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ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NA PREVENÇÃO DO PROLAPSO DE


ÓRGÃO PÉLVICO: CINESIOTERAPIA
PERFORMANCE OF PHYSIOTHERAPY IN THE PREVENTION OF
PELVIC ORGAN PROLAPSE: KINESIOTHERAPY

Ana Maria Cooper de Oliveira 1

Jeronice Souza Rodrigues 2

Envio: 01/06/2021
Aceite:08/06/2021
RESUMO: A atuação do fisioterapeuta na prevenção de prolapsos de órgãos pélvicos é o objetivo deste
artigo. Como início, destaca-se o assoalho pélvico, atualmente entendido como todo conjunto de
estruturas que dá suporte às vísceras abdominais e pélvicas. Possui a função de proteger os órgãos
pélvicos e transmitir o peso do tronco para os membros inferiores na postura ereta. Em capítulos
seguintes, trata-se do conceito de prolapso de órgãos pélvicos (POP), que se caracteriza pelo declínio
da parede vaginal, ápice da vagina ou útero. Uma disfunção decorrente do enfraquecimento dos
músculos do assoalho pélvico (MAP). Esta pesquisa tem como objetivo discorrer o recurso
fisioterapêuticos que pode ser utilizado na modalidade de tratamento conservador em mulheres com
prolapso de órgãos pélvicos, a cinesioterapia. Para a realização desta pesquisa, foram realizadas
pesquisas bibliográficas com busca nas bases digitais, nos idiomas português e inglês, de artigos
publicados entre os anos 2010 e 2020. Portanto, foi possível concluir que a fisioterapia, em específico
a cinesioterapia, apresenta uma eficácia nos resultados de treinamento muscular do assoalho pélvico
e na prevenção das disfunções que o afetam.
Palavras-chaves: Assoalho Pélvico. Prolapso. Cinesioterapia.

ABSTRACT: The role of the physiotherapist in preventing pelvic organ prolapse is the objective of this
article. As a start, the pelvic floor stands out, currently understood as the whole set of structures that
support the abdominal and pelvic viscera. It has the function of protecting the pelvic organs and
transmitting the weight of the trunk to the lower limbs in an upright posture. In subsequent chapters, it
deals with the concept of pelvic organ prolapse (POP), which is characterized by the decline of the
vaginal wall, apex of the vagina or uterus. A dysfunction resulting from the weakening of the pelvic floor
muscles (MAP). This research aims to discuss the physiotherapeutic resource that can be used in the
conservative treatment modality in women with pelvic organ prolapse, kinesiotherapy. To carry out this
research, bibliographic searches were carried out with a search in the digital databases, in Portuguese
and English, of articles published between the years 2010 and 2020. Therefore, it was possible to
conclude that physiotherapy, specifically kinesiotherapy, has an efficacy in results of muscle training of
the pelvic floor and in the prevention of dysfunctions that affect it.
Key-word: Pelvic Floor. Prolapse. Kinesiotherapy.

INTRODUÇÃO vagina ou do útero, o prolapso de


órgãos pélvicos (POP) acomete cerca
Caracterizado pelo declínio da parede
vaginal anterior e posterior, do ápice da

1 Graduanda do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário – UNINORTE.


2 Professora especialista em Ortopedia e Docência do Ensino Superior pela NASSAU.
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de 30% a 50% das mulheres multíparas musculatura da genitália externa. Os


com idade superior a 50 anos. ¹ músculos têm a função de coordenar,
O prolapso acarreta disfunção contrair e relaxar a região perineal. As
sexual, afeta as atividades de vida fáscias são responsáveis pelo suporte
diária, gera constrangimento no ato através da sua ligação com músculos e
sexual, afetando a qualidade de vida ossos. ³
das mulheres. Como forma de Prolapso do latim Prolapsus
intervenção para o POP, pode-se significa deslizamento. Refere-se ao
considerar para tratamento o método deslizamento ou deslocamento de uma
conservador, que se refere ao uso de parte ou órgão. Órgão pélvico refere-se
pessário vaginal (um instrumento frequentemente ao útero e aos seus
utilizado para apoiar os órgãos do órgãos adjacentes, em diferentes
assoalho pélvico) e o treinamento da compartimentos vaginais, como a
musculatura do assoalho pélvico bexiga, reto ou intestino, assim, o
(TMAP), sendo mais eficaz no estágio prolapso de órgão pélvico (POP) é,
leve a moderado. Em sintomatologia essencialmente, uma mudança na
mais grave, o método cirúrgico é o anatomia topográfica destes órgãos.
recomendado. ¹ Algumas destas mudanças anatómicas
O assoalho pélvico é composto podem ser consideradas dentro da
por músculos e fáscias que agem em normalidade para certas mulheres.⁴
conjunto para suporte das vísceras, Assim, a disfunção do assoalho
oferece também resistência ao pélvico é a incapacidade do assoalho
aumento da pressão intra-abdominal pélvico de cumprir o seu papel de apoio
durante os esforços de tensão e aos órgãos pélvicos e/ou a sua
expulsão dos músculos abdominais. incapacidade de permitir que estes
Além disso, possuem ação órgãos funcionem normalmente. A
esfincteriana importante (uretra e ânus) disfunção pode ser limitada a um único
e manutenção da pressão vaginal. ² órgão, mas envolve frequentemente
O assoalho pélvico (AP) é mais do que um dos órgãos do aparelho
constituído por diversas estruturas, urinário, genital e anorretais em algum
como: peritônio, fáscia visceral e grau.
endopélvica, músculo elevador do A fraqueza dos músculos do
ânus, membrana Perineal e AP contribui para a ocorrência de

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disfunções do AP, portanto, faz se METODOLOGIA


necessária uma avaliação dinâmica
apropriada de suas funções. Estima-se 1. Delineamento experimental
que de 30 a 50% das mulheres sejam Foi realizada uma revisão do
incapazes de contrair corretamente conhecimento disponível na literatura
esse grupo muscular. Dentre os testes científica, de artigos publicados entre
adotados para avaliar a musculatura do 2010 e 2020, nas bases de dados
AP, destacam-se a eletromiografia, a Google Acadêmico e BVS/ biblioteca
avaliação clínica pela palpação bi virtual em saúde. Foram selecionadas
digital vaginal (para avaliar a dor e para a consulta nas bases de dados os
afastar massas pélvicas) ou seguintes descritores: Assoalho
perineometria. ⁵ Pélvico; Prolapso; Cinesioterapia.
De suma importância, o 2. Critérios de inclusão e exclusão
tratamento conservador é menos ❖ Critérios de Inclusão:
oneroso, com o Treinamento dos ● Artigos que contenham
Músculos do Assoalho Pélvico (TMAP) informações sobre atividade
auxiliado ou não por eletroestimulação prolapso de órgão pélvico;
ou biofeedback, terapia ● Artigos que contenham
comportamental e exercícios mais informações sobre os cuidados
globais.⁶ fisioterápicos para com a
Berquó et al., aduz que a mulher;
cinesioterapia age na melhora, ● Artigos que contenham
restauração e manutenção da força, na informações sobre a
resistência à fadiga, relaxamento e cinesioterapia.
coordenação muscular, obtendo um
índice de melhora em torno de 70%.⁷ ❖ Critérios de Exclusão:
Assim, este trabalho tem como ● Artigos que contenham
objetivo principal, aprofundar os informações da atuação do
conhecimentos existentes acerca da fisioterapeuta no geral, o qual
atuação do fisioterapeuta na prevenção não especifique o prolapso de
de prolapsos de órgãos pélvicos. órgão pélvico.

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3. Análise de dados se sobre uma estrutura óssea que


Foi usado o fluxograma, a garante em parte sua estabilidade. O
seguir delineado, para organização das períneo é a região delimitada pela
pesquisas feitas. sínfise púbica (Figura 1); as duas
tuberosidades isquiáticas e o cóccix
RESULTADOS e DISCUSSÃO tem a forma de um losango que pode
ser dividida por uma linha transversal,
ASSOALHO PÉLVICO
unido entre as duas tuberosidades
Da pesquisa realizada para a
isquiáticas, com dois triângulos, um
confecção do presente trabalho, foram
anterior e outro posterior, o triangulo
selecionados 11 (onze) artigos com o
anterior é denominado de períneo
assunto em comento.
urogenital e o posterior de região anal.
MCLACHLAN JC, PATTEN D.,

2006, asseveraram que a pelve óssea,
os músculos do assoalho pélvico e as Figura 1 - Ilustrações do períneo
estruturas anorretais associadas urogenital 1 e da região anal 2.
compreendem uma das mais
complexas regiões da anatomia
humana. O estudo do assoalho pélvico
é considerado difícil, porque esta região
é frequentemente inacessível por estar
cercada pelos ossos pélvicos. O
Fonte: Moreno (2009).¹⁰
espaço em comento, relativamente
GERMAIN, 2005, relata que os
pequeno, também contém muitos
ossos da pelve articulam se entre si,
sistemas orgânicos e determinadas
posteriormente o sacro articula-se com
estruturas que somente são
os ílios por meio da articulação sacros
observadas através de dissecações
ilíacos, anteriormente os dois púbis são
especiais realizadas sacrificando-se
reunidos por uma fibrocartilagem
outras estruturas. ⁸
espessa de aproximadamente um
SOUZA, 2001, demonstrou ser
centímetro, isso forma uma articulação,
o períneo, a região do corpo onde se
sínfise púbica. (Figuras 2/3/4).¹¹
localiza a parte mais baixa do tronco e
Figura 2 - Pelve maior e Pelve menor
forma o fundo da pelve. Esta região
sustenta inferiormente o tronco fixando-
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posteriores estão revertidas pelos os


músculos obturador interno, piriforme e
coccígeo. Ela serve também de fixação
para os músculos. Os órgãos genitais
externos femininos estendem-se do
púbis até o períneo. É constituída pela
seguinte estrutura; monte púbico,
grandes e pequenos lábios, bulbo do
vestíbulo, glândulas vestibulares e
clitóris. Os órgãos genitais interno
Fonte: Tortora; Derrickson (2017).¹² feminino são constituídos pela vagina,
Figura 3 – Pelve maior útero, ovários, trompas uterinas, reto e
trato urinário.¹³
COLETTI, HADDAD e
BARROS, 2005, apontam que o
assoalho pélvico assume papel
Fonte: Tortora; Derrickson (2017).¹² preponderante na manutenção da
Figura 4 – Pelve menor continência urinária e da estática
pélvica, a sua avaliação funcional é
fator prognóstico importante da
terapêutica das mulheres com
disfunções. ¹⁴

O PROLAPSO DE ÓRGÃOS
Fonte: Tortora; Derrickson (2017).¹²
PÉLVICO
BARACHO, 2007, ressaltou,
em seus apontamentos, acerca do BARBER, 2016, define o POP
papel importante da pelve, que não como a descida dos órgãos pélvicos –
poderia deixar de ser mencionado na vagina, útero, bexiga, reto – para dentro
esteira do presente trabalho, é o de ou através da vagina; e HAYLEN et al.,
proteger os órgãos pélvicos e repassar 2010, define o POP como a descida da
o peso do tronco para o acetábulo parede vaginal anterior e/ou posterior
passando por uma linha arqueada, ou do ápice da vagina (útero ou cúpula
portanto, para os membros inferiores vaginal após histerectomia).¹⁵‾⁵
na postura ereta, as paredes laterais e
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JELOVSEK, MAHER, porém pode afetar a qualidade de vida


BARBER, 2007, concluiu que o da mulher, sendo uma condição
desenvolvimento de prolapso é importante na assistência à saúde da
multifatorial, podendo estar relacionado mulher. ¹⁵
ao parto vaginal, idade avançada e ao ABRAMS, 2013, trouxe à baila
aumento do índice de massa corporal que na literatura atual, a prevalência de
como os fatores de risco mais POP varia significativamente
consistentes. O parto vaginal, a dependendo da definição usada.
histerectomia, o esforço crônico, o Quando o POP é definido e baseado
envelhecimento normal e as nos sintomas, a prevalência é de 3 a
anormalidades do tecido conjuntivo ou 6%, no entanto, quando se baseia no
do reparo do tecido conjuntivo exame físico, a percentagem é de 41 a
predispõem algumas mulheres à 50%. Esta diferença pode ser explicada
ruptura, ao alongamento ou à disfunção pelo facto do prolapso ligeiro ser
do elevador do ânus, anexos detectado no exame físico embora,
complexos de tecido conjuntivo da frequentemente, seja assintomático. ¹⁸
vagina, ou ambos, resultando em O suporte anatômico das
prolapso. As pacientes geralmente vísceras pélvicas se dá principalmente
apresentam várias queixas, incluindo pelos músculos elevadores do ânus e
sintomas vesicais, intestinais e pela fáscia endopélvica. O rompimento
pélvicos.¹⁶ ou a disfunção de um desses
BODNER-ADLER, componentes pode levar à perda do
SHRIVASTAVA, BODNER, 2007, suporte e, consequentemente, ao
discutiram ser outras condições que prolapso genital. Os músculos
estariam associadas ao maior risco de elevadores do ânus são: pubo
POP estão ligadas ao aumento da coccígeo, pubo retal e iliococcigeo.
pressão intra-abdominal cronicamente, Quando do repouso, estes músculos
como obesidade, constipação crônica, permanecem firmemente contraídos e
pneumopatia crônica e levantamento têm como função prover uma superfície
repetitivo de peso. ¹⁷ firme para as vísceras pélvicas. ¹⁹
Já BARBER, 2016, asseverou A perda do tônus habitual dos
que o POP raramente resultará em músculos elevadores – por
morbidade e mortalidade significativas, degeneração ou trauma direto -

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acarreta na abertura do hiato Constipação


Neuropatia Miopatia
Crônica
urogenital, enfraquecendo, assim, a
orientação horizontal do complexo dos Trabalho Pesado Debilidade Medicações

músculos elevadores. A ruptura ou


estiramento dessas ligações de tecido
Adaptado de: Weber, A. M., & Richter, H. E.
conjuntivo ocorrem durante o parto (2005). Pelvic organ prolapse. Obstetrics and
vaginal, histerectomia, o esforço gynecology, 106(3), 615-634. ²⁰

crônico ou com o envelhecimento.


CLASSIFICAÇÃO DO PROLAPSO
Mulheres com anormalidades do tecido
conjuntivo estão predispostas ao O POP é classificado pelo seu

prolapso de órgãos pélvicos. Estudos grau de deformidade anatômica, pelo

mostram que indivíduos com prolapso local do defeito e pelas vísceras

podem ter uma diminuição do colágeno pélvicas envolvidas. ²¹

do tipo I e aumento no colágeno tipo III. SZÓBEL, DAVILA, 2012,

A homeostase anormal da elastina destacam dois sistemas, o de Baden-

pode contribuir para o desenvolvimento Walker e o sistema de quantificação do

da doença através de uma resposta prolapso de órgão pélvico (Pelvic

anormal ao dano. Organ Prolapse Quantification System

Para entender melhor a (POP-Q)), estes sistemas permitem

fisiopatologia dos POP, uma descrever a localização e a extensão

abordagem baseada nos fatores de do deslocamento das paredes

risco é bastante útil (Tabela 1): vaginais.²²


Considera-se a seguinte
Tabela 1 - Potenciais fatores de risco
descrição para a classificação do POP
para desenvolvimento de prolapso de
no sistema Baden-Walker:
órgãos pélvicos
● Grau 0: normal. ²¹‾²²
PREDISPÕE PROVOCA ACELERA DESCOMPENSA ● Grau 1: Protusão parcial sem
Genética atingir o hímen. ²¹‾²²
(Congênito
ou
Gravidez e Parto Obesidade Idade ● Grau 2: Protrusão que atinge o
Hereditário)
hímen, mas não o ultrapassa. ²¹‾²²
Raça
(branco > Histerectomias Tabagismo Menopausa ● Grau 3: Protrusão parcial que
negro)
ultrapassa o hímen. ²¹‾²²
Sexo
Tosse
(feminino > Miopatia
Crônica
Neuropatia ● Grau 4: Protrusão completa. ²¹‾²²
masculino)

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A classificação tradicional XHARDEZ, 2001, assevera


utilizada para o POP conforme o sítio que a prevenção visa à realização de
anatômico se refere a: cistocele exercícios que aumenta a força do
(Prolapso da parede vaginal anterior esfíncter externo da bexiga fortalecer a
superior envolvendo a bexiga), retocele musculatura pélvica, mais
(Prolapso da parede posterior inferior especificadamente o músculo elevador
da vagina envolvendo o reto que se do ânus; evitar contraturas; manter a
projeta para a frente na vagina), tonicidade muscular; melhorar a
uretrocele (Prolapso da parede vaginal capacidade de recrutamento da
anterior inferior envolvendo apenas a musculatura, melhorar a transmissão
uretra), uterovaginal (prolapso do útero, de pressões na uretra e também a
do colo do útero e da parte superior da coordenação reflexa durante o esforço;
vagina), enterocele (Prolapso da reforçando assim o mecanismo de
parede posterior superior da vagina continência e a coordenação reflexa
geralmente contendo alças de intestino durante o esforço. ²⁴
delgado). ²¹ Para escolha do melhor
método para restituição da saúde da
A CINESIOTERAPIA
paciente acometida por prolapso de
A intervenção cirúrgica órgãos pélvicos, alguns parâmetros
isoladamente pode fazer com que haja deverão ser analisados. A gravidade da
recidiva de prolapso genital, já que a enfermidade, os sintomas relatados
disfunção da musculatura perineal não pela paciente e seu estado de saúde
é corrigida com o ato cirúrgico. Sendo serão o ponto de partida para escolha
assim, supõe-se que o tônus da do tratamento mais adequado para
musculatura do assoalho pélvico determinada situação. Outro fator
permanece com a mesma qualidade, importante consiste no grau de invasão.
uma vez que HADDAD e ROSSI, 2000, Terapias menos invasivas têm sido
descrevem que após o tratamento cada vez mais consideradas nesses
cirúrgico, deve-se ressaltar a casos, pois possibilitam à paciente
importância da utilização de técnicas menos efeitos colaterais, resposta
para fortalecimento muscular, e ainda, terapêutica eficiente e tem baixo custo,
que os exercícios melhoram inclusive a se comparadas a alternativas, como os
flexibilidade das fáscias.²³ procedimentos cirúrgicos. ²⁵‾²⁶

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BELO et al., 2004, e OLIVEIRA PINHEIRO et al., 2012, aduziu


e GRACIA, 2011, definem a o objetivo da cinesioterapia, como
cinesioterapia como aquela terapia que sendo o de reforçar e melhorar os
busca o tratamento da hipotonia elementos de sustentação dos órgãos
muscular da região que ocasiona o pélvicos, hipertrofiando principalmente
problema, através da realização de as fibras musculares estriadas do
exercícios que trabalham o assoalho pélvico.³⁰
fortalecimento da musculatura perineal. Diante disso, o fisioterapeuta é
O principal objetivo desses exercícios o profissional mais indicado e
consiste em proporcionar o reforço qualificado para a execução de
muscular através do fortalecimento da técnicas conservadoras que tratam o
musculatura pélvica melhorando a prolapso pélvico, pois recebe o preparo
resistência uretral e a sustentação dos necessário através de conhecimentos
órgãos pélvicos auxiliando no científicos teórico-práticos, que
tratamento e na prevenção dessa englobam toda a anatomia e fisiologia
disfunção. ²⁷‾²⁸ do corpo humano. Entre os benefícios
MASCARENHAS, 2010, da execução de técnicas
elucidou que a fisioterapia é oferecida fisioterapêuticas destacam-se a
por muitos centros como forma de exclusão dos riscos e complicações
tratamento, trabalhando a musculatura cirúrgicas e o baixo custo na aplicação
pélvica. As indicações do 4th da terapia como tratamento.
International Consultation on
Incontinence são que: Os exercícios de
fortalecimento muscular do assoalho
pélvico podem prevenir ou retardar a
deterioração do prolapso anterior e
ajudam a melhorar os sintomas. Os
exercícios realizados no pré e pós-
operatórios podem ajudar a melhorar a
qualidade de vida e os sintomas
urinários nas mulheres submetidas à
cirurgia de prolapso. ²⁹

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CONCLUSÃO

Após a realização de todas as etapas deste trabalho, podemos concluir que a


fisioterapia tem se mostrado como uma medida alternativa não só para o tratamento,
mas também para a prevenção de diversas doenças, dentre elas o Prolapso de
Órgãos Pélvicos (POP), que é caracterizada por uma redução na força da musculatura
do assoalho pélvico ocasionando uma procedência de parede vaginal anterior,
posterior ou da cúpula vaginal.
Exercícios cinesioterapêuticos proporcionados pela fisioterapia mostraram alívio dos
sinais e sintomas dos Prolapsos de Órgão Pélvicos, devolvendo assim não só a
sustentação dos órgãos pélvicos às pacientes, mas a segurança na realização das
atividades cotidianas.

REFERÊNCIAS

AUTORES DOS ARTIGOS UTILIZADOS

ARTIGOS UTILIZADOS:

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