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TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO
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SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................ 4
Compulsões...................................................................................... 9
Fatores Psicológicos....................................................................... 17
Comorbidades ................................................................................ 27
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Contraindicações e fatores preditivos de não resposta à TCC ....... 27
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 32
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NOSSA HISTÓRIA
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Introdução
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essenciais são obsessões ou compulsões recorrentes suficientemente severas
para consumirem tempo (mais de uma hora por dia), causar sofrimento
acentuado e prejuízo significativo. Em algum ponto durante o curso do
transtorno, o indivíduo reconhece que suas obsessões ou compulsões são
excessivas ou irracionais. A Classificação Internacional de Doenças (CID-10,
2000) determina, além dos critérios propostos pelo DSM - IV - TR, que os
sintomas estejam presentes na maioria dos dias, por pelo menos duas semanas,
para que se considere o diagnóstico de TOC.
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O tratamento mais efetivo para o TOC geralmente é a combinação de
Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina (ISRS), com a Terapia
Cognitiva-Comportamental, a qual prevê a aplicação de técnicas psicoterápicas
cognitivas e comportamentais específicas, destacando-se a técnica de
Exposição e Prevenção de Respostas (EPR). Quanto à medicação, a efetividade
varia entre 40 a 60%, e comumente é a primeira escolha de tratamento,
principalmente quando há comorbidade com outros transtornos (Cordioli, 1998;
2004). Entretanto, pesquisas apontam que a utilização da EPR é eficaz em mais
de 70% dos pacientes que aderem ao tratamento (Tolin, Diefenbach & Gilliam,
2011).
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dismórfico corporal, tricotilomania, transtorno de acumulação e transtorno de
escoriação (skin-pincking), atualmente todos estes ocupam o mesmo grupo no
DSM – 5. E no CID-10 (1993), o TOC é classificado como o F42, este faz parte
do grupo de transtornos neuróticos, relacionados ao estresse e somatoformes.
Obsessões
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salientar que os conteúdos específicos das obsessões e compulsões variam
entre os indivíduos, entretanto alguns temas, ou dimensões, são comuns.
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Compulsões
É uma forma que o portador de TOC utiliza para neutralizar seus medos
e afastar o “perigo”, tais medidas têm por finalidade reduzir e/ou eliminar as
possíveis consequências desastrosas associadas às obsessões, de modo a
sentir-se aliviado. São feitas por meio de várias táticas de neutralização, as duas
principais são, a realização de compulsões ou rituais, e a evitação do contato
com objetos ou situações que representam “perigo”.
Lavagem ou limpeza
Verificações ou controle
Repetições ou confirmações
Contagens
Ordem, simetria, sequência ou alinhamento
Acumular, guardar ou colecionar coisa inúteis, poupar, economizar
Compulsões mentais: rezar, repetir palavras, frases, números
Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar dedos
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por limpeza, lavagens excessivas e necessidade de evitar tocar em objetos ou
frequentar lugares considerados sujos ou contaminados (CORDIOLI, 2008).
Evitação
Hipervigilância
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muitos casos é justamente ocorrer o contrário, e fazer com que estas obsessões
tornem-se cada vez mais intensa e frequentes (CORDIOLI, 2008).
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Depressão – os portadores de TOC podem apresentar depressão, tanto
pela comorbidade quanto pelo comprometimento com as atividades diárias, ou
em decorrência de pensamentos catastróficos. Pacientes deprimidos podem ter
sua mente invadida por pensamentos negativos em relação a si, ao mundo e ao
seu futuro. E por isso são comuns pensamentos e sentimentos relacionados ao
desamparo, desesperança, culpa ou lembrança de falhas antigas, e tais
ruminações podem ser confundidas de certa forma com as obsessões do TOC.
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boa parte do tempo do sujeito, que em muitas vezes possui uma imagem
corporal distorcida de si próprio.
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Transtornos relacionados ao TOC
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Desenvolvimento do TOC
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O que se percebe é que os portadores do TOC que buscam tratamento
geralmente só fazem isso depois de muitos anos após o início dos sintomas, pois
muitas vezes as pessoas têm vergonha dos seus rituais (compulsões), que eles
mesmos reconhecem sem sentido. E quando criança muitas vezes esses
sintomas são negligenciado vindo a ser mais preocupante já na fase da
adolescência para a fase adulta.
Causas do TOC
De acordo com Cordioli e Braga (2011), ainda hoje as causas do TOC não
são bem conhecidas, como sabemos que trata-se de um transtorno com
sintomas heterogêneos, não se está claro se é um único transtorno ou um grupo
de transtornos com características comuns. O que acontece é que na prática
clínica o início da doença, o curso da doença, os aspectos neurofisiológicos,
neuropsicológicos e cognitivos assim como a resposta aos tratamentos variam
bastante de indivíduo para indivíduo.
Fatores neurobiológicos
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cerebrais hiperativas nos portadores, alterações neuroquímica cerebral, as
pesquisas genéticas e achados inovadores encontraram uma nova forma de
encarar o transtorno.
Fatores Psicológicos
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O medo, as crenças supersticiosas, os rituais, os comportamentos
evitativos, as preocupações excessivas segundo Cordioli (2008), podem vir a ser
resultado de uma educação recebida durante a infância, ou seja, poderiam ter
sido ensinados pelos pais, ou talvez sido aprendido pela observação já que é
comum que outros membros da família possuam a doença.
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Os fundamentos da terapia cognitivo-comportamental do
TOC
Bases empíricas
O fenômeno da habituação
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A partir dessas observações, propuseram a existência de uma relação
funcional entre os rituais e as obsessões: os rituais eram realizados para aliviar
a ansiedade que acompanhava as obsessões. Essa era a sua função e, ao
mesmo tempo, uma tática aprendida pelo paciente para livrar-se da ansiedade
que usualmente acompanha as obsessões. Observaram ainda que o impulso de
executar as verificações ou as lavações desaparecia espontaneamente num
período entre 15 e 180 minutos caso fosse solicitado aos pacientes que se
abstivessem de realizar os rituais ou permanecessem em contato com as
situações ou os objetos evitados. Constataram também, que, a cada repetição
dos exercícios, a intensidade da ansiedade e do impulso para realizar os rituais
era menor. Caso repetissem os exercícios um número suficiente de vezes, tanto
a aflição como a necessidade de executar os rituais desapareciam por completo.
Este fenômeno natural ficou conhecido como habituação e passou a ser a base
da terapia de EPR.
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OC. Ambas as pesquisas tiveram sucesso em eliminar os sintomas da maioria
dos pacientes em um período relativamente curto, de 4 a 12 semanas.
Acompanhados por períodos de até cinco anos, muitos desses pacientes
continuavam assintomá-ticos.
O modelo comportamental
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parece bastante plausível, tendo implicações importantes nas estratégias de
tratamento, como veremos mais adiante.
O modelo cognitivo
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Teoria cognitiva sobre os sintomas OC
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comportamento preventivo e, em geral, estão associadas com indecisão e
dúvida. Os rituais de verificação seriam realizados quando uma pessoa que
acredita ter uma grande e especial responsabilidade em prevenir danos,
especialmente em relação aos outros, sente-se insegura de que o risco do
possível dano tenha sido efetivamente reduzido ou removido, o que a levaria a
fazer repetidas verificações, como forma de eliminar a dúvida e o possível risco.
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Vantagens e limitações da terapia cognitiva
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Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) vem sendo adotada paulatinamente.
As técnicas de EPR continuam sendo consideradas os ingredientes cruciais para
a eliminação dos sintomas e o papel das técnicas cognitivas do tratamento do
TOC ainda está para ser mais bem esclarecido.
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diagnóstico de TOC é excluído. Devem ainda ser de gravidade suficiente para
provocar um grau de desconforto significativo ou interferir nas rotinas diárias e
relacionamentos interpessoais. Além de estabelecer o diagnóstico do TOC, é
importante, na avaliação inicial, dar uma atenção especial a outras duas
questões: presenças de comorbidades e contraindicações à TCC.
Comorbidades
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A psicoeducação e a motivação para o tratamento
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Início da terapia: os exercícios de exposição e prevenção de
respostas (ou dos rituais)
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Dentre essas técnicas, estão a identificação e o registro de pensamentos
automáticos e crenças e disfuncionais, o questionamento socrático (ou exame
de evidências), a seta descendente, o exame das vantagens e desvantagens (ou
do custo benefício), a torta da responsabilidade, o exame das duas hipóteses
alternativas, experimentos comportamentais, o uso de lembretes, entre outras.
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Em cada sessão, revisa-se a lista dos sintomas, para programar os
próximos exercícios de casa. O objetivo da terapia é a eliminação completa dos
sintomas. Quando a maioria dos sintomas tiver sido eliminada, pode-se propor o
espaçamento das sessões e, posteriormente, a alta. São recomendadas
sessões de reforço após o término do tratamento.
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REFERÊNCIAS
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