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28/02/2018 Humanização Hospitalar: dos Primórdios à Atualidade, um Breve Relato - Psicologia Hospitalar - Psicologado: Artigos de Psicologia
1. Introdução
O alvorecer dos séculos XIX e XX veio acompanhado de mudanças sociais signi cativas,
dentre elas podemos destacar a entrada da medicina no hospital, apontada por muitos teóricos
como o mais importante acontecimento ocorrido nos últimos séculos na área da saúde.
A entrada da medicina no hospital imprimiu-lhe uma nova face. Antes marcado pela
caridade cristã, agora é modi cado por uma nova política de atuação, que se volta para as
preocupações com saúde e doença, e o que antes era lugar de hospedagem/prisão torna-se um
lugar para um ambiente médico, que agora muda sua estrutura, administração, modo de ser e
fazer.
Atualmente, o ambiente hospitalar passa por constantes reestruturações, com a inserção de
novas tecnologias e novas práticas de intervenção multidisciplinar. Este novo ambiente,
proporciona a medicina uma nova forma de se produzir saúde, graças a informática e às
máquinas que são capazes de ver além dos olhos, além da descoberta de fármacos que
possibilita tratar mais precisamente as doenças, o que tem tornado a intervenção dos
pro ssionais de saúde cada vez mais especí ca.
Com a tecnologia, a medicalização da medicina, nasce um hospital desumanizado,
despreocupado com o lado humano dos sujeitos, que vai desde a equipe técnica do hospital aos
pacientes. Todas estas mudanças trouxeram graves problemas ao hospital, e a relação médico-
paciente sofreu drásticas mudanças. O hospital agora é capaz de cuidar, tratar, salvar, porém
incapaz de vê e reconhecer os sujeitos além de objetos, doenças, e máquinas, com uma visão
cada vez menos holística sobre o paciente.
2. Metodologia
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Trata-se de uma pesquisa classi cada segundo Mancini (2006) como um estudo de revisão
bibliográ ca, por realizar uma análise e síntese de informações disponibilizadas por estudos
relevantes sobre determinado tema, e que foi fundamentada a partir da leitura e compreensão
da literatura já existente presente em livros do acervo pessoal e artigos cientí cos
especializados encontrados através de busca nos bancos de dados SciELO, BIREME, e Google
Acadêmico, além das fontes Medline e LILACS, onde foram utilizados termos como
Humanização, Psicologia, e hospitalização, onde foram escolhidos os trabalhos que dissessem
a respeito do tema proposto, e que trouxessem informações relevantes de serem discutidas
aqui.
3. Referencial Teórico
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Com a entrada da medicina no hospital o médico tornou-se o novo administrador, este fator
é considerado por Brasil (1965) como à mudança mais importante e signi cativa; no entanto
esta não foi uma conquista da população e nem tão pouco foi concebida se pensando nela,
mais pelo fato de que com o avanço tecnológico e com ele o surgimento do fuzil no exercito,
que tornavam o treinamento dos soldados mais onerosos aos cofres públicos, viu-se que não se
podiam perder soldados feridos em combate, por ferimentos que poderiam ser curados com a
ajuda de um especialista, neste caso o médico, e foi a partir desta necessidade imposta pelo
sistema capitalista que o médico tornou-se peça fundamental no hospital, desencadeando
assim uma variedade de mudanças, que partiam desde as estruturas físicas às tecnológicas.
Aos poucos as mudanças ocorridas nos hospitais do exercito, foram também alcançando a
sociedade civil, de forma bem lenta. (FOUCAULT, 2010)
Estas mudanças caram mais evidentes com a 2ª e 3ª Revolução cienti ca e técnica, que
promoveu várias conquistas no tangente da saúde. Houve assim o domínio da bioquímica, da
farmacologia, etc., com implicações tanto no diagnóstico como na terapêutica e na reabilitação,
eis que o hospital cou impregnado pelas tecnologias. (GRAÇA, 1996)
Com a técnica houve a necessidade das especializações. Os médicos agora se
especializavam em doenças especí cas, em órgãos, sistemas, etc., porém segunda a rma
Graça (1996, p. 10)”... o hospital de ontem, dá lugar a um mundo de botas brancas e de
tecnologia de ponta, asséptico mas desumanizado.”
E assim o hospital passou a ser o centro da saúde. A idéia de saúde coletiva acabou sendo
esquecida ou colocada em segundo plano enquanto houve investimentos em massa numa
medicina técnica e tecnológica. O médico ganhou poder, passou a ser o centro da relação
saúde-doença, isto é não existe saúde/cura sem a presença do médico. (GRAÇA 1996).
Segundo Goldenstein (2006, p. 42):
Esta nova aurora no hospital traz ao seu contexto inúmeras mudanças, principalmente no
que se faz referência ao diagnóstico e tratamento de doenças. A tecnologia que ganha poder
após a Segunda Guerra Mundial, toma espaço nos hospitais, proporcionando aos médicos
maior poder de diagnóstico e em consequência, de tratamento, a descoberta dos fármacos e a
sua administração dentre outros fatores traz um novo modo de se fazer saúde, e se pensar
doença (GOLDENSTEIN, 2006).
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Outra característica que nasceu com o alvorecer da medicina no hospital, foi à construção
de um hospital comércio, criada por grandes empresários que viram no hospital, nos médicos e
nos pacientes uma promissora fonte de renda e economia, graças às grandes descobertas que
precederam este século, como a descoberta do antibiótico e de outros fármacos para se tratar
patologias de forma pontual. (AMIN, 2001)
Assim o hospital passa a representar o mercado, o médico o produtor e por m o paciente
aquele que consome e paga a conta. Com este novo modelo o médico é sobrecarregado de
funções, de consultas, procedimentos, afetando diretamente aquele que precisa do cuidado e
atenção o paciente, que vê toda essa situação com descon ança. (GOLDENSTEIN, 2006)
Diante de toda a pressão investida no médico pelo modelo capitalista que a saúde vive, ele
se coloca diante das suas próprias pressões, pois segundo Goldenstein (2006) a medicina e o
médico ganhou poder e destaque nos últimos tempos, e com isso há uma excessiva con ança
dos pacientes no médico e do médico nos seus próprios meios terapêuticos, ou seja o médico
não pode errar, errando ele quebra com toda a crença depositada pelo paciente no médico.
Cobra-se um diagnóstico pontual, uma terapêutica e ciente, etc., e este comportamento
acaba por gerar uma cisão entre o médico e todos os sujeitos imbuídos no hospital, “já que a
obrigação de fazer o máximo para alcançar a cura e a exigência excessiva da competência se
antepõe a qualquer gesto de humanidade” (AMIN, 2001).
O hospital enquanto instituição teve sua história dividida em dois períodos, com
transformações e características distintas e peculiares a cada um, observamos em Foucault
(2010) um hospital segregador que separavam os sujeitos por classes sociais, e um segundo
hospital também segregador, porém com o objetivo de curar e tratar. Portanto a história do
hospital é marcada por mudanças, estas signi cativas à vida da sociedade, porém estas
construídas sob a óptica da desumanização, da exclusão.
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este está sendo realizado por um bem maior, que é a recuperação e preservação da sua vida
(AMIN, 2001).
Desta forma, percebe-se logo de início um tendencionismo de transformar os sujeitos em
meros objetos manipuláveis, palpáveis, e de acordo com Amin (2001) e Goldenstein (2006) para
a equipe técnica do hospital, se o paciente não falar não reagir, não perguntar, estará
colaborando para e ciência do pessoal de internação, e claro, com a manutenção da rotina
paci camente.
Esquece-se que este que agora está doente, preso ao leito hospitalar, deixou sua vida, sua
família, suas responsabilidades fora do ambiente hospitalar e lhes obrigam a viver uma
realidade que não é sua (GOLDENSTEIN, 2006) .
Tende-se a reduzi-lo a patologias. Ignora-se o homem como um ser completo, que muito
além de um corpo doente ele é, um ser social, psicológico e espiritual (AMIN, 2001).
Negam-lhe ainda sua história, causando-lhe segundo Amin (2010) sentimentos de angústia,
frustração, medo, etc., na tentativa de serem especí cos no diagnóstico e tratamento, porém
como a rma Goldestein (2006) de nada valerá um diagnóstico e dados objetivos de patologias,
seu prognóstico e técnicas de intervenções, se não for considerado que não se trata de uma
doença, mais sim de pessoas doentes e nesse sentido, desconhecer a história da pessoa
equivale a negligenciar o próprio sentido desse trabalho.
O processo de hospitalização ocasiona ao sujeito hospitalizado uma cisão da sua vida
normal. Eis que ao tornar-se paciente, ele torna-se vulnerável, parte externa de um processo ao
qual ele está inserido, ou melhor, é parte fundamental deste, no entanto impõe-lhes
procedimentos invasivos sem que lhes peçam autorização e consentimento.
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Desta forma como expressa Goldenstein (2006, p.48) a hospitalização faz com que haja a
fragmentação do sujeito proposta pela medicina atual que “con a extremamente na e ciência
da medicação química, e [...] cirúrgica”, negando a importância da anamnese.
Este último capaz de proporcionar ao médico/paciente uma relação agradável e necessária
para ambos no processo saúde/doença, acreditando que esta nova forma de se fazer saúde
proporcione aos sujeitos maiores chances na sua recuperação.
Porém, seguindo o pensamento de Amin (2001) este processo acarreta aos sujeitos
hospitalizados uma série de sentimentos que podem ao contrário do que se pensa, agravar
ainda mais a sua situação atual, pois “o paciente sente-se um morto-vivo, ao ser lhe dado o
nome da doença, como se ele fosse, a partir daquele momento, aquele nome, e não mais ele.”
Este período fora caracterizado pelo auto índice de óbitos que ocorriam nos hospitais,
devido a precária infra-instrutora e conhecimentos médicos precários, tanto que o hospital cara
conhecido e assimilado pela população como lugar destinado a morrer, deste cenário nasce o
que mais tarde seria conhecido como o hospital privado, pois diante de tantos acontecimentos
médicos instituíram “casas de saúde” uma espécie de hospital nas suas próprias residências se
contrapondo ao sistema hospitalar vigente visto como “ante-câmara da morte” (REGO, 1993).
Desta forma podemos observar que os primeiros passos da implantação do hospital no
Brasil, fora in uenciado diretamente pelo modelo hospitalar europeu, estes primeiros
estabelecimentos de saúde no Brasil, era caracterizado pela precariedade existente, tanto em
recursos técnicos e humanos, Helito e Kauffman (2007) citam como exemplo dessa
precariedade a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo, que fora construído como “o principal
centro de recepção, triagem e abrigo dos imigrantes estrangeiros, chegando a alojar até 9 mil
pessoas e contar com um único médio para assisti-las”.
Poucos eram os estabelecimentos hospitalares, e só na década de 1930 fora que mudanças
começaram a serem sentidas com a criação de novos hospitais neste mesmo período houve o
fortalecimento do sistema previdenciário, onde o acesso a saúde seria fruto da contribuição do
empregado com a previdência, agora os hospitais serão reservados aqueles que tinham o plano
previdenciário ou vínculo com a previdência social.
O sistema de saúde previdenciário se entendeu até o ano de 1988, onde na reformulação da
constituição brasileira, a saúde foi instituída como direito de todos os cidadãos e dever do
estado no artigo 196 da nova constituição federal (MELLO, 2008).
Da saúde como dever do Estado nasce o Sistema Único de Saúde (SUS), que pretendia
oferecer saúde a todos os brasileiros, sem distinção de qualquer gênero, que ofereceria saúde
não só curativa mais pautada sobre os eixos, promoção que buscam eliminar ou controlar as
causas das doenças, Proteção que procuram prevenir riscos e exposições das doenças atuando
diretamente na vida das pessoas e por m a recuperação que são as ações que evitam mortes e
sequelas quando já estão com o patógenos estalado. (MELLO, 2008).
A criação do SUS marcou a década de 80 numa proposta de oferecer a população brasileira
saúde de qualidade, pautadas na nos princípios de integralidade, universalidade e equidade. Já
os anos 90 mostraram as di culdades em se implantar o SUS e com elas cresceram as críticas,
a desumanização e impessoalidade da atenção à saúde (JUNGES e DODE, 2009).
Desde a criação e implantação do SUS, existem várias criticas a sua metodologia, prática e
execução. Críticas ao atendimento desumano, a falta de recursos necessários para os
procedimentos mais básicos, infraestrutura precária, precariedade em recursos humanos e
técnicos, a baixa remuneração a equipe hospitalar (BRASIL, 2001).
Em resumo, o modelo de sistema único de saúde (SUS) proposto para o nosso meio é
universal, humanizado e de qualidade, tendo recebido elogios de inúmeros países. No
entanto, embora tenha obtido algumas conquistas desde que foi criado, enfrenta grandes
di culdades para efetivar sua total implantação (MELLO, 2008, p. 29).
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4. Resultados e Discussões
Os séculos XIX e XX marcaram de nitivamente a história do hospital, que passa por
grandes transformações, entre elas a mais signi cativa foi à entrada da medicina no hospital,
que transformou de nitivamente a ideia e estrutura de hospital concebidas até então. Esta
corroborou e proporcionou um novo modo de se fazer administração hospitalar e saúde.
Porém estas mudanças trouxeram ao âmago do hospital graves problemas, entre eles
destacamos o distanciamento entre equipe de saúde e paciente e entre as próprias equipes, o
que resultou numa medicina técnica e desumanizada.
O hospital técnico, a medicina elitizada, imposta pelo sistema capitalista que cobra dos
sujeitos produção, da indústria medicamentosa que in uencia diretamente o fazer médico,
impondo-lhe características comerciais, passa a serem produtoras de ações desumanizadoras.
O fazer médico passa a ser puramente técnico. A anamnese é esquecida, o contato com o
paciente é tido como desnecessário, o diagnóstico é realizado sem que seja perguntado nada
ou quase nada ao doente.Um ambiente de humanos passa agora a ter características de
ambiente de máquinas que executam tratamentos, consultas, investigação individualmente,
sem que haja qualquer contato, mesmo o mais simples possível entre qualquer um desses
sujeitos.
É no hospital desumanizado e desumanizador que pessoas são negadas como sujeitos,
perdendo o que lhe é próprio, passando a ser objeto manipulável do desejo médico. Fragilizado
pela doença ele permite ser explorado, manipulado, invadido, sem que esboce qualquer
característica contrária a tal ação, a nal, ele espera do médico a cura e o médico espera dele a
passividade para lhe proporcionar o que tanto deseja.
Há um grave reducionismo onde o sujeito perde espaço para a doença, não importa para a
equipe, quem ele é, o que pensa e o que sente. O importante nesta relação é a sua doença, pois
é conhecendo-a que se pode tratar e devolver-lhe a sua saúde, mesmo que seja preciso usar
procedimentos altamente invasivos, ações constrangedoras e negação total deste sujeito, a
ponto de lhe negar informações sobre o seu processo de adoecimento e tratamento, invadindo
os sujeitos sem pedir licença e/ou consentimento.
A esta negação de subjetividade, sujeição dos indivíduos, relações de controle, de
alienação, Rios (2009) dá o nome de violência institucional, esta favorecedora de uma estrutura
institucional caracterizada pela rigidez hierárquica, pela ausência de direito ou de recursos das
decisões superiores, ou seja, existe a prevalência da administração vertical, a administração dos
que “pensam e dos que obedecem, levando-se ao estado de alienação dos sujeitos”.
Diante do exposto Rios (2009) salienta que como resultado desta forma de violência,
acontece o inverso no hospital, ao invés de promover cuidado e cura ele passa a ser produtor de
doenças.
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Foi contra esta forma de violência institucional que nasce a ideia de humanização, no intuito
de “recuperar o lugar das varias dimensões discursivas dos sujeitos que atuam ou recorrem as
instituição [...] desconstruindo relações de dominação-submissão” proporcionando assim a
quebra de administração vertical para horizontal, onde todos são protagonistas do fazer saúde.
A necessidade de humanizar a atenção à saúde foi manifestada em vários momentos da
história e comprovado pelas inúmeras ações consideradas humanizadoras, que vinham sendo
realizadas de forma individual, isoladas, tais como atividades lúdicas, lazer, entretenimento ou
arte, melhorias na aparência física dos serviços, etc.
Estas acabavam por tornar o ambiente hospitalar mais acolhedor, porém incapaz de abalar
ou modi car a organização do trabalho, e acabavam por funcionar como válvulas de escape,
diminuindo assim o sofrimento que o ambiente hospitalar provoca em pacientes e equipe.
Vale salientar que estas eram ações desenvolvidas pelos próprios trabalhadores,
independente de gestores e de incentivo. Era uma resposta clara a necessidade de mudança no
modo de fazer saúde no hospital.
No Brasil a necessidade de se humanizar o serviço de saúde foi suscitada no ano 2000
quando representantes dos vários estados brasileiros, pro ssionais e governantes, estavam
reunidos na 11ª Assembleia Nacional de Saúde, sendo esta apontada como uma necessidade e
um desa o para o SUS e neste mesmo ano fora lançado o PNHAH, com ações humanizadoras
voltadas para o hospital.
Mais tarde viu-se a necessidade de que esse programa fosse convertido em política pública
e que descentralizasse do hospital, na tentativa de impregnar uma cultura de atendimento
humanizador em toda a rede de saúde.
E assim de ações isoladas a humanização passa a ser tida como necessidade, como eixo
de funcionamento da saúde, uma nova forma de ser e fazer hospital, medicina, e saber pautar-se
sobre o aparato técnico, porém fundamentos no respeito, na solidariedade, no diálogo, no
reconhecimento de subjetividade, no ver além da patologia.
Humanizar impõe transformação estrutural, organizacional e cultural na instituição
hospitalar, fazer com que todos sejam protagonistas deste fazer saúde, e todos inclui médicos,
enfermeiros, técnicos, en m toda a equipe desde o zelador ao médico, incluindo o paciente e a
própria administração hospitalar.
Mudar implica muitas vezes resistência por parte dos pro ssionais, como aponta Rios
(2009) muitos pro ssionais, estudantes de medicina, de outras graduações em saúde, tem uma
vaga noção do que vem a ser humanização, vendo-a como algo sem relevância, e que não é
função sua humanizar mais dos voluntários, voltamos à ideia de humanização enquanto
caridade, em tornar o ambiente hospitalar mais acolhedor, percebe-se por parte deles uma vaga
e pobre noção da importância do que vem a ser humanização, de que não existe saúde,
produção de saúde sem reconhecer a necessidade de praticá-la pautada no respeito, na
construção de subjetividade, no fazer humanização.
É preciso mudanças signi cativas no todo, principalmente na formação dos pro ssionais de
saúde, que devem ser pautados “dentro dos princípios da humanização e o desenvolvimento de
ações institucionais visando ao cuidado e à atenção às situações de sofrimento e estresse
decorrente do próprio trabalho” (RIOS, 2009). É preciso oferecer formação permanente aos
pro ssionais, recursos necessários a execução do seu trabalho, valorização dos pro ssionais.
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Considerações Finais
A partir dos resultados dessa pesquisa foi possível analisar como está se fazendo e
propondo humanização hospitalarno Brasil, incluindo o grande desa o que se encontra
atualmente, no que se faz referência a implantação desta política pública nas redes de saúde e
principalmente no hospital, como também a importância e a necessidade de se ter um ambiente
hospitalar humanizado e consequentemente uma atenção de qualidade.
Ao realizar uma análise completa podemos observar a construção histórica do hospital, e
de que forma esta construção ainda continua a implicar quando se trata de assistência
hospitalar na atualidade, pois seguindo os passos do hospital anterior ao século XVIII temos um
hospital segregador, que não detinha atenção a saúde da população, mas como preservação a
“normalidade” social daquela época.
Posterior ao século XVIII observamos um hospital preocupado com a saúde da população,
porém desumanizador, possivelmente graças a tecnologia apontada por muitos teóricos como
princípio desencadeador da desumanização.
Identi camos ainda diante deste hospital desumanizado, os principais sentimentos vividos
pelos sujeitos na hospitalização, expressados por medo angústia, impotência, dependência,
dentre outros, que se desencadeiam devido a crescente violência institucional, proposta pelo
modelo hospitalar vigente. Sentimentos estes que prejudicam ainda mais a saúde dos
hospitalizados, podendo agravar sua situação já precária.
Concluímos desta forma que se fazer humanização e principalmente humanização
hospitalar, é entrar em choque com pro ssionais, gestores, governantes, pois humanizar é
sinônimo de mudanças, investimentos, formação e infelizmente nem todos estão abertos a tais
mudanças.
A certeza é que a população merece e precisa ter um hospital que possa oferecer
atendimento, mas atendimento de qualidade, que seja enriquecido com a técnica, com os novos
meios de tratamento e diagnóstico, e que se possa ver o doente como um sujeito, um ser em
completude, que precisa ser respeitado como tal.
Da mesma forma concluímos que os pro ssionais precisam ser valorizados somo sujeitos
também, que não sejam considerados como máquinas pelo sistema capitalista vigente que
exige produção, independente de qualidade e/ou e ciência, sem lhes oferecer qualidade, meios
técnicos, etc. é preciso oferecer formação permanente e de qualidade a todos os pro ssionais.
Referências:
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