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TRANSTORNO DE ANSIEDADE E COMPULSÃO ALIMENTAR:

ABORDANDO AS CONTRIBUIÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-


COMPORTAMENTAL

Élen Vitoria Cardoso Oliveira¹


elenoliveira@soumaissantissimo.com.br

Vanessa Santos de Jesus¹


vanessajesus@soumaissantissimo.com.br

Jeane Denise de Souza Menezes²


docente.jeanedenise@fsssacramento.br

Rafael Santos de Oliveira3


docente.rafaeloliveira@fsssacramento.br

RESUMO: O Transtorno de Ansiedade envolve sentimentos persistentes de


preocupação que afetam a qualidade de vida. A Compulsão Alimentar é o consumo
excessivo de alimentos em curto período de tempo. Ambos transtornos estão
relacionados, já que pessoas com ansiedade podem recorrer à comida para aliviar o
estresse, levando à compulsão alimentar. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é
eficaz, pois ajuda a modificar padrões de pensamento disfuncionais e a gerenciar a
ansiedade, desempenhando um papel importante no tratamento da compulsão alimentar
em pessoas com ansiedade.O presente artigo tem como objetivo abordar a ansiedade
patológica pode gerar e agravar a compulsão alimentar e abordando as contribuições da
TCC como forma de tratamento. Foi efetuado um estudo de pesquisas com revisão de
leitura por meio de levantamento bibliográfico. Onde foram feitas pesquisas nas bases
virtuais como SciELO e plataforma Google Acadêmico. Os resultados observados na
revisão bibliográfica dessa pesquisa, demonstram o que as questões ansiosas, tem
influência sobre o ato de se alimentar. Foi possível identificar como o emocional
juntamente com a ansiedade e as alterações nos neurotransmissores e hormônios
podem levar o indivíduo a uma compulsão alimentar e como a TCC pode contribuir no
tratamento. Por fim, verificou-se que a ansiedade de fato influência na compulsão
alimentar, vez que essas pessoas tendem a comer mais devido ao fato de utilizarem a
comida como forma de lidar com a ansiedade.

Palavras-chave: Transtorno de ansiedade. Compulsão Alimentar. Terapia cognitiva-


comportamental. Tratamento.

ABSTRACT:.Anxiety Disorder involves persistent feelings of worry that affect quality


of life. Binge Eating is the excessive consumption of food in a short period of time.
Both disorders are related, as people with anxiety may turn to food to relieve stress,
leading to binge eating. Cognitive-behavioral therapy (CBT) is effective as it helps
modify dysfunctional thought patterns and manage anxiety, playing an important role in
treating binge eating in people with anxiety. generating and worsening binge eating and
addressing the contributions of CBT as a form of treatment. A research study was
carried out with a reading review through a bibliographic survey. Where research was
carried out on virtual databases such as SciELO and the Google Scholar platform. The
results observed in the literature review of this research demonstrate that anxious
questions have an influence on the act of eating. It was possible to identify how
emotions, together with anxiety and changes in neurotransmitters and hormones, can
lead an individual to binge eating and how CBT can contribute to treatment. Finally, it
was found that anxiety actually influences binge eating, as these people tend to eat more
due to the fact that they use food as a way to deal with anxiety.

Keywords: Anxiety disorder. Food Compulsion. Cognitive-behavioral therapy.


Treatment.

1. INTRODUÇÃO

A ansiedade uma das condições psicológicas mais prevalentes na sociedade


contemporânea, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. É um estado natural do
ser humano, essencial para sua sobrevivência, livrando-se de possíveis ameaças. Porém,
a ansiedade excessiva passa a ser patológica, onde há sudorese, tremores, tensão
muscular, falta de ar, insônia, manchas na pele, entre outros sintomas.
O Transtorno de Ansiedade é definido pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais, na sua 5ª edição (DSM-5), como condições em que o indivíduo
sente níveis desproporcionais de ansiedade, medo e preocupação. Esse transtorno pode
se manifestar de diversas formas como fobias sociais, compulsões, medos específicos e
ataques de pânico. Contudo, falar de ansiedade é saber delimitar o normal do
patológico. Ansiedade a nível comum de todo ser humano é necessária para a
sobrevivência, mas quando exagerada em relação ao estímulo afeta a vida emocional e
cotidiana do indivíduo e passa a ser considerada patológica.
A ansiedade possui uma relação bastante próxima com a compulsão alimentar
devido desequilíbrio dos neurotransmissores responsável pela sensação de prazer,
regulação da ansiedade e sensação de fome, que nesse caso é a serotonina. Logo, a
pessoa com ansiedade irá ver a comida como mecanismo de escape para sentimento de
culpa, tristeza, frustração.
Segundo Associação Brasileira de Psiquiatria mais de 70 milhões de pessoas no
mundo sofrem de algum transtorno alimentar (MS, 2021). Segundo estatísticas do
Ministério da Saúde, como ponto de referência, transtornos como compulsão alimentar,
bulimia e anorexia afetam aproximadamente 4,7% da população em geral, mas essa taxa
pode aumentar para 10% quando se trata de indivíduos mais jovens (UFMG, 2021).

De acordo o DSM-5, episódios de ingestão exagerada em curto perío do de tempo,


acompanhado pela sensação de perda de controle leva ao Transtorno de compulsão
alimentar. Pode ter origem através da interação de viários fatores como genética,
psicológicos incluindo baixa autoestima, depressão e insatisfação corporal; Ambiental,
estando associado a traumas; E sociais e culturais, onde há a pressão cultural
relacionada a imagem corporal e normas de beleza que fazem com que aumente os
níveis de ansiedade.
Com intenção de amenizar ou controlar os sentimentos, os estímulos ansiosos
para comida aos poucos se tornam um hábito, que muitas vezes esse ato resulta em fome
emocional, não caracterizada por uma necessidade fisiológica, mas sim possui maior
relação com o estado mental.
Geralmente frustrações, baixa autoestima e culpa são o que ligam diretamente
ansiedade a compulsão alimentar, onde o indivíduo busca a forma de amenizar o que
sente ingerindo alimentos de forma descontrolada. Aos poucos, esse comportamento se
torna um hábito, logo, quando o indivíduo passa por uma situação de estresse e de
ansiedade, a primeira fuga que buscará será a comida.
A terapia cognitiva concentra seus estudos na investigação dos aspectos
cognitivos relacionados às mudanças nas condições mentais e à persistência de sintomas
(Texeira, 2022). A TCC se baseia na premissa de que nossos pensamentos, sentimentos
e comportamentos possuem conexão, e ao identificar e modificar padrões de
pensamento disfuncionais o terapeuta ajuda a promover estratégias para modificar esses
padrões e promover mudanças positivas no comportamento e no bem-estar emocional
do cliente.
O atual artigo visa compreender e analisar a maneira como o Transtorno de
Ansiedade influencia a compulsão alimentar, explorando esse tema sob a perspectiva da
Teoria Cognitivo Comportamental. Buscando destacar como essa teoria pode ser
empregada tanto na compreensão quando no tratamento desse transtorno.

2. REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico do presente artigo é desenvolvido em quatro seções:
ansiedade como patologia, compulsão alimentar e os malefícios, transtorno de ansiedade
e sua influência na compulsão alimentar e a terapia cognitiva comportamental como
auxilio no tratamento.

2.1 Ansiedade como patologia

Augusto Cury no livro Ansiedade Como enfrentar o Mal do Século, aponta a


ansiedade como o mal mais grave do século, onde cada vez mais vivemos em uma
sociedade em tudo é urgente, a mente das pessoas encontra-se agitadas e estressadas.
Fala sobre ansiedade decorrente do pensamento acelerado, onde pensar demais se torna
o maior vício e uma bomba contra a saúde psíquica e todos os excessos levam a esse
vício: o vício de pensar. É necessário desacelerar os pensamentos para que seja possível
gerir a mente (Cury, 2013).
A ansiedade é algo natural e que se manifesta durante o longo da vida, que todos
experimentamos. Mas quando a ansiedade se torna excessiva e começa a interferir nas
atividades diárias, pode ser considerada uma patologia, pois está interferindo o seu bem-
estar. A ansiedade como transtorno surge de uma inquietação e de uma preocupação
desproporcional à situação ou ameaça, originando-se com intensidade e duração
consideráveis, acarretando sofrimento e prejuízos de ordem funcional, organizacional e
social (Apa, 2014).
O Transtorno de ansiedade é uma gama de sintomas que vem com intensidades
extremas como, medo, preocupação, inquietação, dificuldade de dormir, descontrole
alimentar entre outros sintomas. Não se sabe como é causado o Transtorno, porém a
genética, remédios, drogas, ambientes podem desencadear.
O que pode ajudar a servir como tratamento para a ansiedade como patologia, a TCC,
medicamentos, momentos relaxantes, exercícios físicos, mudanças no estilo de vida e
suporte social. Mais de 500 estudos científicos apontam a eficácia da teoria cognitivo
comportamental no tratamento de diversos transtornos psiquiátricos, psicológicos e
problemas médicos com componentes psicológicos (Beck, 2013).

2.2 Compulsão alimentar e os malefícios

A compulsão alimentar é a necessidade de comer quantidades grandes de comida


mesmo sem estar com fome e geralmente acontece isso quando a pessoa estar ansiosa,
triste, se sentindo culpada e esses mesmo sentimento pode ser trazido pela própria
compulsão, tentar preencher o seu vazio de algo ou alguma coisa com a comida.
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) um
episódio de compulsão alimentar é caracterizado por alguns aspectos, entre eles, de
ingerir alimentos em um período indeterminado uma quantidade de alimentos maior que
a maioria das pessoas consumiria. Comer mais rapidamente do que o normal, comer
compulsivamente com ausência de fome. O episódio de Compulsão Alimentar é seguido
por sentimento de culpa e vergonha.

O nível de gravidade pode ser ampliado de maneira a refletir outros sintomas


e o grau de incapacidade funcional. Leve: 1 a 3 episódios de compulsão
alimentar por semana. Moderada: 4 a 7 episódios de compulsão alimentar por
semana. Grave: 8 a 13 episódios de compulsão alimentar por semana.
Extrema: 14 ou mais episódios de compulsão alimentar por semana (Apa,
2014).

Os malefícios que podem ser causados diante a compulsão alimentar seria o a


ganho de peso, que pode ocorrer doenças cardíacas, diabetes, pressão alta e até mesmo
um câncer. A obesidade é um fator que vai ser ocasionado devido a compulsão,
problemas gastrointestinais sobrecarregar o sistema gastrointestinal, causando
desconforto abdominal, inchaço, indigestão, azia e constipação. Compulsão alimentar
muitas vezes está relacionada a questões emocionais, como estresse, ansiedade,
depressão e baixa autoestima. Esses problemas emocionais podem se agravar devido à
sensação de falta de controle sobre a alimentação e à vergonha associada aos episódios
de compulsão.

2.3 Transtorno de ansiedade e sua influência na compulsão alimentar

Muitas vezes o ato de comer compulsivamente pode ter ligação com fatores
psicológicos tendo como base problemas emocionais como culpa, frustração, tristeza,
baixa autoestima e obesidade. Isto ocorre, devido a um distúrbio químico nos
mecanismos da saciedade, levando ao ganho de peso, que acaba afetando a autoestima,
aumentando todo o estresse e a ansiedade. As crises de ansiedade surgem e a pessoa
busca a comida como mecanismo compensatório, encarando como forma de reduzir o
sofrimento.
A ingestão de alimentos geralmente rico em açúcares e gorduras, que o cérebro
entende como algo bom, pois causa uma falsa sensação de bem-estar, o que pode levar a
pessoa a continuar com essa prática para suprir esse estado de inquietação constante.
Um fator destacado como fator que possui grande influência no comportamento
compulsivo foi o estresse, tanto por meio de pressões psicossociais como por problemas
psíquicos e físicos, essa carga de estresse ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal
(HHA) levando ao aumento de cortisol no sangue, que estimula a ingestão alimentar
(Nascimento, 2023).
A influência do estresse na Compulsão Alimentar é dividida em alimentação
homeostática, que se refere a fome e saciedade, e a alimentação não homeostática, que é
relacionada a ato de comer na ausência de fome, associado o alimento ao método
compensatório. o estresse interfere nas vias não homeostáticas, sinalizando a
recompensa alimentar e levando a escolha de alimentos mais calóricos, ricos em
carboidratos e gorduras (Nascimento, 2023).
Zanello (2012) aponta também o papel de neurotransmissores na compulsão
alimentar. Onde trás que Neurotransmissores são os mensageiros químicos do cérebro.
São eles os responsáveis por passar informações entre um neurônio e outro
possibilitando a comunicação com o restante do corpo. São constituídos de
aminoácidos, cofatores minerais e vitaminas. Portanto, a dieta do indivíduo tem grande
papel na predisposição de percursores serotonérgicos. A escolha da alimentação
depende de vários fatores, sendo uma delas a emoção.
O L- Triptofano (TRP) é um aminoácido essencial aromático, cuja principal
função é ser precursor do neurotransmissor Serotonina ou 5-
Hidroxitriptamina (5-HT). Com o aumento da produção da 5-HT nas células
neurológicas, promove-se uma diminuição da 5-HT produzido e degredado

organicamente no intestino. (Zanello, 2012)

Com isso, é possível observar a necessidade triptofano para ser sintetizado em


serotonina pelo organismo, e por sua vez, o mesmo é derivado dos alimentos ingeridos,
e então controlado pelo comportamento alimentar. Pode ser encontrado em alimentos
vegetais e nas proteínas animais, como: leite, ovos, carnes, frutos do mar, cereais
integrais, batata, couve, flor, berinjela, soja, banana, kiwi, brócolis, tomates e nozes
(Zanello, 2012).

2.4 A Terapia Cognitiva Comportamental como auxílio no tratamento

A Terapia Cognitivo Comportamental é abordagem terapêutica que se fundamenta


no conceito de que nossos pensamentos, emoções e comportamentos estão interligados e
influenciam uns aos outros. É um tratamento adequado e estruturado para ajudar na
diminuição dos episódios de compulsão alimentar e a ansiedade. O problema seria a
busca dos pacientes por resultados imediatos.
Beck (2013), defende que 06 a 14 sessões são suficientes para os tratamentos de
ansiedade e depressão, pois os objetivos do terapeuta devem ser a redução dos sintomas,
o favorecimento da remissão do transtorno, o auxílio nas soluções de problemas e o
ensino de habilidades para prevenção de recaídas.
É importante ressaltar que o planejamento de tratamento na Terapia Cognitiva
Comportamental pode ser ajustado ao longo do tempo com base nas necessidades do
paciente e na evolução do processo terapêutico. O terapeuta trabalha em colaboração
com o paciente, fornecendo orientação, apoio e intervenções adequadas para promover
mudanças positivas e alcançar os objetivos terapêuticos estabelecidos.
Os demais métodos são adaptados conforme cada necessidade, sendo os principais
deles: aliança terapêutica; colaboração e participação ativa do cliente; orientada com o
objetivo e o foco nos problemas; enfatizada no presente; psicoeducativa e com
prevenção de recaídas; com limite de tempo; sessões estruturadas; variedade de
ferramentas para mudar pensamento, humor e comportamento; entre outros (Beck,
2013).
A Terapia Cognitiva Comportamental tem se mostrado eficaz no tratamento da
compulsão alimentar, abordando os fatores cognitivos, emocionais e comportamentais
envolvidos nesse problema. A Terapia Cognitiva Comportamental para a compulsão
alimentar pode incluir a identificação de padrões e gatilhos é importante, pois a Terapia
Cognitiva Comportamental ajuda a pessoa a identificar os padrões de pensamentos,
emoções e comportamentos que contribuem para a compulsão alimentar. Isso inclui
reconhecer os gatilhos emocionais, como estresse, ansiedade que desencadeiam a
vontade de comer compulsivamente.
Na ajuda da modificação de pensamentos, onde deve ser ajudado a pessoa a
identificar e desafiar os pensamentos automáticos negativos e distorcidos relacionados à
alimentação e ao corpo. Desenvolvimento de habilidades de enfrentamento para lidar
com as emoções difíceis de forma mais saudável, em vez de recorrer à compulsão
alimentar. As técnicas de relaxamento, estratégias de resolução de problemas e formas
alternativas de lidar com a ansiedade.
Planejamento de refeições e comportamento alimentar a Terapia Cognitiva
Comportamental ajuda a pessoa a estabelecer um plano alimentar saudável e
equilibrado, onde vai estabelecer horários regulares para as refeições, fazer com que não
tenha restrições alimentares. Importante que haja um trabalho na reestruturação dos
comportamentos alimentares disfuncionais e na adoção de estratégias para conciliar o
comportamento alimentar e vida.

3 METODOLOGIA

No seguinte artigo apresentado foi utilizado a referência bibliográfica, com


propósito de mostrar dados relacionados ao Transtorno de Ansiedade com a Compulsão
Alimentar e as contribuições da Terapia cognitivo comportamental foi efetuado um
estudo de pesquisas com revisão de leitura por meio de levantamento bibliográfico.
Onde foram feitas pesquisas nas bases virtuais como SciELO e plataforma Google
Acadêmico.
Foram feitas análises de 30 artigos com assuntos relacionados e selecionados
10 artigos para a elaboração do presente artigo assim, nas seguintes modalidades:
artigos publicados entre os anos de 2018 a 2023, onde foram escolhidos artigos dos
últimos 5 anos
. Foram utilizados análises literárias como: Terapia Cognitivo Comportamental:
teoria e pratica de Judith S. Beck, 3 edição., Ansiedade: Como enfrentar o mal do século
de Augusto Cury Manual, Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5,
American Psychiatric Association. Foram escolhidos artigos, que tem a temática
referente ao tema sobre o Transtorno de Ansiedade, Compulsão Alimentar e a
abordagem da psicologia Terapia Cognitiva Comportamental.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O presente artigo teve como objtivo realizar uma revisão bibliográfica sobre
Transtorno de ansiedade e compulsão alimentar e como a TCC contribui para esse
tratamento.
Onde foi apresentado 5 artigos, que compõe modelos de estudos, método de
entrevista, objetivo de estudo e resultados. Mostrando relação entre transtorno
psicológico e compulsão alimentar, a relação de ansiedade com a comida, o papel da
TCC como auxilio no tratamento e a TCC com auxilio de outros profissionais é
importante. Público alvo feminino na maioria dos estudos e estudantes de uma
universidade.
AUTOR/ANO MODELO DE ESTUDO/ OBJETIVO DE RESULTADOS
METODO DE ESTUDO
ESTREVISTA
Albuquerque et al., 2021 Estudo transversal e Objetivo para avaliar a relação da compulsão Que há uma relação entre os transtornos
descritiva/ mulheres psicológicos e o transtorno da compulsão
de 20 e 50 anos/ ECAP e alimentar com os transtornos psicológicos da alimentar onde não da para identificar qual
questionário ansiedade e da depressão em mulheres. desenvolve primeiro
próprio/ 2021 durante 7 dias
Munhoz et al. Estudo descritivo e Objetivo foi analisar se a ansiedade influência Verificou que as pessoas que têm um nível de ansiedade
quantitativo/ 373 maior tendem a comer mais. Onde
na compulsão alimentar e na obesidade de verificou também que a ansiedade não
alunos/ Questionário prova a obesidade, contrariando as
estruturado/ IDATE e acadêmicos da universidade Federal do Pampa.
evidências de Sadock (2007).
ECAP/ período não
específico
O papel da TCC é junto ao paciente
Santos et al. 2020 Revisão literária Compreender o papel da TCC na regulação encontrar novas estratégias e métodos
emocional no TCA. que auxiliem no melhor manejo destas
emoções e respostas mais adaptáveis a elas.
A eficácia da Teoria Cognitivo Comportamental Que a TCC associada uma equipe
Frias et al., 2021 Revisão sistemática no tratamento do Transtorno de compulsão multidisciplinarcomo a terapia nutricional
Alimentar. e prática de exercícios físicos resulta em
diminuição dos episódios de compulsão
alimentar e das taxas de desistência
e recaídas.
Objetivo buscar relacionar as bases alimentares A maioria dos pacientes diagnosticados com ansiedade,
Trasversal retropectivo/ e alguns nutrientes imprescindíveis na possui idade entre 18-35 anos, com prevalência de sexo
Araújo et al., 2020 mulheres de 18 a 3 biossíntese de moléculas associadas ao quadro feminino. São percebidos avanços que poderão prevenir a
35 anos/ 2019 durante 3 de depressão e ansiedade. manifestação de outras doenças em conjunto com a
meses. depressão e ansiedade e amenizar a duração do tratamento.

Fonte: criado pelos autores.


Segundo o estudo de Munhoz et al., (2021) realizou pesquisas na Universidade
Federal do Pampa tendo como público alvo universitários adolescentes com objetivo de analisar
como a obesidade influencia na compulsão alimentar desses jovens e verificou que as pessoas
que têm um nível maior de ansiedade comem mais, como resultado essa ligação pode
ter efeitos prejudiciais na saúde desses indivíduos. Por fim, foi possível observar que a
ansiedade está frequentemente associada à ocorrência de episódios de compulsão
alimentar, logo presença de compulsão alimentar devido a má alimentação e outros
fatores está frequentemente relacionada ao desenvolvimento de obesidade.
Gonçalves, et al., 2021 cita que episódios de compulsão alimentar são resultado
do esforço do indivíduo de livrar-se do sofrimento emocional e estresse, mudando seu
foco para algum fator ambiental como por exemplo a comida. Aponta também que
indivíduos que sofrem de transtornos alimentares, como o Transtorno de compulsão
alimentar, associam sua autoestima ao peso, à forma corporal e ao controle da
alimentação, resultado de um sistema de autoavaliação disfuncional no qual
desenvolvem preocupações excessivas com esses aspectos, o que os leva a adotar dietas
restritivas e inflexíveis. Características que precisam ser reestruturadas na psicoterapia.
O estado emocional negativo desempenha um grande papel perpetuação dos
transtornos alimentares. Além disso, observa-se uma ligação entre sintomas depressivos,
sugerindo que níveis mais elevados de depressão estão associados a uma forma mais
intensa de compulsão alimentar, o que destaca a influência do estado emocional
negativo na manutenção de transtornos alimentares em geral. Dessa forma, destaca-se a
importância da regulação emocional no processo terapêutico (Santos, 2020).
Sob o olhar de Santos, 2020 aponta que é necessário entender as estruturas
interpessoais do indivíduo, familiar e sociais para que seja realizado a implementação
dos métodos da TCC. A influência desses aspectos afeta a forma como o sujeito lida
com problemas e experiências da vida.
A TCC auxilia no tratamento é considerado padrão para diminuição de episódios
de compulsão alimentar, é uma terapia breve, estruturada, tem foco no atual momento,
ajuda nos comportamentos e pensamentos alterados. Auxilia os pacientes a identificar
pensamentos disfuncionais e comportamentos alimentares inadequados, promovendo a
modificação de padrões mentais e a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis. Isso
contribui significativamente para o manejo e a recuperação desse distúrbio.
Tem visto que a TCC tenha apresentado resultados mais favoráveis em alguns
casos. Além disso, torna-se evidente a importância de incorporar exercícios físicos na
terapia nutricional. A relação entre esses dois aspectos é fundamental para alcançar
resultados mais eficazes.
No estudo apresentado por Frias, et al., (2021) onde os resultados foram obtidos
nas terapias de forma on-line e presenciais viu que os resultados mais positivos seriam
terapias de forma on-line em quesito desistência, porém um fato negativo seria que não
tem um ambiente adequado para aplicação e tendo também fatores distrações visuais e
auditivas.
Segundo Albuquerque, et al.,(2021) é fundamental contar com uma equipe
composta por diferentes especialidades no tratamento de ambos transtornos.
Uma equipe multidisciplinar é imprescindível no tratamento de ambos os
transtornos, mas vale ressaltar a importância do profissional nutricionista para
o TCA, desde a atenção primária, com a finalidade de levar aos indivíduos a
relação adequada com os alimentos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por fim, verificou-se que a ansiedade de fato influência na compulsão alimentar,


vez que essas pessoas tendem a comer mais devido ao fato de utilizarem a comida como
forma de lidar com a ansiedade. Levando a ingestão de alimentos ricos em gorduras e
açúcares que gerem saciedade, ocasionando em ganho de peso. Segundo os resultados
obtidos, a TCC mostrou-se mais eficaz para esse tratamento e é considerada padrão na
redução de episódios de compulsão alimentar. Se faz necessário o tratamento do
transtorno de ansiedade para controles de compulsão de alimentar para melhorar a
relação fome emocional da fome fisica.
A TCC aponta melhores resultados dentre as abordagens. É breve, estruturado,
focado no presente, corrigindo comportamentos e pensamentos disfuncionais
relacionados à alimentação. Capacita pacientes a identificar e mudar padrões mentais e
hábitos alimentares inadequados, contribuindo para o gerenciamento e recuperação
desse distúrbio.
A inclusão de atividade física revelou-se uma estratégia eficaz no tratamento de
transtornos relacionados à saúde mental e à nutrição. Nesse contexto, fica evidente que
uma equipe multidisciplinar desempenha um papel essencial, incluindo profissionais
como nutricionistas, profissionais de educação física e médicos. A colaboração e a
coordenação entre esses especialistas são imprescindíveis para promover o bem-estar
holístico dos pacientes, abordando tanto os aspectos emocionais quanto os físicos de sua
saúde. Essa abordagem integrada oferece perspectivas promissoras no tratamento de tais
condições, permitindo uma melhoria significativa na qualidade de vida dos indivíduos
afetados.

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