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RESUMO
O período gestacional promove transformações biomecânicas por influência hormonal. Um
desses eventos que comumente ocorre é o aumento do espaço entre os músculos reto abdominal
ao longo da linha Alba, denominado de Diástase dos Músculos Retos Abdominais (DMRA).
Neste contexto, a atuação fisioterapêutica torna-se imprescindível para fortalecimento
abdominal e qualidade de vida da puérpera. O objetivo do estudo foi discorrer sobre os
protocolos e benefícios da abordagem fisioterapêutica no comportamento da diástase e
recuperação da DMRA no período pós-parto. A coleta de dados realizou-se nas bases de dados:
PubMed (US National Library of Medicine National Institutes of Health), PEDro (Base de
Dados em Evidências em Fisioterapia (Português) e BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), com
estudos exploratórios, transversais, estudos de casos, revisões da literatura, ensaios clínicos
publicados em inglês e português, no período de 2015 a 2020, com descritores usando como
referência o DECs. Incluindo apenas artigos realizados em seres humanos, com texto completo
e gratuito com puérperas apresentando DMRA. Excluindo-se durante a coleta os estudos que
não corresponderam aos critérios de inclusão. Encontrou-se 74 arquivos, desses somente 08
estudos estavam qualificados para serem incluídos na amostra. Evidenciou-se que os
exercícios/protocolos de fortalecimento abdominal (prancha abdominal, prancha lateral, meia
prancha, sit-up oblíquo, sit-up reto) e o Curl-up são essenciais para a manutenção do tônus
muscular, ganho de resistência nos movimentos abdominais, redução de tensão na Linha Alba,
como também para a redução da distância entre os retos abdominais em puérperas com DMRA,
facilitando assim o retorno mais rápido às suas funções e atividades diárias.
ABSTRACT
Artigo científico apresentado ao Curso de Fisioterapia da Faculdade do Vale do Jaguaribe – FVJ, como requisito
parcial para obtenção do Título de Bacharel em Fisioterapia – FVJ. Aracati – CE. 2020.
Discente do curso de Fisioterapia da Faculdade do Vale do Jaguaribe – FVJ. Aracati – CE. 2020. E-mail:
janicemouralopes09@gmail.com
Especialista em Reabilitação do Assoalho Pélvico e Saúde da Mulher. Orientadora, Docente do Curso de
Fisioterapia da Faculdade do Vale do Jaguaribe – FVJ. Aracati – CE. 2020. E-mail: karizabarreto@hotmail.com
2
INTRODUÇÃO
instantâneo, tardio e remoto, cessando quando os órgãos que constituem o sistema reprodutor
ressurgem ao seu estado antes da gravidez. Nesta conjuntura, é atividade do profissional
fisioterapeuta direcionar a puérpera sobre estas alterações, como também agir para
potencializar a tonificação dos músculos abdominais. Estudos testificam que a prática
constante de exercícios no período pré-natal pode refrear o risco do surgimento da DMRA,
assim como no período peri-natal, reduzir o tamanho da diástase. Ademais, exercícios para
fortalecimento da musculatura abdominal e tratamentos que abrangem educação e cuidados
posturais, são geralmente determinados para mulheres na fase pós-natal (BENJAMIN;
WATER; PEIRIS, 2014).
A atividade do fisioterapeuta tanto na diligência como na reabilitação da DMRA, causa
a melhora da qualidade de vida da paciente e geram efeitos como a redução e a prevenção das
dores lombares, maximiza a aptidão física, atenuação do ganho de peso, melhora da autoestima,
além de melhor restabelecimento físico pós-parto. Assim, podem ser usados exercícios que
potencializem a fortificação da musculatura abdominal, como por exemplo, a contração
isométrica dos mesmos. Ainda podem ser executados exercícios de respiração com o intuito
de melhorar a associação entre a musculatura abdominal e o assoalho pélvico e os músculos
lombares e o diafragma (FEITOSA; SOUZA; LOURENZI, 2017).
Além disso, outra técnica da fisioterapia pélvica no puerpério imediato encontra-se a
ginástica abdominal hipopressiva (GAH), elaborada na década de 80, com a finalidade de
promoção da tonificação abdominal e do assoalho pélvico no momento seguido do parto, sendo
um recurso postural e sistêmico, que constitui o recrutamento de diferentes grupos musculares
antagonistas ao diafragma, possibilitando a atenuação das pressões intratorácica e intra-
abdominal (FRANCHI; RAHMEIER, 2016).
Já a bandagem elástica também se mostra relevante para puérperas com DMRA. Sua
aplicação se dá pelo excitamento dos somatorreceptores que incentivam o sistema nervoso
central, promovendo um agrupamento de neurônios motores que por sua parte solidificam as
articulações e estiramentos musculares exacerbados, isso acontece através da associação entre
informação sensorial e atividade do músculo. O estímulo mecânico contínuo e durável na pele,
colabora para a compreensão da posição corpórea, reajuste dos desvios articulares e colabora
na contratilidade muscular (MARTELLI; ZAVARIZE, 2014).
Outra ferramenta terapêutica importante é a utilização de corrente russa. A corrente
pode fortificar músculos regularmente inervados, tanto em pacientes saudáveis como naqueles
em que há debilidade e hipoplasia dos músculos, originadas por algum fator casuístico. Com a
utilização da eletroestimulação russa, a restabelecimento pode ser mais rápido e eficiente
quando comparado à restauração fisiológica, com aumento da tonicidade muscular, atenuação
de flacidez, perda de medidas, e decréscimo da diástase do músculo reto abdominal
(VASCONCELOS et al., 2017).
Este estudo se baseou no levantamento de dados sobre as particularidades da DMRA e
os modos de atuação da fisioterapia neste tipo de condição clínica. Desse modo, o objetivo do
estudo foi discorrer sobre os protocolos e benefícios da abordagem fisioterapêutica na
recuperação da DMRA no período pós-parto.
METODOLOGIA
3 RESULTADOS
Foram encontradas 74 publicações científicas referentes à temática abordada, sendo que
após análise analítica e aprofundada do título e/ou resumo, resultou-se em 08 artigos
selecionados que compuseram a amostragem desta revisão integrativa.
Segue abaixo a tabela 01 no tocante à revista do artigo selecionado, base de dados,
Qualis e número de publicações científicas:
Tabela 01 – Descrição de revista, base de dados, qualificação e total encontrados.
PERIÓDICO BASE DE DADOS QUALIS TOTAL
Physiotherapy. PeDro B2 02
Journal of Orthopaedic and BVS A1 01
Sports Physical Therapy.
Annals of Rehabilitation Pubmed B1 01
Medicine.
Physiotherapy. Pubmed B2 01
Journal of Musculoskeletal Pubmed B1 01
Neuronal Interactions.
Physiotherapy Pubmed B2 02
Fonte: Dados da pesquisa (2015 – 2020).
Segue abaixo a distribuição dos artigos segundo autor (es), título, ano de publicação,
tipo de estudo, objetivo, metodologia aplicada, resultado geral e conclusões:
Tabela 03 – Compêndio crítico das publicações científicas
Artigo 01
AUTOR (ES): BENJAMIN, D. R; WATER, A. T. M. V; PEIRIS, C. L.
TÍTULO: Efeitos do Exercício na Diástase do Músculo Reto Abdominal (DMRA) nos Períodos Pré e Pós-
natal.
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2015
TIPO DE ESTUDO: Revisão sistemática.
OBJETIVO GERAL: Determinar se as intervenções não cirúrgicas (fisioterapia/exercícios) previnem ou
reduzem a DMRA.
METODOLOGIA: Consistiu numa revisão sistemática da literatura. Fonte de dados = EMBASE, Medline,
CINAHL, Pubmed, AMED e PeDro. Seleção e elegibilidade do estudo = foram incluídos estudos de todos os
projetos que incluíram quaisquer intervenções não cirúrgicas para gerenciar a DMRA durante os períodos pré
e pós-natal. Métodos de avaliação e síntese do estudo = a qualidade metodológica foi avaliada usando uma lista
de verificação Downs and Black Modificada. A metanálise foi realizada usando um modelo de efeitos fixos
para calcular razões de risco (RR) e intervalos de confiança de 95% (IC), quando apropriado.
RESULTADO GERAL: 8 estudos totalizando 336 mulheres durante o período pré e/ou pós-natal foram
incluídos. O desenho do estudo variou de estudo de caso a ensaio clínico randomizado. Todas as intervenções
incluíram alguma forma de exercício, principalmente o fortalecimento abdominal / central. A evidência
disponível mostrou que o exercício durante o período pré-natal reduziu a presença de DMRA em 35% (RR
0,65; IC 95% - 0,46 a 0,92) e sugeriu que a largura de DMRA pode ser reduzida com exercícios durante os
períodos pré e pós-natal. Como limitações, destacou-se que há pouca literatura sobre essa temática.
CONCLUSÃO: Com base na evidência disponível e na qualidade desta evidência, o exercício não específico
pode ou não ajudar a prevenir ou reduzir DMRA durante os períodos pré e pós-natal.
Artigo 02
AUTOR (ES): CHIARELLO, C. M; MCAULEY, J. A; HARTIGAN, E. H.
TÍTULO: Efeito Imediato da Contração Abdominal Ativa na Distância entre Retos.
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2016
TIPO DE ESTUDO: Estudo de laboratório controlado.
OBJETIVO GERAL: Determinar se a distância inter-reto (IRD) diminui com a contração abdominal ativa em
homens e em mulheres nulíparas e parturientes.
METODOLOGIA: Participaram 56 pacientes (11 homens / 23 parturientes / 22 nulíparas). A distância inter-
retos foi medida com os músculos abdominais em repouso e durante a contração ativa (flexão para cima), em 2
locais (acima e abaixo do umbigo) por meio de ultrassom. Um modelo misto, análise de medidas repetidas de
covariância foi usada para cada um dos 2 locais para determinar se a IRD diferia entre os estados de contração
entre os 3 grupos, com idade e circunferência do umbigo como covariáveis. Quando diferenças significativas
foram encontradas, comparações de teste T planejadas foram feitas.
RESULTADO GERAL: O IRD do grupo parturientes diminuiu significativamente do repouso para a
contração em ambos os locais, ao passo que o IRD dos grupos de nulíparas e do sexo masculino não mudou
significativamente de repouso para a contração. O IRD do grupo de nulíparas foi significativamente mais
estreito do que os outros grupos em repouso em ambos os locais, e mais estreito do que o grupo de parturientes
durante a contração ativa. Além disso, nem todos os indivíduos diminuíram o IRD com o exercício abdominal.
CONCLUSÃO: Concluiu-se que a diástase do reto abdominal pode ser melhorada com exercícios apropriados
para mulheres grávidas. Recomenda-se enfaticamente que atenção específica ao padrão individual de mudança
7
no IRD exibido durante as atividades abdominais seja considerada na prescrição de exercícios para diminuir a
largura excessiva do IRD.
Artigo 03
AUTOR (ES): LEE, D; HODGES, P. W.
TÍTULO: Comportamento da Linha Alba durante uma Tarefa de Enrolar na Diástase do Reto Abdominal.
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2016
TIPO DE ESTUDO: Estudo observacional.
OBJETIVO GERAL: Investigar o comportamento da deformação da linha Alba (LA) e distância entre os
retos (IRD) durante os curl-ups (treinamento de resistência abdominal) realizados naturalmente e com pré-
ativação do transverso abdominal (TrA).
METODOLOGIA: Curl-ups (treinamento de resistência abdominal) foram realizados por 26 mulheres com
diástase do reto abdominal (DRA) e 17 pacientes (grupo controle) saudáveis usando uma estratégia natural
(curl-up automático) e com pré-ativação de TrA (TrA curl-up). As imagens de ultrassom foram registradas em
2 pontos acima do umbigo (ponto U e ponto UX). As medidas de ultrassom de IRD e uma nova medida de
distorção do AE (índice de distorção: desvio médio do AE do caminho mais curto entre os retos) foram
comparadas entre 3 tarefas (repouso, curvatura automática, curvatura TrA), entre os grupos, e entre pontos de
medição (análise de variância).
RESULTADO GERAL: Curl-up automático por mulheres com DRA estreitou o IRD dos valores de repouso
(diferença média do ponto U entre as tarefas, -1,19 cm; intervalo de confiança de 95% [IC]: -1,45, -0,93; P
<0,001 e UX médio diferença de ponto entre tarefas, -0,51 cm; IC de 95%: -0,69, -0,34; P <0,001), mas a
distorção de LA aumentou (ponto U médio de diferença entre tarefas, 0,018; IC de 95%: 0,0003, 0,041; P =
0,046 e diferença média do ponto UX entre as tarefas, 0,025; IC 95%: 0,004, 0,045; P = 0,02). Embora a
curvatura do TrA não tenha induzido nenhum estreitamento ou menos estreitamento do IRD do que a curvatura
automática (diferença média do ponto U entre a curvatura do TrA contra o repouso, -0,56 cm; IC de 95%: -
0,82, -0,31; P <0,001 e diferença média de ponto UX entre tarefas, 0,02 cm; IC 95%: -0,22, 0,19; P = 0,86), a
distorção de LA foi menor (diferença média de ponto U entre tarefas, -0,025; IC 95%: -0,037 , -0,012; P <0,001
e diferença média do ponto UX entre as tarefas, -0,021; IC 95%: -0,038, -0,005; P = 0,01). A distância interretus
e o índice de distorção não mudaram do repouso ou diferiram entre as tarefas dos controles (P≥,55).
CONCLUSÃO: O estreitamento do IRD durante a curvatura automática em DRA distorce o LA. O índice de
distorção requer validação adicional, mas os achados implicam que menos estreitamento de IRD com pré-
ativação de TrA pode melhorar a transferência de força entre os lados do abdômen. A implicação clínica é que
o estreitamento reduzido do IRD pela contração do TrA, que foi desencorajado, pode impactar positivamente a
mecânica abdominal.
Artigo 04
AUTOR (ES): KAMEL, D. M; YOUSIF, A. M.
TÍTULO: Estimulação Elétrica Neuromuscular e Recuperação da Força dos Músculos Retos Abdominais da
Diástase Pós-natal.
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2017
TIPO DE ESTUDO: Ensaio clínico aleatorizado.
OBJETIVO GERAL: Avaliar o efeito da estimulação elétrica neuromuscular (EENM) na recuperação da força
muscular abdominal em mulheres pós-natais com diástase dos músculos retos abdominais (DRAM).
METODOLOGIA: Sessenta mulheres, 2 meses após o parto, participaram deste estudo. Eles foram divididos
aleatoriamente em dois grupos iguais. O grupo A (n = 30) recebeu EENM além de exercícios abdominais; o
grupo B (n = 30) recebeu apenas exercícios abdominais. A intervenção em ambos os grupos foi de três vezes
por semana durante 8 semanas. As medidas de resultado foram índice de massa corporal (IMC), relação cintura
/ quadril, distância entre os retos (IRD) e força muscular abdominal em termos de pico de torque, trabalho total
de repetição máxima e potência média.
RESULTADO GERAL: Ambos os grupos apresentaram melhora altamente significativa (p <0,05) em todos
os resultados. Além disso, as comparações intergrupos mostraram melhora significativa (p <0,05) em todos os
parâmetros em favor do grupo A, exceto para o IMC.
CONCLUSÃO: Estimulação elétrica neuromuscular ajuda a reduzir DRAM em mulheres pós-parto; se
combinado com exercícios abdominais, pode aumentar os efeitos.
Artigo 05
AUTOR (ES): GLUPPE, S. L; TENNFJORD, M. K; ENGH, M. E; BO, K.
TÍTULO: Efeito de um Programa de Treinamento Pós-parto na Prevalência de Diástase dos Retos Abdominais
em Mulheres Primíparas no Pós-parto.
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2018
TIPO DE ESTUDO: Ensaio Clínico Randomizado.
8
3,6) mm]. Da mesma forma, 2 cm abaixo do umbigo, a PFM média foi de 22 (DP 8,3) mm vs repouso 21 (DP
7,9) mm [diferença média 0,9 (IC 95% 0,4 a 1,6) mm]; e o TrAM médio foi de 23,3 (DP 8,7) mm vs repouso
21 (DP 7,9) mm [diferença média 2,3 (IC 95% 1,5 a 3,1) mm]. A contração combinada de TrAM e PFM medida
2 cm acima do umbigo causou o maior aumento no IRD: média de PFM + TrAM 29,6 (DP 9,4) mm vs repouso
25,7 (DP 8,5) mm [diferença média 3,9 (IC 95% 2,8 a 5,0) mm].
CONCLUSÃO: A contração tanto PFM e TrAM, e contração combinada PFM e TrAM aumentaram IRD em
mulheres pós-parto com DRA.
Artigo 08
AUTOR (ES): GLUPPE, S. L; ENGH, M. E; BO, K.
TÍTULO: Efeito Imediato dos Exercícios para os Músculos do Assoalho Pélvico (MAP) e Abdominal na
Distância Interreticular (IRD) em Mulheres com Diástase Abdominal de Mulheres que Foram Parturientes.
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2020
TIPO DE ESTUDO: Estudo transversal.
OBJETIVO GERAL: Investigar o efeito imediato dos exercícios abdominais e dos MAP na distância
interretectiva (IRD) em mulheres com DRA que são parturientes.
METODOLOGIA: Participaram deste estudo transversal 38 mulheres parturientes, com idade média de 36,2
anos (DP = 5,2), com diagnóstico de DRA. A IRD foi avaliada com ultrassonografia bidimensional em tempo
real durante o repouso e durante 8 exercícios diferentes ordenados aleatoriamente. Um teste t pareado foi usado
para comparar o IRD em repouso com o IRD registrado durante cada exercício, bem como as diferenças entre
os exercícios. Médias com IC de 95% são relatadas.
RESULTADO GERAL: Os exercícios de levantamento da cabeça e flexão retorcida diminuíram
significativamente o IRD acima e abaixo do umbigo. Acima do umbigo, a diferença média de IRD em relação
ao repouso durante a elevação da cabeça foi de 10 mm (IC 95% = 7 a 13,2), enquanto durante a flexão torcida
foi de 9,4 mm (IC 95% = 6,3 a 12,5). Abaixo do umbigo, os valores correspondentes foram 6,1 mm (IC 95% =
3,2 a 8,9) e 3,5 mm (IC 95% = 0,5 a 6,4), respectivamente, mas a contração do MAP, retração máxima e
contração do FP + máximo desenho aumentou o IRD (diferença média = -2,8 mm [95% CI = -5,2 a 0,5], -4,7
mm [95% CI = -7,2 a -2,1], e - 5,0 mm [95% CI = -7,9 a - 2.1], respectivamente).
CONCLUSÃO: Os exercícios de levantamento da cabeça e flexão retorcida diminuíram o IRD acima e abaixo
do umbigo, enquanto os exercícios máximos de retração e contração dos MAPs apenas aumentaram o IRD
abaixo do umbigo. Um ensaio clínico randomizado é necessário para investigar se os exercícios de
levantamento da cabeça e flexão retorcida são eficazes no estreitamento permanente do IRD.
Fonte: Dados da pesquisa (2015 – 2020).
DISCUSSÕES
acompanhamento 12 meses pós-parto. Em 12 meses após o parto, cerca de 40% de este grupo
de mulheres primíparas ainda teve DRA.
Um atendimento com exercícios uma vez por semana pode ser considerado
insuficiente dosagem de treinamento supervisionado para restaurar a DRA. No entanto, a mais
comum frequência de treinamento para mulheres pós-parto foi relatada como sendo uma vez
semana. Além disso, as mulheres participantes no presente estudo fizeram 3 séries de protocolo
de PFM (treino dos músculos do assoalho pélvico) continuamente durante 4 meses, e sua
participação nos protocolos de exercícios era alta. Sugeriu-se que se o treinamento PFM / TrA
(ativação do transverso abdominal) é realmente eficaz no fechamento da diástase e, por tanto,
este programa deveria ter mostrado resultados positivos (GLUPPE et al., 2018).
Acrescentando saberes a esta problemática, Thabet e Alshehri (2019) com uma
pesquisa clínica randomizada averiguaram os benefícios do protocolo de exercícios de
estabilidade central profunda em mulheres no pós-parto com diástase reticular. Os resultados
deste estudo revelaram uma alta estatística e diminuição convincente (P <0,0001) na separação
entre os retos, bem como na melhoria do bem-estar biopsicossocial dos pacientes do grupo A
(órtese abdominal, fortalecimento de estabilidade, 3x/semana durante 8 semanas com
respiração diafragmática, pélvica, prancha isométrica).
Adicionando a órtese abdominal durante o exercício, pode ser eficaz para o tratamento
de DRA e útil no fechamento do DRA, embora também potencialmente reduzindo a dor nas
costas causada por DRA. Os resultados desse estudo são consistentes porque a intervenção
usada fortaleceu os músculos de controle do núcleo da parte inferior da região abdominal
durante o período pós-natal, auxiliando assim a estabilidade segmentar. Isso sustenta a coluna
e o tronco, diminui a separação abdominal, tonifica e alivia a tensão muscular decorrente de
movimentos repetitivos (THABET; ALSHEHRI, 2019).
Vale ressaltar que o efeito da contração do assoalho pélvico e do músculo transverso
do abdome na distância inter-reto em puérperas é uma questão a ser abordada de forma
experimental. Por esta razão, Theodorsen, Strand e Bo (2019) utilizaram imagens
bidimensionais de ultrassom de IRD usando uma sonda linear (5 a 10 MHz) em repouso,
durante a contração da MAP (musculatura pélvica), durante a contração do TrAM (transverso
abdominal) e durante a contração combinada do MAP e do TrAM numa amostra de 38
puérperas. Os autores acima atestaram que tanto a contração do MAP quanto a contração do
TrAM aumentou o IRD significativamente, ambos 2 cm superiormente e 2 cm sob o umbigo
em mulheres no pós-parto apresentando-se com DRA. A contração do TrAM aumentou o IRD
significativamente mais do que a contração do PFM. O maior aumento no IRD foi medido
durante a contração combinada de PFM e TrAM.
O estudo citado anteriormente descobriu que o IRD aumentou significativamente
acima e abaixo do umbigo durante a contração da MAP. Isto questiona as associações sinérgicas
postuladas entre o PFM e a DRA. No entanto, a pesquisa acima não investigou a relação direta
entre PFM contração e IRD; suas suposições são baseadas em estudos que investigam a relação
entre o PFM e a musculatura abdominal em geral (THEODORSEN; STRAND; BO, 2019).
Concordando com estas ideias e trazendo a temática sobre o efeito imediato dos
exercícios para a musculatura do assoalho pélvico e abdominal na distância interreticular em
mulheres com diástase abdominal do abdome, Gluppe, Engh e Bo (2020) deduziram que a
elevação da cabeça e os exercícios de tonificação (Curl-up) foram os únicos exercícios que
diminuíram significativamente o IRD, acima e abaixo do umbigo. Além disso, o Curl-up
diminuiu o IRD acima do umbigo. A contração de PFM, puxada máxima e puxada máxima com
contração de PFM aumentou o IRD abaixo do umbigo. Por fim, consideraram que a elevação
da cabeça, a curvatura torcida e a curvatura diminuem o IRD e que independente da resposta,
esses exercícios podem ser capazes de causar uma redução permanente no IRD ao longo do
tempo.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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