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ENFRAQUECIMENTO MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO NO PROLAPSO


GENITAL

Ana Carolina Scaramussa¹, Ester Correia Sarmento Rios²


¹Acadêmico do curso de fisioterapia
²Doutora - Docente Multivix – Nova Venécia

1. INTRODUÇÃO

O Assoalho Pélvico (AP), área tão importante do corpo feminino, ainda parece
não estar recebendo a atenção necessária no tocante à prevenção primária de suas
morbidades mais características, mesmo num tempo de consolidação da prevenção
de patologias através da atividade física regular. Entende-se como AP todo o
conjunto de partes moles que fecham a pelve, formado por músculos, ligamentos e
fáscias que oferecem suporte às vísceras abdominais e pélvicas (BRANDENBURG,
2017).
Além de sustentar e suspender os órgãos pélvicos, o AP, mantém a
continência fecal e urinária. Além de também participarem da função sexual e
distender-se em sua porção máxima na passagem do produto conceptual. O
assoalho pélvico consiste dos músculos coccígeos e elevadores do ânus que se
divide em pubococcígeo, ileococcígeo e puborretal e, que conjuntamente são
chamados de diafragma pélvico, que é atravessado à frente pela vagina e uretra e
ao centro pelo canal anal (MELO; ANGELIS; FIGUEIREDO JÚNIOR, 2022).
Os músculos transverso superficial e profundo do períneo, esfíncter da uretra,
isquiocavernoso e bulboesponjoso compõem o diafragma urogenital, a fáscia
endopélvica que é constituída pelos ligamentos pubo-vesical, redondo do útero,
uterossacro e ligamento cervical transverso são importantes para manter as
estruturas pélvicas em suas posições normais (AZEVEDO, 2017).
A constituição do assoalho pélvico se dá através dos ligamentos, músculos,
estruturas ósseas, órgãos reprodutores, fáscia e o reto, onde sua função é
assegurar órgãos e tecidos, além da bexiga, uretra e o útero, ele está entre as
partes genitais e do ânus. De modo que, essa formação tem o objetivo de favorecer
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a proteção e restabelecimento da vagina, através de elementos intrínsecos, assim


como, a presença de elasticidade (ASSIS; SILVA; MARTINS, 2021).
O prolapso representa um problema socioeconômico importante. Entretanto,
os dados epidemiológicos dessa enfermidade são difíceis de serem obtidos, uma
vez que muitas mulheres escondem o fato, aceitando-o como consequência natural
do envelhecimento ou dos partos vaginais. As dificuldades na condução dessa
patologia se iniciaram, no passado, com as dúvidas sobre o conceito de normalidade
e enfermidade (MELO; ANGELIS; FIGUEIREDO JÚNIOR, 2022).
Apesar de não oferecer risco de morte, as distopias genitais oferecem grande
morbidade em mulheres que as apresentam. O tratamento conservador é indicado
para os graus mais leves de prolapsos e envolve mudança de hábitos gerais e
Fisioterapia. A abordagem fisioterapêutica tem grande ênfase no tratamento diante
dessas condições apresentadas, enfatizando o fortalecimento da musculatura
pélvica (SILVA FILHO; FONSECA; CAMILLATO; CANGUSSU, 2013).
A Fisioterapia é um grande instrumento, que busca devolver a função de
forma correta para essas mulheres e uma qualidade de vida, no qual é encontrada
em uma equipe multidisciplinar, capaz de efetuar um diagnóstico cinético-funcional,
produzindo o processo avaliativo de maneira minuciosa. A condição de saúde de
cada paciente, bem como as intervenções fisioterapêuticas se dá conforme as
especificidades de cada caso (MELO; ANGELIS; FIGUEIREDO JÚNIOR, 2022).

1.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

Diante da escassez de novos estudos é importante que sejam realizados


estudos, ampliando a discussão sobre o enfraquecimento muscular do assoalho
pélvico no prolapso genital, uma vez que, inúmeras mulheres têm dificuldade de
realizar a contração de seus músculos perineais, cabendo ao fisioterapeuta
despertá-la a propriocepção dessa região. A importância e justificativa da pesquisa,
do ponto de vista acadêmico, se fez, e faz, permeando a formação dos futuros
fisioterapeutas, aproximando novas discussões e perspectivas sobre o tema.
A pesquisa contribui com subsídios para a atuação do fisioterapeuta no tema,
uma vez que, a força muscular é adquirida através da prática de exercícios
específicos para o assoalho pélvico baseados no preceito de que os movimentos
voluntários repetidos proporcionam aumento da força muscular e seus efeitos
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benéficos incluem desenvolvimento, melhora restauração ou manutenção da força,


da resistência, da mobilidade, da flexibilidade, do relaxamento, da coordenação e da
habilidade através dos movimentos.

1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA

A importância do fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico no


prolapso genital, para melhorar satisfação sexual feminina e prevenir disfunções,
sendo a Fisioterapia cada vez mais participativa e importante no fortalecimento
desta musculatura.

1.3 PROBLEMA DE PESQUISA

Quais são as causas do enfraquecimento muscular do assoalho pélvico no


prolapso genital?

1.4 HIPÓTESE

São variadas as causas de prolapso genital, mas uma das principais é a


gravidez, sendo que o prolapso genital pode acontecer depois de várias gestações
ou até mesmo depois de um parto que acontece por meio do canal vaginal.
Alterações hormonais e obesidade, envelhecimento também podem causar o
prolapso genital.

1.5 OBJETIVOS

1.5.1 OBJETIVO GERAL

Compreender o enfraquecimento muscular do assoalho pélvico no prolapso


genital.

1.5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Descrever a anatomia da pelve feminina.


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Apresentar o assoalho pélvico.


Compreender o prolapso genital.
Conhecer as etiologias, sintomas e tratamento no enfraquecimento muscular do AP
no prolapso genital.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ANATOMIA DA PELVE FEMININA

A pelve é composta pelos ossos do quadril, ílio, ísquio e púbis, sendo


articulado posteriormente, com sacro e anteriormente, com a sínfise púbica,
formando um anel ósseo situado na parte inferior do tronco, alojando os órgãos do
sistema reprodutor feminino, urinário e a parte final do reto e o canal anal. Se
destaca pela complexidade diante de suas estruturas, contornando os músculos,
fáscias, ligamentos e articulações (Figura 1) (CAMILO, 2019).
Figura 1: Anatomia da pelve feminina

Fonte: Brito; Castro; Juliato (2019).

A pelve está dividida em pelve menor, porção inferior e pelve maior, porção
superior, onde a linha terminal se encontra, determinando a abertura superior da
pelve, também denominada estreito superior da pelve. A linha terminal tem início no
promontório do sacro, percorrendo pela linha arqueada do ílio, linha pectínea do
pube tubérculo púbico e pela margem superior da sínfise púbica. Assim, a função da
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pelve é proteger as vísceras encontradas na cavidade da pelve, sendo firme aos


músculos (ASSIS; SILVA; MARTINS, 2021).
Os órgãos pélvicos (Figura 2) estão localizados dentro da cavidade pélvica,
são eles: bexiga, útero e reto, estes órgãos são cercados por uma camada de tecido
músculo-fibroso, que os seguram e os conectam à parede. As fáscias e os
ligamentos têm como função a estabilização e suspensão destes órgãos na sua
anatomia normal. Esses músculos são responsáveis por sustentar esses órgãos em
repouso quando a pressão intra-abdominal aumenta (BARACHO, 2018).
Figura 2: Órgãos Pélvicos

Fonte: Brito; Castro; Juliato (2019).

A pelve feminina evidencia os órgãos como, o útero, a vagina, a bexiga, a


uretra e o reto, dividido em corpo, istmo e colo. O corpo é conhecido com a porção
principal se estendendo até a região inferior do istmo, o colo do útero comunicando-
se com a vagina e ao óstio do útero fazendo uma fenda apresentando os lábios
anterior e inferior. O útero é compreendido pelo ligamento largo, ligamento redondo
do útero e o ligamento transverso do colo do útero (ASSIS; SILVA; MARTINS, 2021).
O tendão perineal também chamado de corpo perineal central, localiza-se na
vagina e no ânus, o no qual, os músculos pélvicos juntamente com os esfíncteres se
agregam, oferecendo auxílio para o assoalho pélvico. Ainda assim, os músculos do
assoalho pélvico hospedam inervações, mediante as vias somáticas, centrais e
viscerais. Tais inervações costumam-se ser executadas em conjunto de nervos,
músculos e ligamentos (BRANDENBURG, 2017).
A bexiga é localizada posteriormente a sínfise púbica, mediante ao útero e a
vagina, nela é armazenada a urina. Composta pelo ligamento pubovesical sendo
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fixado o colo da bexiga ao púbis e entre o útero e o reto obtém o ligamento lateral. A
uretra garante que a urina seja conduzida da bexiga para o meio externo. O músculo
levantador do ânus e o puborretal conseguem se comportar como esfíncter do reto,
pois sua contração tem ação de estimular simultaneamente o reto e o canal anal
(BARACHO, 2018).

2.2 ASSOALHO PÉLVICO

O assoalho pélvico (AP) é formado de músculos, ligamentos e fáscias


colocados de forma a sustentar as vísceras pélvicas, proporcionar uma ação
esfincteriana para a uretra, reto e vagina na mulher e permitir a passagem de um
feto condizentemente. É composto dos diafragmas pélvicos inferior e superior, e dos
septos vesicovaginais e retovaginais, que unem os dois diafragmas, o períneo e o
cóccix. As estruturas necessárias inserem ligamentos cervicais transversos e os
músculos grandes glúteo (ASSIS; SILVA; MARTINS, 2021).
A função dos músculos do assoalho é proteger os órgãos pélvicos, podendo
exercer o papel de contração através do tecido conjuntivo com envolvimento da
fáscia. Essa contração se dá pelo movimento de elevação consequentemente sendo
tapado por meio da vagina e dos esfíncteres uretral e anal, devido aos níveis
elevados de pressão intra-abdominal, responsáveis por assegurar a continência
(COSTA, 2018).
No que o detrusor da bexiga é contraído há um relaxamento do esfíncter
uretral, resultando na micção. Na defecação, o músculo puborretal e o esfíncter anal
são relaxados dando abertura para as fezes. Portanto o relaxamento acontece de
maneira normal tanto na micção e na defecação sob o manejo do sistema nervoso
autônomo (EICKMEYER, 2017).
Existente na pelve os músculos considerados superficiais, formados por
isquioscarvenoso, bulboesponjoso, transversos perineais superficiais e profundos. A
junção dos músculos levantador do ânus com o músculo coccígeo e a fáscia
endopélvica tendem a pavimentar o interior das paredes da pelve e são inervados
por meio de filetes na 3º e 4º nervos sacrais (COSTA, 2018).
No que diz respeito ao músculo coccígeo, observa-se que ele ratifica o
assoalho pélvico posterior, sendo originado da espinha isquiática, tornando-se
incluído nos ossos inferiores do sacro-coccígeos próximo ao ligamento
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sacroespinhoso. O piriforme é um músculo identificado no sacro anterior, juntamente


com o ligamento sacrotuberoso, cobrindo as paredes laterais, estável na borda
superior do trocânter maior (ASSIS; SILVA; MARTINS, 2021).
A saúde dos músculos pélvicos é fundamental para manter a integridade e o
bom funcionamento da vagina e da uretra e a posição dos órgãos dentro da pélvis.
Os músculos pélvicos controlam o fluxo de urina, a contração (aperto) da vagina e o
bom fechamento do ânus. Tanto a uretra quanto o ânus têm um esfíncter (músculos
especiais que funcionam como fechaduras) que garantem a retenção da urina e
fezes. O assoalho pélvico é composto de várias camadas de músculos suspensos
como uma “rede” pendurada em dois pontos, na frente e atrás da pélvis. Além dessa
rede, os músculos também formam um triângulo (CARVALHO; IBIAPINA;
MACHADO, 2021).

2.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROLAPSO GENITAL

O prolapso é considerado uma hérnia do conteúdo pélvico pelo canal vaginal


e vários fatores de risco para sua ocorrência são sugeridos. É objetivamente descrito
como um enfraquecimento ou defeito nos órgãos pélvicos de suspensão, os quais
são ancorados através de ligamentos e estruturas de sustentação constituídas por
fáscias e músculos. O baixo nível socioeconômico é um fator frequente nas
pacientes com prolapso uterino, tendo como conceito a saída pelo canal vaginal do
ápice da vagina (colo do útero e toda parede vaginal) (ROGERS 2022).
Outrossim, é uma patologia com poucos dados, uma vez que as pacientes
que permanecem no estágio inicial da doença acabam não revelando a patologia,
aceitando a mesma como um problema consequente a senilidade e da multiparidade
vaginal. Outro problema que atrapalha a análise da prevalência é a existência de
diferentes sistemas de classificação para diagnósticos e a não diferenciação em
mulheres sintomáticas e assintomáticas (DRIUSSO; BELEZA, 2018).
O prolapso genital, como a grande maioria das patologias, no padrão
ginecológico tem um grande impacto no bem-estar de vida da mulher por causar
comprometimentos das condições de vida, uma vez que leva a mesma a
desenvolver quadros como incontinência urinária, aumento do fluxo vesical,
disfunção sexual e anorretais. Em sua grande maioria, aparecendo em mulheres
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idosas, quando falamos de idosas entre 70-79 anos, cerca de 50% apresentam
disfunção do assoalho pélvico (DAMASCENO; SOUZA; JUNIOR, 2020).
Diversos fatores de risco estão associados ao surgimento da fraqueza da
musculatura pélvica, que leva a sua evolução à patologia citada, um deles é a
paridade que é diretamente proporcional ao aumento do risco de desenvolvimento.
Entre as mulheres que tiveram filhos, as estimativas são de que 75% do prolapso
pode ser atribuído à gravidez e ao parto, como também a idade avançada aumenta
o risco por conta da atrofia do assoalho pélvico que leva a diminuição do tônus
muscular do mesmo (ROGERS, 2022).
Todos esses fatores interferem de maneira direta na sustentação anatômica
do assoalho pélvico que é feito entre a relação dos músculos da região e as ligações
do tecido conjuntivo à pelve óssea. O suporte primário é fornecido pelos músculos
pubococcígeo, puborrectal e iliococcígeo geram uma base sólida onde órgãos
pélvicos se amparam, tem um carácter elástico que com o envelhecimento e esforço
podem tornar esse complexo enfraquecido. A fáscia endopélvica estabiliza os
órgãos pélvicos na posição correta para que sejam suportados pelos músculos
pélvicos (AZEVEDO, 2017).
O prolapso propriamente dito ou a saída da cúpula vaginal leva o nome de
prolapso de compartimento apical, que se define como descida do ápice a vagina ou
além do intróito vaginal. Como também pode ser o útero completo ou apenas o colo
do útero ou a abóbada vaginal dependendo se a mulher foi submetida a
histerectomia. E por fim, a procidência uterina que é a herniação de todos os três
compartimentos através do intróito vaginal (ASSIS; SILVA; MARTINS, 2021).
O prolapso genital pode ser definido como o deslocamento inferior dos órgãos
pélvicos em direção ao hiato genital decorrente de desarmonia entre as forças de
retenção das vísceras pélvicas e as forças que as projetam para fora da pelve. As
quais podem ser decorrentes de fatores congênitos, como os de origem neurológica,
acarretando paralisia flácida dos músculos do assoalho pélvico (AP), defeitos
estruturais ou bioquímicos do tecido endopélvico, ou ainda fatores como: histórico de
partos, idade avançada, alterações posturais, obesidade ou a prática de atividades
que exijam aumento repetitivo da pressão abdominal (ARAÚJO; MONTEIRO;
SIQUEIRA, 2021).
Dentre todos os fatores causais, o parto vaginal é a origem mais comum de
lesões do AP. Durante o trabalho de parto, a musculatura do assoalho pélvico (MAP)
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sofre um significante estiramento de suas fibras, além do suportável. Todas as


mulheres, durante o parto vaginal, sofrem algum grau de estiramento em sua
musculatura, porém somente algumas experimentam lesões (EPAMINONDAS,
2019).
Vários são os sintomas que podem estar associados aos compartimentos
anatômicos onde existe o prolapso. Quando está presente na parede vaginal
anterior, os sintomas relatados são, geralmente, relacionados à micção, como:
incontinência ou retenção urinária e urgência miccional; quando no compartimento
posterior, os sintomas estão, na maioria dos casos, associados a disfunções da
defecação (FERREIRA, 2018). Porém, outros sintomas gerais, como: sensação de
peso, desconforto, dor vaginal ou queixas sexuais, que podem estar presentes
independentemente do compartimento acometido. Os sintomas não estão presentes
em todas as mulheres com distopias genitais, nem estão, necessariamente,
relacionados ao grau do prolapso, no entanto, representam um impacto significativo
na qualidade de vida (GONZÁLEZ, 2020).
Quando há um descenso da bexiga na cavidade pélvica, ocorre um
desalinhamento das estruturas, dificultando o controle na abertura e fechamento
uretral. Quando o prolapso é muito acentuado, a contração do músculo levantador
do ânus não atua sobre a uretra, mas, sobre a região posterior da bexiga, há então
um redirecionamento da uretra ao nível de colo vesical e, consequentemente, ocorre
a retenção ou obstrução urinária (HOLZSCHUH; SUDBRACK, 2019).
É comum existir incontinência urinária por esforço oculta. Devido a obstrução,
a perda de urina aos esforços só é notada após uma redução do prolapso em testes
pré-cirúrgicos. As disfunções miccionais estão, geralmente, acompanhadas de
sintomas como micção prolongada e interrompida e mudança de posição para iniciar
a micção. Por fim, o prolapso genital corresponde ao deslocamento dos órgãos
pélvicos para a vagina devido à fraqueza do tecido muscular que mantém os órgãos
pélvicos internos no lugar (FERREIRA, 2018).

2.4 Etiologias, sintomas e tratamento no enfraquecimento muscular do AP no


prolapso genital
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Cada vez mais a saúde da mulher vem sendo como parte da saúde global e
bem-estar da mulher, que no decorrer da vida as mulheres passam por fases e
períodos específicos que são determinados por mudanças físicas, hormonais e
psicológicas (HOLZSCHUH; SUDBRACK, 2019).
O assoalho pélvico é composto por músculos e ligamentos responsáveis pela
sustentação dos órgãos pélvicos e abdominais. A saúde dos músculos do assoalho
pélvico é essencial para manter o funcionamento harmonioso da vagina, uretra e
órgãos da pelve. Sinais e sintomas relacionados às disfunções do assoalho pélvico
são muito comuns e reforçam a necessidade da investigação da força muscular,
principalmente em mulheres com queixas pélvicas (GONZÁLEZ, 2020).
Entre as funções mais importantes dos músculos do assoalho pélvico,
destaca-se a manutenção da posição anatômica dos órgãos pélvicos, um bom
desempenho sexual e, quando devidamente fortalecido, a prevenção de disfunções
pélvicas. No entanto, esses músculos são suscetíveis à atrofia ou enfraquecimento,
o que pode comprometer aspectos como o desempenho sexual, pois a sensação de
pressão intravaginal é reduzida, dificultando a atividade sexual da mulher e do
parceiro (LOPES, 2017).
Outro problema frequente associado ao enfraquecimento desta musculatura
é o envelhecimento, responsável pelo desgaste natural das fibras musculares que
podem levar à atrofia; os problemas congênitos; a obesidade; a gravidez e o parto,
que podem afetar parte do complexo esfincteriano; os distúrbios psíquicos
(ansiedade, depressão e ataques de pânico); a constipação; os distúrbios
alimentares; a atividade sexual e a contracepção oral combinada (ARAÚJO;
MONTEIRO; SIQUEIRA, 2021).
É importante fortalecer os músculos do assoalho pélvico para evitar
complicações. Ter os músculos da pelve fortes e seus ossos bem posicionados
melhora o bem estar da mulher. Como qualquer outro músculo esquelético, os
músculos do períneo, também têm a propriedade de aumentar o tônus estático e a
força de resposta rápida. Sendo assim, a fisioterapia torna-se cada vez mais
participativa na reabilitação desta musculatura (NOGUEIRA; MACEDO; LEITE,
2020).
O fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico está fundamentado no
preceito de que movimentos voluntários repetidos proporcionam aumento da força
muscular. Assim, os exercícios para o períneo são bastante benéficos por promover
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fortalecimento dos elementos de sustentação e por melhorar a resistência uretral


(MESQUITA, 2020).

3. METODOLOGIA

A pesquisa será desenvolvida fazendo uso da metodologia de pesquisa


bibliográfica, de cunho qualitativo e descritivo, permitindo conhecer e compreender
mais sobre a importância do tema em questão, utilizando as bases de buscas
Scientific Electronic Library Online (SciELO) e PubMed. Serão utilizados termos para
identificar artigos em português e em inglês: fortalecimento muscular; assoalho
pélvico; prolapso genital, “muscle strengthening”; “pelvic floor”; “genital prolapse”. No
curso da pesquisa serão selecionados artigos que apresentem o conceito do
fortalecimento muscular do assoalho pélvico e do prolapso genital e excluídos artigos
que não apresentam apresentem o conceito do fortalecimento muscular do assoalho
pélvico e do prolapso genital

4. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA

2023
ATIVIDADES AGO SET OUT NOV
Revisão das referências para
5.
elaboração do TCC. X
Elaboração do Capítulo 1. X
Revisão e reestruturação do
Capítulo 1 e elaboração do Capítulo X
2.
Revisão e reestruturação dos
Capítulos 1 e 2. Elaboração do X
Capítulo 3.
Elaboração das considerações X
finais. Revisão da Introdução.
Reestruturação e revisão de todo o X
texto. Verificação das referências
utilizadas.
X
Elaboração de todos os elementos
pré e pós-textuais.
Entrega do TCC X
REFERÊNCIAS
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