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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA – UNINTA

CURSO DE PSICOLOGIA

ANA BEATRIZ GUIMARÃES GOMES

DOMENICO TRÉVIA DE OLIVEIRA COUTINHO

FRANCISCA LARA MARTINS PERES

FRANCISCO DE SOUSA CORDEIRO

TOC – TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO

DEFINIÇÃO, QUALIDADE DE VIDA NO TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO


E AS CONTRIBUIÇOES DA PSICOLOGIA NESTA DISCUSSÃO

GRANJA

2022
Resumo:

O presente relatório tem por objetivo realizar uma discussão baseada no tema: TOC –
Transtorno Obsessivo Compulsivo: Definição, qualidade de vida no transtorno obsessivo
compulsivo e as contribuições da psicologia nesta discussão. O seguinte texto é baseado em
artigos e textos relevantes que trataram do assunto citado. A dissertação deste relatório tem
como objetivo o esclarecimento do assunto abordado e a obtenção da nota parcial da disciplina
de Psicopatologia Infantil do curso de Psicologia do Centro Universitário INTA – UNINTA. O
transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) foi considerado pela Organização Mundial da Saúde
como a décima causa de anos e anos vividos com considerável incapacidade pelos sujeitos
acometidos por tal transtorno, no entanto, as pesquisas e estudos voltados ao que diz respeito a
qualidade de vida dos sujeito dentro desse transtorno ainda são consideradas, de forma relativa,
raras.

Introdução: O que é o TOC?

O TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo, é considerado um distúrbio psiquiátrico de


ansiedade que como características vigentes apresenta pensamentos obsessivos e intrusivos. O
transtorno também condiciona o sujeito acometido a comportamentos compulsivos e
repetitivos, que são, de forma muito comum, relacionados à limpeza e organização, é
extremamente comum que as pessoas que possuem o transtorno acreditem firmemente que, se
deixarem de cumprir algum tipo de ritual, rituais esses que podem ser de fechar portas, janelas,
verificar chaves ou mudar coisas de lugar, algo terrível vai acontecer a eles no seu dia-a-dia.

Muitos médicos ainda não foram capazes de compreender de forma completa o fator
que se faz principal e que se faz presente por trás do transtorno obsessivo-compulsivo, porém,
as consideradas principais teorias que tentam compreender as causas do TOC nos direcionam a
três fatores: a biologia, a genética e o meio ambiente. Por outro lado, alguns pesquisadores
chegam a acreditar que o TOC é resultante de alterações que ocorrem no corpo ou no cérebro
do sujeito, já outros estudos nos direcionam para uma predisposição genética.

Quanto ao diagnóstico voltado para o TOC, o profissional em saúde mental deve


solicitar a realização de determinados exames e testes, incluindo: Exame físico, testes de
laboratório e avaliações psicológicas. Para que o sujeito seja diagnosticado com o transtorno, a
pessoa deve apresentar determinados critérios que estão estabelecidos no Manual Diagnóstico
e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). Os Critérios que são considerados necessários
para o diagnóstico do transtorno incluem a apresentação de obsessões, compulsões, ou ambo e
que seja perceptível que as obsessões e compulsões acontecem em excesso e de forma não
racional, crises de obsessões e compulsões são longas, persistentes e interferem diretamente na
rotina e qualidade de vida, assim como no ambiente de trabalho e vida social.

O transtorno não tem cura, no entanto, os tratamentos que são disponíveis para o
transtorno podem ser de considerável ajuda para o controle de sintomas e evitar que os mesmos
cheguem a interferir ainda mais na qualidade de vida do paciente, normalmente o tratamento
se faz necessário durante toda a vida da pessoa, seja por medicação ou abordagens como
psicoterapia, no entanto, o tratamento se apresenta muito mais eficaz quando medicalização e
terapia se fazem em conjunto.

Desenvolvimento: Qualidade de vida no transtorno obsessivo-compulsivo.

Quando falamos nas questões voltadas para saúde mental, existem incontáveis desafios
a serem considerados, pois as próprias transformações causadas pelas psicopatologias podem
dificultar e até mesmo distorcer quando se trata de avaliarmos de forma subjetiva os diferentes
aspectos de qualidade de vida dos sujeitos acometidos ou não por elas, apesar das dificuldades
que se apresentam, o campo de estudos de qualidade de vida em saúde mental apresenta uma
crescente valorização, pois esses estudos nos trazem uma visão muito mais ampla dos
transtornos e dos impactos causados na vida de quem os porta. (Katschnig, 2006).

O TOC apresenta uma prevalência que é consideravelmente estimada em


aproximadamente 1% e de 2% a 2,5% na vida, em diferentes populações. O transtorno apresenta
início precoce, curso crônico e flutuante, e comumente vem relacionado a outros transtornos,
como ansiedade e depressão, além de um grande número de subtipos de apresentações clínicas.
Pesquisadores nos mostram que inúmeros portadores do transtorno acabam por ocultar ao
máximo seus sintomas, consequentemente acabam demorando muito tempo para procurarem
ajuda e obterem tratamento adequado.

Muitos portadores consideram os sintomas como “bons”, por isso os ocultam, no


entanto, os episódios compulsivos são comumente acompanhados de vergonha,
desmoralização, muito sofrimento, pela noção da irracionalidade de seus pensamentos e
comportamentos e principalmente pela incapacidade de mudar os mesmos, tendo plena
consciência de suas limitações, causando assim diminuição da auto estima, bem estar subjetivo,
interferência de forma negativa nos âmbitos sociais e outros. Esse desconhecimento e medo
contribuem de forma muito direta na busca por ajuda.

Diversos estudos nos apresentam e mostram que a qualidade de vida dos sujeitos
portadores no transtorno obsessivo compulsivo é considerada bem pior em diversos fatores
quando comparamos, aos resultados obtidos em pesquisas com populações gerais.

Segundo estudo de Eisen et al. (2006), 34% dos 197 adultos com transtorno obsessivo
compulsivo eram considerados incapazes de trabalhar fora, 5% eram considerados incapazes
de exercer qualquer atividade doméstica e 14% estavam recebendo auxílio-doença. Os
resultados que diferenciaram os pacientes portadores do transtorno dos sujeitos de comparação
da população geral foram observados no que diz respeito as dimensões de saúde mental e
limitação de papéis no que se tratava de problemas emocionais e vitalidade.

Conclusão: Contribuições da Psicologia em torno do Transtorno Obsessivo Compulsivo e


qualidade de vida dos portadores.

Como apresentado em parágrafos anteriores, os processos voltado para a utilização da


abordagens de Psicoterapias é considerado um fator importantíssimo para o tratamento do
transtorno obsessivo compulsivo, o processo voltado para a psicoterapia juntamente com o uso
de medicamentos no tratamento do transtorno apresenta resultados consideravelmente melhores
do que quando utilizados de formas distintas, influenciando diretamente na vida do sujeito e
contribuindo para a qualidade de vida dos mesmos.

No que diz respeito ao tratamento do transtorno obsessivo compulsivo dentro do campo


das abordagens psicoterápicas, se apresenta como mais eficaz, a abordagem direcionada a
análise do comportamento, pois a mesma utiliza de estratégias que se direcionam ao processo
de diminuição da ansiedade, assim também, como a exposição e a prevenção de respostas, além
da considerada análise funcional que acomete todo o considerado processo terapêutico. Para
darmos um exemplo da terapia comportamental, apontamos o fato de que a técnica de exposição
de respostas consiste basicamente em exposições prolongadas e repetidas dos sujeitos a
determinadas situações que provocam nos mesmos, desconforto e intrusões em diferentes
níveis, para que os mesmos se abstenham das compulsões voltados para a realização de rituais.
A terapia comportamental utiliza-se de uma abordagem prática, que é propositalmente
focada no presente e que em seu processo terapêutico busca eliminar os considerados
comportamentos indesejáveis que acometem os sujeitos. Outra abordagem bastante utilizada no
tratamento do transtorno obsessivo compulsivo é a chamada terapia cognitivo-comportamental
(TCC), este tipo de psicoterapia, é direcionada aos pensamentos automáticos e as crenças que
são consideradas centrais e que estão diretamente vinculadas e relacionadas ao humor,
comportamentos e sensações do sujeito diante das situações da vida.

Dentro da conhecida como terapia cognitiva comportamental é compreendido que o que


os sujeitos pensam sobre os fatos presente em seu transtorno está diretamente ligado à forma
como os mesmos irão se comportar diante das situações que serão expostos. De acordo com a
abordagem, os pacientes com o transtorno se mostram crentes sobre coisas consideradas falsas
ou fantasiosas, os considerados pensamentos obsessivos são intrusos e podem acabar
provocando determinados pensamentos automáticos e negativos.

Apesar das duas terapias compartilharem e correlacionarem entre si diversas técnicas


terapêuticas, os conceitos que as mesmas consideram sobre a vida interior do ser humano e sua
subjetividade acabam por se diferenciar, e de forma consequente, diferem também no processo
de abordagem. Um fator importantíssimo a ser sempre salientado na literatura considerada
especializada é o fator de que a intervenção da família no tratamento do sujeito portador do
transtorno é também de fundamental importância, sendo considerada até mesmo como um
complemento da chamada farmacoterapia e das psicoterapias na qualidade de vida dos sujeitos.
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