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Artigo
Juliana Rockenbach1
Fernanda Mohr2
Eliane Roseli Winkelmann3
123
1
Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Dermato-Funcional pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande
do Sul – Unijuí.
2
Acadêmica de Fisioterapia da Unijuí, bolsista Probic/Fapergs de Iniciação Científica.
3
Doutora em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares, Docente, pesquisadora e chefe do Departamento de Ciências
da Vida – DCVida da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí.
REVISTA CONTEXTO & SAÚDE IJUÍ EDITORA UNIJUÍ v. 11 n. 22 jAN./JUN. 2012 p. 34-40
ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR NO TRATAMENTO DA DIÁSTASE ABDOMINAL
35
Durante a gestação alterações hormonais pro- gestação e pelo parto retornam à situação do estado
vocadas pela relaxina, progesterona e estrogênio, pré-gravídico. O puerpério tem duração de 6 a 8
associadas ao crescimento uterino podem provocar semanas após o parto e é dividido em imediato (1º
o estiramento da musculatura abdominal, atingindo ao 10º dia), tardio (11º ao 45º dia) e remoto (além
principalmente os músculos retoabdominais. Alte- do 45º dia) (Both; Neto; Moreira, 2008; Rett et al.,
rações na postura da gestante, como a anteversão 2009).
pélvica acompanhada ou não de hiperlordose lom-
bar provocam mudanças do ângulo de inserção dos A atuação da Fisioterapia no pós-parto imediato
músculos abdominais e pélvicos, influenciando a visa a melhorar a tonicidade dos músculos abdo-
biomecânica postural e gerando um déficit na fun- minais e pélvicos, conscientizar as puérperas sobre
ção de sustentação dos órgãos pélvico-abdominais. a importância da continuidade dos exercícios ini-
Assim, com a progressão da gravidez e alongamen- ciados nesse período e sobre o retorno para o aten-
to dos músculos abdominais para acomodar o feto, dimento no pós-parto tardio (Mesquita; Machado;
há um prejuízo no vetor de forças desses múscu- Andrade, 1999). O tratamento precoce da DMRA
los, ocorrendo uma diminuição na capacidade de visa a contribuir para uma recuperação mais rápida
contração muscular (Rett et al., 2009). Durante este e eficaz dessas alterações mecânicas que incomo-
período o estiramento da musculatura abdominal é dam a mulher, física e emocionalmente. Ademais, a
indispensável para permitir o crescimento uterino, paciente fica mais segura nos seus relacionamentos
facilitando o aparecimento de Diástase dos Múscu- interpessoais tendo sua aparência pós-parto recu-
los Retoabdominais (DMRA). A DMRA é definida perada. Ainda visa ao restabelecimento do tônus
como a separação ou afastamento dos feixes desses e força muscular do abdômen para o desempenho
músculos ao longo da linha alba (Both; Neto; Mo- funcional, de manutenção de postura e movimenta-
reira, 2008; Rett et al., 2009). ção do corpo (Borges; Valentin, 2002), sendo a ele-
Esta DMRA não provoca desconforto nem dor, troestimulação com corrente de média frequência
entretanto, com a distensão excessiva, pode haver uma alternativa de tratamento para as puérperas.
interferência na capacidade da musculatura abdo- A eletroestimulação com corrente de média fre-
minal na estabilização do tronco, gerando maior
quência (Corrente Russa) é uma técnica de estimu-
predisposição ao desenvolvimento de dor lombar.
lação muscular através de uma corrente, na qual o
Apresenta incidência menor em mulheres com bom
desconforto pelo qual a puérpera está sendo sub-
tônus abdominal antes da gravidez. A incidência,
metida é sensivelmente diminuído, devido à menor
duração e complicação a curto e longo prazos da
impedância oferecida pela passagem da corrente e
diástase abdominal na gravidez não têm sido bem
a estimulação elétrica é bem mais eficaz, uma vez
investigadas. Sua ocorrência é mais comum na ges-
que recruta um maior número de fibras musculares
tação e no pós-parto imediato. Alguns fatores po-
(Borges; Valentin, 2002).
dem ser predisponentes para a diástase: obesidade,
gestações múltiplas, multiparidade, poli-hidrâmnio O atendimento fisioterápico no puerpério ime-
(excesso de líquido amniótico), macrossomia fetal diato contribui positivamente para a redução da
e flacidez da musculatura abdominal pré-gravídica, DMRA mais precocemente (Mesquita; Machado;
por levar à maior distensão abdominal durante a Andrade, 1999). Diante da importância do trata-
gravidez (Both; Neto; Moreira, 2008; Rett et al., mento fisioterapêutico na diástase e a eletroestimu-
2009; Mesquita; Machado; Andrade, 1999). lação neuromuscular como importante alternativa
Essas alterações são indispensáveis para o pleno de tratamento realizou-se o presente estudo com o
desenvolvimento da gravidez e normalmente retor- objetivo de buscar na literatura as evidências sobre
nam às condições pré-gravídicas durante o período o uso da estimulação elétrica neuromuscular por
do puerpério, ou seja, após o parto. É então que as meio da Corrente Russa no tratamento da diástase
modificações locais e sistêmicas provocadas pela abdominal.
transversais relacionam-se à diástase, porém não ao nientes de um único estudo descritivo ou qualitativo
uso da Corrente Russa na diástase abdominal. De é nível de evidência seis, que é o caso do estudo
acordo com a classificação de Melnyk e Fineont- citado nesta revisão. Na Tabela 1 está demostrada
Overholt (2005), os estudos com evidências prove- a síntese dos artigos analisados.
Tabela 1 – Síntese dos artigos sobre estimulação elétrica neuromuscular no tratamento da diástase abdominal
– 2012
Estudo Objetivo Metodologia Resultado Conclusão
Borges e Va- Proporcionar uma O tratamento com eletroestimulação foi A paciente A tinha uma diástase de A análise dos dados da perimetria
lentin (2002) diminuição do tem- realizado com três puérperas. Utilizou- 2 cm no início do tratamento e ao permitiu concluir que a despeito da
Tratamento da po de recuperação se o aparelho de eletroestimulação de final uma diástase de apenas 1 cm, diversidade inerente às pacientes,
flacidez e di- da musculatura ab- média frequência (Endophasys-R_, (KLD sua perimetria também diminuiu, o tratamento reduziu medidas pelo
ástase do reto- dominal e diástase, Biosistemas Ltda.), que possui um pulso na cicatriz umbilical, de 80 cm encurtamento do reto abdominal
abdominal no e a manutenção da senoidal, e foram utilizados os seguintes para 75 cm. em sua dimensão longitudinal.
puerpério de qualidade e quan- parâmetros de modulação: Frequência por- A paciente B teve uma redução da Por outro lado, o acompanha-
parto normal tidade do tecido tadora de 2.500 Hz, frequência modulada diástase de 3 cm para 1 cm e uma mento dos resultados obtidos por
com o uso de muscular no estado de 100 Hz, fase (ciclo) de 50%, tempo de redução de perimetria em cicatriz meio da utilização do paquímetro
eletroestimula- puerperal, assim contração de 6 seg. e tempo de repouso umbilical de 76,5 cm para 71 cm. levou à conclusão de que existiu
ção muscular como recuperar a de 6 seg., por um tempo total de estimu- Já a paciente C obteve uma re- também redução transversal da
com corrente sensação de ten- lação de 20 min, numa intensidade (mA) dução de diástase de 3,9 cm, no diástase entre os dois segmen-
de média fre- são muscular, uti- confortável e suficiente para proporcionar início do tratamento, para 2 cm ao tos musculares testados. Além
quência lizando para isso a contração visível. Isto aconteceu três vezes final do tratamento e a perimetria disto, a avaliação subjetiva e o
Estudo de eletroestimulação por semana, durante seis semanas. na cicatriz umbilical diminuiu de 98 acompanhamento regular das pa-
caso neuromuscular com para 90 cm. A observação das fotos cientes mostrou melhora do tônus
Nível de evi- corrente de média “antes” e “depois” mostra o impacto e do trofismo muscular. O estudo
dência: 6 frequência. da impressão visual dos resultados apresentado mostrou resultados
numericamente descritos. favoráveis que justificam seu uso
na terapêutica puerperal.
Oliveira et al., Correlacionar os Foram incluídas 24 mulheres no segundo Encontrou-se uma correlação O presente estudo sugere que a
2011 parâmetros mater- estágio do trabalho de parto. Os dados negativa entre a diástase umbilical diástase umbilical pode ser um
Abdominal nos e fetais que po- de diástase do músculo retoabdominal e os parâmetros eletromiográfi- parâmetro influente na geração
muscle eletrical dem influenciar os foram obtidos quando a gestante estava cos do músculo retoabdominal de esforços voluntários durante o
activity during esforços voluntá- em primeira fase de trabalho de parto, (p=0,04; r=-0,407). Não se encon- período expulsivo do parto, porém
labor expulsive rios durante a fase utilizando-se de um paquímetro digital, trou correlação significativa entre não deve ser considerada de forma
stage: a cross- do segundo estágio a medida foi executada em três níveis. O a eletromiografia dos músculos isolada para o sucesso do anda-
sectionalstudy do parto por meio sinal electromiográfico para a atividade de retoabdominal e oblíquo externo mento do trabalho de parto.
Estudo Trans- da eletromiografia músculo abdominal foi obtido no começo e os demais parâmetros maternos
versal de superfície. da segunda etapa, quando a grávida teve a e fetais, bem como entre o tempo
dilatação cervical de 10 cm. Mais tarde, os do período expulsivo e o uso da
sinais da eletromiografia foram capturados ocitocina.
do momento que o paciente começou
os esforços expulsivos espontâneos na
segunda fase de trabalho. As medidas da
altura do fundo do útero (UFH), da idade
gestational (GA) e do índice de massa de
corpo (BMI) foram tomadas dos informes
médicos. Foi realizada a gasometria arte-
rial, com sangue arterial da veia do cordão
umbilical. Índice de Apgar, circunferência
cefálica e peso recém-nascido foram co-
letados dos informes médicos.
Rett, M.T. et al. Verificar a prevalên- Foram registradas informações pessoais, Foram analisadas 467 fichas de A prevalência e a média da DMRA
2009 cia da diástase dos antecedentes obstétricos e a DMRA supra dados, sendo a prevalência da foram maiores na região supraum-
Prevalência de músculos retoabdo- e infraumbilical. Os pontos de medida DMRA supraumbilical >2 cm de bilical tanto nas multíparas quan-
diástase dos minais (DMRA) em foram 4,5 cm acima e abaixo da cicatriz 68% e infraumbilical de 32%. A to nas primíparas. Na região
músculos re- primíparas e multí- umbilical, sendo graduada pelo número prevalência supraumbilical entre as infraumbilical a média DMRA
toabdominais paras no pós-parto de dedos entre as bordas mediais dessa primíparas e multíparas foi idêntica foi significativamente maior nas
no puerpério vaginal imediato; musculatura. Para cada dedo, foi esti- (68%) e infraumbilical maior nas multíparas. A DMRA infraumbilical
imediato: com- Comparar a DMRA mado 1,5 cm. A DMRA foi considerada multíparas (19,8% e 29,2%). As apresentou fraca correlação com a
paração entre supraumbilical e in- presente e relevante quando houvesse médias da DMRA foram 2,8 (±1,2) supraumbilical.
primíparas e fraumbilical e cor- um afastamento >2 cm na região supra e/ cm supraumbilical e 1,5 (±1,1)
multíparas relacioná-las com ou infraumbilical. cm infraumbilical, apresentando
Estudo Trans- a idade materna, diferença significativa (p=0,0001)
versal o Índice de Massa e fraca correlação (r=0,461). A
Corporal (IMC), a média da DMRA infraumbilical
idade gestacional foi significativamente maior nas
(IG) e o tempo de multíparas (p<0,018). Não houve
trabalho de parto correlação com a idade materna,
(TTP). IMC, IG e TTP.
um determinado padrão quando o influxo do SNC Para o presente estudo foi encontrado apenas
determina o início da contração do músculo. No um artigo (Borges; Valentin, 2002) que utilizou a
início da reabilitação as fibras de contração rápida eletroestimulação no tratamento da diástase abdo-
(tipo IIb) são recrutadas raramente, posto que no minal, um estudo de caso com três puérperas, que
início da reabilitação o treino muscular usa baixo foram avaliadas antes e após o parto e realizaram
peso para proteger as articulações. Se realizado este sessões de eletroestimulação isoladas. Os resultados
tratamento com o uso de eletroestimulação as fibras foram satisfatórios, mostrando uma diminuição das
musculares fásicas podem ser estimuladas eletrica- medidas de perimetria abdominal, diminuição da
mente e as articulações podem ser estabilizadas diástase em torno de 1 cm a 1,9 cm e melhora do
(Borges; Evangelista; Marchi, 2010). trofismo e tônus muscular.
Existem relatos na literatura que incluem re- Os estudos anteriormente citados não confirmam
sultados satisfatórios do uso da eletroestimulação o impacto da diástase abdominal na qualidade do
para melhoria da qualidade da função muscular. Os parto e tampouco mostram seus efeitos sobre o
objetivos da técnica incluem: manter a qualidade sistema musculoesquelético de puérperas, porém
e quantidade do tecido muscular, recuperar a sen- chamam a atenção para as possíveis modificações
sação de tensão muscular, aumentar ou manter a corporais e a importância de serem realizados mais
força muscular e estimular o fluxo de sangue no estudos na área.
músculo. Combinada com a contração muscular
ativa, o uso da eletroestimulação provê resultados
muito superiores aos exercícios isolados (Borges;
Valentin, 2002). Conclusão
Segundo o que se buscou avaliar no presente
Segundo o que existe na literatura, acredita-se
estudo, existe uma grande escassez de pesquisas
que a diástase abdominal é um problema bastante
com evidência científica sobre o uso da eletroes-
prevalente em mulheres puérperas e pode influen-
timulação para o tratamento da diástase abdominal
ciar negativamente o trabalho de parto, bem como
e, devido a essa lacuna, acredita-se que não se pode
causar alterações na postura. Assim sendo, devido
confirmar os reais efeitos desta terapêutica. O tema,
à precariedade de estudos na área e à grande preva-
no entanto, torna-se importante de ser discutido, à
lência de casos de diástase abdominal, há necessi-
medida que se reconhece as consequências de uma
dade de se realizar estudos clínicos bem delineados
diástase não corrigida e também da elevada pre-
(estudo randomizado, com grupo-controle, amostra
valência deste problema entre as puérperas, como
significativa, critérios de inclusão e exclusão bem
foi mostrado no estudo de Rett et al. (2009), que
definidos) utilizando este tratamento na diástase
observou uma prevalência de 68% de diástase su-
abdominal a fim de buscar uma prática baseada em
praumbilical e de 32% infraumbilical ao avaliar as
evidências. Nesse sentido, conclui-se que existem
fichas de dados de 467 mulheres.
poucas evidências disponíveis sobre o uso da es-
Além disso, Oliveira et al. (2011), ao avaliarem timulação elétrica muscular por meio da Corrente
24 mulheres no segundo estágio do trabalho de Russa no tratamento da diástase abdominal que pos-
parto e correlacionarem os parâmetros que podem sam comprovar sua eficácia.
influenciar os esforços voluntários durante o par-
to, como força e diástase abdominal, encontraram
correlação inversa entre a diástase umbilical e os
parâmetros eletromiográficos do músculo retoab- Referências
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