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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 2

2 ORIGEM DA PALAVRA HOSPITAL ..................................................................... 3

2.1 Hospitais no mundo ............................................................................................. 6

3 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS HOSPITAIS NO BRASIL................................... 11

4 EVOLUÇÃO DAS ESTRUTURAS HOSPITALARES E FOCO NO PACIENTE .. 13

5 RELAÇÃO DOS HOSPITAIS COM AS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS E


MILITARES ............................................................................................................... 16

6 HOSPITAL COMO UMA UNIDADE INTEGRADA .............................................. 21

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 26

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ORIGEM DA PALAVRA HOSPITAL

Fonte: ojornaldailha.com

Ao analisarmos a história da humanidade, não é comum encontrarmos


referências à existência de instituições especializadas no cuidado e tratamento de
pessoas doentes, como vemos nos dias de hoje. No entanto, a prática da medicina é
relatada em escritos do antigo Egito e da Índia. A palavra hospital tem origem no latim
hospitalis, que significa "ser hospitaleiro" receptivo, acolhedor. Ela é derivada da
palavra hospes, que significa hóspede, visitante, de onde vem hospedale, que tem o
sentido de “aquele que hospeda”. Desse modo, os vocábulos hospital e hospedale
tiveram sua origem no latim primitivo e se propagaram por muitos países. No princípio
da era cristã, se usava mais a terminologia relacionada com o latim e o grego
(OLIVEIRA, 2019).
Diferente termo empregado era “nosocômio”, que denota abrigo para enfermos.
A hospitalidade, portanto, é prática antiga e se refere ao ato de receber ou acolher
bem o visitante, independentemente de conhecê-lo ou não (JULIÃO, 2020).

A palavra hospital, atualmente, é utilizada com o mesmo sentido de


nosocomium, que significa “o lugar dos doentes” ou o “lugar dos enfermos” e
nosodochium, que quer dizer “acolhimento de doentes” ou “recebimento de
enfermos” (ANTUNES, 1991 apud OLIVEIRA, 2019).

Segundo Almeida (1965), na história remota, aparecem, ainda, outras


terminologias que ressaltam outras concepções assistenciais. Nesse sentido,
destacam-se segundo Oliveira (2019):
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 Hospitium: local onde os hóspedes eram recepcionados.
 Asylum: abrigo ou refúgio para os loucos.
 Orphanotrophium: orfanato.
 Potochotrophium e Ptochodochium: abrigo para os pobres.
 Poedotrophium: abrigo para crianças.
 Gerontokomium: abrigo para v
 Arginaria: abrigo para os incuráveis.
 Xenodochium e xenotrophium: abrigo pra estrangeiros e viajantes.
 Gynetrophium: hospital para mulheres.
Do vocábulo hospitium, originou-se a palavra hospício, que denominava as
instituições que acolhiam ou eram habitadas de forma permanente por doentes
pobres, moribundos ou loucos. Nesse sentido, os estabelecimentos reservados para
o cuidado temporário das pessoas doentes eram chamados de hospital, enquanto o
local que abrigava pessoas que não estavam doentes era chamado de hotel
(OLIVEIRA, 2019).
Segundo Oliveira (2019) para que se possa analisar a amplitude do significado
do vocábulo “hospital”, é preciso fazê-lo à luz das práticas da medicina da antiguidade
e dos locais onde essas atividades eram realizadas. Os primórdios da existência de
locais de atendimento aos enfermos aparecem no Egito. O templo de Saturno foi
considerado como o princípio da escola médica, vários séculos antes de Cristo. Em
2.250 a.C., o Código de Hamurabi trouxe a regulamentação para o exercício de
atividades de medicina, estabelecendo os valores da remuneração a ser paga a quem
a exercesse. Além disso, O Código de Hamurabi estabelecia, ainda, os castigos para
o praticante de medicina que cometesse algum erro por imperícia. Contudo, não
existem registros sobre os locais onde estas atividades eram exercidas.
No Egito, os estudos de anatomia ocorreram principalmente por Herophilus e
Erisitrastus. Os dois estudiosos fizeram constatações como, por exemplo, as relações
entre o cérebro, a medula espinhal e os nervos. A preocupação do ser humano, a
princípio, era remetida ao bem-estar de seus familiares.

Contudo, ao longo do tempo, para sua própria proteção e defesa, foi obrigado
a se preocupar, também, com a saúde daqueles que o cercavam, pois, o
aumento populacional e o crescimento da circulação de pessoas
evidenciaram a imposição de proteger a coletividade. Na Índia, os mais
antigos documentos escritos encontrados foram textos médicos grafados em
sânscrito, como o Atharva Veda e o Rig Veda, que continha hinos litúrgicos.
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Esses textos foram encontrados por volta de 1500 a. C. (ALMEIDA, 1965
apud OLIVEIRA, 2019).

De acordo com os registros encontrados, a medicina praticada na Índia era


semelhante à que era praticada por outros povos antigos. Era baseada em
encantamentos e feitiços contra os demônios que provocavam as enfermidades e
milagres quando conseguiam a cura. O elemento importante na arte médica hindu era
a cirurgia. Na realização das cirurgias, os médicos hindus da época já demonstravam
preocupação com a higiene, banhando-se antes do procedimento e cortando cabelos
e unhas. Percebe-se que, já nos primórdios das civilizações, despertou no ser humano
um interesse pelo cuidado e o tratamento das enfermidades. Contudo, a evolução de
um sistema de cuidado organizado em um só local, estabelecido para essa função, só
surgiu algum tempo depois (OLIVEIRA, 2019).
De acordo com Julião (2020) no caso dos hospitais, a hospitalidade é
fundamental, pois é um ambiente que ajuda as pessoas nas suas necessidades de
saúde mais urgentes. Cada sociedade em seus respectivos continentes desenvolveu
formas de hospitalidade para seu povo e para os viajantes que chegam . A procura
pela qualidade é o objetivo de todas as empresas, sejam elas do ramo de produtos ou
serviços e, para alcançá-la, utilizam recursos para melhorar e dinamizar seu processo,
sua produção e seu crescimento.
No hospital, investe-se cada vez mais em pesquisas científicas, modernização
dos processos e inovação tecnológica. São oferecidos equipamentos e instalações de
última geração, processos antes inimagináveis e especialistas altamente qualificados,
além de um atendimento voltado para o cliente que vive um momento de fragilidade
física e vulnerabilidade emocional e, portanto, necessita de respeito, atenção e
carinho (JULIÃO, 2020).

O uso inicial do hospital servia mais aos pobres e prestava conforto aos
doentes, o atendimento era realizado por sacerdotes ou através de ordens
religiosas, uma vez que os procedimentos de caráter curativo eram pouco
praticados, a cura era mais como uma característica secundária ao serviço
religioso, apesar de sua origem anterior a era cristã (TOLEDO, 2006, p. 17
apud BADALOTTI et al, 2015).

Segundo Michelin (1992, p.27) apud Badalotti et al (2015) o objetivo do edifício


hospitalar era mais no sentido de proteção dos que estavam fora do que o atendimento
para os pacientes que estavam dentro da edificação.

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Desta forma, vemos o hospital como um espaço pleno de simbolismo e sentido
que se desenvolveu ao longo dos séculos de construção e sentido, onde inicialmente
serviu como uma estrutura de separação e exclusão e evoluiu para um ambiente de
diagnóstico e cura. A produção projetual de hospitais apresenta importantes
exemplos, inclusive de renome internacional, mas os registros e documentos
bibliográficos sobre este patrimônio são pouco representativos. Portanto é através do
estudo, da observação e do conhecimento da história do edifício hospitalar no tempo
que podemos apontar melhores decisões projetuais para a implantação de novas
unidades de saúde.

[...] a arquitetura foi a primeira arte a ocupar-se do hospital. A idéia de que o


doente necessita de cuidados e abrigo é anterior à possibilidade de lhe
dispensar tratamento médico. E todas as cidades, em todas as épocas,
mobilizaram-se para prover esta necessidade. Templos, conventos e
mosteiros foram as primeiras instituições a recolher os doentes [...]
(ANTUNES, 1989 apud BADALOTTI et al, 2015).

A assistência médica (antiga e medieval) era oficialmente prestada por padres


religiosos ou informalmente por leigos, praticantes da dita medicina popular, que se
encontravam no mercado "ou onde a multidão se aglomerava para mostrar o
espetáculo" da extração de dentes à amputação de membros” BADALOTTI et al,
2015.
Também é importante mencionar as preocupações com a saúde neste contexto
histórico, cuja aplicação está tomando forma na construção da saúde graças aos
estudos de Louis Pasteur e da enfermeira Florence Nightingale, sugerindo que as
deficiências dos hospitais existentes se devem principalmente à falta de iluminação e
ventilação naturais adequadas, espaço mínimo por canteiro e na própria superlotação
(BADALOTTI et al, 2015).

2.1 Hospitais no mundo

As primeiras instalações hospitalares foram confundidas com santuários e


templos onde a medicina divina era praticada (JULIÃO, 2020).
Como resultado, hospitais foram construídos próximos às igrejas e foram
oferecidos cuidados e assistência hospitalar. As instituições hospitalares foram
consequência da evolução e do aprimoramento da medicina como ciência. Na Idade
Média, os hospitais representavam um lugar de caridade, caracterizado pela
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religiosidade e assistência para atendimento à população carente e sobreviviam por
meio de doações (JULIÃO, 2020).

A partir do século XVII, por influência italiana, os hospitais foram


caracterizados como um centro de reclusão para pessoas enfermas
submetidas a terapêuticas realizadas por profissionais de saúde. Nesse
período, iniciou-se a preocupação com o isolamento de pessoas portadoras
de doenças infectocontagiosas e alguns hospitais foram construídos fora dos
limites das cidades para abrigar os leprosos, os loucos e os sifilíticos
(MALAGÓN-LONDOÑO; LAVERDE; LONDOÑO, 2018 apud JULIÃO, 2020).

No século seguinte, os médicos começaram a trabalhar nessas instalações,


que se tornaram conhecidas como um ambiente de busca de cura, em vez de um
ambiente de conforto espiritual. Nesse período, surgem os hospitais especializados
para a cura, acompanhados das tecnologias clínicas e do desenvolvimento da prática
cirúrgica. No século XVIII uma organização de saúde pública foi estabelecida na
França para combater epidemias e pragas. A partir do entendimento da relação entre
doença e meio ambiente, foram criados programas para o tratamento do lixo e das
águas paradas, bem como para a circulação de pessoas pela cidade, considerando
as áreas endêmicas e de maior propagação de doenças (JULIÃO, 2020).
De acordo com Julião (2020) diante dessa situação, o hospital foi essencial na
política sanitária e demográfica das cidades, pois oferecia equipamentos de
diagnóstico e tratamento, além de um corpo clínico capacitado. Em um período em
que o cuidado com a higiene ganhava força, a ação das autoridades teve papel
importante, principalmente nos ambientes sabidos como de maior risco para a
propagação de doença, como prisões, portos e hospitais gerais. Outra forma de ajuda
que surgiu nesse período foram os fundos de ajuda mútua, destinados a fornecer
assistência médica, financeira e jurídica à classe trabalhadora, entre outras coisas.
Após a Revolução Industrial inglesa, com a ascensão da classe burguesa, as práticas
sanitárias, a saúde pública, a modernização dos hospitais e as medidas de bem-estar,
tudo isso aumentou.

Com o passar dos anos, surgiram estabelecimentos específicos para o


cuidado de doentes, como o Hospital Hotel de Deus, em Paris, que tinha mais
de 1500 leitos, e a Santa Casa de Misericórdia de Santos, no Brasil. A partir
desse momento, os enfermos eram distanciados de seus familiares e da
sociedade para serem tratados nos hospitais. Nessa época, a preocupação
com as infecções já fazia parte do dia a dia das equipes de trabalho e
iniciaram-se debates sobre a permanência de pacientes incuráveis nas
instituições (COSTEIRA, 2014 apud JULIÃO, 2020).

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A arquitetura das instalações hospitalares também mudou ao longo do tempo,
existindo no século XIX a maquete de um pavilhão. Após o término da Segunda
Guerra Mundial, com o crescimento das cidades no mundo todo, foram construídos
hospitais cada vez maiores e melhores. O hospital tornou-se referência em saúde e a
arquitetura dessa instalação estava mais de acordo com o padrão atual.

A partir do século XX, com o advento da tecnologia, esta foi incorporada às


ações e aos serviços dos hospitais, assim como a medicalização e as
especialidades médicas que ampliaram a resolutividade do corpo clínico
hospitalar. A medicalização teve papel fundamental para assegurar a ordem
social na época, pois era distribuída aos pobres junto com a visita médica
periódica nos abrigos onde eles recebiam sopa, pão e vestuário
(NASCIMENTO; DRAGANOV, 2015 apud JULIÃO, 2020).

A oferta de medicamentos e cuidados médicos gratuitos representava uma


estratégia para minimizar as pestes e as endemias. Os hospitais, ao longo dos
séculos, foram se transformando em espaço de terapêutica em detrimento da
caridade. Por muito tempo, eles atuaram como um mercado de demanda e não como
um mercado de abastecimento, com pacientes em busca de um local para prestar
atendimento médico. Contudo, as mudanças no contexto de se fazer saúde vêm
modificando essa prática para atender às exigências e às necessidades dos clientes
em saúde, que atualmente buscam, além do atendimento médico, por médicos
competentes, tecnologia de ponta, instalações e equipamentos adequados, além de
respeito, carinho, dedicação e conforto (JULIÃO, 2020).

3 CLASSES HOSPITALARES NO MUNDO

Fonte: hsc.com
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Após a segunda metade do século XX, notou-se que países como Inglaterra,
Estados Unidos e o Canadá, os orfanatos, asilos e instituições para crianças
transgrediam aspectos básicos do desenvolvimento emocional destas e podiam leva-
las a categorias psiquiátricas bastantes sérias causando sequelas na vida adulta.
Pesquisas sobre Classes Hospitalares sugerem que as primeiras décadas do século
XX a Europa contemplou em hospitais algumas atividades educativas que podem ser
acatadas como início do que hoje admitimos como Classe Hospitalar (OLIVEIRA et al,
2013).
Na França, segundo Paula (2011), a primeira classe hospitalar foi introduzida
em 1929 por Marie Luoise Imbert. Porém, de acordo com Vasconcelos (2005), a
classe hospitalar também teve seu início na França, ainda que em 1935. Nesse
momento, este texto não vai para o ano em que a primeira classe hospitalar foi
efetivamente criada. Esses dados foram incluídos neste estudo para informação.
Henri Sellier abriu sua primeira escola para forasteiros nos arredores de Paris em
1935.Seu exemplo foi seguido por outros países europeus, como a Alemanha, por
toda a França e até mesmo pelos Estados Unidos no cuidado de crianças com
tuberculose.
O Centro Nacional de Estudos e Formação de Crianças Inaptas (CNEFEI) em
Suresnes, nos arredores de Paris, foi criado em 1939 com o objetivo de formar
professores para o trabalho em estabelecimentos especializados e hospitais-escola
do Ministério da Educação da França. Esse Centro funciona até hoje A formação de
professores para as classes hospitalares no CNEFEI tem duração de dois anos. A
missão do centro até hoje é mostrar que a escola não é hermeticamente fechada. O
CNEFEI patrocina estágios em programa de estágio dirigido a professores e diretores
de escolas; Médicos escolares e assistentes sociais (OLIVEIRA et al, 2013).
Desde 1939, o CNEFEI formou mais de mil professores. Isso significa que todos
os hospitais públicos da França têm quatro professores: dois do ensino fundamental
e dois do ensino médio. Você trabalha em turnos diferentes de segunda a sexta-feira.
A associação Animation, Loisirs à L Hôpital (animação, tempos livres no hospital) foi
fundada nos anos 1940 e a Associação para a Melhoria das Condições Hospitalares
das Crianças (APACHE) foi fundada nos anos 1980, segundo (Paula 2011 apud
Oliveira et al, 2013) o European Associação de Crianças Hospitalares (European

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Association of Children in Hospital), que reúne diversas instituições do país na defesa
dos direitos de crianças e adolescentes em hospitais.

Professores aposentados, professores da Educação Nacional e voluntários


fazem parte de diversas associações que tem como objetivo dar continuidade
à escolarização da criança e adolescente hospitalizado, para que
acompanhem as crianças nos hospitais e também na alta hospitalar, antes
do retorno a escola regular. Essa associação conta com mais de três mil
professores (PAULA, 2011 apud OLIVEIRA et al, 2013).

Na Espanha a preocupação com o atendimento pedagógico hospitalar é


relativamente recente segundo Gonzáles (2007). Mais precisamente, é a lei 13/1982
de 7 de abril que estabeleceu os alicerces que hoje são as classes hospitalares.

No seu artigo 29 dispõe “Todos os hospitais tanto infantis quanto de


reabilitação, e também aqueles que tiveram serviços pediátricos
permanentes, da administração do Estado, dos órgãos Autônomos dela
dependentes, da segurança social, das comunidades autônomas e das
corporações locais, assim como os hospitais particulares que regularmente
ocupem, no mínimo, a metade de suas camas com doentes cuja instancia e
atendimento médico dependam de recursos públicos, terão que contar com
uma seção pedagógica para prevenir e evitar a marginalização do processo
educacional dos alunos em idade escolar internados nesses
hospitais”(GONZÁLES, 2007, p.345 apud OLIVEIRA et al, 2013).

Seguindo essa lei, com o decreto no. 334/1985, de 6 de março, sobre a


organização e programação da educação especial, em seu segundo dispositivo
adicional, consta:

“As administrações educacionais poderão entrar em acordo com as


instituições de saúde públicas, tanto infantis como de reabilitação, e também
com aqueles que tenham serviços pediátricos permanentes, para o
estabelecimento das dotações pedagógicas necessárias para prevenir e
evitar a marginalização do processo educacional das crianças em idade
escolar que estão internadas nelas” (GONZÁLES, 2007, p.345 apud
OLIVEIRA et al, 2013).

A declaração dos direitos da criança hospitalizada de 1987


também trata do processo de ensino-aprendizagem de crianças doentes e / ou
hospitalizadas e / ou convalescentes e enfatiza, entre outras coisas, o direito de que
as crianças continuem sua vida escolar durante sua estada, no hospital e beneficiam
do ensino dos professores e do material didático disponibilizado pelas autoridades
escolares. A Carta Portuguesa da Criança Hospitalar de 2000, inspirada nos princípios
da Carta Europeia da Criança Hospitalar, aprovada pelo Parlamento Europeu em

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1986, mostra a preocupação com os projetos de humanização nos hospitais, o bem-
estar da criança hospitalar e os aspectos educativos.

O princípio sete da Carta de Portugal propõe que o “Hospital deve oferecer


às crianças um ambiente que corresponda às suas necessidades físicas,
afetivas e educativas, quer no aspecto do equipamento, quer no de pessoal
e da segurança” (MOTA, 2000.p.60 apud OLIVEIRA et al, 2013).

4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS HOSPITAIS NO BRASIL

Fonte: gauchazh.clicrbs.com

Com relação à história da assistência médica no Brasil, também podemos


ressaltar a assistência domiciliar de forma inicial, seguida pelos abrigos ou História
dos hospitais casas filantrópicas e evoluindo para as instituições construídas
especificamente para o fim de curar pessoas adoecidas, melhorando as técnicas,
aprimorando os conhecimentos e incorporando profissionais de diferentes áreas da
saúde, até chegar ao modelo assistencial que temos hoje. Uma das primeiras
instituições hospitalares do Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos. A
organização dos serviços era precária e os conhecimentos científicos estavam
centrados na doença, e não no doente. As ações públicas eram direcionadas ao
espaço urbano, com relação à circulação do ar e à potabilidade da água (JULIÃO,
2020).

A população mais pobre recebia assistência em saúde, predominantemente,


por meio das instituições filantrópicas ligadas à igreja católica que
sobreviviam por meio de doações. O restante da população procurava
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assistência por meio de consultas médicas particulares ou utilizava de outros
profissionais, como cirurgiões, barbeiros e curandeiros (TARABOULSI, 2003
apud JULIÃO, 2020).

Os hospitais mantinham em suas enfermarias: loucos, incuráveis e portadores


de doenças contagiosas sem separação ou qualquer controle de transmissão de
doenças entre os enfermos. No século XIX, com a propagação de epidemias de cólera
e febre amarela, o governo construiu os primeiros hospitais destinados História dos
hospitais 5 ao isolamento de enfermos com doenças infectocontagiosas. Nesse
período, iniciaram as discussões a respeito da importância da distinção entre
ambientes salubres e insalubres nas instituições (JULIÃO, 2020).
Segundo Julião (2020) a população, portanto, dispunha dos hospitais de
isolamento, das clínicas privadas — destinadas ao atendimento das pessoas com
maior poder aquisitivo e que podiam pagar pelo atendimento — e dos hospitais gerais
ou entidades filantrópicas para atender a população com menor poder aquisitivo.

Na década de 1920, o Estado e o governo federal pouco contribuíam com a


assistência à saúde ofertada à população. Isso mudou somente na década
de 1980, por meio do Art. 196 da Constituição da República Federativa do
Brasil. No final do século XIX, o número de instituições prestadoras de
assistência à saúde teve um aumento considerável, no entanto, a
precariedade das ações e das instalações ainda era uma realidade
(NASCIMENTO; DRAGANOV, 2015 apud JULIÃO, 2020).

No início do século XX, o Departamento Nacional de Saúde Pública ampliou as


ações de controle e monitoramento sanitário das doenças mais emergentes da época.
E a partir de então, o hospital esteve cada vez mais relacionado às ações da
Previdência Social. Esse foi um período marcado pela criação das Caixas e
Aposentadorias e Pensões (CAP’s), uma forma de plano assistencial, pensão e
aposentadoria para os trabalhadores do setor privado e seus dependentes, que evolui
para o que hoje conhecemos como Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). O CAP
foi financiado numa base tripartida, ou seja, da responsabilidade do Estado, do
empregador e do trabalhador (COSTEIRA, 2014).
A chegada da corte portuguesa ao Brasil, no ano de 1808, deu início ao estudo
formal no nosso país. Com ele veio a primeira escola de ensino superior, denominada
Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, posteriormente denominada
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, que transformou o cenário de saúde do
Brasil. Mas como a faculdade ficava localizada na sede da Santa Casa de

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Misericórdia, acabou por contribuir para vários conflitos entre a irmandade e o ensino
médico, uma vez que a administração dessas instituições era realizada pelas freiras.
Esses atritos também aconteceram em outras capitais brasileiras, como Porto Alegre,
São Paulo e Salvador (MALAGÓN-LONDOÑO; LAVERDE; LONDOÑO, 2018 apud
JULIÃO, 2020).
As freiras contribuíram para a organização e a eficiência das atividades
hospitalares, mas a sua relação com os médicos e os alunos foi permeada por atritos
devido à discordância com relação aos cuidados médicos assistenciais. A gestão do
hospital, pelos médicos, somente aconteceu, efetivamente, na década de 1920.
Contudo, no Rio de Janeiro, esses conflitos perduraram até a inauguração do campus
da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A Faculdade de Medicina, então, ganhou
um hospital próprio para as atividades de assistência e ensino, chamado Hospital
Universitário Clementino Fraga Filho. A assistência, antes considerada empírica,
passou a ser científica e pública. No final do século XIX, o hospital se tornou um
espaço de terapêutica medicalizada (JULIÃO, 2020).

Pauter, cientista francês, foi importante nesse processo, pois as suas


descobertas sobre as causas e a prevenção das doenças permitiram a
redução da mortalidade. Esses fatos mudaram consideravelmente a relação
da caridade com a medicina no Brasil e no mundo (MALAGÓN-LONDOÑO;
LAVERDE; LONDOÑO, 2018 apud JULIÃO, 2020).

5 EVOLUÇÃO DAS ESTRUTURAS HOSPITALARES E FOCO NO PACIENTE

Fonte: gov.br/ebserh

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Essa cena de macas abarrotadas e clientes esperando, clima frio, cores vivas,
luz branca e cheiro de éter é coisa do passado. Hoje, mudanças arquitetônicas,
serviços de hotelaria, profissionais devidamente uniformizados, ambientes
acolhedores, com cores quentes, desenvolvidos por designer de interiores, iluminação
adequada, música ambiente e bom restaurante dão ao cliente a impressão de estar
adentrando em um hotel de luxo ao invés de um hospital. Com o passar dos anos e
as mudanças da sociedade, os gestores estão buscando para as instituições
hospitalares mudanças que minimizam o desconforto do adoecimento na vida das
pessoas, por meio da transformação dos ambientes frígidos em ambientes
agradáveis, mesmo que as pessoas não tenham prazer em estar em um hospital
(JULIÃO, 2020).
Essa tendência traz em sua essência a humanização do ambiente e do
atendimento prestado em saúde, uma vez que a receptividade do cliente ao
tratamento e a satisfação gerada facilitam a realização do serviço médico assistencial.
Na atualidade, o cliente não busca somente por tratamento e cura em um ambiente
hospitalar, mas também por um atendimento humanizado, com respeito às suas
necessidades, às de seus familiares e às de seus cuidadores. Um bom trabalho
desenvolvido pela equipe de saúde, desde a chegada do cliente e durante todo o
período de permanência dele na instituição, reduz o estresse e o desgaste de todos
os envolvidos no processo de melhora ou recuperação do paciente (JULIÃO, 2020).
De acordo com Julião (2020) é difícil imaginar um único profissional realizando
tudo o que é necessário para o restabelecimento do cliente sem a participação de
outras áreas, como: enfermagem, medicina, nutrição, farmácia, etc. A assistência à
saúde exige interação multiprofissional, que demanda que os trabalhadores atuem em
sintonia com os demais. O cenário é de interdependência, ou seja, um depende do
outro, porque uma atividade não existe sem a outra. A tarefa do administrador é
desenvolver mecanismos que estabeleçam conceitos de trabalho em equipe para
todas as pessoas que trabalham periodicamente no hospital.
A humanização do atendimento significa não o mecanizar com o uso apenas
de tecnologias, mas sim investir no relacionamento com o cliente com empatia,
respeito, escuta qualificada e comunicação assertiva, a fim de tornar a internação o
mínimo desconfortável possível. Portanto, todos na unidade têm um papel
fundamental a desempenhar no processo de cuidado centrado no paciente, desde a

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área administrativa até a limpeza, a copa e os cuidados. A imagem do colaborador é
a imagem da instituição, sendo assim, o trabalho deve ser realizado em equipe, mas
com a consciência da função de cada um nesse processo de internação, de forma que
o cliente perceba o cuidado contínuo e qualificado desde a recepção até a alta
hospitalar (JULIÃO, 2020).

O objetivo é minimizar a possibilidade de colocar o paciente em risco,


avaliando individualmente qualquer situação que esteja diferente do processo
habitual, e respeitar ao máximo os costumes e as crenças, sem faltar com o
respeito que o cliente merece e sem infringir as normas de segurança do
paciente. Cada pessoa tem cultura, etnia e costumes diferentes e os
colaboradores devem respeitar as diferenças, mesmo que não as entendam
ou não concordem com elas (PEREIRA; PEREIRA, 2015 apud JULIÃO,
2020).

Como em qualquer lugar, no hospital, nenhuma pessoa é menos importante


que a outra, mas, na relação cliente e fornecedor de serviço, o paciente precisa se
sentir o centro das atenções. O entendimento da relação cliente e fornecedor de
serviço é fundamental, pois independentemente de o cliente estar internado pelo
Sistema Único de Saúde, pelo plano de saúde ou de forma particular, os
procedimentos e os materiais utilizados serão pagos para a instituição e esse valor
será revertido em salários, equipamentos ou manutenções prediais. Esse cenário
possibilitou que o cliente das instituições de saúde esteja ciente de que a tecnologia
e o conhecimento técnico-científico devem estar ao alcance de todos, sejam eles
oferecidos por instituição pública ou privada (JULIÃO, 2020).
Segundo Julião (2020) diante disso, o desempenho com a qualidade dos
serviços hospitalares durante todo o período de internação é determinante para o
sucesso das instituições de saúde, ao passo que a concorrência aumentou e a
exigência do cliente também. Como nos hotéis, no hospital o hóspede é o cliente, o
familiar, o amigo e o visitante, portanto, tudo deve ser tratado com cortesia, pois o
hospital é prestador de serviços. Contudo, esse cliente ainda é, por muitos,
denominado como paciente, palavra carregada pelo significado de conformismo, de
espera, daquele que sofre ou é objeto de uma ação.

Cabe aos gestores e profissionais reconhecer que o uso da expressão cliente


é mais adequado, bem como o entendimento desse como alguém ativo no
seu processo de cuidado (MALAGÓN-LONDOÑO; LAVERDE; LONDOÑO,
2018 apud JULIÃO, 2020).

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Dessa forma, torna-se mais fácil adotar estratégias e desenvolver ações que
promovam a humanização e a qualidade dos serviços médico-hospitalares. O cliente
de saúde é toda e qualquer pessoa que entra em contato com o hospital para adquirir
serviços médico-hospitalares ou simplesmente solicitar uma informação. O
entendimento de que, a princípio, ele não gostaria de estar necessitando de
assistência à saúde é crucial para a empatia do profissional e a oferta de qualidade
no atendimento. O cliente em saúde é um ser humano que está vivenciando um
momento de instabilidade emocional e física, o que proporciona uma fragilidade e
vulnerabilidade que as pessoas não costumam gostar. Por isso, quando adentra em
um hospital, cria expectativas de acolhimento, eficácia e resolutividade para com o
seu estado de saúde. Sendo assim, é preciso ter consciência de que o cliente de
saúde é o bem mais precioso da instituição, pois sem ele não haveria motivo do nosso
trabalho (JULIÃO, 2020).

6 RELAÇÃO DOS HOSPITAIS COM AS INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS E


MILITARES

Fonte: Wellcome Library Image,2020

O budismo teve papel importante na expansão nos estabelecimentos


hospitalares. Vários hospitais foram construídos por Sidartha Gautama (Buda), que
nomeou, ainda, um médico para cada 10 cidades (OLIVEIRA, 2019).

16
Os hospitais ficavam adjacentes aos mosteiros budistas, eram locais onde os
doentes recebiam cuidados, dieta adequada e medicamentos preparados pelos
médicos.

Os enfermos eram cuidados por estudantes de medicina, em funções que


lembram as dos enfermeiros. Na Índia, além de hospitais para prestar
tratamento às pessoas, existiam hospitais para os animais. Os hindus tiveram
como destaque o médico Chákara, especialista em anestésicos, e Susrata,
cirurgiã, que fazia cesáreas e cirurgias de catarata e hérnias (ALMEIDA,
1965; LISBOA, 2002 apud OLIVEIRA, 2019).

O profeta do povo hebreu, Moisés, além dos aspectos religiosos, preocupou- -


se com a higiene individual e coletiva de seu povo. A educação sanitária, cuidados
com a transmissão de doenças foram destaques na época. No entanto, não há
registros permanentes de hospitais em Israel. Os enfermos eram mantidos em abrigos
gratuitos para viajantes pobres e em suas próprias casas, onde recebiam visitantes
para atendimento. Além disso, nas hospedarias havia um local reservado aos
enfermos. Na China, os cuidados com a saúde são fundamentados na busca do
equilíbrio entre o princípio negativo (Ying) e o positivo (Yang) e na veneração aos
antepassados e aos cinco elementos (OLIVEIRA, 2019).
Segundo Oliveira (2019) no século III, com a influência do budismo e do médico
hindu Susruta, surgiram muitos hospitais, onde os doentes eram cuidados por
sacerdotes de Buda. Além de hospitais para o tratamento de enfermos em geral,
surgiram instituições semelhantes com parteiras, alguns hospitais que mantinham
pacientes com doenças contagiosas em regime de isolamento e locais de repouso
para aqueles enfermos que já estavam se recuperando.

O Japão tinha profissionais de medicina separados em categorias, em


decorrência da dura estratificação da sua sociedade. Os hospitais, no Japão,
utilizavam-se muito de águas termais e a prática da eutanásia foi muito
estimulada. As guerras civis no Japão fizeram com que seu sistema de
assistência hospitalar decaísse (LISBOA, 2002 apud OLIVEIRA, 2019).

Na Grécia, medicina e religião se misturavam, pois, a adoração aos deuses era


a base para cuidar dos enfermos. Os sacerdotes do templo ajudaram aqueles que
originalmente iam aos templos para orar aos deuses e pedir cura. Roma, fundada por
volta de 373 d.C. tinha como característica seu povo guerreiro, configurando-se em
uma civilização que buscava, constantemente, poder e conquista. Desta forma, o

17
estado se preocupou com os cidadãos que seriam bons guerreiros. Nesse sentido,
não se evidencia a preocupação com a condição humana ou social (OLIVEIRA, 2019).
Os atendimentos eram realizados nas medicatrinas e nos valetudinários. Os
valetudinários militares eram grandes hospitais de campanha que cuidavam de feridos
e soldados em recuperação de guerras. Foram, inicialmente, agregados aos exércitos,
onde tinham médicos militares que prestavam cuidados aos soldados feridos em
batalha ou àqueles que ficavam doentes durante as guerras. Os casos de menor
gravidade eram tratados a céu aberto, enquanto os mais graves eram atendidos em
locais maiores e com melhor estrutura (OLIVEIRA, 2019).
Na Idade Média, o surgimento do Cristianismo aponta uma nova perspectiva
humanística, modificando a sociedade e fomentando as responsabilidades individuais
na busca pela eternidade. Os necessitados, como idosos, órfãos, viúvas, doentes,
peregrinos e viajantes, são apoiados pelo auxílio dos cristãos.

Nesse sentido, a proclamação do Decreto de Milão, em 313 d.C, pelo


Imperador Constantino, e o Concílio de Nicéia, em 325 d.C, foram
fundamentais para o crescimento dos hospitais. As diaconias foram os
primeiros estabelecimentos eclesiásticos, de caráter assistencial, prestando
atendimento aos doentes e miseráveis, nas cidades onde os cristãos se
estabeleciam (ALMEIDA, 1965; LISBOA, 2002 apud OLIVEIRA, 2019).

Naquela época, a prática da medicina foi incorporada à atividade religiosa,


hospitais que se confundiam com santuários, que eram construídos perto dos
mosteiros, sob a direção de religiosos. Estes determinavam que, ao lado das moradias
dos religiosos e das igrejas, fossem erguidas enfermarias ou locais de assistência aos
doentes. Assim, formou-se a medicina conventual ou monástica, onde o corpo, por
ser a imagem e semelhança de Deus, não devia ser aberto, o que configurava
sacrilégio. Nesse sentido, a preocupação maior era com o tratamento da alma, não
do corpo (OLIVEIRA, 2019).
De acordo com Oliveira (2019) as Cruzadas deram uma importante contribuição
para o surgimento da religião nas enfermarias e para o crescimento dos hospitais. A
locomoção de numerosas pessoas impunha a necessidade de construção de locais
que servissem de abrigo e onde essas pessoas pudessem receber tratamento. Depois
veio a Ordem dos Templários de São João, Santo Antônio e o Espírito Santo. O
Hospital de São João da Inglaterra foi criado pelos Cruzados da Ordem de São João
e tinha 2.000 leitos. O Espírito Santo esteve muito ativo na Europa, tendo construído
cerca de 900 hospitais em dois séculos.
18
O aumento do número de leprosos exigiu a expansão dos hospitais, em
decorrência da imposição de medidas para a defesa sanitária. Nesse sentido, as
ordens religiosas foram de fundamental importância para o tratamento dos enfermos.
Surge, então, o conceito de quarentena, para o isolamento e segregação dos
leprosos, e um tipo bem singular de edificação hospitalar: o lazareto ou leprosário.
Apenas na Alemanha são construídas casas com o objetivo de oferecer tratamento
aos doentes de lepra e não apenas segregá-los (OLIVEIRA, 2019).
Os Beneditinos fundaram enfermarias na Inglaterra, França, Itália e Alemanha,
onde atendiam outros religiosos. Posteriormente, o auxílio estendeu-se aos leigos,
com a criação de hospitais contíguos a esses serviços.
De acordo com Lisboa (2002), o crescimento das cidades da Europa e a
ampliação das riquezas da burguesia serviram de incentivo às autoridades a,
inicialmente, complementar e logo após assumir as atribuições das atividades da
Igreja em relação aos enfermos. Nesse sentido, diferentes fatores contribuíram para
esse cenário segundo Oliveira (2019):
 a concepção medieval de que os doentes, necessitados e indigentes
são necessários para que os que pratiquem a caridade consigam a salvação da
alma deixa de ser considerada verdadeira;
 asilos e hospitais religiosos começam a ser considerados inadequados
diante da nova concepção de saúde/doença;
 entre os séculos XIII e XVI, a restrição das terras de cultivo, o alto
desemprego e as condições sociais e econômicas levaram a um aumento
desordenado do número de pobres e miseráveis, importunando a classe
burguesa;
 sem meios para se sustentar, os miseráveis simulavam ser aleijados ou
enfermos para que pudessem ser admitidos nos hospitais, aumentando os
custos assistenciais;
 os hospitais eram mantidos pelo dízimo, cobrado nas igrejas, e pela
caridade da população.
O volume de recursos gerou cobiça nos administradores. Posteriormente à
decadência do sistema hospitalar cristão, muitas mudanças ocorreram, fazendo com
que os hospitais, sob o domínio das municipalidades, se desenvolvessem no decurso

19
da Idade Moderna. Nesse sentido, os hospitais passaram a ter uma organização
diferente daquela conferida pela caridade (OLIVEIRA, 2019).
A administração dos hospitais era feita por representantes administrativos,
enquanto os religiosos permaneciam nas atividades de conforto espiritual aos
enfermos. Em Portugal, é fundada a primeira Santa Casa da Misericórdia de Lisboa,
pelo Frei Miguel Contreiras, apoiado pela Rainha D. Leonor. A instituição oferecia
abrigo e cuidado aos doentes, prisioneiros, pobres, órfãos e desvalidos. As mudanças
sociais e econômicas do Renascimento mudaram o estado dos hospitais urbanos. Era
fundamental que os hospitais passassem a prestar atendimento a um número maior
de pessoas em um tempo menor. Nesse sentido, os hospitais deixam de oferecer asilo
aos necessitados e passam a tratar os enfermos. Conforme Lisboa (2002) apud
Oliveira (2019), essa remodelação fez surgir o hospital moderno, com vistas ao
tratamento de doenças, através de quatro princípios elementares:
 utilização racional dos recursos disponíveis;
 delimitação de seu perfil como instituição;
 inserção da medicina profissional;
 caracterização de suas funções terapêuticas.
Os religiosos asseguravam a rotina hospitalar, prestando cuidados e
assistência alimentar aos que ali estavam internados. A figura do médico apareceu
em visitas esporádicas, não mais do que uma vez por dia, para ver centenas de
pacientes. O perfil do exército também se modificou. No passado, qualquer pessoa
podia ser recrutada por dinheiro; agora, com a chegada do fuzil, o treinamento era
necessário, o que aumentava os custos de desenho. Dessa forma, era preciso impedir
a morte de um soldado por motivos de doença, epidemias ou ferimentos que não o
incapacitariam para o futuro (OLIVEIRA, 2019).

No século XIX, o progresso da medicina, as descobertas dos métodos


assépticos, que diminuíram o número de infecções, e a descoberta de
anestésicos, que viabilizavam intervenções sem dor e maior chance de
sucesso, fizeram com que os hospitais tivessem sua concepção modificada.
Agora, o hospital deixava de ser um lugar onde os desvalidos iam morrer,
passava a ser um lugar onde os enfermos buscavam a cura (LISBOA, 2002
apud OLIVEIRA, 2019).

A natureza da enfermagem mudou, a medicina e a enfermagem tornaram-se


ativas na enfermagem. Em 1860, Florence Nightingale consolidou o papel da
enfermagem como parte integrante do processo de enfermagem.
20
O progresso da tecnologia e da ciência foi fazendo com que os hospitais se
desenvolvessem cada vez mais. Com melhores instalações e o progresso da
medicina, as técnicas cirúrgicas foram sendo aperfeiçoadas. Começaram a
surgir os médicos especializados. A Primeira Guerra Mundial, de 1914 a
1918, serviu como um grande campo experimental para o desenvolvimento
da cirurgia. O custo das instalações cirúrgicas tornou-se vultoso (LISBOA,
2002 apud OLIVEIRA, 2019).

De acordo com Oliveira (2019) o avanço tecnológico exigia investimentos,


portanto, os setores tinham que oferecer retorno financeiro. Na Segunda Guerra
Mundial, 1939 a 1945, novos antibióticos foram introduzidos, reduzindo o número de
mortes. Os hospitais de campanha realizavam a maior parte dos atendimentos dos
soldados e feridos da guerra.
O crescimento e o desenvolvimento das instituições hospitalares
acompanharam o progresso e o desenvolvimento do mundo de uma forma geral.
Ciência e tecnologia avançam em direção a novas descobertas, novos medicamentos,
novos procedimentos. O hospital contemporâneo é local de tratamento na busca
incessante pela cura, de estudos e pesquisas cada vez mais intensos, no sentido de
encontrar respostas que ajudem a curar as enfermidades (OLIVEIRA, 2019).

7 HOSPITAL COMO UMA UNIDADE INTEGRADA

Fonte: unimedvs.com

Os hospitais, na atualidade, cumulam um conjunto de funções que fazem com


que sejam caracterizados como organizações extremamente complexas. Suas

21
atribuições passaram, ao longo do tempo, por diferentes mudanças, envolvendo
aspectos assistenciais, de suporte ao sistema de saúde, questões sociais, emprego,
ensino e pesquisa (OLIVEIRA, 2020).
O Brasil conta atualmente com uma rede de hospitais construída ao longo de
sua história que atuam no contexto atual da saúde, a partir das diretrizes gerais do
sistema de saúde que visam a uma maior integração à rede de saúde. Para
compreensão da complexidade do funcionamento do sistema hospitalar no Brasil, é
necessário distinguir as extensões que abarcam o funcionamento de um hospital.

As diferentes dimensões da área hospitalar contribuem para que a


organização se configure em uma organização financeira multifacetada, que
exige de seus administradores competências diversas, tornando essa uma
função desafiadora e complexa (BRASIL, 2011 apud OLIVEIRA, 2020).

Dimensão organizacional: é a definição da função do hospital na rede


assistencial do sistema de saúde. Esse tema tem sido discutido com frequência
porque precisa levar em consideração os princípios do SUS. Nesse sentido, é preciso
que seja realizada a articulação entre os diferentes níveis de complexidade e os
sistemas de referência e contrarreferência dos usuários, de modo a atender a
prerrogativa da integralidade no cuidado (BRASIL, 2011).
Dimensão assistencial: refere-se ao modelo clínico e suas segmentações na
medicina e tecnologia, diante de seu propósito de trabalho (doentes e doença) e a
fragmentação do cuidado em especialidades e subespecialidades. O grande desafio,
na atualidade, consiste no resgate da integralidade na assistência ao paciente,
rearticulando o trabalho fragmentado em uma abordagem resolutiva e humana.

Nesse sentido, faz-se necessária uma renovação no relacionamento das


equipes multiprofissionais, integrando e articulando saberes e ações no
sentido de qualificar a assistência, tendo como eixo norteador o respeito às
características individuais dos clientes e o respeito aos seus direitos
fundamentais (BRASIL, 2011 apud OLIVEIRA, 2020).

Dimensão financeira: é relacionada às formas de custeios das instituições


hospitalares. Trata, ainda, de fatores relacionados aos investimentos indispensáveis
à construção de novas unidades e à reforma e ampliação dos hospitais já existentes
(BRASIL, 2011; 2013).
Dimensão social: configura-se no modo como as políticas assistenciais
adotadas pelos gestores impactam na vida das pessoas. As dificuldades de acesso

22
aos serviços de assistência hospitalar da rede pública são evidentes. Além disso,
muitas vezes os serviços hospitalares oferecidos na rede pública (principalmente no
atendimento de urgências e emergências) são insuficientes em relação à demanda e
de baixa qualidade. Nesse sentido, o planejamento e a adoção de medidas de
reformulação da atenção hospitalar no SUS são urgentes e imprescindíveis
(OLIVEIRA, 2020).
Dimensão política: refere-se ao modo como as políticas públicas são
planejadas e implementadas, direcionando o funcionamento do sistema de saúde. A
adoção de medidas que reforcem a atenção primária como porta de entrada do
sistema, além da promoção de saúde e prevenção de doenças, pode levar ao
descongestionamento das urgências e emergências dos hospitais. Nesse sentido, faz-
se necessário que as políticas públicas sejam planejadas a partir de dados
epidemiológicos, demográficos e sociais de cada região, adequando-se à realidade
regional (BRASIL, 2011; 2013).
Dimensão de ensino e pesquisa: a dimensão do ensino e pesquisa está
relacionada à formação dos diferentes profissionais de saúde, na medida em que o
hospital configura-se em espaço de ensino e aprendizagem. Além disso, muitos
estudos e pesquisas são realizados no ambiente hospitalar.

A rede de serviços hospitalares no Brasil é organizada de modo a tentar suprir


as necessidades da população, em atendimento aos princípios ideológicos
do SUS. Nesse sentido, ações estratégicas, como a garantia de acesso, a
humanização no atendimento, a integração na rede assistencial a e
contratualização hospitalar, são exemplos de recursos utilizados na busca de
maior eficiência e eficácia nos serviços oferecidos pelos hospitais (BRASIL,
2011; 2013 apud OLIVEIRA, 2020).

Para a realização do planejamento e da definição das estratégias a serem


adotadas, alguns aspectos precisam ser levados em consideração segundo Oliveira
(2020):
 envelhecimento da população, ocasionado pelo aumento da expectativa de
vida e pela diminuição das taxas de natalidade;
 aumento de casos de doenças crônicas;
 aumento na incidência de doenças emergentes e reemergentes;
 aumento da morbimortalidade em decorrência de causas externas;
 urbanização crescente e desordenada;
 aumento dos custos hospitalares;
23
 inovações nos modelos assistenciais e nos tipos de gestão.

A morbimortalidade refere-se à taxa de mortes causadas por uma


enfermidade específica em um dado grupo populacional, num determinado
local, em um período de tempo (FONSECA, 2015 apud OLIVEIRA, 2020).

Diante da necessidade da regulação do setor hospitalar, o Ministério da Saúde


publicou normativas nos anos de 2013 e 2014, organizando as atividades dessas
instituições no Brasil, a saber:
 Portaria nº 3.390/GM/MS, de 30 de dezembro de 2013: estabelece a Política
Nacional da Atenção Hospitalar (PNHOSP), no âmbito do SUS.
 Portaria nº 3.410/GM/MS, de 30 de dezembro de 2013: fixa as diretrizes para
a contratualização de hospitais no contexto do SUS, em concordância com a
PNHOSP.

A PNHOSP estabelece as regras para a organização da Atenção Hospitalar


no SUS, com vistas a reforçar as condutas assistenciais e de gestão a nível
estratégico. Além disso, busca regular a utilização racional dos recursos e a
inclusão de novas tecnologias em saúde, além de qualificar as equipes, de
modo a proporcionar aos usuários o cuidado integral e resolutivo, através da
atuação em rede, da participação social e da transparência na gestão
(BRASIL, 2013 apud OLIVEIRA, 2020).

Nesse sentido, a PNHOSP estabeleceu os princípios e diretrizes da Atenção


Hospitalar no Brasil segundo Oliveira (2020):
 modelo assistencial centralizado no usuário;
 universalidade no acesso, regionalização e continuidade do cuidado;
 regulação do acesso;
 gestão da tecnologia;
 humanização da assistência;
 efetividade e eficiência na realização dos serviços;
 financiamento tripartite;
 transparência na gestão;
 supervisão e avaliação contínua da PNHOSP.
Na busca de consolidar um modelo assistencial que seja equânime, humano e
eficiente, a PNHOSP foi instituída. Nesse sentido, a rede hospitalar enfrenta o desafio
de exercer a cooperação dentro da rede assistencial, superando a

24
departamentalização excessiva e a fragmentação do cuidado, de modo a oferecer o
atendimento integral e resolutivo aos usuários do sistema de saúde (OLIVEIRA, 2020).

25
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