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TRANSTORNO DO PÂNICO
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SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................ 3
Tratamento psicológico................................................................... 18
Psicoeducação ............................................................................... 21
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 27
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NOSSA HISTÓRIA
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Introdução
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benzodiazepínicos. No entanto, muitos pacientes, ainda estando sob terapia
medicamentosa, permanecem sintomáticos e apresentam recorrência de
sintomas. Estudos demonstraram que após quatro anos de terapia
medicamentosa, cerca de 30% dos pacientes estão assintomáticos, 40-50%
estão melhores, mas ainda sintomáticos, e 20-30% permanecem iguais ou
piores. É também sabido que a presença de sintomas residuais está associada
ao maior risco de recaídas.
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O tratamento cognitivo-comportamental para o transtorno
de pânico
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cognitivo para a ansiedade e pânico. O tratamento cognitivo-comportamental
tem como foco a correção das falsas interpretações das sensações corporais
como ameaçadoras.
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paciente deve expor quais são as sensações físicas que caracterizam os ataque
e quais são os pensamentos automáticos e crenças que giram em torno das
crises.
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dispara sem que exista uma situação de perigo, e o medo decorre muito mais de
uma interpretação errada ou distorcida das sensações físicas do que de algum
perigo real. (Manfro, Heldt e Cordioli, 2008. p.438)
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de forma isolada ou sequencial. É papel do paciente notar qual técnica tem mais
efeito para controlar seus sintomas e utilizá-las antes de ter a crise instalada, de
uma forma preventiva.
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De acordo com Barlow, um elemento fundamental para a realização dessa
técnica é a retirada de sinais e comportamentos de segurança, pois esses
comportamentos auxiliam o indivíduo a buscar garantias ou encontrar saídas.
Embora suavizem o desconforto no curto prazo, os sinais de segurança
sustentam a ansiedade a longo prazo (Siddle e Bond, 1998 apud Barlow, 2009).
Além das técnicas comportamentais mencionadas para o tratamento de TP,
também são empregadas técnicas cognitivas com o objetivo de corrigir os
pensamentos automáticos disfuncionais e crenças distorcidas.
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que, assim, o paciente entre em contato com a distorção conseguindo interpretar
suas sensações físicas e mudar o pensamento em relação a elas.
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Conforme Rangé e Bernik (2001), a primeira sessão de tratamento tem o
objetivo de estabelecer o rapport, coleta de dados, avaliação e situação
existencial, psicoeducação sobre o modelo de terapia cognitivo-
comportamental, oferecimento de informações sobre o problema e o
estabelecimento de metas sobre o tratamento. A segunda sessão tem o objetivo
de treinar habilidades de manejo da ansiedade, dentre elas a estratégia “acalme-
se”. A palavra indica passos para o manejo adequado de uma situação percebida
como ameaçadora, como a iminência de novas sensações corporais.
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As sessões de TCC no TP são estruturadas, seguindo o modelo básico
proposto por Beck. As sessões iniciais são dedicadas à avaliação do paciente, à
psicoeducação e às técnicas de treinamento para lidar com a ansiedade
(relaxamento muscular e respiração abdominal), se essas técnicas são
utilizadas. Na medida em que as sessões avançam, é dada maior atenção às
intervenções cognitivas, de exposição interoceptiva e in vivo. As sessões finais
são dedicadas à consolidação dos ganhos e aos esforços para a prevenção de
recaídas.
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desta forma, um senso de "perigo " iminente e gerando mais interpretações
catastróficas e ansiedade em uma rápida espiral.
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Trabalha-se com a hipótese de que a repetição de ataques torne os
indivíduos progressivamente mais sensíveis aos estímulos internos e a situações
em que o ataque ocorreu e que eleve a vigilância sobre qualquer sensação física.
Combinado a isso, há ansiedade antecipatória, i.e., medo de sofrer outro ataque,
e as interpretações catastróficas dos sintomas quando estes ocorrem. Tal
comportamento condicionado pelo medo leva a que o indivíduo evite os sintomas
somáticos (por exemplo: exercícios físicos) ou lugares associados a ataques
prévios (agorafobia). Em consequência, os pacientes começam a ter limitações
em suas atividades cotidianas. Assim, a TCC é utilizada para eliminar a hiper-
vigilância sobre os sintomas, corrigir interpretações e crenças distorcidas e
eliminar a agorafobia.
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pessoa, separações ou conflitos domésticos intensos e flutuações endócrinas
aparecem em relatos de pacientes quando indagados sobre as condições
precipitadoras do pânico.
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associado à melhor resposta à TCC no TP. No entanto, têm sido relatados
desfechos positivos da aplicação de tratamento muito breve (em torno de seis
sessões) oferecida em instituições clínicas e de atendimento primário.
A avaliação do transtorno
As perguntas iniciais podem ser mais gerais a respeito das várias áreas
da vida do cliente, mas ao longo da entrevista é essencial que respostas mais
específicas e detalhadas sobre as dificuldades apresentadas possam ser
conseguidas.
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Instrumentos específicos auxiliam a avaliação do caso como entrevistas
estruturadas, questionários e medidas de automonitoramento (para maiores
esclarecimentos ver Barlow & Cerny, 1999).
Tratamento psicológico
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Relaxamento Muscular Progressivo (Sandor, 1974)
É combinado com o cliente que este relaxamento deverá ser treinado duas
vezes ao dia, e que ele irá registrar o nível de tensão inicial e final a cada
exercício. Somente com a prática, ele desenvolverá a capacidade de perceber
tensão muscular em seu corpo e relaxar-se sempre que necessário. Na maioria
dos casos atendidos, opta-se por ensinar o relaxamento com dois grupos
musculares a cada sessão, acrescentando gradativamente até completar todos.
Fica mais fácil para o cliente aprender aos poucos, já que se evita dar fitas
gravadas. Se o cliente se acostumar a se relaxar só em condições ideais e com
a voz do terapeuta, mais complicado será planejar a retirada desta ajuda. Para
que ele se sinta competente e independente, desde o início deve-se apostar que
ele conseguirá aprender só com a experiência no consultório e os treinos em
casa. Às vezes, permite-se terem as instruções por escrito.
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irrelevantes?; Será que estou superestimando a probabilidade de um evento e
subestimando o que posso fazer para lidar com o problema?”; ajudam a
questionar a validade dos pensamentos automáticos e promovem uma
reestruturação cognitiva.
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Psicoeducação
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Técnicas para lidar com a ansiedade
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Técnicas cognitivas
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interpretações catastróficas e gerem pensamentos mais precisos. Nos
transtornos de ansiedade, é dada atenção à superestimação da probabilidade
de desfechos negativos ( "se minha tontura piorar, vou desmaiar "), assim como
uma superestimação do grau de catástrofe desses desfechos ( "se eu
desmaiasse, seria simplesmente insuportável ").
Técnicas de exposição
1. Exposição interoceptiva
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As intervenções de exposição interoceptiva são tipicamente introduzidas
na sessão e completadas em conjunto pelo menos duas vezes pelo terapeuta e
pelo paciente, colocando a atenção em ajudar os pacientes a "não fazer nada "
para tentar controlar ou minimizar as sensações. A prática em casa dos
exercícios é então indicada, com o objetivo de que o paciente "se acostume "
com as sensações quando da próxima sessão semanal.
2. Exposição in vivo
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3. Dependência dos parentes
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REFERÊNCIAS
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