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CLAUDIANE ALVES DA SILVA

HEVELLYN ELIAS DURAO


LARA MODENESI
MARIA ALICE PEREIRA DA SILVA

TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL NO


TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

LINHARES
2023
CLAUDIANE ALVES DA SILVA
HEVELLYN ELIAS DURAO
LARA MODENESI
MARIA ALICE PEREIRA DA SILVA

TERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL NO


TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

Construção apresentado ao Curso de Psicologia


da Faculdade Anhanguera Linhares.

Professora: Lorena Santos Ricardo

Linhares
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 COMPULSÃO SEGUNDO A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL ......... 6
4 SÍNTESE DE INDICADORES DE MUDANÇA: TERAPÊUTICA ........................... 10
4.1 MÉTODO............................................................................................................. 10
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 11
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 12
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1 INTRODUÇÃO

O construto escolhido é a compulsão. A Compulsão é uma atividade repetitiva,


excessiva e um exercício mental sem sentido que uma pessoa realiza na tentativa de
evitar aflição ou preocupação. Trata-se de um comportamento destinado a reduzir o
desconforto psíquico devido a fatores como, por exemplo, a depressão ou ansiedade
(CORDIOLI, 2004).
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é considerado umas das maiores
causas de incapacitação para o trabalho e para a vida acadêmica, uma vez que, em
10% dos casos, sua sintomatologia mostra-se tão incapacitante quanto os sintomas
encontrados em pacientes esquizofrênicos. Na esfera do tratamento, a Terapia
Cognitivo comportamental (TCC) vem demonstrando resultados satisfatórios na
remissão dos sintomas obsessivo-compulsivos devido à união de técnicas cognitivas
e a aplicação da terapia comportamental denominada de Exposição de Prevenção de
Respostas (ANDREATTA; OLIVEIRA, 2012).
Obsessões podem ser definidas como pensamentos, impulsos e imagens
intrusivos que surgem de forma frequente e persistente, e são percebidos como
desagradáveis, enquanto compulsões são comportamentos repetitivos ou atos
mentais executados como resposta às compulsões ou conforme regras inflexíveis. As
obsessões geram um alto nível de ansiedade, medo ou desconforto, interferindo nas
atividades diárias, no relacionamento interpessoal ou ocupando boa parte do tempo
do indivíduo (CLARK; BECK, 2012).
Decisões clínicas baseadas em evidências têm como prerrogativa o uso
consciente, distinto e criterioso das melhores evidências sobre o cuidado individual do
paciente. Dentro dessa perspectiva, busca-se a integração entre a habilidade clínica
individual e a melhor evidência científica criteriosa disponível nas pesquisas
sistemáticas de literatura. Trata-se da psicoterapia baseada em evidências objetivas,
“o esforço em identificar, testar, desenvolver e estimular a disseminação de técnicas
validadas em pesquisas científicas” (BARLOW; DURAND, 2015).
O conteúdo de obsessões e compulsões distingue-se entre a população
acometida, contudo algumas dimensões sintomáticas são comuns no TOC como as
de limpeza (quando as obsessões são por contaminação e as compulsões por
limpeza); simetria (obsessões por simetria e compulsões por organização, contagem
e repetição); pensamentos avaliados como proibidos ou tabus (obsessões agressivas,
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religiosas e sexuais e compulsões alusivas); e ferimentos (medo de ferir a si e a outros


e compulsões de verificações alusivas). São também comuns, dúvidas relacionadas
à possiblidade de falhar, a necessidade de ter certeza, o armazenamento de itens
inúteis e pensamentos supersticiosos com relação a datas, horários, cores e outros
(BARLOW; DURAND, 2015).
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2 COMPULSÃO SEGUNDO A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Para compreender o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é necessário


entender a ansiedade, pois é desse transtorno que se abre uma “porta” para o TOC.
A importância da compreensão desse transtorno é que a partir dele é possível elaborar
um quadro melhor do funcionamento da pessoa com o TOC e também, preparar
estratégias de atendimento no modelo da terapia cognitivo comportamental
(ANDREATTA; OLIVEIRA, 2012).
Assim, tem-se como base o estudo na abordagem da terapia cognitivo
comportamental que, na atualidade, vem obtendo bons efeitos na redução do quadro
de TOC, por meio da utilização de estratégias de prevenção e evitação de respostas,
psicoeducação, medicamentos, questionamento socrático, dentre outros (CLARK;
BECK, 2012).
A terapia cognitiva comportamental permite à pessoa tomar consciência do seu
quadro e a partir disso, elaborar ferramentas que lhe permitem controlar os seus
sintomas. Portanto, a TCC é uma forma de reconstrução reflexiva da auto identidade,
visando superar conflitos típicos da instabilidade da alta modernidade. A pessoa, ao
reconstruir a sua auto identidade, torna-se um permanente construtor da sua vida;
conduzindo, assim, na utilização de atividades/ações que diminuam a recaída ao
TOC, já que, na pós-modernidade, a instabilidade da realidade e o futuro incerto
podem desencadear nas pessoas a insegurança e a consequente ansiedade
(CORDIOLI, 2004).
É comum que os sintomas alterem sua frequência durante a vida do paciente,
podendo até mesmo desaparecer em alguns períodos e retornar posteriormente, no
entanto nunca somem por completo. Em pacientes com TOC, a probabilidade de
remissão espontânea de sintomas é mais baixa se comparada a transtorno de pânico
e transtorno de ansiedade social (BARLOW; DURAND, 2015).
As causas do transtorno não são de todo conhecidas e variam de pessoa para
pessoa, todavia fatores psicológicos, questões genéticas e biológicas tornam mais
provável seu desenvolvimento. Até pouco tempo, o tratamento do TOC mostrava-se
desafiador para profissionais da saúde mental; no entanto, com o desenvolvimento de
técnicas comportamentais, cognitivas e medicamentos antiobsessivos, esse cenário
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foi modificado. As principais terapêuticas empregadas atualmente no tratamento do


TOC são as farmacológicas e as psicoterapias. No entanto, indivíduos que sofrem de
TOC levam, em média, sete anos para procurar tratamento (ANDREATTA; OLIVEIRA,
2012).
As denominações terapia Cognitiva e terapia Cognitivo-comportamental (TCC)
são comumente utilizadas como sinônimas para se referir às psicoterapias baseadas
no modelo cognitivo, sendo que a TCC se utiliza de técnicas cognitivas associadas a
técnicas comportamentais em suas intervenções. A TCC é uma abordagem que se
baseia em dois princípios centrais: 1) as cognições possuem influência controladora
sobre as emoções e os comportamentos e 2) o modo de comportar-se de um indivíduo
pode afetar seus padrões de pensamento e suas emoções (BARLOW; DURAND,
2015).
O objetivo dessa abordagem psicoterápica está centrado na modificação de
pensamentos, significados, em uma mudança emocional e duradoura, bem como na
autonomia do paciente e no alívio e remissão dos sintomas que ele apresenta. Em
suma, o foco dessa abordagem é a identificação e correção de padrões de
pensamento conscientes ou não conscientes (CLARK; BECK, 2012).
O modelo cognitivo parte da teoria de que pensamentos disfuncionais e não
realistas influenciam diretamente o humor e o comportamento do indivíduo, ou seja, a
forma como uma situação é compreendida e avaliada influencia a intensidade dos
sentimentos. Para a interpretação do fenômeno psicológico, o trabalho tem seu foco
nos fatores cognitivos, ou seja, os significados atribuídos pelos indivíduos a
acontecimentos e demais aspectos da sua vida estão, para essa abordagem, inter-
relacionados aos comportamentos: com essas interpretações, o indivíduo formula
hipóteses sobre si mesmo, o mundo e seu futuro (ANDREATTA; OLIVEIRA, 2012).
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) para o TOC tem seu tratamento
focado nos pensamentos automáticos, nas tentativas de neutralização, nas
antecipações catastróficas e na flexibilização de crenças disfuncionais, além de
utilizar-se de análises funcionais, técnicas de EPR, entre outras. A TCC para o TOC
segue as etapas listadas a seguir: 1) avaliação do paciente; 2) fase inicial; 3) fase
intermediária e 4) alta, prevenção de recaídas e terapia de manutenção (CORDIOLI,
2004).
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3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DA COMPULSÃO

Há ainda muita controvérsia sobre os métodos mais adequados para a


avaliação da compulsão. De um modo geral, podemos agrupar os instrumentos de
avaliação em, pelo menos, três categorias: 1) questionários autoaplicáveis; 2)
entrevistas clínicase; 3) automonitoração (ANDREATTA; OLIVEIRA, 2012).
Os questionários autoaplicáveis são fáceis de administrar, eficientes e
econômicos na avaliação de grande número de indivíduos. Vários deles apresentam
propriedades psicométricas adequadas e permitem aos respondentes revelar um
comportamento que, por considerarem vergonhoso, poderia deixá-los relutantes numa
entrevista face-a-face. Alguns fornecem uma medida da gravidade do transtorno
alimentar, podendo ser utilizados na avaliação de mudanças ao longo de um
tratamento (CLARK; BECK, 2012).
Quanto às entrevistas clínicas, a mais utilizada, validada e considerada padrão-
ouro para transtornos alimentares é a Eating Disorder Examination - EDE. O EDE é
uma entrevista clínica semiestruturada que fornece avaliações descritivas da
gravidade da psicopatologia específica dos transtornos alimentares e gera
diagnósticos de acordo com os critérios do DSMIV. Deve ser aplicada por um
entrevistador treinado e pode ser utilizada tanto em estudos populacionais quanto em
pesquisa clínica. A avaliação abrange o período de quatro semanas que precede a
entrevista. Quando utilizada para fins diagnósticos, o período é estendido para três
meses (CLARK; BECK, 2012).
O automonitoramento consiste de diários nos quais os pacientes anotam sua
rotina, geralmente no período de uma semana. É também solicitado ao paciente que
registre seus afetos, cognições e mecanismos compensatórios relacionados à
alimentação. É uma técnica bastante utilizada na Terapia Cognitivo-Comportamental
(TCC) para identificar situações que serão o foco das intervenções, objetivando
mudanças no comportamento (ANDREATTA; OLIVEIRA, 2012).
Pode ser utilizada também em pesquisas sobre desfechos de tratamento e
avaliações clínicas, tendo a vantagem de evitar um possível viés de memória.
Entretanto, o próprio automonitoramento pode resultar em efeito terapêutico,
influenciando a frequência e a natureza dos episódios de CAP, merecendo
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interpretação cuidadosa nos estudos em que for utilizado (BARLOW; DURAND,


2015).
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4 SÍNTESE DE INDICADORES DE MUDANÇA: TERAPÊUTICA

Ao longo do processo terapêutico, alguns indicadores fornecem dados que


permitirão perceber menor necessidade de intervenção por parte do terapeuta, para a
obtenção do insight, ou para que as responsabilidades nas variadas situações sejam
levadas em conta por este, assim remissão da sintomatologia, atenuação da
sintomatologia que permita não mais ser impeditiva para o paciente; modificações na
qualidade das relações pessoais, capacidade para perceber maior prazer das
relações que desenvolve com os demais que detêm significado para este;
modificações na capacidade para as atividades de trabalho, capacidade de realizar
adequadamente e satisfatoriamente trabalho com o aproveitamento, também
adequado, ou reaproveitamento das suas habilidades; capacidade de admitir e
assumir as próprias responsabilidades, o estabelecimento de um lócus de controlo
interno; modificações na transferência e contra transferência, perceptíveis na
harmonia da terapia, por exemplo; insight, capacidade de o paciente olhar para si
mesmo; capacidade de perceber a si mesmo e aos outros de forma mais realista,
observação mais objetiva das suas características, qualidades e defeitos (BARLOW,
DAVID H; DURAND, 2015).

4.1 MÉTODO

A partir do testemunho individual (relato do paciente x) da vivência com o


distúrbio a estudar, procurou-se esquematizar toda a descrição dos pensamentos e
sentimentos do indivíduo, tal como todos os seus comportamentos (rituais e
evitamentos, por exemplo), simulando posteriormente a terapia. A simulação separa-
se em duas fases, a primeira com o uso do modelo cognitivo comportamental, e a
segunda com o uso deste numa sinergia com o modelo psicodinâmico.”
(ANDREATTA; OLIVEIRA, 2012).
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5 CONCLUSÃO

A teoria que mais nos identificamos é da TCC pois analisam construtos através
dos comportamentos e são tratados da mesma forma. Acredito na linha de raciocínio
da reforma do comportamento, aonde alteramos nossos estímulos afim de respostas
positivas, o paciente acompanha toda sua evolução junto ao psicólogo e desfruta dos
resultados.
A partir do referencial teórico construído, foi possível identificar quais as
principais estratégias que são a exposição e prevenção da resposta continuam sendo
consideradas intervenções cruciais. Além dessas, podem ser aplicadas: modelação,
técnicas cognitivas de correção de crenças disfuncionais, técnicas para o tratamento
de obsessões de conteúdo impróprio ou inaceitável, identificação de pensamentos
automáticos e crenças distorcidas, questionamento socrático e estratégias de
prevenção de recaída. A utilização das estratégias deve ser adequada de acordo com
a etapa no qual o atendimento está e também, a característica da pessoa atendida,
bem como, na aderência do paciente e da família junto ao atendimento.
Para que o terapeuta tenha bons resultados é importante que apresente um
plano de atendimento (conceituação cognitiva) flexível e tenha desenvolvido uma boa
relação terapêutica com o paciente e a sua família. O transtorno obsessivo-compulsivo
tem como uma das suas bases a ansiedade, e para que se possa reduzir o aumento
dela é importante que o terapeuta oriente o paciente a ter bons hábitos de qualidade
de vida, tais como: atividade física, meditação, alimentação saudável.
Além disso, o atendimento psicoterápico deve ser realizado junto com o
psiquiatra para ser acompanhada a utilização dos medicamentos. O tratamento não
tem um tempo específico de duração, mas é importante que as sessões tenham uma
estrutura voltada para as necessidades do paciente e da família. A família deve estar
acompanhando o tratamento para fornecer suporte para o paciente e também, realizar
a supervisão das atividades feitas pelo paciente.
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REFERÊNCIAS

ANDREATTA, Ilana; OLIVEIRA, Margareth da S. Manual Prático de Terapia


Cognitivo Comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012.

BARLOW, David H.; DURAND, V. Mark. Psicopatologia: uma abordagem integrada.


2ed. São Paulo: Cengage Learning, 2015.

CLARK, David A.; BECK, Aaron T. Terapia Cognitiva para Transtornos de


Ansiedade. Porto Alegre: Artmed, 2012.

CORDIOLI, Aristides V. Vencendo o Transtorno Obsessivo-compulsivo: manual


da terapia cognitivo-comportamental para pacientes e terapeutas. Porto Alegre:
Artmed, 2004.

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