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O HOSPITAL

Até o século XVIII, o Hospital funcionou como abrigo dos excluídos: loucos,
prostitutas, pobres e doentes, onde a prática médica e a atividade terapêutica se
encontravam ausentes. Era essencialmente um lugar para onde se ia morrer e não
se tratar e se curar.

A primeira mudança no espaço hospitalar teve, de acordo com Foucault, o objetivo


de anular seus efeitos negativos na saúde da população, uma vez que o amontoado
indiscriminado de doentes consistia, por si só, numa grave ameaça de contágios e
epidemias, essa organização se deu por meio da disciplina.

As bases nas quais se assenta o poder disciplinar são: a distribuição e organização


espacial, o controle da ação por meio do seu registro e vigilância sistemáticos e o
controle do tempo. A introdução desses mecanismos disciplinares no espaço
hospitalar é que possibilitou sua medicalização.

Outra transformação importante que contribui para a consolidação da união entre


a prática médica e o Hospital será a própria evolução do saber médico. A Medicina
dos sintomas, centrada na observação clínica e na atividade de ensino, irá
transformar esse espaço em alvo de novos interesses e garantir-lhe outro status: “E
reciprocamente delineia-se para o rico a utilidade de ajudar os pobres
hospitalizados: pagando para tratá-los, pagará, de fato, inclusive, para que se
conheçam melhor as doenças que podem afetá-lo.”

A partir de então, o Hospital torna-se o núcleo da atividade médica com função


declaradamente terapêutica e curativa.

O HOSPITAL NO BRASIL

1- O “paradigma central-verticalista” → Derivado do sanitarismo campanhista


e caracterizado por: centralização administrativa, estrutura hierárquica
rígida, verticalização na tomada e execução das decisões e isolamento
institucional, onde as instituições estatais trabalhavam somente o objeto
saúde pública. De acordo com esse modelo, constituem-se unidades de saúde
especializadas, como sanatórios de lepra e tuberculose e hospitais
psiquiátricos. O esgotamento desse modelo promoveu, nos anos 70, sua
substituição por um novo paradigma.
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2- O horizontal-desconcentrado → Que toma como referência o modelo
médico assistencial privatista e que, de acordo com o autor, “...foi um
modelo dual que separava a atenção à saúde das pessoas, obrigação do setor
privado, mediado pela Previdência Social, das ações de saúde coletiva,
incumbência do complexo Ministério/Secretarias de Saúde” (MENDES,
1984, p.108). Entre as características desse paradigma, citadas pelo autor,
destacam-se a centralização no plano normativo e a manutenção do
isolamento institucional, continuando as ações de atenção primária e as
campanhas de saúde pública a cargo dos estabelecimentos de saúde estatais.
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3- E o estratégico-descentralizado → Que se dá pela instituição do Sistema
Único de Saúde (SUS).

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