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SOCIAL E SAÚDE
MENTAL
PROFESSORA VANINA MIRANDA DA CRUZ
PSICOLOGIA E SAÚDE
MENTAL
A Psicologia possui uma relação direta com a Política de Saúde Mental.
Por ser uma ciência destinada a compreensão dos fenômenos psíquicos, é
inimaginável que psicólogas/os e futuros profissionais de Psicologia não se
apropriem da história da loucura e dos espaços de tratamento.
HISTÓRIA DA LOUCURA
A loucura nem sempre foi vista da mesma forma.
Foucault (1972) afirmava que na Idade Média o louco era visto como alguém vindo
de outro mundo mas como uma conotação familiar na “paisagem humana” .
Depois passou a ser percebido como um problema moral, policial, diante da ordem
da cidade. (FOUCAULT, 1972)
A história da loucura tem uma relação direta com o processo de transformação dos
hospitais.
HISTÓRIA DA LOUCURA
Essas instituições foram criadas na Idade Média e não se constituíam como campo
de atuação da Medicina.
Pinel defendia a cura da loucura por meio do chamado "tratamento moral", que consistia em uma
ampla pedagogia normalizadora com horários e rotina rigidamente estabelecidos, medicamentos
receitados somente pelo médico e atividades de trabalho e lazer.
PINEL
Para reeducação das mentes desordenadas, numa época em que a tecnologia imperativa para
a disciplina era o disciplina, utilizava-se o trabalho.
Pinel ao mesmo passo que desacorrentou os sujeitos considerados loucos, atribuiu a eles o
isolamento em nome da crença de que era preciso afastar os “alineados” do meio social –
origem de todo sofrimento.
Surgem assim os hospitais psiquiátricos com a proposta de privar os sujeitos do convívio da
sociedade.
FRANCO BASAGLIA
PSIQUIATRA ITALIANO IMPORTANTE QUE DESENVOLVE A PSIQUIATRIA
DEMOCRÁTICA;
ACREDITAVA QUE ERA PRECISO IR ALÉM: ABRIR AS PORTAS DOS
MANICÔMIOS E TRATAR AS PESSOAS EM SOCIEDADE ATRAVÉS DE
DISPOSITIVO COMO CAPS E RESIDÊNCIAS TERAPÊUTICAS;
Essa reforma objetivava substituir aos poucos para não causar desassistência os
leitos em hospitais psiquiátricos por serviços substitutivos como o CAPS.
O ponto de partida do tratamento é a sociedade e a reintegração do sujeito ao meio
social.
LEI 10.216
Em 2001 foi aprovada a Lei 10.216, de autoria do deputado Paulo Delgado, que trata
da progressiva substituição dos leitos psiquiátricos por dispositivos comunitários
de tratamento em saúde.
A psicologia sempre esteve ao lado de movimentos sociais dessa época, e hoje tem
como bandeira de luta a eliminação de toda forma de tratamento manicomial além de
criticar as comunidades terapêuticas.
18 de maio – Dia da
Luta antimanicomial
Lutas e desafios
SITUAÇÃO DA SAÚDE
MENTAL NO BRASIL 1500-
1822
Período colonial
O alienado não possuía qualquer assistência
Mesmo os que se encontravam na Casa de Misericórdia
permaneciam isolados no porão.
PROCLAMAÇAO DA REPÚBLICA
Duas décadas depois, esse hospício estava ameaçado pela superlotação e após a
proclamação da República foram criadas as primeiras colônias agrícolas, cujo
objetivo era a autossufiência.
Hospital Colônia
SNDM – Serviço Nacional de Doenças Mentais – elaborou um plano hospitalar
psiquiátrico que propunha outro modelo de instituição.
Visando aproveitar os investimos já realizados e aumentar a quantidade de leitos.
Percebe-se tentativa de um atendimento mais humanizado – atividades esportivas, acesso a
artes, rádios, música e pintura.
Lidava porém ainda com dificuldades como quantidade de pessoas e tratamentos que
envolviam eletrochoque e lobotomia.
Portanto, o modelo prevalente era o manicomial – como lugar de segregação e violência.
NISE DA SILVEIRA
https://youtu.be/j1Gpca8WTwg
N I S E D A S I LV E I R A – 1 9 4 0 –
P S I Q U I AT R A JUNGUIANA –
H O S P I TA L D E E N G E N H O D E
DENTRO/RJ
CRIOU O MUSEU DE IMAGENS
DO INCONSCIENTE EM 1946.
NISE Q U E S T I O N AVA OS
T R ATA M E N T O S VIOLENTOS
COMO E LT R O C H O Q U E E
LOBOTOMIA AFIRMANDO
QUE ESTES DESTRUIAM A
PERSONALIDADE DOS
PA C I E N T E S ,
I M P O S S I B I L I TA N D O SUA
CURA
.
NISE DA SILVEIRA
Após passar um tempo na clandestinidade, Nise foi contratada em 1944 para o corpo clínico do Centro
Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio de Janeiro.
Logo de cara, ela se opõe às novas técnicas para tratar os internos e se recusa a usar eletrochoques,
camisas de força e isolamentos. Ao criar atritos com seus colegas de profissão, sofre uma transferência
para a seção de Terapia Ocupacional, uma área completamente desprezada e sem os mínimos
recursos.
É nesse momento que Nise revoluciona o tratamento das doenças mentais, junto com o médico Fábio
Sodré. Em vez de permitir que seus pacientes fizessem serviços de limpeza ou levassem sovas, práticas
bastante corriqueiras até então, oferece a eles pincéis, tintas e telas brancas. Esquizofrênicos ficavam
livres para se expressar por meio da arte e frequentemente desenhavam mandalas. O resultado é
inacreditável: além dos indivíduos melhorarem em seu comportamento, pintam verdadeiras obras de
arte.
1950 -
ANTIPSIQUIATRIA
Questionava os princípios da psiquiatria no que tange a
loucura e a normalidade.
Acreditava que a nosologia médica psiquiátrica não
passava de um conjunto de rótulos apropriados apenas
para invalidar os sujeitos.
Propunha o abandono dos tratamentos hospitalares
DESAFIOS DA PSICOLOGIA NA
POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL
E DA ATENÇÃO BÁSICA
O modelo hospitalar passa de assistência filantrópica-
sujeitos em condição de miséria ou adoecidos - para o
hospital geral – lugar de exercício da medicina.
Segundo Foucault, as noções que envolvem o conceito de
loucura possuem uma base moral.
O louco que era considerado alienado, é desacorrentado
por Pinel mas enclausurado entre muros de uma instituição
que, na ausência de outras práticas terapêuticas, propõe o
trabalho como objeto de recuperação da desrazão.
Desse modo, os sujeitos eram punidos diantes da tecnologia da
A disciplina. O que prevalecia era a necessidade de ordem. Celas
fortes, banhos gelados, eletrochoques e lobotomia eram alguns dos