Você está na página 1de 31

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

Profª Drª Sirlei Favero Cetolin


sirleicetolin@gmail.com

1
PSICOLOGIA HOSPITALAR

História

Conceitos

Fundamentos

2
• “Psicologia Hospitalar é o campo de entendimento e
tratamento dos aspectos psicológicos em torno do
adoecimento (…) não trata apenas das doenças com
causas psíquicas, classicamente denominadas
”psicossomáticas”, mas sim dos aspectos psicológicos de
toda e qualquer doença.” (SIMONETTI, 2004, p.15).

3
PSICOLOGIA HOSPITALAR
 Um dos desafios da Psicologia como ciência
e como profissão é expandir seu campo de
atuação para além do convencional modelo
clínico de atendimento;

 Objeto de Estudo e Intervenção da


Psicologia = SER HUMANO e suas
RELAÇÕES;

 A Psicologia não pode ficar alheia a


crescente demanda existente no âmbito da
saúde.

4
O desenvolvimento da Psicologia
Hospitalar como área de intervenção
do psicólogo, está relacionado
diretamente ao desenvolvimento e
consolidação da própria identidade
profissional em ambiente que
tradicionalmente é do domínio da
medicina.

5
Psicologia Hospitalar no Brasil

• Ainda em processo de construção de uma identidade, a procura pela atuação em


Psicologia Hospitalar vem crescendo nos últimos anos no Brasil, devido ao maior
conhecimento da área e de suas importantes contribuições ao ambiente
hospitalar.

• Até 1910 nos Estados Unidos (EUA) haviam poucos profissionais de psicologia que
trabalhavam em hospitais e escolas de medicina. No entanto, com o fim da Segunda
Guerra Mundial (1939-1945) e a demanda por atendimento especializado aos
militares que retornavam ao país observou-se um aumento significativo da
presença desses profissionais nesses contextos.

• a definição de saúde feita pela Organização Mundial de Saúde em 1948,


introduzindo a perspectiva biopsicossocial (e espiritual), contribuiu
fundamentalmente para consolidação dos serviços psicológicos nos hospitais
gerais.

6
• No Brasil, a psicologia hospitalar teve início na década de 1950 quando a
prática começava a se consolidar nos EUA. Sendo os primeiros
registros da prática datados de 1954 com a pioneira Mathilde Neder, no
Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC- FMUSP).

• Mathilde tinha formação em pedagogia e desenvolveu um trabalho inovador,


a partir da solicitação da equipe médica e de enfermagem, inaugurando as
atividades da psicologia nos hospitais brasileiros.

• Nesta época a profissão de psicólogo ainda não era regulamentada no


país e consequente os profissionais que realizavam atividades psicológicas
no ambiente hospitalar possuíam outras graduações e buscavam formações
complementares em psicologia.

7
História – origem do Hospital

8
História – origem do Hospital

 A indicação da palavra hospital origina-se do latim hospitalis, que


significa "ser hospitaleiro", acolhedor, adjetivo derivado de hospes, que se
refere a hóspede, estrangeiro, conviva, viajante, aquele que dá agasalho,
que hospeda.

 Os termos "hospital" e "hospedale" surgiram do primitivo latim e se


difundiram por diferentes países.

 No início da era cristã, a terminologia mais utilizada relacionava-se com o


grego e o latim, sendo que hospital tem hoje a mesma concepção de
nosocomium, lugar dos doentes, asilo dos enfermos e nosodochium,
que significa recepção de doentes.

9
O quadro pintado em 1897 por Pablo Picasso mostra uma mulher
enferma. A pintura apresenta a relação entre a medicina e a filantropia. O
avanço da ciência é representado pela maneira atenciosa e cuidadosa
com que o médico presta o atendimento, enquanto que a caridade
religiosa e a filantropia são evidenciadas na presença da freira servindo a
paciente e amparando sua filha prestes a se tornar órfã.

February 28, 2024 10


História – origem do Hospital

 Da palavra "hospitium", derivou hospício, que designava os


estabelecimentos que recebiam ou eram ocupados permanentemente
por enfermos pobres, incuráveis ou insanos. As casas reservadas para
tratamento temporário dos doentes eram denominadas "hospital" e,
hotel, o lugar que recebia pessoas "não doentes".

 A tentativa de recuar no tempo, faz-nos observar que a amplitude do


termo "hospital" seja analisada, concomitantemente, com as práticas
médicas, aliadas aos cuidados com os enfermos e o lugar onde essas
práticas eram exercidas ou propiciadas.

11
Primeira Anestesia em 16 de Outubro de 1846
“Desde esse dia a humanidade venceu a dor. Saímos das trevas”.
William Thomas Green Morton,
História – origem do Hospital

 Na análise dos primórdios da história da humanidade, dificilmente


encontramos, na Antiguidade, a denominação de um local específico,
onde pessoas doentes fossem aceitas para permanência e tratamento
por elementos com algum conhecimento, seja de doenças, seja da
"vontade divina".

 Num sentido geral, pobres, órfãos, doentes e peregrinos, misturavam-


se no que se refere à necessidade de cuidados.

13
História – O Hospital
Breve história do surgimento (universal) do hospital Registros Históricos
informam: Os primeiros hospitais foram construídos em 431 a.C., no Ceilão
(atual Sri Lanka), sul da Ásia.

Dois séculos depois foram criadas instituições na Índia. Na Europa, o


surgimento dos hospitais ocorreu com o Império Romano, em torno de 100
a.C., chamavam-se valetudinarium, hospitais construídos nos campos
militares (hospital de campanha) para cuidar dos soldados feridos em
batalha.

A partir do século IV, com o crescimento do Cristianismo, ocorreu a


expansão dos hospitais, aos cuidados dos sacerdotes e religiosos.

14
Instituição Hospitalar

• Deve-se ao budismo a propagação das instituições


hospitalares. Segundo Mac Eachern (apud Campos, 1944,
p.13), Sidartha Gautama, o Iluminado (Buda), construiu
vários hospitais e nomeou, para cada dez cidades, um
médico já "formado", prática continuada por seu filho
Upatise.

15
Instituição Hospitalar
A medicina chinesa, assim como sua concepção do universo e sua
filosofia, apresentam diferenças quanto à maioria dos povos orientais:

 o princípio das manifestações populares opostas, os cinco elementos e


o culto dos antepassados atravessam toda civilização e impregnam o
conceito de saúde e doença. Sobre o perfeito equilíbrio entre o
princípio positivo masculino Yang e o negativo feminino Ying, se
fundamentam a saúde, o bem-estar e a tranquilidade.

16
Definições e Possibilidades de Inserção
Profissional

A Psicologia Hospitalar foi reconhecida como


especialidade em 2001 e, atualmente, regulamentada
pela Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº
13/2007.
Curiosidades
 A especialização na Psicologia, denominada no Brasil
de Hospitalar é inexistente em outros países.

 Em outros países a denominação para Psicologia


Hospitalar é Psicologia da Saúde;

 Os conceitos não são equivalentes.


Saúde e Hospital
 Saúde se refere a um conceito complexo relativo às funções orgânicas,
físicas e mentais (WHO, 2003);

 Hospital diz respeito a uma instituição concreta onde se tratam doentes,


internados ou não.
Modelos de Intervenção
 Prevenção primária: relativo à promoção e educação para a saúde quando
não existe problemas de saúde instalados. Ex: trabalho com a população em
geral na comunidade sobre os riscos do contágio do vírus da AIDS.

 Prevenção secundária: já existe uma demanda e o profissional atua


prevenindo seus possíveis efeitos adversos. Ex: trabalho com pessoas que
recorrem ao exame do HIV durante o período da espera pelo resultado.

 Prevenção terciária: diz respeito ao trabalho com pessoas com problemas de


saúde instalados, atuando para minimizar seu sofrimento. Ex: trabalho (de
grupo, psicoterápico, de apoio, etc.) com pessoas infectadas pelo vírus HIV.
Psicologia da Saúde
 Objetiva compreender como os fatores
biológicos, comportamentais e sociais
influenciam na saúde e na doença (APA, 2003);

 Trabalho multiprofissional para


pesquisas e intervenção clínica;
Psicologia da Saúde

• Avalia, diagnostica, trata, e


previne os problemas
mentais para os processos de
saúde e doença (COP, 2003);
Psicologia da Saúde
 Local para exercício da função: hospitais, centros de saúde
comunitários, organizações não-governamentais e nas
próprias casas dos indivíduos;

 Aplicação da Psicologia Clínica no âmbito médico;

 Rápido crescimento em RH, mas poucos Psicólogos nos


setores de saúde;

 Produção científica ainda é escassa.


Psicologia da Saúde
• Inserção de disciplinas como
Psicologia Clínica, Medicina
Psicossomática e Psicologia
Hospitalar;

• O Psicólogo clínico atua


inclusive em hospitais,
consultórios, unidades
psiquiátricas, prevenindo
doenças no âmbito primário,
secundário e terciário;
Psicologia Hospitalar
O psicólogo especialista em Psicologia
Hospitalar tem sua função centrada nos
âmbitos secundário e terciário de atenção à
saúde, atuando em instituições de saúde e
realizando atividades como: atendimento
psicoterapêutico; grupos psicoterapêuticos;
grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em
Ambulatório, Unidade de Terapia Intensiva;
Pronto Atendimento; Enfermarias em geral
(CFP, 2003a).
Psicologia Hospitalar

• As políticas de saúde no Brasil são


centradas no hospital desde a década
de 1940;

• O modelo prioriza as ações de saúde no


modelo secundário –
clínico/assistencialista – e em segundo
plano as ações de conduta coletiva
(modelo sanitarista).
Tarefas do Psicólogo no Hospital
(principais)
✓ Função de coordenação: relativa às atividades com os funcionários do hospital;

✓ Função de ajuda à adaptação: em que o psicólogo intervém na qualidade do processo de


adaptação e recuperação do paciente internado;

✓ Função de interconsulta: atua como consultor, ajudando outros profissionais a lidarem


com o paciente;

✓ Função de enlace: intervenção, através do delineamento e execução de programas junto


com outros profissionais, para modificar ou instalar comportamentos adequados dos
pacientes;

✓ Função assistencial direta: atua diretamente com o paciente, e

✓ Função de gestão de recursos humanos: para aprimorar os serviços dos profissionais da


organização.
Formação Ideal

 Besteiro e Barreto (2003) afirmam que a formação do psicólogo da saúde


deve contemplar conhecimentos sobre: bases biológicas, sociais e sanitária
do País, à participação em pesquisas e em políticas de saúde,
indispensáveis para a determinação da sua prática e para o aprimoramento
da especialidade (Dimenstein, 2000; Sebastiani, 2003).

 PARA ATUAR EM HOSPITAIS: bom treinamento em três áreas básicas:


clínica, pesquisa e programação.

 RESULTADO: diminuição de custos e aumento dos conhecimentos sobre o


comportamento humano e suas relações com a saúde e a doença (ULLA &
REMOR, 2003).
Mercado de Trabalho
 Inserção do psicólogo em equipes de saúde
multidisciplinares/interdisciplinares;

 Participação política das decisões sanitárias;

 Evolução de uma equipe de Psicologia clínica para um


trabalho dentro da Psicologia da Saúde;

 Revisão e atualização no nível de formação profissional e


nas estratégias de inserção no mercado;
PSICOLOGIA DA SAÚDE PSICOLOGIA HOSPITALAR
Psicologia de Saúde Psicologia Hospitalar (Brasil)

Atenção primária, secundária e Atenção secundária e terciária


terciária
Atuação em centros de saúde, Atuação em hospitais
hospitais, ONGs etc.
Prática profissional na área da Prática profissional no hospital não
saúde exige especialização exige especialização obrigatória
obrigatória em alguns países
Pratica interdisciplinar (em alguns Pratica interdisciplinar (em alguns
hospitais e outras instituições de hospitais)
saúde)
Distintas teorias psicológicas Distintas teorias psicológicas
utilizadas utilizadas
REFERÊNCIAS:

Conselho Federal de Psicologia (2005). Código de Ética Profissional dos


Psicólogos. Brasília, 2005.Conselho Federal de Psicologia (2007). Resolução
CFP N.º 013/2007 -Consolidação das resoluções relativas ao título
profissional de especialista em psicologia. Brasília: CFP.

Conselho Federal de Psicologia (2019). Resolução CFP Nº 06/2019 - Institui


regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o)
no exercício profissional e revoga a Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP
nº 07/2003 e a Resolução CFP nº 04/2019. Brasília: CFP

FOSSI, Luciana Barcellos, & GUARESCHI, Neuza Maria de Fátima. (2004). A


psicologia hospitalar e as equipes multidisciplinares. Revista da SBPH, 7(1), 29-
43.

SIMONETTI, A. (2004). Manual de Psicologia Hospitalar. São Paulo: Casa do


Psicólogo.

31

Você também pode gostar