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BIOFEEDBACK ELETROMIOGRÁFICO
O Guide to Physical Therapist Practice define Biofeedback como “uma técnica de
treinamento que permite a um indivíduo conseguir algum controle voluntário sobre
as funções do sistema muscular ou nervoso autonômico usando-se dispositivo que
forneça estímulos visuais ou auditivos.”
De acordo com a Sociedade Internacional de Continência (Internacional Continence
Society – ICS), biofeedback é a técnica pela qual a informação sobre um processo
fisiológico normal inconsciente é apresentado ao paciente por meio de um sinal
visual, auditivo ou tátil.
O Objetivo é transformar a atividade elétrica de um músculo em um sinal visual ou
auditivo, para que o paciente possa aprender a aumentar ou diminuir a ativação
fisiológica de um musculo esquelético ou grupo muscular.
A eletroestimulação trabalha com a contração da musculatura do assoalho pélvico a
partir da estimulação das fibras musculares e também do nervo pudendo (nervo
misto que tem funções sensitivas e motoras, responsável pela sensibilidade do
períneo por meio do ramo perineal).
O mecanismo da eletroestimulação para o tratamento de incontinência urinária
utiliza reflexos inibitórios eferentes e a estimulação aferente na região sacral da
micção.
Vários tipos de correntes são utilizadas, destacando-se as alternadas, bipolares e as
interferênciais, a intensidade é de caráter individual e deve ser a máxima tolerada
pela paciente.
Estudos foram realizados para verificar o benefício da eletroestimulação em
mulheres com incontinência urinária.
Castro realizou a eletroestimulação intravaginal em 34 mulheres com incontinência
urinária por esforço, durante 3 meses, em 2 sessões semanais de 20 minutos cada,
utilizou corrente bipolar alternada com frequência de 50Hz e intensidade de acordo
com a sensibilidade de cada paciente. O resultado foi um índice de 82,3% de
melhora.
Herrmann et al.(2003), utilizou eletroestimulação transvaginal em 22 mulheres com
incontinência urinária por esforço durante 8 semanas, em 2 sessões semanais com
20 minutos cada, em um frequência de 50 Hz, largura de pulso de 700 ms, com
intensidade variada entre 12 a 53 mA, de acordo com cada paciente. Após a terapia,
observou-se um índice de melhora de 81,7%.
Barroso et al. (2003), utilizou a eletroestimulação em 24 pacientes com incontinência
urinária de esforço, urgência e mista, a terapia foi realizada durante 3 meses, 2
vezes ao dia, por 20 minutos cada sessão, com frequência 20 Hz para urgência e
mista e de 50Hz para incontinência por esforço e uma largura de pulso de 300 ms.
Após a terapia, obteve-se um resultado de 88% da melhora dos sintomas dos
pacientes.
De acordo com os estudos observa-se que na incontinência urinaria há uma
diversidade de parâmetros e frequências, isso ocorre devido aos critérios diferentes
utilizados na aplicação da eletroestimulação, ao tempo de tratamento, e a
necessidade de cada paciente.
O biofeedback é uma das áreas de maior desenvolvimento no campo da medicina
de comportamento, suas áreas de aplicações são amplas, na saúde da mulher e
uroginecologia tem sido aplicada nas seguintes condições visando o trabalho
muscular e o reflexo:
Incontinência fecal e urinária;
Conscientização da musculatura perineal;
Hipertrofia muscular;
Instabilidade vesical;
Relaxamento esfincteriano estriado;
Eliminar hipertonias e hiperreflexias;
Aprendizado da evacuação.
A eletroestimulação do assoalho pélvico é contra indicada nas seguintes situações:
Gravidez;
Lesões ou infecções urinárias ou vaginais;
Prolapso uterino;
Diminuição da função cognitiva;
Câncer de colo do útero, reto ou geniturinário;
Período menstrual;
Marca passo ou implantes metálicos.
Os efeitos colaterais com a utilização da eletroestimulação do assoalho pélvico são
raros, destacando-se: dor, irritação vaginal, ardência e infecção urinária.
Os benefícios proporcionado as mulheres que realizam esse tipo de tratamento é de
grande valia e dentre eles destacam-se: a melhora da força muscular, diminuição no
número de perdas urinárias, melhora durante a relação sexual e consequentemente
uma melhora na qualidade de vida e convívio social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NELSON, Roger M.; HAYES, Karen W.; CURRIER, Dean P.; Eletroterapia Clínica.
3. ed. São Paulo: Manole, 2003.