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Fisioterapia na Dor Lombar e Sacro-Iliaca em Gestantes


Délia Juliana Cabral¹
djfisio@hotmail.com
Dayana Priscila Maia Mejia²
Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual –
Faculdade Ávila

Resumo
Este trabalho realizado através de revisão bibliográfica, aborda o uso da Fisioterapia na
Dor Lombar e Sacro-Iliaca em Gestantes
As alterações músculo-esqueléticas durante a gestação são acontecimentos fisiológicos que,
muitas vezes, são acompanhadas de dores e disfunções articulares. O pré-natal é
fundamentado na diminuição da mortalidade e morbidade de mãe e feto, porém, já vem sendo
visto também como preparação para o corpo materno, prevenindo possíveis dores no
período.
A dor lombar e sacro-iliaca na gestação acomete cerca de 50% das gestantes, causando
importantes transtornos sociais. Apesar disso, ela vem sendo considerada como uma
ocorrência normal e até esperada na gravidez, o que tem contribuído para a falta de adoção
de medidas profiláticas e de alívio.
Este artigo tem como objetivo geral, verificar a presença de alterações musculoesqueléticas e
algias na coluna lombar e articulação sacro-ilíaca de gestantes e apresentar suas possíveis
formas de tratamento fisioterapêutico.
Para atingir esse objetivo é necessário conhecer as várias mudanças biomecanicas e
fisiologicas que ocorrem no corpo da mulher no periodo gestacional; identificar o
predominio de algias da coluna lombar e sacro-iliaca e descrever algumas técnicas
fisioterapeuticas, suas definições, conceitos, princípios básicos com o intuito de fornecer
mais uma fonte de pesquisa para os profissionais da área da fisioterapia.
A Fisioterapia hoje se faz fundamental, pois intervem sobre o movimento humano em todas
suas formas de expressão com o intuito de realizar a preservação, manutenção, promoção,
desenvolvimento e restauração da integridade de órgãos, sistemas e funções.
Palavras-chave: Dor Lombar; Gestantes; Fisioterapia.

1. Introdução
Em 1899, a dor lombar e sacro-iliaca era um dos problemas mais negligenciados na gestação.
Tal situação ainda se sustenta nos dias de hoje, sob a fundamentação de que a lombalgia é um
desconforto inerente ao período gestacional e, portanto, de ocorrência normal não requerendo
adoção de medidas preventivas ou de alívio
Em nossa prática como profissionais de saúde que trabalham com gestantes, percebemos as
repercussões dessas concepções que invisibilizam o problema, verificada pela não indicação
de medidas de alívio a um grande número de gestantes que se queixam de lombalgia e pelas
repercussões negativas deste sintoma em suas vidas. Existem medidas preventivas à serem
adotadas antes e durante a gestação, que deveriam ser difundidas por todos os que trabalham
com a saúde da mulher. No entanto, percebemos que o maior empecilho para a indicação
dessas medidas é o fato dos próprios profissionais de saúde não considerarem esta queixa
importante.
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¹ Pós Graduanda em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual
² Orientadora, Fisioterapeuta Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito
em Saúde
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Durante o progredir da gestação, o organismo da mulher manifesta modificações, tanto


anatômicas como de funcionalidade, atravessando um processo de adaptação e constituindo
uma série de acontecimentos sob suas articulações, em especial à coluna vertebral, que se
tornam necessárias para manter o feto estabilizado na região da pelve e preparar o esqueleto
materno para o momento do parto (KNOPLICH, 2003).
Um momento tão importante na vida deve ser acompanhado do mínimo de desconforto
possível, para que essa fase transcorra com tranqüilidade e a gestante compartilhe sua saúde
com o novo ser em desenvolvimento.
É notório que o ser humano possui uma estrutura física individual e pessoal, qualquer
mudança nessa estrutura manifesta sofrimento para o corpo que foi desenvolvido e está
habituado a uma fisiologia definida. Usualmente a revelação de algias causa irregularidade da
biomecânica articular que afetam o percurso normal do sistema nervoso.
Para Melhado e Soler (2004) as modificações sentidas pela gestante trazem desconfortos e
apontam a lombalgia como a principal delas. Um estudo que contou com a participação de
104 mulheres grávidas apontou 76,9% delas referindo lombalgia.
Particularmente no terceiro trimestre as mudanças no sistema musculoesquelético podem
intensificar essa algia, conforme as atividades realizadas por essa mulher.
Publicações que destacam alterações de curvatura lombar nas gestantes e lombalgia durante o
ciclo gravídico puerperal relacionam o aumento da lordose lombar, o aumento de peso
causando sobrecarga das articulações e a lassidão ligamentar, hormonalmente mediada, com o
surgimento do desconforto na região lombar (PERKINS; HAMMER; LOUBERT, 1998).
Sabendo da importância de ter conhecimento sobre o assunto, pretende-se através das
bibliografias existentes estudar os sintomas que acometem a coluna lombar e sacro-iliaca da
mulher no periodo gestacional, bem como suas alterações biomecanicas e fisiologicas e
descrever os recursos fisioterápicos que podem ser utilizados.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Revisão Anatômica
A coluna vertebral sustenta a cabeça e o tronco e é constituída por vértebras, discos
intervertebrais e ligamentos, os quais se estendem do crânio ao ápice do cóccix (DÂNGELO
E FATTINI, 2003). A coluna vertebral constitui um importante eixo de comunicação entre o
sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico, por meio da medula espinhal, contida
no canal medular da coluna vertebral. As principais funções da coluna vertebral são: proteger
a medula espinhal, sustentar o peso do corpo, oferecer eixo rígido e flexível para o corpo,
proporcionando assim uma boa postura e locomoção (MOORE E DALLEY,2006).
Para exercer essas funções, a coluna sofreu evoluções como, por exemplo, o surgimento das
curvaturas fisiológicas – lordoses cervical e lombar e cifoses torácica e sacral -, as quais são
responsáveis pelo equilíbrio da coluna vertebral (KISNER E COLBY, 2005). Com esta
evolução o ser humano passou a trabalhar usando o corpo como alavanca (LEMOS et al
2003).
As patologias associadas à coluna são freqüentes, mais comum e mais precoces, ocorre em
função da longevidade, sedentarismo, desrespeito as questões ergonômicas nos locais de
trabalho e isso ocasiona um maior desgaste e estresse dessas estruturas.
A coluna lombar tem função de sustentação da cabeça, tronco, membros superiores,
movimento, e proteger a medula espinhal. É constituída por cinco vértebras, sendo maiores
em tamanho, discos de altura anterior duas vezes maior que da região posterior, com forma
em cunha contribuindo para a formação da lordose (KNOPLICH, 1982).
A cartilagem articular dos corpos vertebrais tem espessura pequena, os pedículos são mais
curtos e os processos transversos longos, as lâminas são mais estreitas que os corpos, e não
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são muito longas, os processos articulares são mais fortes e na parte posterior tem o
prolongamento arredondado (HEBERT E XAVIER, 1995).
Segundo Hebert e Xavier (1995), a coluna lombar é irrigada pelas artérias segmentares
originarias da aorta. A inervação é oriunda de ramos dos nervos espinhais: nervos meníngeos
recorrentes e ramos da divisão primária posterior.
O corpo humano compõe estruturas (ossos, ligamentos, articulações) que mantém o corpo em
uma postura e movem-no para outras.
O disco intervertebral tem papel importante para estabilidade da lombar, pois tem funções
como resistir a forças compressivas e contrações musculares, resistir a cargas externas que
possam atingir a coluna vertebral, resistir a excessos de movimento, suportar forças de torção
e encurvamento sobre a coluna. Além da estabilização feita pelo disco intervertebral, há
ligamentos que também são responsáveis pela estabilidade estática da coluna, são eles:
ligamentos longitudinais anteriores e posteriores, ligamento amarelo, ligamentos capsulares,
ligamentos interespinhosos e supraespinhosos (HEBERT E XAVIER, 1995).
A estabilização dinâmica da coluna é feita pela musculatura que são divididos em músculos
intrínsecos e extrínsecos como interespinhais, intertransversais, transversoespinhais, eretores
da coluna, multífidos, qudrado lombar e outros (HEBERT E XAVIER, 1995; MOREIRA E
RUSSO, 2005). A contração do serrátil posterior inferior, oblíquos interno e do abdômen e
transverso do abdômen aumentam a tensão através da aponeurose produzindo forças
estabilizadoras para a coluna lombar (KISNER E COLBY, 2005).
Segundo Hebert e Xavier (1995), os movimentos predominantes da lombar são flexão e
extensão tendo relação com as facetas articulares.
A articulação Sacroilíaca são em número de cinco vértebras fundidas no desenvolvimento.
Formado por quatro faces e duas bordas.
Na face anterior ou pélvica podemos notar as linhas transversais ou cristas transversais e os
forames sacrais anteriores. Na face dorsal encontramos os forames sacrais posteriores e a
linha média, intermédia e lateral, hiato sacral, forames sacrais dorsais, tuberosidade sacral e
cornos sacrais. Lateralmente encontramos as asas do sacro e a tuberosidade sacral.
Na base temos o promotório e os processos articulares superiores e ainda no ápice têm a face
articular para o cóccix. O centro de gravidade do corpo está localizado logo a frente do
promotório sacral.
A articulação sacroilíaca conecta o sacro (osso triangular no final da coluna) com a pelve
(osso ilíaco). Ela transmite todas as forças da parte superior do corpo para a pelve e pernas.
Não há muito movimento nesta articulação e ela é muito forte. O sacro é mais largo e curto
nas mulheres comparando com os homens. Mulheres jovens e de média idade são mais
susceptíveis a desenvolver disfunção da articulação sacrilíaca, uma condição na qual a dor
geralmente se concentra em um lado da lombar e se irradia para a perna até o joelho.
A dor lombar é uma queixa comum na gravidez e já é algo esperado pelos médicos, sendo
considerada apenas mais um desconforto dessa fase. Entretanto, ela pode causar incapacidade
motora, insônia e depressão, sintomas esses que impedem a gestante de continuar sua rotina
habitual (NOVAES; SHIMO; LOPES, 2006).

Definição
A dor lombar é considerada questão de saúde pública e é a principal causa de absenteísmo do
trabalho entre adultos jovens e economicamente ativos. A Organização Mundial de Saúde
(OMS) estima que a prevalência e a incidência é a mesma em todo planeta, porém alguns
Estudos divergem quanto ao percentual exato.
Caracteriza-se como lombalgia quando o paciente apresenta-se com queixas de dor, muitas
vezes mal caracterizadas, mas não exatamente associados a algum fator traumático como
levantar um peso. As causas de dores funcionais são baseadas em um desequilíbrio entre o
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que a coluna tem de condicionamento para realizar e o que ela exerce, como por exemplo,
exageros em atividade física (HEBERT E XAVIER, 1995).
Se houver deslocamento de peso para fora da linha da gravidade, a coluna faz uma
compensação para recuperar o equilíbrio, o que acontece com as gestantes (KISNER E
COLBY, 2005).
Muitas pessoas acreditam que a hérnia de disco é a única causa de dor lombar, mas isto não é
verdade.
As articulações sacroilíacas suportam o peso do tronco e estão, portanto sujeitas ao
desenvolvimento da dor por entorse e artrite. A medida que a articulação envelhece, o espaço
intra-articular fica menor. Os ligamentos e a própria articulação sacroilíaca recebem
inervação provenientes de L4 e L5 a maior contribuição para a inervação da articulação. Essa
inervação diferenciada pode ajudar a explicar a natureza mal definida da dor sacroilíaca.
A articulação sacroilíaca possui movimentação muito limitada, e essa movimentação é
induzida por alterações das forças colocadas sobre a articulação por alterações na postura e
peso colocado sobre a articulação. Freqüentemente a dor da articulação sacroilíaca é
confundida com dor de hérnia de disco ou dor da articulação coxo femoral.
As superfícies da articulação permanecem planas até os vinte anos de idade, mas com o tempo
há um aumento no número e no tamanho das elevações e depressões das superfícies
articulares, o que acentua o atrito e a estabilidade da articulação. As estruturas ligamentosas,
que são as mais fortes do corpo, se localizam anteriormente e posteriormente, contribuindo
para a estabilidade da articulação.
A disfunção na articulação sacroilíaca pode ser por trauma, gravidez, e movimentos
repetitivos, caracterizando ainda que a gravidez e a menstruação, produz maior mobilidade a
esta articulação devido a fatores hormonais.
A lombalgia é a dor que ocorre nas regiões lombares inferiores, lombossacrais ou sacroilíacas
da coluna lombar. Ela pode ser acompanhada de dor que se irradia para uma ou ambas as
nádegas ou para as pernas na distribuição do nervo ciático (dor ciática).

Fisiopatologia
O período gravídico se difere pela série de adaptações fisiológicas, visando à criação de um
ambiente sublime para o novo ser. Na maioria dos casos, essas adaptações geram efeitos
colaterais, atingindo sistema endócrino, cardiovascular, respiratório, urinário e músculo-
esquelético (ROMEM; MASAKI; ARTAL, 1999).
Durante o período gestacional, ocorrem mudanças em todo corpo da gestante, que afetam em
particular o sistema músculo-esquelético, resultando em modificações hormonalmente
mediadas no colágeno e no músculo involuntário; aumento no volume e fluxo sangüíneos
para o útero e rins; crescimento do feto ocasionando uma ampliação e deslocamento do útero;
aumento do peso corporal e mudanças no centro de gravidade e postura, causadas
principalmente pela dilatação do abdome (POLDEN; MANTLE, 2002; MARTINS; SILVA,
2005).
Rezende; Montenegro (2008) estabelece que os acontecimentos endócrinos que ocorrem entre
mãe e feto, através da placenta, têm papel fundamental para o desenvolvimento fetal e
lactação.
No período gestacional, as quantidades extremas de estrogênio causam o aumento do útero
materno assim como das mamas e da genitália externa, e o crescimento dos ductos da mama.
A articulação sacro-ilíaca feminina necessita de maior mobilidade do que o sexo masculino,
devido à gravidez e parto. Para facilitar a passagem do feto no parto, o estrogênio causa o
relaxamento dos ligamentos pélvicos, tornado a articulação sacro-ilíaca e a sínfise púbica
flexíveis. A relaxina, hormônio produzido pelo corpo lúteo somente na gravidez, apresentou,
em estudos com animais, um relaxamento sobre as mesmas articulações, através de liberação
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de colágeno do colo uterino, se tornando o principal responsável pelo aumento de mobilidade


pélvica (COX, 1990; GUYTON; HALL, 2006; VALADARES, 2002).
A freqüência de dor lombar durante a gravidez varia entre 42.5% e 90% das gestantes e seu
mecanismo principal tem etiologia na relaxina e seu efeito sobre a articulação pélvica
(FORRESTER; ANRIG, 1998).
Guyton (2006) enfatiza que o hormônio progesterona apresenta um papel essencial no período
gestacional, trabalhando em conjunto ao estrogênio para o preparo das mamas no período de
lactação, estimulando o aumento da amplitude respiratória e diminuindo a contratilidade do
útero para que não ocorra aborto espontâneo. Por outro lado, Baracho; Almeida (2002)
descreve que a progesterona pode causar uma diminuição da contratilidade na musculatura
lisa em geral, afetando estômago, bexiga, ureteres, vasos sangüíneos, causando constipação,
estase da urina.
Já no início do período gravídico, a mulher pode apresentar cansaço e malestar, causados por
uma anemia fisiológica da gravidez. O que ocorre é um aumento de cerca de 40% no volume
sangüíneo, para atender a crescente necessidade que a parede uterina tem para auxiliar a
placenta. Também é constatado um aumento no plasma sangüíneo maior do que de células
vermelhas, causando uma queda no nível de hemoglobina de 80% (POLDEN; MANTLE,
2002).
O débito cardíaco e a vasodilatação periférica são as mudanças hemodinâmicas mais
importantes desse sistema. Segundo Rezende; Montenegro (2008) e Valadares (2002), o
rendimento cardíaco aumenta cerca de 30 a 40%. Isso se dá por acréscimo no volume sistólico
e pelo aumento de volume plasmático. A postura influencia diretamente sobre o retorno
venoso, uma vez que em decúbito dorsal, a veia cava inferior é comprimida pelo útero,
ocasionando uma diminuição do débito cardíaco, normalmente após a 32ª semana. As veias
pélvicas tendem a aumentar cerca de três vezes o seu diâmetro, causando compressão e edema
em membros inferiores.
Todas essas mudanças circulatórias ficam mais complexas conforme ocorre o aumento de
peso corporal. Ao levantar da posição de decúbito ou estando muito tempo em pé, a gestante
pode sentir-se sem força, devido à queda da pressão sangüínea (POLDEN, 2002).
A base de sustentação do tronco é formada pelos ossos pélvicos, articulações e ligamentos,
sendo através deles que o peso corporal é transmitido às extremidades inferiores. No estado
gravídico, a mulher passa por um processo adaptativo de tais estruturas (MESQUITA, 2001).
Mesquita (2001); Valadares (2002) afirma ainda que essas alterações no sistema osteoarticular
se dêem por deposição insuficiente de cálcio na matriz óssea, pois uma parcela de cálcio é
retirada do organismo materno para ser depositada no sistema ósseo do feto. A ação dos
hormônios na gravidez são fundamentais para o fornecimento de cálcio, componente
indispensável para a formação da estrutura óssea do feto.
Os ligamentos são estruturas necessárias para manter estabilização das articulações. A
flexibilidade articular é controlada pelo sistema endócrino. Através do estrogênio e relaxina,
as articulações têm sua mobilidade aumentada no período gestacional, tendo função
facilitadora nos ossos pélvicos, visando à hora do parto. Essa liberação hormonal causa um
relaxamento dos ligamentos e cartilagens e um aumento do fluído sinovial, provocando a
dilatação da pelve e, dessa maneira, uma marcha desequilibrada (ROMEM; MASAKI;
ARTAL, 1999).
Muitos autores acreditam que o movimento da articulação sacro-ilíaca acontece somente em
mulheres grávidas, devido à liberação da relaxina que alonga a medida da pelve feminina de 8
milímetros para 13 milímetros (COX, 2002).
O útero transforma-se em um órgão abdominal, de contato direto com a parede do abdome,
pois causa deslocamento do intestino. Sua dimensão multiplicase cerca de 150 vezes e sua
capacidade chega a aumentar 1000 vezes. O órgão, junto com o seu conteúdo no termo, eleva
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em média 6 kg ao peso da mulher. Devido a essas modificações, a mulher desloca seu centro
de gravidade, aumenta progressivamente a lordose lombar e cervical, bem como a cifose
torácica e desenvolve a rotação da pelve sobre o fêmur (ROMEM; MASAKI; ARTAL, 1999).
Cerca de seis meses após o parto, a mulher pode apresentar ainda vestígios dessa
hipermobilidade. Estudos sugerem que essa flexibilidade aumentada se dá por esgotamento do
colágeno nos tecidos, adquirindo uma forma modeladora (POLDEN; MANTLE, 2002).

Avaliação Postural (Alterações Biomecânicas e Fisiologicas)


A avaliação postural revela uma interpretação do movimento, com a pessoa parada. Ela pode
exibir um desequilíbrio muscular ou do sistema locomotor (COX,2002).
Na gravidez a mulher irá apresentar alterações perceptíveis na avaliação postural devido ao
aumento de peso e influência hormonal sobre o sistema osteoarticular.
Segundo Noro e Fujikawa (2006), a coluna lombar assume a posição lordótica devido a uma
compensação da angulação do sacro, que é, num plano horizontal, de 42-45°, tendo um
aumento de 8° em pé.
De acordo com MARCHIORI, (1999), numa projeção lateral da coluna lombar, para delinear
o ângulo da curvatura, são traçadas linhas perpendiculares na placa terminal de L1 e na base
do sacro. Obtém-se então o ângulo de 50-60° de lordose.
Quando a postura está equilibrada, o ângulo sacral é de 32°, traçando assim uma harmonia na
lordose lombar e nas articulações vertebrais posteriores (BRICOT, 2004).
A postura durante o período gestacional muda, antecipando uma expansão no volume do útero
da gestante. O corpo é jogado para trás por necessidade de compensação, quando a pelve se
apóia sobre a parede abdominal, as mamas aumentam e pesam no tórax, o centro de gravidade
é então desviado para frente (REZENDE; MONTENEGRO, 2008).
Com o centro de gravidade alterado é preciso que a mulher adapte sua postura com o intuito
de compensar essa alteração. A maneira como a mulher se adapta a essa mudança do seu
corpo é muito individual e, pode ser dada pela sua força muscular ou flexibilidade articular
(POLDEN; MANTLE, 2002).
O aumento das mamas é um fator contribuinte para a alteração no centro de gravidade. A
necessidade de obter estabilidade gera uma carga maior sobre músculos e ligamentos na
coluna vertebral, por isso, a lombalgia torna-se muito comum. Acredita-se que a mudança do
alinhamento da coluna e bacia seja a explicação para o surgimento de lombalgia e
lombociatalgia na gestação (KNOPLICH, 2003; ROMEM; MASAKI; ARTAL, 1999).
Quando a gestante está em posição ortostática, a alteração de postura é visível. Para se manter
em equilíbrio, ela desloca o ventre anteriormente e enfatiza a lordose da coluna lombar,
causando modificações no eixo da pelve (REZENDE; MONTENEGRO, 2008).
As curvaturas da coluna vertebral são acentuadas para a maioria das gestantes. Supõe-se que o
aumento da lordose lombar é gerado por uma maior inclinação pélvica, contudo, um estudo
citado por Bullock et all (1987, apud POLDEN e MANTLE, 2002) afirma que se pode
certificar apenas o fato de que cerca de 50% das gestantes apresentam dores nas costas,
provavelmente pelo aumento de peso corporal resultando em mais pressão na coluna e nas
articulações.
Com a finalidade de compensar a lordose lombar aumentada, ocorre um aumento da flexão
cervical e abdução de ombros. Esse posicionamento pode causar parestesias no trajeto
percorrido pelo nervo mediano e ulnar e diminuição de força motora, caracterizando assim, a
síndrome do túnel do carpo. Essa síndrome pode ser causada também por uma maior retenção
de água no terceiro trimestre, resultando em edema de tornozelos e pés e causando aumento
de pressão sobre os nervos, limitando também a extensão da articulação (POLDEN;
MANTLE, 2002;ROMEM; MASAKI; ARTAL, 1999).
Para Knoplich (2003), as modificações da postura da gestante são comumente acompanhadas
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pelo aumento da lordose lombar, porém, também existem casos em que ocorre uma
retificação desse segmento, ocasionando compensações nas curvaturas cervicais e torácicas. O
evento de retificação da lordose lombar pode ser causado pela verticalização do ílio devido à
retração dos músculos isquiotibiais; o grande período estando na posição sentada; a pratica
excessiva de exercícios ou posturas para reduzir a lordose lombar, causando a inversão da
curvatura e, principalmente a mudança nos hábitos diários que contribuem para alterações
posturais. Como a hiperlordose é uma alteração na curvatura a favor da fisiologia normal e a
hipolordose é uma alteração contra a fisiologia normal, pode-se presumir que a última seja
causa de queixas de dor com maior agressividade (ALMEIDA; SOUZA, 2002).
Na pesquisa de Sperandio e Araújo (2003) as alterações ocorridas no corpo da gestante
influenciam em vários sistemas da mulher, inclusive mudanças no mecanismo da marcha. A
dor lombar foi relacionada com alterações no início do movimento da marcha.

Diagnostico (Testes Ortopedicos)


Flexão e extensão da coluna lombar
O aumento da pressão intradiscal durante a flexão da coluna lombar impele o disco para trás,
no sentido ântero posterior, piorando a dor na hérnia de disco. Há melhora ao deitar, posição
onde a pressão intradiscal vai quase a zero. No estreitamento artrósico do canal raquidiano a
dor piora com a extensão.

Manobra de Valsalva
Na compressão radicular a manobra provoca exacerbação da dor ou irradiação dela até o pé,
que não acontecia antes.

Manobra de Lasègue
E geralmente considerada positiva quando a dor se irradia, ou se exarceba, no trajeto do
dermátomo de L4-L5, ou L5.-S1, quando a elevação do membro inferior faz um ângulo de
35° a 70° com o plano horizontal. Sua positividade a 60° comprova compressão radicular.

Manobra de Romberg
E considerada anormal, se o movimento compensatório do corpo for necessário para manter
os pés fixos no mesmo lugar. Este sinal costuma ser positivo na estenose do canal.

Sinal das pontas


Não se consegue andar com um dos calcanhares: compressão da raiz L5.
Não se consegue andar com uma das pontas dos pés: compressão da raiz S1.

Abordagem Fisioterapêutica
O tratamento da dor lombar e sacro-iliaca é complexo, preciso e minucioso quando
comparado à maioria dos tratamentos, sendo a fisioterapia um recurso essencial para a
reabilitação do paciente. Observam-se recursos variados capazes de permitir intervenção
direta sobre a dor, incapacidade e qualidade de vida.
A Fisioterapia lança mão de recursos com intuito de aliviar, tratar e prevenir as dores e os
desconfortos resultantes de mudanças posturais ocorridas na gestação. Estudos têm mostrado
que as técnicas fisioterápicas e os exercícios são benéficos para as gestantes (BARACHO,
2007).

Cinesioterapia
A cinesioterapia (CT) é definida como a terapia pelos movimentos e baseia-se no conceito de
movimentos voluntários repetidos gerarem força muscular (Gardiner, 1986; Amaro e
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Gameiro, 2001). Tem como finalidade mobilizar corporalmente o indivíduo e abrange, do


ponto de vista articular, a prevenção da rigidez; do ponto de vista muscular, a estimulação de
um músculo ou grupo muscular diminuindo as contraturas e mantendo ou recuperando a força
muscular; do ponto de vista nervoso, a restituição da imagem motora, evitando perda do
esquema corporal; do ponto de vista circulatório, a nutrição dos tecidos; do ponto de vista
psíquico, a melhora da auto - estima (Xhardez, 2000).

Termoterapia
A termoterapia é a aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulta no
aumento ou diminuição da temperatura dos tecidos corporais estimulando a termorregulação
corporal. É praticada principalmente por fisioterapeutas, já que estes são profissionais que
utilizam recursos físicos e naturais para avaliar e tratar seus pacientes. O organismo humano é
homeotérmico, ou seja, mantém sua temperatura entre certos limites fisiológicos. Para que a
temperatura seja mantida dentro destes limites, ela é regulada através de mecanismos de
aquecimento e resfriamento, activados pelo cérebro. Estes mecanismos quando ativados
aceleram o metabolismo basal e com isso a queima de calorias favorecendo assim o
emagrecimento e a diminuição da gordura.

Reeducação Postural Global


Segundo Souchard (2004),Reeducação Postural Global (RPG) são técnicas que regulam
aspectos particulares de afecções funcionais.De acordo com o caso, o paciente beneficia-se a
mais de uma determinada aplicação terapêutica que de outra. O RPG propõe uma solução
original,corrige a morfologia,age sobre a estrutura do músculo estriado,agindo assim,sobre as
tensões neuromusculares.É um método reeducacional da postura,que parte do princípio de que
temos mais músculos posteriores do que anteriores e que a musculatura posterior do corpo
forma uma cadeia contínua,sendo o corpo trabalhado como um todo.
Segundo Souchard (2004), a questão não está na fraqueza da musculatura posterior,mas no
excesso de força,sugerindo então que a solução seria soltar os músculos posteriores para que
eles libertem as vértebras mantidas no arco côncavo,esclareceu também que não é somente o
esforço para ficar em equilíbrio que encurta os músculos posteriores mas,também todos os
movimentos de médio e grande amplitude executados pelos braços e pernas,que estão ligados
pela coluna vertebral.

Quiropraxia
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Quiropraxia é uma profissão da saúde
que lida com o diagnóstico, tratamento e a prevenção das desordens do sistema neuro-
músculo-esquelético e dos efeitos destas desordens na saúde em geral. Há uma ênfase em
técnicas manuais, incluindo o ajuste e/ou a manipulação articular e com um enfoque particular
nas subluxações.
A Quiropraxia baseia-se no fato de que o corpo é um organismo com características auto-
reguladoras e auto-curadoras. Estas funções importantes são controladas pelo cérebro e por
todos os nervos do corpo que passam pela coluna vertebral.
Os ossos do crânio protegem os tecidos delicados do cérebro. Os ossos móveis da coluna
protegem as trilhas de comunicação da medula espinhal e suas raízes nervosas que saem em
todas as direções. Se a comunicação do sistema nervoso sofrer algum tipo de “interferência”
ou "irritação" por um mau posicionamento ou movimento inadequado dos ossos, ele pode
causar o mau funcionamento dos tecidos e órgãos por todo o corpo.
A subluxação na gravidez é tanto hormonalmente como biomecanicamente induzida, pelo
relaxamento da articulação pélvica. Essa condição provoca dor na região e a manipulação
pode trazer alívio (FALLON, 1994).
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Muitas técnicas quiropráticas aumentam o conforto durante a gestação e o processo do


nascimento. A tração do sacro proporciona alívio para a maioria das pacientes durante o parto.
Aliviar a musculatura da lombar e o piriforme pode aliviar tensões biomecânicas da pelve.
Uma coluna vertebral saudável, bem alinhada e movendo-se por toda a faixa de movimento
permite que o sistema nervoso funcione apropriadamente e o corpo volta a ser capaz de
exercer sua fisiologia natural para curar-se.

Pilates
O Método Pilates é um excelente programa tanto durante a gravidez quanto para o pós parto,
tendo uma programação específica para cada mulher e fase da gestação. Os exercícios
trabalham o corpo e a mente, estimulam a respiração, fortalecem a musculatura, inclusive a
que será utilizada no trabalho de parto, previne varizes, hemorróidas e dores lombares.

Tens
De acordo com Kitchen (2003), a estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) é uma
técnica analgésica simples e não-invasiva usada extensivamente em locais de atendimento à
saúde por fisioterapeutas. A TENS é usada principalmente para manejo sintomático de dor
aguda e dor crônica de origem benigna, pois apresenta, como principal efeito, a analgesia.
Apesar de não estar completamente elucidado seu mecanismo fisiológico de ação, é postulado
que o estimulo elétrico através da pele inibiria as transmissões dos impulsos dolorosos através
da medula espinhal, bem como a liberação de opiácios endógenos, como endorfinas, pelo
cérebro ou medula espinhal. Na medicina, a TENS é a eletroterapia mais frequentemente
utilizada para produzir alívio da dor. É popular por não ser invasivo, ser fácil de administrar,
ter poucos efeitos colaterais ou interações medicamentosas. O aparelho de TENS é barato
quando comparado com as terapias medicamentosas, ele é um recurso não-farmacológico para
o alívio da dor aguda e crônica, baseado na Teoria das Comportas, que consiste na aplicação
de eletrodos percutâneos que emitem uma corrente elétrica com forma de onda tipicamente
bifásica, simétrica ou assimétrica com o objetivo de excitar as fibras nervosas, com mínimos
efeitos adversos para o paciente (CANESIN, 2010).

Crochetagem
A Crochetagem é um método utilizado no tratamento das algias do aparelho locomotor,
através da busca da remoção das aderências e dos corpúsculos irritativos inter-aponeuróticos,
ou mio-aponeuróticos, com o uso de ganchos colocados e mobilizados sobre a pele
(BAUMGARTH, 2002).
O material utilizado é o gancho, fabricado em aço inoxidável. Cada unidade apresenta dois
ganchos em seus extremos, um grande e outro pequeno, que se adaptam à zona de tratamento.
A extremidade final, a ponta do gancho, é mais plana com o objetivo de "apanhar" a zona a
desfibrolizar.
O objetivo da técnica é o rompimento de pontos de fibrose percutâneos entre as fáscias,
geralmente provocados por cristais de oxalato concentrados em pontos nos planos
aponeuróticos, que impedem o livre movimento entre as capas musculares, causando irritação
muscular, tendinosa, ligamentar e até nervosa. A rapidez dos efeitos da diafibrólise
percutânea, principalmente durante a crochetagem no nível dos trigger points sugerem a
presença de um efeito reflexo, ou seja, o alívio da dor e suas conseqüências.
Por isso, está especialmente indicada, por sua efetividade, nos casos agudos, como a
lombalgia aguda hiperálgica, na qual não se podem utilizar técnicas manipulativas. Nestes
casos a crochetagem proporciona uma diminuição imediata da dor. No entanto é preciso
observar que a Crochetagem, pela sua abordagem demasiadamente direta, é contra-indicada
10

para o terapeuta agressivo ou que não está acostumado com o método, pois exige força com
leveza.

Osteopatia
As gestantes tende a ter muitas dores do quadril e lombar pelo peso da barriga e pela mudança
estrutural de abertura do assoalho pélvico (região do quadril), que se prepara para o
nascimento do bebê. Ou mesmo no pós-parto, por desequilíbrios causados pela gravidez ou
pelo procedimento de uma cesariana. A Osteopatia agirá reequilibrando as estruturas do corpo
da mulher, durante e/ou depois do parto

Hidroterapia
O Exercício Aquático Terapêutico é a união dos exercícios aquáticos com a terapia física. É
uma abordagem terapêutica abrangente que utiliza os exercícios aquáticos para ajudar na
reabilitação de várias patologias (Bates e Hanson, 1998).
Um dos aspectos mais tocantes dos cuidados pré e pós-natais nos anos recentes tem sido o
crescimento da popularidade das aulas aquanatais: aulas de exercícios na água, desenvolvidas
especificamente para mulheres grávidas ou nos primeiros meses após o parto. (Campion,
2000).
Em adição às várias modificações fisiológicas que ocorrem durante a imersão em água
aquecida, as propriedades físicas da água oferecem muitas vantagens em um programa de
reabilitação; entre elas, promover relaxamento muscular geral, reduzir a sensibilidade à dor,
reduzir espasmos musculares, facilitar a movimentação articular, aumentar a força e
resistência muscular, reduzir a atuação da força gravitacional, aumentar a circulação
periférica, melhorar a musculatura respiratória, melhorar a consciência corporal, promover
equilíbrio e estabilidade proximal do tronco, entre outras. (Bates e Hanson, 1998).
Os benefícios dos exercícios aquáticos percebidos pelas gestantes incluem a diminuição de
peso nos movimentos e o alívio das dores nas costas, durante horas ou dias, e, em alguns
casos, o alívio completo. Elas relatam que dormem melhor nas noites após os exercícios e,
adicionalmente, há ativação da função intestinal por causa da massagem da parede abdominal
pela água, estimulando os movimentos peristálticos. (Baracho, 2002).
A pressão hidrostática e os aspectos circulatórios da imersão são apontados como vantagens
dos exercícios realizados no meio líquido para as gestantes. A diminuição do pH em imersão,
que gera maior flutuação, possibilita às gestantes continuarem a se exercitar até os últimos
dias de gestação. (Finkelstein et al., 2004).

Resultado e Discussão
Conforme foi mostrado neste artigo, que se fundamentou nas bibliografias existentes, a
gravidez é vista hoje como um evento fisiológico.
De acordo com Kikuda (2006), no processo de construção histórica dessa visão utilizou-se
uma classificação que levava em consideração os sinais e sintomas "mais palpáveis" da
gestação que pudessem indicar alguma doença, relegando-se também à condição fisiológica e
normal da gestação outros sintomas freqüentes nesse período. Apreendemos que as bases
conceituais que fundamentam as concepções sobre a lombalgia na gestação encontram-se
respaldadas no modelo biomédico e na obstetrícia moderna, tendo ambos sido propulsionados
pelos interesses do sistema capitalista em busca de "corpos saudáveis" para a produção. Este
mesmo sistema, tem o potencial de redefinir a importância das doenças e dos sintomas,
conforme seus interesses. Assim, a lombalgia na gestação, nos últimos dez anos tem
crescentemente merecido a atenção dos pesquisadores, que a apontam como importante causa
de afastamentos do trabalho. Porém esta produção científica ainda é essencialmente
sustentada pelas concepções anteriores, o qual prioriza as questões biológicas em detrimento
11

de outros aspectos, buscando os fatores causais do problema sempre na própria fisiologia da


gestação.
Os esforços na busca de soluções na prevenção e alívio dessa morbidade, esbarram justamente
na visão histórica do problema, por este ser considerado como mais um desconforto próprio e
normal da gestação. A inespecificidade dessa manifestação também tem conduzido à sua
aceitação passiva, à medida que o modelo biomédico, de certa forma, dá maior
"credibilidade" a queixas que fazem parte de doenças bem definidas, palpáveis e passíveis de
controle. Os recursos diagnósticos e terapêuticos, normalmente utilizados para tornar mais
palpável e "controlar" as lombalgias na população geral, são limitados pela própria gestação,
como a utilização rotineira de radiografias e anti-inflamatórios não-hormonais.
Mas existem muitas causas para as dores lombares e muitas maneiras de eliminá-las. Elas não
precisam fazer parte da sua vida, dado o reconhecimento da necessidade de ações de alívio da
dor lombar, compatíveis com o estado gestacional, há que se buscar outras medidas para sua
resolução. Uma vez que a percepção dessa morbidade como um problema ainda não é
universal, para que medidas de prevenção e tratamento sejam adotadas é necessário que os
profissionais de saúde e pesquisadores a reconheçam, dando voz às maiores interessadas, as
mulheres que sofrem com ela. Porém, em geral, a formação dos profissionais de saúde ainda é
fortemente dominada pelo modelo biomédico que direciona os olhares de forma reducionista
e fragmentada.
Apesar de ser considerada comum para muitos autores, a dor lombosacra na gestação é um
sintoma que, em grau maior, pode causar incapacidade motora, insônia, depressão, e podem
impedir a gestante de levar uma vida normal. Como as dores podem provocar uma limitação
importante na vida diária da gestante é um assunto que não deve ser negligenciado.
A redução das dores nas costas é importante para a gestante, tanto do ponto de vista
psicológico quanto físico. Dependendo do grau de dor durante a gestação, são inúmeras as
alterações que podem ocorrer na vida dessas mulheres. Além desse incômodo, durante a
gestação, ela pode perdurar alguns anos após o parto quando não tratada. A fisioterapia
obstétrica é uma das especialidades da área de saúde que pode contribuir para o alívio das
lombalgias que surgem nesse período, utilizando recursos variados como forma de tratamento

Conclusão
A finalidade desse estudo foi proporcionar a comunidade cientifica e a sociedade em geral,
uma melhor compreensão da Dor Lombar e Sacro-Iliaca em Gestantes, bem como suas
possíveis formas de tratamento.
Levando em consideração que algumas pesquisas demonstram que mulheres que tem uma
condição física melhor apresentam menor chance de desenvolver a dor lombosacra durante a
gravidez, temos aqui mais um motivo para ter um estilo de vida ativo, mesmo que se inicie
durante a gestação, ficando evidente a necessidade de um aprofundamento do assunto
abordado neste artigo por meio de estudos de maior pode analítico e que para uma melhor
compreensão dos problemas citados, relacionem ações preventivas, estudos ergonômicos
dentre outras ações que visam com que o individio como um todo tenha mais qualidade de
vida.

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