive, a dinâmica da situação social na qual se encontra envolvido, a
estrutura do momento da história do qual participa com as pessoas que o cercam,
constituem uma realidade objetiva: a totalidade dinâmica da qual ele depende neste
momento preciso de seu devir. É no interior desta totalidade dinâmica que se
encontram orientados, senão condicionados, seus comportamentos em grupo e suas
atitudes sociais’.
Mailhiot (2013, p.68-70) cita também que ‘Lewin deduz que a conduta de
todo indivíduo em grupo é determinada, de um lado pela dinâmica dos fatos, e de
outro, pela dinâmica dos valores que ele percebe em cada situação. Para ele (e é
aqui que seu pensamento se torna explícito) o campo de forças que surge da
interação dos fatos e dos valores depende de três elementos’.Primeiro depende das
tendências do eu concebidas como a maneira única pela qual cada indivíduo
percebe cada instante presente em função de seu passado pessoal. Suas
percepções neste plano, são condicionadas por sua sensibilidade geral, as
orientações fortuitas de seu ser, suas capacidades de atenção afetadas ou
estimuladas por seus estados nervosos e suas preocupações materiais e morais.
Em seguida a estas tendências do eu, adicionam-se as tendências do superego que
representam os imperativos da sociedade, tais quais foram interiorizados pelo
indivíduo.Oterceiro determinante é a própria situação social concebida como o
conjunto dos fragmentos do universo social com os quais ele está em estado de
interdependência.
Conforme Melo (2014, p1.), para alcançar compreensão do que constitui o
homem, deve-se estudar sua vida em grupo uma vez que todo indivíduo é um grupo
e nestehá reflexos do que fora internalizado frente a vivência diante da família ou em
instituições em que se inseriupois a influência que o grupo pode exercer no sujeito é
forte a ponto de poder determinar, por exemplo, seu sentimento de segurança ou
insegurança.
Lages, Bilate (2007, p.3) citam que‘o grupo é um dos fatores determinantes
para a construção dos objetivos do sujeito, bem como, é preciso ressaltar que cada
integrante influencia também a construção dos objetivos grupais’. Estes autores
comentam que ‘Kurt Lewinconsidera a dinâmica do processo grupal como um campo
de forças. As forças subjetivasde cada integrante se relacionam entre si e refletem
diretamente na dinâmica grupal. Lewin reforça que o poder de influência do grupo no
sujeito deve-se ao fato de que ambos estão interligados, uma vez que o sentimento
de pertença a um grupo oferta ao sujeito os sentimentos de bem-estar e segurança,
e deste modo exerce influência na dinâmica atitudinal do indivíduo’.

1.2. CONFLITO E TENSÃO

Através de estudos, Lewin (1970, p.170) cita que como membro de um


grupo que, sob muitos aspectos, tem menos direitos e possibilidades que outros
grupos, o indivíduo naturalmente tem a tendência a entrar nestes, assim que é posta
em dúvida sua participação no primeiro grupo. Cada enfraquecimento da barreira
entre o seu eu e os outros grupos aumentará a intensidade da força nessa direção.
Por outras palavras, ao aproximar-se da emancipação completa, e portanto da
dissolução do grupo estarão, nas circunstâncias dadas, sujeitos a um conflito
crescente. Ainda conforme o autor, pode-se deduzir desta situação de conflito o
comportamento resultante. Todo conflito cria tensão, que leva a agitação,
comportamento desequilibrado e ênfase excessiva numa ou noutra direção.
Moscovici (2010, p.212-213) acrescenta que as divergências na convivência
cotidiana têm sua origem no fato de que cada sujeito tem modos distintos de
“perceber, pensar, sentir e agir”, e a partir disso, os relacionamentos são
influenciados de modo positivo ou negativo, e ressalta assim, “as diferenças
individuais”. Segundo a autora, as diferenças entre os sujeitos ofertam também, à
constituição grupal, um aumento nas possibilidades de respostas às dificuldades
cotidianas. Logo, o conflito reflete a divergência entre as posições atitudinais em um
determinado grupo.Um conflito não tende a destruição ou denota um aspecto doente
da constituição do grupo; contudo o modo como evolui pode delimitar seu caráter
final e suas consequências. A autora complementa que percebe-se aqui, o caráter
positivo das situações conflitivas onde tais ocorrências ofertam a possibilidade de
prevenção dos estados de estagnação decorrente do equilíbrio constante da
concordância, estimula o interesse e a curiosidade pelo desafio da oposição,
descobre problemas e demanda sua resolução. Funciona como raiz das mudanças
pessoais, grupais e sociais.
Gomes (2006, p.6) reforça que o conflito é originado através das oposições
atitudinais, em um polo está o sujeito que não deseja a briga e no outro, está quem
anseia pela adversidade. O autor indica que existem sujeitos cuja força de
movimento se dá através das circunstâncias conflitivas e estes creem que o conflito
será capaz de suscitar “a mudança da situação”. Em contrapartida, existem sujeitos
com aptidão para evitar as circunstâncias adversas; têm-se aqui “o choque aberto de
interesses contrários que consideram destrutivos e desnecessários”.
Moscovici (2010, p.215) cita que o papel social, a posição no grupo e o
status social influenciam as atitudes das pessoas diante das situações,
determinando pressões para assumir uma certa posição, opinião e decisão. Cita
ainda que as divergências interpessoais passam geralmente por cinco etapas que
apresentam dificuldades crescentes para a sua resolução: antecipação (primeiros
sintomas), conscientização (sensação de dificuldades, porém não expressas),
discussão (pontos de vista declarados), disputa aberta (discussões tendentes a
antagonismos) e conflito aberto (posições definidas tendentes a radicalização. O
último estágio indica uma orientação de ganha-perde ou, no máximo, de
acomodação por negociação de barganha. E ressalta que as possibilidades de
sucesso na resolução de conflito estão inversamente relacionadas à evolução de
sua intensidade e amplitude.
Conforme Moscovici (2010, p.216), num grupo a responsabilidade maior de
resolução de conflitos cabe ao líder do grupo, mas não exclusivamente. Cada
membro de grupo é também responsável pelo rumo que as divergências podem
tomar, contribuindo intencional ou inintencionalmente para sua evolução e
consequências construtivas ou destrutivas. Esta responsabilidade, porém, exige
paralelamente uma habilidade para lidar com conflitos, habilidade pouco
desenvolvida na educação sistemática, em ambiente escolar ou extra-escolar ou em
programas de treinamento, reciclagem e desenvolvimento profissional esclarece a
autora.
Para evitar o conflito, Moscovici (2010, p.217) sugere ‘procurar compor
grupos mais homogêneos, com maior afinidade de pontos de vista, valores, metas,
métodos, etc. porém o risco é a redução e até a extinção da criatividade, pois novas
ideias vão aparecendo menos frequentemente, as velhas continuam indefinidamente
sem reexame, sem testagem, uma vez que é considerado inadequado discordar por
ferir normas de solidariedade grupal’.
Se as divergências forem percebidas como enriquecedoras em vez de
competição por certo-errado, conforme Moscovici (2010, p.220), as ‘situações
conflitivas passarão a ser problemas que poderão ser resolvidos cooperativa e
criativamente. O velho ditado de que duas cabeças pensam melhor que uma passa
a ser verdadeiro porque, frequentemente, duas pessoas representam um conjunto
mais rico de experiências e trazem maior variedade de elementos e ângulos para o
problemas’.
Ávila (2010, p.5), exemplifica que mesmo a tentativa de estabelecer um
grupo, seja ele de caráter terapêutico ou reflexivo, demanda contato com uma
grande variabilidade de ocorrências que irão nortear a construção da dinâmica do
grupo. O autor frisa a necessidade de compreensão no sentido de que é “ inerente à
composição de qualquer grupo, e que se repete necessária e obrigatoriamente: o
grupo é formado por indivíduos e suas relações, e entre cada indivíduo e os demais,
assim como entre cada indivíduo e o conjunto dos demais, isso é, o grupo, ocorrem
tensões”. Nesse ponto, vale reforçar com a premissa com que Lewin define tensão:
“sempre que houver uma necessidade psicológica , haverá um sistema em estado
de tensão no indivíduo”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo buscou apresentar relações entre conflito, tensão e a dinâmica


do grupo. Através de vários autores citados, tendo por base os estudos de Kurt
Lewin, entendemos que quando um grupo se estabelece, uma série de fenômenos
passa a atuar sobre as pessoas individualmente e, consequentemente, sobre o
grupo. A dinâmica do processo grupal é considerada como um campo de forças e
nesta dinâmica, o poder de influência do grupo no indivíduo deve-se ao fato de que
ambos estão interligados. Da parte do indivíduo, o sentimento de pertença ao grupo
oferta a ele os sentimentos de bem-estar e segurança exercendo influência na
dinâmica atitudinal do mesmo. Assim sendo, as forças subjetivas de cada integrante
se relacionam entre si e refletem diretamente na dinâmica grupal. Destaca-se a
definição de Moscovici que ‘todo conflito cria tensão, que leva a agitação,
comportamento desequilibrado e ênfase excessiva numa ou noutra direção para o
indivíduo como membro de um grupo’.
Suportados também por Moscovici, entendemos que o conflito reflete a
divergência entre as posições atitudinais em um determinado grupo e as
divergências na convivência cotidiana, identificadas como diferenças individuais têm
influências de modo positivo ou negativo nos relacionamentos. A autora
complementa que o caráter é também percebido como questão positiva das
situações conflitivas onde tais ocorrências ofertam a possibilidade de prevenção dos
estados de estagnação decorrente do equilíbrio constante da concordância, estimula
o interesse e a curiosidade pelo desafio da oposição, descobre problemas e
demanda sua resolução. Funciona como raiz das mudanças pessoais, grupais e
sociais.
Realizar trabalhos complementares de estudos de campo seria uma das
maneiras de exemplificar conflitos e tensões em grupos, porém para este artigo,
observamos apenas situações baseadas na literatura, sendo um trabalho menos
conclusivo a um trabalho de campo.
Conclui-se portanto, que atitudes individuais na dinâmica do grupo poderão
significar forças que travam ou forças que impulsionam o grupo e que caberá ao
indivíduo, ao grupo e ao líder trabalhar na manutenção dasatitudes a fim de
proporcionar um ambiente que proporcione a geração de ideias e resultados
transformando eventuais conflitos negativos e tensões em oportunidades. Por fim,
ressaltamos que a compreensão humana é um dos principais fatores de influências
para o sucesso das formações de grupos. O homem como fator principal no
processo grupal necessita aprender ou aprimorar técnicas e habilidades, ampliar o
autoconhecimento, autoavaliação e autoaceitação para cada vez mais ter subsídios
para agir perante situações de conflitos e tensões de forma que não prejudique o
todo e a ele mesmo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMARAL, Vera Lúcia do. A dinâmica de grupos e o processo grupal . Disponível


em:<http://www.ead.uepb.edu.br/arquivos/cursos/Geografia_PAR_UAB/Fasciculos%
20-%20Material/Psicologia_Educacao/Psi_Ed_A10_J_GR_20112007.pdf>. Acesso
em 24 de dezembro de 2018

AVILA, Lazslo Antonio. As tensões entre a individualidade e a grupalidade.


Disponível em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-
29702010000200002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 03 de janeiro de 2018.

GOMES, Marcelo Bolshaw. A arte do conflito Confrontação mediada pela


Dialógica. Disponível em:< http://www.bocc.ubi.pt/pag/gomes-marcelo-arte-do-
conflito.pdf//>. Acesso em 28 de dezembro de 2018.

LAGES, Manoela; BILATE, Danilo. Sobre a experiência de um grupo em


formalização: fazer coletivo, gestão participativa e desejo.Disponível em:
<http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/anexos/AnaisXIVENA/conteudo/pdf/trab_co
mpleto_266.pdf>.Acesso em 04 de janeiro de 2018.

LEWIN, Kurt. Problemas de Dinâmica dos Grupos. São Paulo: Ed. Cultrix, 1970.

_______. Resolving social conflicts: Field theory in social science.Washington,


DC: American Psychological Association.1997.

_______. Teoria de campo em ciência social. São Paulo: Pioneira, 1965.

MAILHIOT, Gérald Bernard. Dinâmica e gênese dos grupos: atualidade das


descobertas de Kurt Lewin. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2013.

MELO, Armando Sérgio Emerenciano de, et al.Conceitos básicos em intervenção


grupal. Disponível em:< https://psibr.com.br/leituras/psicologia-clinica/conceitos-
basicos-em-intervencao-grupal>. Acesso em 14 de dezembro de 2018.

MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento Interpessoal – Treinamento em Grupo. Rio


de Janeiro: Ed.José Olympio, 2010.

Você também pode gostar