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Roteiro de
Estudos
Autor: Ma. Karen Cristina Oliveira Arantes
Revisor: Geraldo Oliveira
Introdução
Ao longo da história dos estabelecimentos assistenciais à saúde, a superfície variou
substancialmente. Originalmente, um hospital era um edifício de abrigo e hospedagem,
passando a ser um espaço de isolamento de doentes e, posteriormente, absorvendo a função de
espaço de cura.
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Com o desenvolvimento das tecnologias médicas, o edifício se con gura como um equipamento
complexo, mudando a forma e as divisões das funções no interior do hospital. A evolução desses
edifícios é constante, em função de fatores extrínsecos e intrínsecos que in uenciam esses
ambientes.
A História e a Evolução
Arquitetônica dos Edifícios da
Saúde
A palavra hospital vem do latim hospes, que deu origem ao termo hospitalis, o qual signi ca lugar
onde se hospedam, além dos doentes, viajantes e peregrinos. Quando o local tratava aos pobres,
incuráveis e insanos, era designado como hospitium.
Em 651, foi fundado o Hôtel-Dieu em Paris, administrado por freiras e que oferecia comida,
abrigo e cuidados médicos aos pobres, que tinham que dividir um dormitório com outras três
pessoas. A capacidade do Hôtel-Dieu na década de 1700 podia abrigar e atender a 3.500
pacientes, chegando ao nal do século 18, com um alto índice de contaminação, insalubridade e
mortalidade. Um incêndio em 1772 marcou o princípio da reforma e organização. Jacques Tenon
foi o precursor de uma série de memórias publicadas em 1788, denominada Mémoires sur les
hôpitaux de Paris, na qual, depois de uma análise de vários edifícios hospitalares existentes em
Paris e em outros países, se estabelece um diagnóstico dos edifícios que resulta em um conjunto
de normas arquitetônicas e funcionais na concepção e organização do espaço hospitalar.
O autor estabelece as seguintes recomendações: o número de leitos nunca excederia 1.200; não
haveria salas contínuas, as salas estariam dispostas, de modo a permitir a ventilação cruzada
com abertura de todos os lados e uma excelente iluminação natural; os pavilhões estariam
implantados no terreno em ordem paralela, com jardins entre os blocos, e as fachadas estariam
direcionadas uma ao norte e outra ao sul; poderiam ser construídos até três andares, facilitando
a divisão das funções e das categorias de enfermos.
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conceito arquitetônico. O hospital abrigava um total de 600 camas e era composto por um
conjunto de blocos de três pavimentos, formado por eixos que determinam uma hierarquia
funcional, distribuído em 10 alas paralelas, unidas por um corredor e dispostas em volta de um
jardim retangular, com a capela situada no eixo principal.
No início do século 20, o conceito da arquitetura hospitalar foi introduzido na atual capital do
Brasil por Oswaldo Cruz, com as iniciativas da erradicação da peste bubônica, da febre amarela e
da varíola, estabelecendo a criação dos mata-mosquitos e da vacinação em massa da população.
Com as ações de Oswaldo Cruz e a reforma higienista que ocorriam no governo, surgiram
diversos edifícios para assistência médica.
Até a segunda metade do século 20, período no qual a arquitetura moderna brasileira se
destacou, os novos edifícios que apresentavam programas mais complexos utilizavam os
conceitos de modernidade de Le Corbusier. Com a criação do edifício do Ministério da Educação
e da Saúde Pública (MES), isso consolidou-se ainda mais. Como exemplo dessa época, podemos
citar: a Maternidade Universitária de São Paulo (1944), do arquiteto Rino Levi.
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LIVRO
Os Diferentes Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde e seu Per l
Assistencial
Os EAS são estabelecimentos prestadores de serviço de saúde para a população, sendo públicos
ou privados, e com a nalidade de proteção, prevenção, recuperação e reabilitação de saúde do
indivíduo ou de acesso aos pacientes, em regime de internação ou não, qualquer que seja seu
nível de complexidade.
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O reconhecimento e a de nição do público a ser atendido, por meio de critérios como faixa
etária, atendimento a morbidades especí cas, necessidades da população referência ou tipo de
demanda atendida, seja espontânea, seja referenciada, são aspectos que devem ser abordados
para a de nição do per l assistencial da unidade, fazendo-se imprescindível o conhecimento
desse per l para que se criem arranjos espaciais que sejam condizentes com a unidade. Muitas
vezes, as unidades estão sobrecarregadas por realizarem um atendimento que poderia ter sido
feito em outra unidade e que acabou comprometendo e utilizando os pro ssionais das unidades
de emergência/urgência, como um paciente que necessita cuidados mínimos, mas se encontra
em unidade de observação de uma emergência, descaracterizando o tipo de assistência prestada
naquela unidade.
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Espaços e Diretrizes
Arquitetônicas Básicas dos
Estabelecimentos Assistenciais de
Saúde
De acordo a Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) RDC nº 50, de 21 de
fevereiro de 2002,
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O uxo exerce a sua in uência sobre certos aspectos fundamentais do projeto de arquitetura,
tais como: a setorização e o agrupamento; as relações entre as unidades funcionais; a escolha da
morfologia; os acessos e as entradas; os estacionamentos; as circulações; e a orientação.
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No ano 2000, surgiu por iniciativa do Ministério da Saúde o Programa Nacional de Humanização
da Assistência Hospitalar, que “ofereceu a oportunidade de propor, discutir e empreender um
processo de mudanças na cultura de atendimento vigente nos hospitais” (BRASIL, 2001, on-line)
por meio de um manual e da participação das secretarias estaduais e municipais de saúde, com
o objetivo principal de incentivar a valorização dos trabalhadores do SUS, a ampliação das
ofertas da Política Nacional de Humanização aos gestores e conselhos de saúde e a promoção da
pessoa como valor fundamental nas práticas de saúde por meio do aprimoramento da relação
pro ssional/paciente e hospital/comunidade. A humanização nos setores de saúde inclui
também um trabalho multidisciplinar para aprimorar diversas áreas de forma que o processo de
humanização encontre um ambiente organizado e, consequentemente, favorável para o seu
desenvolvimento.
Ao que cabe aos arquitetos e pro ssionais relacionados ao projeto arquitetônico dos EAS, a RDC
nº 50 do Ministério da Saúde (ANVISA, 2011, on-line) aborda alguns pontos relevantes para os
espaços mais humanizados, tais como: oferecer climatização adequada e com controle de
infecção, dispor de espaços destinados à recreação e à terapia ocupacional, brindar assistência
psicológica, conforto e higiene aos pacientes, médicos, alunos, público e funcionários etc.
Porém, na RDC nº 50 (ANVISA, 2011, on-line) não constam alguns pontos que deveriam ser
considerados como mínimos para criar espaços mais humanizados, tais como:
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Conclusão
A partir do nosso roteiro de estudos, pudemos ter um panorama sobre os assuntos e as
particularidades que regem um projeto arquitetônico de estabelecimentos assistenciais à saúde,
possibilitando que você desenvolva uma análise sobre os edifícios existentes e os aspectos a
serem trabalhados na elaboração de um projeto arquitetônico para tornar a edi cação mais
adequada à realização de suas funções, na atualidade e no futuro.
Foram analisadas as questões da exibilidade, da setorização, dos uxos e dos espaços mais
humanizados, e, nesse contexto, compreendemos a importância do trabalho multidisciplinar nas
decisões para o partido arquitetônico e na elaboração de um Plano Diretor para suprir as
necessidades acima mencionadas.
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ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.152: acústica: níveis de pressão
sonora em ambientes internos a edi cações. Rio de Janeiro: ABNT, 2017.
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ANTUNES, J. L. F. Hospital: instituição e história social. São Paulo: Letras e Letras, 1991.
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209-220, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
81232017000100209&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 8 jul. 2020.
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