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E-book Rede de

Atenção
Psicossocial
Marinez Unfer
Nathalia Valle
Verônica Scartassini
Marinez Unfer

Nathalia Valler Verônica Scartassini


1 Introdução

2 Rede de Atenção Psicossocial

3 Visitas
Sumário
4 Indicadores de Violência

5 Proposta de Intervenção

6 Conclusão
Introdução
O presente e-book é um trabalho que integra a avaliação da disciplina de
Políticas Públicas e Gestão em Saúde, ministrada pela professora Sheila
Petry Rockenbach. O objetivo deste trabalho é o de apresentar a Rede
de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde e discutir um
indicador de saúde. Como indicador apresentado, iremos abordar sobre
violência infanto-juvenil, suas consequências e implicações na saúde de
crianças e adolescentes. Do mesmo modo, apresentamos como a
violência se configura no Brasil, no Rio Grande do Sul e nos municípios de
Canoas e Porto Alegre.
Rede de Atenção Psicossocial
A saúde mental é um tema cada vez mais relevante na sociedade atual.
A Rede de Atenção Psicossocial surge como uma alternativa ao modelo
tradicional de tratamento em saúde mental, que muitas vezes se baseia na
internação hospitalar.
Tem como objetivo oferecer um atendimento humanizado e centrado no
paciente, por meio de uma equipe multiprofissional e de unidades de saúde
mental distribuídas em todo o território nacional.
Contexto histórico do conceito da loucura
A loucura sempre foi vista como um problema nas
sociedades. Em épocas como a Antiguidade Clássica,
até a era cristã, a loucura era vista sob alguns
enfoques: o de Homero com um enfoque mitológico-
religioso; o de Eurípedes com a concepção passional
ou psicológica; e o de Hipócrates e Galeno com o as
disfunções somáticas. Na Idade Média a loucura era
vista como possessão diabólica feita por iniciativa
própria ou a pedido de alguma bruxa. O enfoque a
partir do século XIX passa a ser o
tratamento/diagnóstico da loucura, dando espaço,
principalmente, à clínica, onde a loucura passa a ser Philippe PINEL (1745 - 1826)
libertando os loucos das suas
concebida como uma doença, como um objeto de correntes por Tony Norbert Fleury
conhecimento e de intervenção exclusivos do médico
(Figueirêdo, Delevati, Tavares; 2014).
Sociedade Disciplinar
Foucault (2001) argumenta que a forma como a sociedade trata
os loucos não é apenas uma questão médica, mas também
política e social. Ele examina como as instituições e práticas
associadas à loucura foram usadas para controlar e marginalizar
certos grupos, contribuindo para a construção do que ele chama
de "sociedade disciplinar". Esta sociedade disciplinar é
caracterizada pelo controle meticuloso dos indivíduos através de
instituições como prisões, escolas e hospitais, onde o poder é
exercido de forma mais sutil, mas ainda assim eficaz.
Conforme Deleuze (1992), após o pós-guerra, as estratégias para
lidar com os desvios e os diversos mecanismos institucionais de
controle evoluíram significativamente. As abordagens para
Navio dos loucos (1490–1500)
combater desvios tornaram-se mais flexíveis, permitindo a
Hieronymus Bosch coexistência gradual de formas mais sutis de controle social com
a segregação direta dos espaços fechados.
Primeiro manicômio no Brasil
No Brasil, o primeiro manicômio/hospital
psiquiátrico foi criado em 1852, nesse caso, o
Hospício D. Pedro II na cidade do Rio de Janeiro.
Em 1912 foi promulgada a primeira Lei Federal de
Assistência aos Alienados, seguindo do ganho de
status de especialidade médica autônoma aos
psiquiatras, aumentando o número de instituições
destinadas aos doentes mentais.
Essa concepção de saúde mental a partir de
instituições manicomiais que instituíram um
regime de disciplina de comportamentos O Manicômio (1812 - 1814) Francisco de Goya

indesejáveis à sociedade prevaleceu até os anos


1980 no Brasil (Figueirêdo, Delevati, Tavares;
2014).
Holocausto Brasileiro
Localizado na cidade de Barbacena, em
Minas Gerais, o Hospital Colônia só poderia
ser chamado de campo de concentração.
Entre os anos de 1930 e 1980, foram
contabilizadas 60 mil mortes no hospício.
No livro Primeiras Estórias, Guimarães
Rosa (1962) narra a chegada do trem de
doido, que passava na estação
pontualmente às 12:45. O trem do sertão
era diferente dos outros. Gradeado, só fazia
Imagem feita em 1961 no Hospital Colônia de Barbacena viagens de ida para Barbacena. A cidade
Fotografia de Luiz Alfredo mineira e o seu hospício receberam por
décadas a fio todos os tipos de indesejáveis
sociais.
“Colônia, uma tragédia silenciosa”

Todas as imagens acima foram tiradas em 1961 no Hospital Colônia de Barbacena. Feitas por Luiz Alfredo.
Luta Antimanicomial no Brasil
No final da década 70, muitos movimentos que estavam
ligados à área da saúde resultaram em denúncias de abusos
que eram incidentes nas instituições psiquiátricas, além do
estado precário e condições de trabalho, sendo reflexo de um
governo autoritário anterior.

Surgiram diversos movimentos de trabalhadores da saúde


mental, que colocaram em evidência a necessidade de uma
reforma psiquiátrica no Brasil. O movimento teve sua origem
na reforma psiquiátrica, em 18 de maio de 1987, quando foi
realizado um encontro de grupos desenvolvidos para políticas
antimanicomiais, onde surgiu a proposta de reformar o
sistema psiquiátrico brasileiro.
Reforma Psiquiátrica no Brasil
A data de 18 de maio tornou-se o Dia da Luta Antimanicomial que é
caracterizada pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental.

É um movimento histórico de caráter político, social e econômico


influenciado pela ideologia de grupos dominantes e que conta com
profissionais da saúde para sua reformulação.

Os objetivos da Reforma Psiquiátrica residem na desinstitucionalização e


desconstrução dos manicômios brasileiros, assim como a substituição
dessa estrutura de tratamento psiquiátrico por outras práticas terapêuticas
que enxerguem as pessoas com transtornos mentais de maneira
democrática e inclusiva (Gonçalves; Sena, 2001).
Reforma Psiquiátrica no Brasil
A Reforma Psiquiátrica ocorreu em 2001 aprovada pela
Lei nº 10.216/2001 (BRASIL, 2001). Essa lei, permitiu a
modificação da estrutura de saúde mental realizada no
Brasil, uma vez que descentraliza o tratamento de saúde
mental dos hospitais e manicômios e os coloca na rede
do Sistema Único de Saúde (SUS) com o
desenvolvimento dos Centros de Atenção Psicossociais
(CAPS).

Além do mais, permitiu que os pacientes soubessem


mais sobre seu tratamento e impôs limites sobre a prática
médica.
Nise da Silveira
Psiquiatra brasileira pioneira no tratamento com artes.

Nascida em 15 de fevereiro de 1905, em Maceió, no Estado de Alagoas, e formada pela


Faculdade de Medicina da Bahia em 1926, Nise Magalhães da Silveira dirigia a seção de
terapia ocupacional da instituição Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de
Dentro, no Rio de Janeiro, desde 1946.

Ela se dedicou à psiquiatria sem nunca aceitar as formas agressivas de tratamento da época,
tais como a internação, os eletrochoques, a insulinoterapia e a lobotomia. Em lugar desses
métodos, ela preconizou um tratamento baseado na arte.

A médica reinventou o próprio departamento de terapia ocupacional, antes um espaço que


servia para delegar aos pacientes tarefas de limpeza e manutenção da instituição.

Sob o comando dela, foram criados ateliês de pintura e modelagem.


Nise: O Coração da Loucura
O filme focaliza o trabalho iniciado na
década de 1940 pela médica Nise da Silveira
em um hospital psiquiátrico do Rio de
Janeiro. Esse longa-metragem de ficção é
protagonizado pela atriz Glória Pires e foi
baseado no livro “Nise – Arqueóloga dos
Mares”, de autoria do jornalista Bernardo
Horta.
Para desenvolver o trabalho terapêutico, uma
das primeiras atitudes tomadas por Nise, no
filme, é chamar de “clientes” as pessoas
internadas naquele hospital psiquiátrico. Ela
explica que “pacientes” deveriam ser os
profissionais da saúde, no sentido de
estarem abertos a exercitar a paciência no
cuidado.
Importância do Atendimento Humanizado
“Um dos caminhos menos difíceis que encontrei para
o acesso ao mundo interno do esquizofrênico foi dar-
lhe a oportunidade de desenhar, pintar ou modelar
com toda a liberdade. Nas imagens assim
configuradas teremos autorretratos da situação
psíquica, imagens muitas vezes fragmentadas,
extravagantes, mas que ficam aprisionadas no papel,
tela ou barro. Podemos sempre voltar a estudá-las.”
Nise da Silveira - "20 anos de Terapêutica
Ocupacional em Engenho de Dentro" Revista
Brasileira de Saúde Mental, volume X - 1966
Hospitais de custódia
Também conhecidos como manicômios judiciários, os
hospitais de custódia foram criados no Brasil em 1903 por
meio do Decreto nº 1.131 do referido ano. O primeiro
manicômio judiciário brasileiro foi construído em 1919, no Rio
de Janeiro e tinha como objetivo principal reorganizar o
atendimento psiquiátrico dos doentes mentais no campo
jurídico-legislativo.

A Lei de Execução Penal estabelece em seu artigo 5º, que os


hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico destinam-se a
pessoas que cometeram algum crime, mas que são
inimputáveis ou semi-imputáveis, (artigo 26 do Código Penal),
aplicando-se ao hospital, no que couber, o disposto no
parágrafo único, do artigo 88, do diploma penal.
Hospitais de custódia
Em fevereiro de 2023, o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) baixou a resolução 487, que determinou o
fechamento gradual dos hospitais de custódia, e o uso
do tratamento ambulatorial em serviços comunitários e
na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), do SUS.

Uma junta médica, formada pelo Ministério da Saúde e


o CNJ, terá a missão de avaliar todos os presos e
decidir, em consonância com suas sentenças judiciais,
quem poderá cumprir o tratamento nas ruas e quem
precisará ser internado em outros equipamentos de
saúde por mais tempo.
A internação será cumprida em leito de saúde
mental em hospital geral ou outro
equipamento de saúde referenciado pelo
Caps da Raps, cabendo ao Poder Judiciário
atuar para que nenhuma pessoa com
transtorno mental seja colocada ou mantida
em unidade prisional (ainda que em
enfermaria) ou seja submetida à internação
em instituições com características asilares,
como os hospitais psiquiátricos ou
equipamentos congêneres.

Até maio de 2023, um total de 32 Hospitais de


Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP)
ainda existentes no Brasil.
MAIO 2023
Incidência criminal nos hospitais de
População prisional nos custódia.
hospitais de custódia.
• Roubo (qualificado e simples): 1.035 (22%)
• Presos no total: 4680 • Homicídio (qualificado e simples: 1.004 (21%)
• Presos provisórios: 1818 • Tráfico (associação e tráfico de drogas) : 628
(39% do total) (13%)
• Sentenciados( regime • Furto (qualificado e simples): 443 (9%)
fechado, semiaberto ou • Aborto: 17
aberto): 803 (17%) • Uso de documento falso: 7
• Medida de segurança • Falsificação de papéis, selos, sinal e
(internação): 1543 (33%) documentos públicos: 6
• Medida de segurança • Moeda falsa: 1
(tratamento ambulatorial): 507 • Número de pessoas privadas de liberdade
(10%) sem informação sobre tipificação criminal: 126
Novas internações foram proibidas nos HCTP.
Até maio de 2024 as instituições precisam ser fechadas.

Dentro do longo processo de ressocialização, há a necessidade de se aumentar a


estrutura do SUS, para absorver mais todas essas pessoas para continuidade dos
tratamentos.

O Ministério da Saúde vai investir R$21,3 milhões ao ano para atendimento das
pessoas com sofrimento ou transtorno mental ou com necessidades de
acompanhamento decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Cerca de R$9
milhões irão para os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT), que ficam em
centros urbanos para atender a casos mais graves.
Ambulatórios de Saúde Mental
O movimento de ambulatorização foi impulsionado pelas denúncias das condições de
tratamento nos hospitais psiquiátricos, bem como pela crise na previdência, estimulada pela
transformação da loucura em mercadoria (Santos, Oliveira, & Yamamoto, 2009). Assim
sendo, o primeiro ambulatório psiquiátrico, o Ambulatório Rivadávia Correa, foi criado na
década de 1930 pela Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM), na Colônia de Alienadas de
Engenho de Dentro (RJ) - hoje, nomeada Instituto Municipal Nise da Silveira.

Em 1941, outros ambulatórios foram inaugurados no país pelo Serviço Nacional de Doenças
Mentais (SNDM) e foi ampliado o número de hospitais psiquiátricos (Santos, 2007). Vinte
anos depois, em 1961, havia dezessete ambulatórios no Brasil (Resende, 2001). De acordo
com Santos (2007), no processo de ambulatorização realizado nas décadas de 1960 e 1970,
os ambulatórios foram responsáveis por muitos encaminhamentos para internações. Desse
modo, eles intermediavam a população e o hospital psiquiátrico, funcionando como porta de
entrada deste último. Severo e Dimenstein (2011) declaram ainda que a ambulatorização
teve como resultado a cronificação dos pacientes acompanhados, aumentando o consumo
de psicotrópicos.
Ainda que o ambulatório tenha surgido como um serviço de assistência à loucura,
a demanda atual é variada, o que faz com que essas instituições recebam
pacientes de todas as idades e com sofrimentos psíquicos diversos. No ano de
2016, o ambulatório de Jurujuba-RJ, do seu total, atendia cerca de 75% dos
pacientes diagnosticados como neuróticos e mais de 20% psicóticos, tendo
crescido o número de atendimentos à clientela com transtornos decorrentes do
uso abusivo de álcool e outras drogas (Lessa, 2017).

Assim sendo, nos ambulatórios que seguem a lógica da atenção psicossocial, as


especificidades de cada um que é atendido são norteadoras para a direção do
tratamento. Isso ocorre porque o sofrimento psíquico é percebido para além de
uma doença: como uma questão subjetiva (Tenório, 2001).

Característica principal da lógica ambulatorial é a utilização da medicação como


intervenção terapêutica.
O Ambulatório na Reforma
Apesar da sustentação de ambulatórios de saúde mental por parte de alguns
municípios, bem como os esforços desses serviços em se adequarem às condutas
da Reforma Psiquiátrica, ambulatórios não estão incluídos na Portaria n. 3.088
(Brasil, 2011), que institui a RAPS, regulamentação que determina medidas para a
organização e implementação da assistência a pessoas em sofrimento psíquico.
Ainda que a Portaria/SNAS n. 224 (1992) traga algumas diretrizes e normas para
o atendimento em saúde mental abarcando os ambulatórios especializados,
entendemos que a RAPS direciona que a porta de entrada para a rede de serviços
de saúde mental seja dividida entre a Atenção Básica (AB) e os CAPSs.

A menção ao ambulatório de saúde mental nos dias de hoje parece entoar uma
melodia ultrapassada. De fato, pouco se ouve a respeito do trabalho desenvolvido
nestes dispositivos. Paira no ar certo silêncio, por vezes uma má impressão e
talvez mesmo um desconhecimento a seu respeito.
Política Nacional de Saúde Mental
A Política Nacional de Saúde Mental é uma importante
ferramenta para a consolidação da RAPS - Rede de Atenção
Psicossocial. Ela tem como objetivo promover a saúde
mental e garantir o acesso da população aos serviços de
assistência em saúde mental, com ênfase na
desinstitucionalização e no tratamento em liberdade.

A política prevê a criação de serviços substitutivos ao


modelo hospitalocêntrico, como os Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), Serviços Residenciais Terapêuticos
(SRT) e Unidades de Acolhimento (UA). Além disso, ela
estabelece diretrizes para a formação de profissionais e para
a participação social na construção da Rede de Atenção
Psicossocial.
O que é a Rede de Atenção Psicossocial?
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é um
conjunto de serviços e equipamentos que oferece
atendimento integral e humanizado às pessoas com
transtornos mentais e com necessidades decorrentes
do uso de crack, álcool e outras drogas.

Instituída por meio da Portaria de Consolidação nº


3/GM/MS, de 28 de setembro de 2017 (Portaria de
origem nº 3.088/GM/MS, de 23 de dezembro de 2011)
e na Portaria nº 3.588/GM/MS, de 21 de dezembro de
2017. A Rede integra o Sistema Único de Saúde
(SUS).
Está prevista na RAPS
A criação, a ampliação e a articulação de pontos de atenção à
saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e
com necessidades decorrentes do uso abusivo de substâncias
no âmbito do Sistema Único de Saúde (Brasil, 2011a).

São objetivos gerais da RAPS: - ampliar o acesso à atenção


psicossocial da população em geral; - a promoção da
vinculação das pessoas com transtorno mental e com
necessidades decorrentes do uso abusivo de substância, e de
suas famílias aos pontos de atenção; - e a garantia da
articulação e a integração dos pontos de atenção das redes de
saúde no território, qualificando o cuidado por meio do
acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às
urgências.
Destacam-se os seguintes objetivos específicos (Brasil, 2011a):

a. Promover cuidados em saúde especialmente a grupos mais vulneráveis


(crianças, adolescentes, jovens, pessoas em situação de rua e populações
indígenas);

b. Prevenir o consumo e a dependência de álcool e outras drogas, além de reduzir


os danos provocados pelo consumo;

c. Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtorno mentais, com


necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, por meio do acesso ao
trabalho, à renda e à moradia solidária;

d. Produzir e ofertar informações sobre os direitos das pessoas, as medidas de


prevenção e cuidado e os serviços disponíveis na rede;
e. Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da Rede de Atenção
Psicossocial;

f. Monitorar e avaliar a qualidade dos serviços mediante indicadores de efetividade


e resolutividade da atenção.

Mesmo com o advento da RAPS, a partir de 2015 iniciou-se um movimento na


contramão do que vinha sendo feito, incluindo, entre outras medidas:

a. Desconfiguração da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), com criação de


Unidades Ambulatoriais Especializadas e permissão de internação de crianças e
adolescentes;
b. Volta do investimento em hospitais psiquiátricos (Brasil, 2019);

c. Revisão da Política Nacional de Atenção Básica, com redução de recursos


humanos e financeiros (Brasil, 2017a);

d. Revogação da portaria que estabelece equipes de avaliação e


acompanhamento para pessoas com transtornos mentais em conflito com a lei
(Brasil, 2020);

e. Disputa entre as áreas da saúde, justiça e segurança pública no que tange o


cuidado de pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas, como é o caso das
internações involuntárias, compulsórias e nas comunidades terapêuticas;

f. Novo modelo de financiamento da APS, através do Previne Brasil, que retira os


incentivos aos NASFs.
Desafios da Rede de Atenção Psicossocial

A Rede de Atenção Psicossocial enfrenta diversos desafios no Brasil, desde a


falta de recursos financeiros até o preconceito em relação às pessoas com
transtornos mentais.
Um dos principais desafios é a necessidade de ampliar o acesso aos serviços
de saúde mental, especialmente nas regiões mais remotas do país.
Além disso, é preciso investir na formação de profissionais capacitados para
atuar na rede de atenção psicossocial, garantindo um atendimento de qualidade
e humanizado.
Como é
composta a
Rede de
Atenção
Psicossocial:
Atenção Primária
As Unidades Básicas de Saúde (UBS): são a
porta de entrada do Sistema Único de Saúde
(SUS). O objetivo desses postos é atender até
80% dos problemas de saúde da população.

Núcleo de Apoio a Saúde da Família:


A saúde da família está no primeiro nível de
atenção do (SUS) e é considerada uma
estratégia primordial para a organização e o
fortalecimento da atenção básica. A partir do
acompanhamento de um número definido de
famílias, localizadas em uma área geográfica
delimitada, são desenvolvidas ações de
promoção da saúde e prevenção.
Consultórios de Rua
Chama-se de Consultório na Rua as equipes
multiprofissionais que desenvolvem ações integrais de
saúde frente às necessidades dessa população. Elas
devem realizar suas atividades de forma itinerante e,
quando necessário, desenvolver ações em parceria com
as equipes das UBS do território.

A estratégia Consultório na Rua foi instituída pela


Política Nacional de Atenção Primária, em 2011, e visa
a ampliar o acesso da população em situação de rua
aos serviços de saúde. O objetivo é ofertar, de maneira
mais oportuna, a atenção integral à saúde para esse
grupo populacional, que se encontra em condições de
vulnerabilidade e com os vínculos familiares
interrompidos ou fragilizados (Brasil, 2011b).
Atenção Psicossocial Estratégica - CAPS
Os CAPS, nas suas diferentes modalidades, são pontos
de atenção estratégicos da RAPS e substitutivos do
modelo manicomial, que têm como premissa a
importância da integração da família e comunidade nos
processos terapêuticos. São serviços de saúde de caráter
aberto e comunitário constituídos por equipe
multiprofissional, que atua sob a ótica interdisciplinar e
Os CAPS podem ser realiza prioritariamente atendimento às pessoas com
de tipo: sofrimento ou transtorno mental – incluindo aquelas com
I, II, III, álcool e necessidades decorrentes do uso abusivo de
drogas (CAPSad) e substâncias. Esse atendimento se dá no território, seja
infanto- juvenil em situações de crise ou nos processos de reabilitação
(CAPSi). psicossocial.
Atuação

A atuação dos CAPS atende a uma demanda social e leva em


consideração indicadores populacionais na sua constituição.

• Transtornos mentais graves e persistentes e também com necessidades decorrentes


do uso de crack, álcool e outras drogas.
CAPS I
• Todas as faixas etárias.
• População acima de 20 mil habitantes.
Atuação
• Transtornos mentais graves e persistentes, podendo também atender pessoas com
necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, conforme a
CAPS II
organização da rede de saúde local
• População acima de 70 mil habitantes.

• Transtornos mentais graves e persistentes.


• Proporciona serviços de atenção contínua.
CAPS III • Atende 24h, incluindo feriados e finais de semana ofertando retaguarda clínica e
acolhimento noturno a outros serviços de saúde mental, inclusive CAPS Ad.
• População acima de 200 mil habitantes.
Atuação
• Atende crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes e os
que fazem uso de crack, álcool e outras drogas.
CAPS i
• Serviço aberto e de caráter comunitário
• População acima de cento e 50 mil habitantes.

• Adultos ou crianças e adolescentes, considerando as normativas do Estatuto da


Criança e do Adolescente, com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e
CAPS AD outras drogas.
• Serviço de saúde mental aberto e de caráter comunitário.
• População acima de setenta mil habitantes;
Atuação
• Adultos ou crianças e adolescentes, considerando as normativas do Estatuto da
Criança e do Adolescente, com necessidades de cuidados clínicos contínuos.
• Serviço com no máximo doze leitos leitos para observação e monitoramento, de
CAPS AD III
funcionamento 24h, incluindo feriados e finais de semana.
• População acima de 20 mil habitantes.

• Quadros graves recorrentes, decorrentes do uso de drogas


• Presta assistência contínua.
CAPS AD IV • Atende todas as faixas etárias, em regiões com pelo menos 500 mil habitantes ou
capitais. Funcionamento 24h.
Expansão de CAPS
A partir da promulgação da Lei da Reforma Psiquiátrica, houve grande
expansão de CAPS pelo território brasileiro.

Em 2002, haviam 424 CAPS implantados no país e a partir deste ano


começou o investimento em CAPSIJ (Centros de Atenção Psicossocial
Infantojuvenis).
Até o inicio de 2022 se chegou ao total geral de 2.795 CAPS,
distribuídos em 1.910 (um mil, novecentos e dez) municípios em todos os
Estados e no Distrito Federal, totalizando um investimento de incentivo de
custeio anual de R$ 1.274.270.328,00 (um bilhão, duzentos e setenta e
quatro milhões, duzentos e setenta mil e trezentos e vinte e oito reais)
para essa modalidade de serviço.

Até Julho de 2023 são 2.855 CAPS.


CAPS no Rio Grande do Sul
Distribuição dos Centros de Atenção Psicossocial habilitados pelo Ministério
da Saúde até junho de 2022, tipo de serviço por 100 mil habitantes, no Rio
Grande do Sul.
População Estimada (IBGE 2021):11.466.630
CAPS I : 81
CAPS II : 42
CAPS III : 2
CAPS infantojuvenil : 30
CAPS AD : 30
CAPS AD III : 15
CAPS AD IV : 1
Total Geral : 201 Relação de CAPS por 100 mil hab.: 1,75
Atenção de Urgência e Emergência

Os serviços de urgência e emergência em


saúde mental incluem unidades
hospitalares especializadas, equipes
móveis de atendimento que realizam
visitas domiciliares e serviços de
teleatendimento, que permitem o acesso
rápido e eficiente a profissionais
capacitados para lidar com situações de
crise.
Atenção de Urgência e Emergência
Na RAPS, a sua função é a de dar suporte às Urgências e Emergências
psiquiátricas, isto é, em situações de natureza psiquiátrica em fase aguda
(delírio, alucinações, risco de suicídio, intoxicação, entre outros) que acuse um
sofrimento psíquico intenso ou coloque a pessoa ou a sociedade em risco, por
exemplo, ou em casos de tentativa de suicídio e de intoxicação por
medicamentos, álcool e/ou outras drogas.
Caso seja necessário o uso da força policial, essa será solicitada pelo próprio
SAMU. É imprescindível que os Serviços de Urgência e Emergência em saúde
mental estejam articulados aos CAPS e Unidades de Saúde para que os casos
possam ser acompanhados e cuidados após a fase aguda, atuando de forma
preventiva.
SAMU Mental
O objetivo do SAMU Mental é de garantir Este serviço já realizado no Distrito
o atendimento e acesso humanizado, das Federal, é também realidade no Rio
demandas biopsicossociais e das Grande do Sul e está acontecendo em
urgências e emergências dos usuários de Alegrete/RS, município então pioneiro na
saúde mental de forma ágil e eficiente. prestação do serviço.

A Samu Mental do DF utiliza o próprio


veículo da Samu, com uma equipe de
profissionais treinados em saúde mental
e atendimento pelo número 192. A
cidade de Alegrete, utiliza um carro de
passeio e atendimento através de um
número de celular.
Atenção Residencial de Caráter Transitório
As Unidades de Acolhimento: São instituições
de caráter transitório, que constituem-se como
respostas para alguns dos modos de fragilidade
Serviço de Atenção em social, seja quais sejam: a vida na rua, a ruptura
Regime Residencial: dos vínculos familiares, sociais, a proteção nas
Os Serviços de Atenção em situações de ameaças e risco à vida dos
Regime Residencial são os usuários, etc.
serviços de saúde de atenção Têm como objetivo acolher e cuidar de pessoas
residencial transitória que em sofrimento mental grave, que precisam de
oferecem cuidados para um ambiente protegido e acolhedor para se
adultos com necessidades recuperarem. Essas unidades oferecem moradia
clínicas estáveis decorrentes temporária, alimentação, cuidados de higiene e
do uso de álcool, crack e outras saúde, além de atividades terapêuticas e de
drogas convivência.
Atenção Hospitalar - Hospital Geral
No Hospital Geral, a enfermaria especializada para atenção às
pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades
decorrentes do uso abusivo de substâncias oferece tratamento
hospitalar para casos graves, em especial abstinências e
intoxicações severas. O cuidado ofertado deve estar articulado com
o Projeto Terapêutico Singular (PTS) desenvolvido pelo serviço de
referência da pessoa com transtorno mental e a internação deve ser
de curta duração até a estabilidade clínica. O acesso aos leitos na
enfermaria especializada em Hospital Geral deve ser regulado com
base em critérios clínicos e de gestão por intermédio do CAPS de
referência e, no caso de o usuário não acessar a Rede por meio
deste ponto de atenção, deve ser feita sua vinculação e referência a
um CAPS, que assumirá o caso durante (quando do atendimento
aos familiares) e depois do desinternamento (com referência e
contrarreferência).
A distribuição do Serviço Hospitalar de Referência para atenção a pessoas com
transtornos mentais e/ou com necessidades de saúde decorrentes do uso
abusivo de substâncias observará os seguintes parâmetros e critérios:

I - o número de leitos de atenção a pessoas com transtornos mentais e/ou com


necessidades decorrentes do uso abusivo de substâncias não deverá exceder o
percentual de 20% do número total de leitos do Hospital Geral;
II - cada unidade de enfermaria não poderá ultrapassar o máximo de 30 leitos; e
III - os Planos de Ação Regionais da RAPS que ultrapassarem os parâmetros dos
incisos I e II acima poderão ser aprovados, em caráter de excepcionalidade, após
justificativa pelo gestor estadual ou municipal à Área Técnica de Saúde Mental do
Departamento de Ações Programáticas da Secretaria de Atenção à Saúde (Área
Técnica de Saúde Mental do DAPES/SAS/MS), que levará em conta os Planos
Regionais de Ação da RAPS e suas particularidades.
Hospital Psiquiátrico

Nestes lugares podem ser tratadas Síndromes de Pânico,


Depressão Maior, Esquizofrenia, Psicose, Dependência
Química, entre outros. Hoje, o objetivo de uma internação em
hospital psiquiátrico visa a recuperação do paciente e sua
reintegração na sociedade e não uma forma de exclusão.
Lá, o paciente recebe cuidados 24 horas por dia, tendo uma
equipe de médicos, enfermeiros e terapeutas à disposição
para o que for preciso, acompanhando a administração de
medicamentos, atividades integrativas, alimentação e
psicoterapias.
A Lei 10.216/2001 estabelece normas sobre os direitos das pessoas
portadoras de transtornos mentais e regula os tipos de internações
psiquiátricas.
De acordo com o artigo 6º da Lei, a internação só pode ser feita se houver
laudo médico que a justifique, com a descrição dos motivos. O mesmo artigo
prevê três tipos de internação:
1) Voluntária, com permissão ou concordância do internado, mediante sua
assinatura;
2) Involuntária, à pedido da família ou responsável, independente de
aceitação pelo internado, mediante relatório medico e comunicação ao
Ministério Publico em 72 horas; e,
3) Compulsória, que decorre de ordem judicial.
Estratégia de Desinstitucionalização
Os Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT).
Os Serviços Residenciais Terapêuticos configuram-se
como dispositivo estratégico no processo de
desinstitucionalização. Caracterizam- se como moradias
inseridas na comunidade destinadas a pessoas com
transtorno mental, egressas de hospitais psiquiátricos
e/ou hospitais de custódia.

O caráter fundamental do SRT é ser um espaço de


Os Serviços Residenciais moradia que garanta o convívio social, a reabilitação
Terapêuticos (SRT) PORTARIA
Nº 3.090, DE 23 DE DEZEMBRO psicossocial e o resgate de cidadania do sujeito,
DE 2011.
promovendo os laços afetivos, a reinserção no espaço da
cidade e a reconstrução das referências familiares.
SRT TIPO I
Modalidade de moradia destinada àquelas pessoas com internação de longa
permanência que não possuem vínculos familiares e sociais. A lógica
fundamental deste serviço é a criação de um espaço de construção de
autonomia para retomada da vida cotidiana e reinserção social.

O número de moradores pode variar desde uma pessoa até um pequeno grupo
de, no máximo, 8 pessoas, que deverão contar sempre com suporte profissional
sensível às demandas e necessidades de cada um.
O ambiente doméstico deve constituir-se conforme definido na Portaria nº
106/GM/MS, de 11 de fevereiro de 2000.

De acordo com o Ministério da Saúde (2022), atualmente são 6.074 pessoas


que moram em SRTs, distribuídas em 801 residências.
SRT TIPO II
Modalidade de moradia destinada àquelas pessoas com maior grau de
dependência, que necessitam de cuidados intensivos específicos, do ponto de
vista da saúde em geral, que demandam ações mais diretivas com apoio técnico
diário e pessoal, de forma permanente.

Deve acolher no máximo 10 (dez) moradores. O encaminhamento de moradores


para SRTs tipo II deve ser previsto no projeto terapêutico elaborado por ocasião
do processo de desospitalização, focado na reapropriação do espaço residencial
como moradia, na construção de habilidades para a vida diária referentes ao
autocuidado, alimentação, vestuário, higiene, formas de comunicação e aumento
das condições para estabelecimento de vínculos afetivos, com consequente
inserção deles na rede social existente. O ambiente doméstico deve constituir-se
conforme definido na Portaria 106/GM/MS, de 2000, levando em consideração
adequações/adaptações no espaço físico que melhor atendam as necessidades
dos moradores.
Estratégia de Desinstitucionalização

Programa De Volta Para Casa (PVC)


A Lei 10.708 de 2003 inaugura o Programa De Volta Para Casa (PVC), que
garante o auxílio-reabilitação psicossocial para a atenção e o acompanhamento de
pessoas em sofrimento mental, egressas de internação em hospitais psiquiátricos,
inclusive em hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico, cuja duração tenha
sido por um período igual ou superior a dois anos. Visa a restituição do direito de
morar e conviver em liberdade nos territórios e também a promoção de autonomia
e protagonismo da pessoa com transtorno mental (Brasil, 2003). Dessa forma,
assume papel central nos processos de desinstitucionalização e reabilitação
psicossocial das pessoas com história de internação de longa permanência,
conforme indicado pela Lei da Reforma Psiquiátrica.
São condições para ser um beneficiário:

● Ser pessoa egressa de internação em hospitais psiquiátricos ou Hospitais


de Custódia e Tratamento Psiquiátrico por período igual ou superior a dois
anos ininterruptos;
● A situação clínica e social do paciente não justificar a permanência em
ambiente hospitalar, indicar tecnicamente a possibilidade de inclusão em
programa de reintegração social e a necessidade de auxílio financeiro;
● Haja expresso consentimento do paciente, ou de seu representante legal, em
se submeter às regras do programa;
● Não poderão ser considerados períodos de internação os de permanência
em orfanatos ou outras instituições para menores, asilos, albergues ou outras
instituições de amparo social, ou internações em hospitais psiquiátricos
que não tenham sido custeados pelo SUS ou órgãos que o antecederam e que
hoje o compõem.
O pagamento mensal do auxílio é realizado diretamente ao beneficiário,
no valor vigente de R$ 412,00, por um período de um ano, podendo ser
renovado quando necessário aos propósitos da reintegração social do
paciente.

Será necessário que a pessoa incluída no Programa esteja de alta


hospitalar, sendo atendida por um CAPS ou outro serviço de saúde do
município onde passará a residir.
Os beneficiários deverão ser acompanhados por uma equipe de
profissionais encarregada de prover e garantir a atenção psicossocial e
apoiá-lo em sua integração ao ambiente familiar e social.

De acordo com o Ministério da Saúde (2022), no ano de 2021 havia 4.320


beneficiários do PVC e o montante repassado aos mesmos foi de R$
24.003.611,07.
Estratégia de Reabilitação
Iniciativas de Geração de Trabalho e Renda: A
proposta de geração de trabalho e renda no âmbito da
saúde mental tem sido reconhecida como um dos
pilares fundamentais para a consolidação da inclusão
social e do direito de cidadania dos usuários da saúde
mental preconizados pelo movimento da Reforma
Psiquiátrica.

Empreendimentos Solidários e Cooperativas


Sociais: O Programa de Inclusão Social pelo Trabalho,
pautada pelos princípios do Cooperativismo Social e a
Economia Solidária.
Centro de Valorização da Vida (CVV)
Fundado em São Paulo, em 1962, é uma associação civil
sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de
Utilidade Pública Federal, desde 1973. Presta serviço
voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do
suicídio para todas as pessoas que querem e precisam
conversar, sob total sigilo e anonimato.

A instituição é associada ao Befrienders Worldwide, que


congrega entidades congêneres de todo o mundo, e
participou da força tarefa que elaborou a Política Nacional de
Prevenção do Suicídio, do Ministério da Saúde, com quem
mantém, desde 2015, um termo de cooperação para a
implantação de uma linha gratuita nacional de prevenção do
suicídio.
Centro de Valorização da Vida (CVV)

A linha 188 começou a funcionar no Rio Grande do Sul e, em setembro de 2017,


iniciou sua expansão para todo o Brasil, que foi concluída em 30/06/2018, com a
integração de todos os estados.

Os contatos com o CVV são feitos pelos telefones 188 (24 horas e sem custo de
ligação), pessoalmente (nos mais de 120 postos de atendimento) ou pelo site
www.cvv.org.br, por chat e e-mail. Nestes canais, são realizados mais de 3 milhões
de atendimentos anuais, por aproximadamente 4000 voluntários, localizados em 24
estados mais o Distrito Federal.
Parada Gaúcha do Orgulho Louco

Iniciativas socioculturais foram criadas durante o


processo de reforma psiquiátrica no Brasil visando
promover uma interlocução entre a sociedade e os
sujeitos acometidos por algum tipo de experiência
de sofrimento psíquico e de ambos com a loucura.
Uma dessas iniciativas ocorre anualmente na
cidade de Alegrete-RS e se intitula Parada Gaúcha
do Orgulho Louco. A primeira edição do evento
ocorreu em 2011 e nesse mesmo ano se tornou Lei
Municipal n° 4885/2011. Já em 2015, tornou-se Lei
Estadual nº 14.783, passando a compor o
calendário oficial de eventos do Rio Grande do Sul.
Mental Tchê!
São Lourenço do Sul foi um município
pioneiro na criação de um Centro
Comunitário de Saúde Mental, em 1988,
que se transformaria, quatro anos depois,
no primeiro Centro de Atenção Psicossocial
(CAPS) municipal do Brasil.
Desde 2005 ocorre anualmente no
município o evento intitulado “Mental Tchê”.
No ano de 2023 o tema do evento foi a
Rede de Atenção Psicossocial.
Política Nacional de Saúde Mental - 2023
Em julho de 2023 o Ministério da Saúde anunciou na 17ª Conferência de saúde
(CNS) a ampliação do orçamento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) com
investimento de mais de R$200 milhões.

A iniciativa tem como objetivo a recomposição financeira dos serviços


residenciais terapêuticos e dos centros de atenção psicossocial (CAPS)
aumentando a assistência na rede de saúde mental no SUS em todo Brasil.

Ao todo, o recurso destinado para todos os estados e Distrito Federal será de


R$414 milhões no período de um ano. Com os novos valores, o aumento do
orçamento da rede chega a 27%.
Em todo mundo e no Brasil, a saúde mental passou a ser uma demanda cada
vez maior para os sistemas de saúde, principalmente após a pandemia da
Covid-19.

O Ministério da Saúde que está alinhado com as diretrizes da reforma


psiquiátrica brasileira e é prioridade tratar o tema como eixo central e
estratégico para o SUS, fortalecendo a política de saúde mental, focada em
assegurar dignidade, cuidado integral e humanizado em liberdade, além de
reinserção psicossocial e garantia dos direitos humanos.

O repasse será direcionado para os 2.855 Centros de Atenção Psicossocial


(CAPS) existentes no país e para os 870 Serviços Residenciais Terapêuticos
(SRT). Ambos terão recomposição do financiamento e os recursos serão
incorporados ao limite financeiro de média e alta complexidade de estados, do
Distrito Federal e dos municípios com unidades habilitadas.
Além do investimento, o Ministério da Saúde habilitou novos serviços para
expansão da rede em todo país. Desde março, foram 27 novos CAPS, 55 SRT,
4 Unidades de Acolhimento e 159 leitos em hospitais gerais - a maioria nos
estados do Nordeste.

Os novos serviços foram habilitados em Alagoas, Bahia, Maranhão, Ceará,


Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Acre, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Para o custeio
desses novos serviços serão investidos R$32.389.256,00 ao ano. Essa
iniciativa faz parte da reconstrução da política de saúde mental e da retomada
do fortalecimento da rede.
A 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental
Domingos Sávio (CNSM), convocada pela
Resolução CNS nº 652, de 14 de dezembro de
2020, será realizada em Brasília, de 11 a 14 de
dezembro, após uma série de intercorrências.
5ª Conferência Nacional de Saúde Mental irá avaliar a Política Nacional e influenciar em sua execução

O objetivo central da 5ª CNSM é propor diretrizes para a formulação da


Política Nacional de Saúde Mental e o fortalecimento dos programas e ações
de saúde mental em todo o território nacional. Ou seja, cabe às conferências
temáticas de saúde versar sobre suas respectivas políticas públicas, num foco
propositivo de monitoramento e avaliação de sua implementação. E este é o
diferencial, por exemplo, em comparação às conferências nacionais de saúde,
como a 17ª CNS, que tem a competência de encaminhar ao Governo Federal
diretrizes que podem ser incluídas nos Planos Plurianual (PPA) e Nacional de
Saúde (PNS).
Diretrizes de saúde mental para o PPA 2024-2027

Neste sentido, as resoluções nº 715 de 20 de julho de 2023 e nº 719 de 17 de


agosto de 2023, que advém das discussões e aprovações da 17ª CNS, trazem
relevantes diretrizes e propostas no campo da saúde mental. O primeiro
documento foi encaminhado ao Ministério da Saúde, no mês de agosto,
apontando diretrizes para a Saúde Mental no Brasil que pudessem ser
incorporadas no PPA e PNS de 2024 à 2027.

Ampliar a articulação da rede de atendimentos da Atenção Básica promovendo


ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde, incluindo a rede de
atenção à saúde mental, álcool e drogas, com incentivo à capacitação
profissional para o atendimento mais qualificado e humanizado, e garantir a
execução do matriciamento em toda a Rede de Atenção Psicossocial (Raps),
com ampliação da participação direta das pessoas usuárias estão apontadas na
Resolução nº 715, que foi homologada pelo Ministério da Saúde.
Já a Resolução nº 719, que traz todas as diretrizes, propostas e menções
aprovadas no âmbito da 17ª CNS, traduz a amplitude do cenário desafiador
para usuários, gestores e trabalhadores no âmbito da Saúde Mental.

Ao todo são 97 menções à saúde mental no documento que sinaliza como a


sociedade civil organizada, por meio do controle social, tem trabalhado na
defesa de um serviço de saúde integral com vistas ao preocupante contexto de
saúde mental da população brasileira, especialmente após a pandemia de
Covid-19.
O DESME -Departamento de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, surge com
o compromisso de impulsionar a Política de saúde mental, álcool e outras
drogas, fundamentada no conceito de Cuidar em Liberdade.
Recém-criado, integra a Secretaria da Atenção Especializada do Ministério da
Saúde e tem como objetivo fortalecer o diálogo com a sociedade brasileira para
promover avanços na política de saúde mental.
Em consonância com os princípios da Reforma Psiquiátrica brasileira e da Luta
Antimanicomial, o DESME busca estabelecer uma rede de serviços de atenção
psicossocial, que atenda às necessidades dos usuários, pautando-se pelo
atendimento humanizado, respeitando os direitos humanos e promovendo a
reinserção psicossocial.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil tem hoje uma das maiores redes de
saúde mental do mundo internacionalmente reconhecida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS). Vários estudos acadêmicos reiteram que a ampliação
da oferta de serviços comunitários em saúde mental, diminui a demanda por
hospitalização, assegurando mais qualidade de vida para a população.

Dentre as ações do DESME, destaca-se o incentivo e a habilitação de serviços


de saúde mental, incluindo a ampliação de leitos de saúde mental em hospitais
gerais, a habilitação de novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços
Residenciais Terapêuticos (SRT) e Unidades de Acolhimento (UA), bem como a
reforma e ampliação dos serviços já existentes. A finalidade é, consolidar os
princípios da política que se iniciou a partir de um amplo processo de
desinstitucionalização, reorientando o cuidado da assistência hospitalar para a
comunitária.
Conferências
- 1ª Conferência Livre Nacional de Saúde Mental da População Negra
- 1° Conferência Livre Nacional de Cannabis e Saúde Mental
- Conferência Livre Nacional do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial
- Conferência Livre Nacional de Saúde Mental e Condições Crônicas Não Transmissíveis
- Conferência Livre Nacional da Frente Estamira de CAPS
- 1ª Conferência Nacional Livre de Saúde Mental e Juventudes Ocupe SUS
- Conferência Livre da Frente Nacional contra a Privatização da Saúde
- Conferência Livre de Saúde: “Adoecimento & Trabalho Bancário: a função antissocial dos
bancos
- 1ª Conferência Livre Nacional de Saúde Mental da Fonoaudiologia
- 1ª Conferência Livre Nacional de Saúde Mental do Forúm DH Saúde
Pelo direito de cuidar e ser cuidado em Liberdade
- I Conferência Livre: “A importância dos espaços de formação para defesa e garantia de direitos
aos usuários dos dispositivos de saúde mental.
- Conferência Livre de Saúde Mental de Saquarema
- Primeira Conferência Livre de Saúde Mental com a População em Situação de Rua
- Conferência Livre Nacional Sobre Políticas de Drogas Antiproibicionistas
Conferência Livre de Saúde Mental de Saquarema
- Primeira Conferência Livre de Saúde Mental com a População em Situação de Rua
- Conferência Livre Nacional Sobre Políticas de Drogas Antiproibicionistas
- 1ª Conferência Nacional Livre de Saúde Mental Antimanicomial de Associações, Coletivos e
Movimentos Sociais de Pessoas Usuárias e Familiares (1ª CONALIVRE USUFAM)
- 1ª Conferência Livre Antimanicomial e 2ª Conferência Popular Antimanicomial da Frente
Ampliada em Defesa da Saúde Mental, da Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial -
FASM.
- 1ª Conferência Livre Nacional de Saúde Mental dos Trabalhadores dos Consultórios na Rua
e de Rua
- 1ª Conferência Nacional Livre de Saúde Mental da Psicologia: pelo cuidado em liberdade e o
fortalecimento da RAPS
- Conferência Livre Nacional de Saúde Mental das Periferias
- Conferência Livre de Saúde Mental no Enfrentamento à Hanseníase
- Conferência Livre Nacional de Saúde Mental e Trabalho (CLNSMT)
- Conferência Livre Nacional de Saúde Mental Marta Almeida
1ªConferência Nacional Livre de Saúde Mental de Instituições de Ensino Superior
- 1ª Conferência Livre Nacional de Saúde Mental nas Residências em Saúde: entre negligências e
resistências.
- I Conferência de Saúde Mental dos Povos Indígenas
- I Conferência Livre de Saúde Mental da Saúde Indígena
- Conferência Livre Nacional de Saúde Mental e Movimentos Sociais
- 2a Conferência Livre Nacional de Usuários da RAPS
- I Conferência Livre Nacional de Mulheres e Saúde Mental Antimanicomial (CLNMSMA)
- Conferência Nacional de Saúde Mental das Adolescências e das Juventudes
- I Conferência Livre de Enfermagem em Saúde Mental.
- 1ª Conferência Livre Nacional de Saúde Mental Antimanicomial na perspectiva da Educação
Popular
Visitas
Visita ao CAPS Infatojuvenil - Arco-íris
O CAPS Infatojuvenil - Arco-íris fica
localizado na região central de Canoas,
sendo o único CAPS ij no município.
O objetivo da nossa visita foi conhecer a
prática da realização do seu trabalho,
bem como conhecer a ambientação e
entrevistar os profissionais envolvidos.
Realizamos a visita em duas datas, as
acadêmicas Luiza, Marinez, Nathalia e
Verônica realizaram a visita no dia 28 de
setembro.
Visita ao CAPS Infatojuvenil - Arco-íris

O CAPS Arco-íris possui 21 funcionários ao total, sendo destes: 1 técnico


de enfermagem, 4 enfermeiros, 1 médico psiquiatra, 2 psicólogos, 1
assistente social, 2 fonoaudiólogas, 1 nutricionista, 1 educador físico, 1
terapeuta ocupacional, 1 agente social, 1 auxiliar administrativo, 2
recepcionistas, 1 profissional da higienização e 2 controladores de
acesso. Além de residentes multiprofissionais, é também local de
estágio curricular para os cursos de enfermagem, psicologia,
fonoaudiologia e medicina de diversas universidades da região
metropolitana de Porto Alegre.
Visita ao CAPS Infatojuvenil - Arco-íris
Atende crianças e adolescentes até a idade de 17 anos, onze meses e 29
dias de casos graves e persistentes de saúde mental, como ideação suicida,
depressão, fobia social, uso de substâncias químicas, autolesões.
Os casos de transtornos orgânicos como bipolaridade, borderline ,
pródromos de esquizofrenia são uma parcela mínima, pois a maioria são de
fatores ambientais, sociais, abusados sexualmente. O número é grande de
vitimas de violência e de condicionantes sociais impactando na saúde
mental dos pacientes. O vem de demanda espontânea, escola, profissionais
da saúde, ordens judiciais, conselho tutelar e de acolhimento institucional
ou casa lar. Não existe demanda reprimida devido a todos serem atendidos.
Ultrapassa facilmente 300 atendimentos por mês, devido ser o único CAPSIJ
para uma população em torno de 350 mil habitantes na cidade.
Visita ao CAPS Infatojuvenil - Arco-íris
Por não ter outro local para encaminhar, os casos leves e moderados, são
atendidas também crianças hiperativas, crianças chorando porque os pais se
separaram, aquelas com hiperatividade, enfim, casos que não são graves e
persistentes. Dependendo dos casos, quando a criança tem um diagnóstico, tipo
deficiência intelectual, autismo, conseguem um encaminhamento para Associações
ou Centros de reabilitação, capacitação, educação inclusiva, acessibilidade e serviço
especializado em autismo como a ACADEF, o CEIA e CERTEA. No caso de um
paciente necessitar de um médico especialista, como por exemplo, um
gastroenterologista, ele é encaminhado para a Atenção Básica fazer o
encaminhamento. O serviço é multiprofissional, e todos os profissionais da equipe
fazem escuta. Não é escuta terapêutica, não é psicoterapia, pois o objetivo não é a
reabilitação psiquiátrica ou psicológica, o objetivo é a reinserção social. Os casos
necessitados de psicoterapia são encaminhados dentro do CAPSIJ para psicóloga
ou psiquiatra. O acompanhamento do paciente é transversal e não longitudinal.
Visita ao CAPS Infatojuvenil - Arco-íris

Oferece oficinas, atendimento domiciliar, acolhimento diurno,


atendimento familiar, visitas domiciliares tanto para atendimento clínico
quanto para busca ativa de pacientes que evadiram, matriciamento com
a Atenção Básica e articulação de rede.
Quanto a materiais ambulatoriais e insumos médicos tem o suficiente.
Mas há deficiência de materiais como cartolinas e fitas, para algumas
atividades e poucos recursos para o estímulo ao trabalho e geração de
renda para os atendidos e seus familiares. Os profissionais organizam
Brechó de roupas doadas, cuja renda contribuiu para o
desenvolvimento de oficinas.
Há deficiência na quantidade de profissionais para a demanda.
Ambientação do CAPSij - Arco-íris
Trabalhos dos Usuários do CAPSij
Visita ao Memorial da Loucura do HPSP
A visita ao Memorial foi realizada no dia 26 de
outubro pelas acadêmicas Marinez e Nathalia.
Nessa visita foi possível conhecer um pouco da
história do Hospital Psiquiátrico São Pedro, desde
a sua criação até o funcionamento na atualidade.

O Memorial da Loucura guarda a história do


Hospital Psiquiátrico São Pedro. Móveis,
equipamentos médicos, fotos, documentos,
objetos de antigos pacientes, livros e outros
materiais contam em detalhes a trajetória de mais
de um século.
Memorial da Loucura do HPSP
Indicadores de violência
O presente trabalho visa aprofundar a compreensão dos diversos aspectos
correlacionados à problemática da violência infantojuvenil, abarcando distintos níveis de
governança, que englobam desde o âmbito nacional até o municipal. Destaca-se, nesse
contexto, a sinergia entre a temática abordada e a Rede de Atenção Psicossocial, cuja
pertinência se revela crucial para uma apreensão abrangente e efetiva desse fenômeno
complexo.
O propósito deste trabalho reside não apenas na análise detalhada dos desafios
associados à violência infantojuvenil, mas também na formulação de uma proposta de
intervenção. Essa proposição visa contribuir para o aprimoramento dos serviços
prestados à sociedade, sobretudo no que tange às Políticas Públicas e à Gestão em
Saúde.
Por que a violência contra crianças e
adolescentes?
A escolha do tema violência contra crianças e
adolescentes surgiu a partir da visita técnica
realizada no CAPS Arco-Íris na cidade de Canoas.
Nessa visita, a profissional que nos atendeu nos
sinalizou que muitas crianças e adolescentes que
procuram o CAPS são vítimas de violência em sua
mais variada forma e sofrem as consequências
dessa violência. Nesse sentido, achamos pertinente
abordar o tema para discutirmos no coletivo essa
problemática que afeta diversas crianças e jovens
no país.
O que é violência?
A violência pode ser considerada como uso da força física
ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra
outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que
resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão,
morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou
privação. Quando se trata de violência infantil, ela não se
justifica, pois as condições peculiares de desenvolvimento
desses cidadãos os colocam em extrema dependência de
pais, familiares, cuidadores, do poder público e da sociedade
(NUNES; SALES, 2016).
Violência contra crianças e
adolescentes
A problemática alcançou relevância política e visibilidade
entre a sociedade, principalmente a partir da década de
1990, com a implantação do Estatuto da Criança e do
Adolescente, através da Lei 8.069, que tem por finalidade:
“Garantir às crianças e ao adolescente, a promoção da
saúde e a prevenção de agravos, tornando obrigatória a
identificação e a denúncia de violência” (NUNES; SALES,
2016).
Tipos de violência

Por ser um fenômeno complexo e polissêmico, a


violência se manifesta de diversas maneiras e
assume formas próprias de relações pessoais,
sociais, políticas ou culturais, na maioria das vezes
motivadas por relações de poder. É, sobretudo, a
ação que despersonaliza o ser humano como sujeito
e o tipifica como objeto, sem qualquer autonomia por
efeito da alienação (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2023).
Violência Física
Ação que impacta negativamente a integridade ou
saúde corporal ou causa sofrimento físico (UNICEF,
2023).
Violência Sexual
Ação que força a criança ou
adolescente a praticar ou presenciar
ato sexual, de modo presencial ou
virtual. A violência sexual inclui o
abuso sexual, a exploração sexual
comercial e o tráfico de pessoas
(UNICEF, 2023).
Violência Psicológica
Discriminação, ameaças, constragimentos,
humilhações, manipulações, isolamento,
xingamentos, ridicularização, indiferença, entre
outros, que prejudiquem seu desenvolvimento mental
e emocional. Também é violência psicológica expor a
criança ou adolescente de forma direta ou indireta a
crime violento contra alguém de sua família
(UNICEF, 2023).
Violência Patrimonial
Retenção ou destruição de
documentos pessoais, bens e
recursos, incluindo os necessários
para necessidades básicas
(UNICEF, 2023).
Violência Institucional
Ação praticada por funcionário público que
prejudique o atendimento à criança ou adolescente
vítima ou testemunha de violência (UNICEF, 2023).
Outras definições de violência contra
crianças e adolescentes
Negligência
Deixar de cumprir o dever de
cuidado para com a criança ou
adolescente (UNICEF, 2023).

Trabalho infantil
Todo trabalho realizado por crianças
e adolescentes abaixo de 16 anos.
No Brasil, adolescentes a partir dos
14 anos podem trabalhar apenas na
condição de aprendiz (UNICEF,
2023).
Fatores de risco para violência
infantojuvenil
Na família, a violência contra crianças e
adolescentes está muitas vezes associada à
violência doméstica ou intrafamiliar e acaba
por perpetuar, no núcleo familiar, ciclos de
violência que ultrapassam gerações e afetam
todos os membros da família. Já em nível
comunitário, a violência contra crianças e
adolescentes enfraquece o desenvolvimento
social e econômico das comunidades, ao gerar
custos econômicos associados à serviços
médicos, psicossociais e educação (UNICEF,
2023).
Consequências da violência
infantojuvenil
Seja qual for seu tipo, a violência impacta negativamente a saúde
física, psicológica e emocional e o desenvolvimento integral de
crianças e adolescentes.
A violência pode resultar em lesões físicas, infecções
sexualmente transmissíveis, ansiedade, depressão, ideação
suicida, ou mesmo a morte, entre várias outras consequências
muitas vezes devastadoras e permanentes. O estresse tóxico
associado à violência na primeira infância (do nascimento até os
6 anos de idade) pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro
de forma permanente e afetar outras partes do sistema nervoso.
Além disso, a violência causa sérios impactos comportamentais
em crianças e adolescentes, podendo levá-los a comportamentos
agressivos ou antissociais, abuso de substâncias ilícitas,
comportamentos sexuais de risco e práticas ilícitas (UNICEF,
2023).
Indicadores de violência infantojuvenil

Brasil
Violência no Brasil possui 507.225 mil notificações em 2022, de acordo com o
DATASUS;
Indicadores no Brasil
Indicadores no Brasil
Indicadores no Brasil
Indicadores no Brasil
Indicadores de violência infantojuvenil

Rio Grande do Sul


Violência no RS possui 27.101 mil notificações em 2022, de acordo com o
DATASUS;
Indicadores no RS
Indicadores no RS
Indicadores no RS
Indicadores no RS
Indicadores de violência infantojuvenil

Porto Alegre
De acordo com a Diretoria de Vigilância de Porto Alegre foram registrados 2.575
ocorrências de violência de janeiro de 2019 a junho de 2021 em Porto Alegre.
Indicadores em Poa
Indicadores em Poa
Indicadores em Poa
Indicadores em Poa
Indicadores em Poa
Indicadores em Poa
Indicadores de violência infantojuvenil

Canoas
De acordo com o jornal Diário de Canoas, em 2021, 555 crianças e adolescentes
de 0 a 17 anos foram direcionados para o CRAI vítimas de algum tipo de
violência. Destas, 336 são vítimas de violência sexual.
Indicadores em Canoas
Núcleo de Atendimento as Vítimas de
Violência
Compromissados com a desconstrução das relações de violência, surgiu, em
1997, o Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência (NAVIV).
O NAVIV é um serviço concebido pelo curso de Psicologia da Ulbra Canoas.

Objetivo do serviço
Prestar atendimento a vítimas de
violência e a indivíduos que
exercem condutas de violência;
2023 - Janeiro a Abril
Disque 100 (Disque Direitos Humanos)
registrou nos quatro primeiros meses de
2023 ao todo, 69,3 mil denúncias e 397
mil violações de direitos humanos de
crianças e adolescentes, das quais 9,5
mil denúncias e 17,5 mil violações
envolvem violências sexuais físicas –
abuso, estupro e exploração sexual – e
psíquicas.
Em relação ao mesmo período em 2022, o aumento foi
de 68%.
18 de Maio

A divulgação dos números integra as ações da


campanha do 18 de maio – Dia Nacional de Combate
ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e
Adolescentes, do Ministério dos Direitos Humanos e da
Cidadania (MDHC).

Com o tema "Faça Bonito. Proteja nossas Crianças e


Adolescentes".
o objetivo da iniciativa é promover a data e sensibilizar
a sociedade para ações preventivas e pedagógicas.
Campanha Faça Bonito
A campanha digital do MDHC divulga postagens sobre
como identificar abusos por meio de mudanças de
comportamentos, incentivo ao diálogo e como as crianças e
os adolescentes podem se proteger de possíveis ameaças.
A ação é promovida pela Secretaria Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente (SNDCA/MDHC), em parceria
com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas
(ONU), a Childhood Brasil, a Rede Ecpat Brasil, o Freedom
Fund, o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência
Sexual contra Crianças e Adolescentes e o Instituto Alana.

O governo federal lançou um pacote de ações, com o


objetivo de conscientizar, alertar e enfrentar o abuso e a
exploração sexual contra crianças e adolescentes.
Piores cenários
A casa da vítima, do suspeito ou de familiares está entre os piores cenários,
com quase 14 mil violações.

Internet: 763 denúncias e 1,4 mil violações sexuais.

Em todo o ambiente virtual houve registros de exploração sexual: 316 denúncias e 319
violações; estupro, com 375 denúncias e 378 violações; abuso sexual físico, com 73
denúncias e 74 violações; e violência sexual psíquica, com 480 denúncias e 631
violações.
Números ainda maiores na a casa da vítima ou casa onde reside a vítima e o suspeito:
Houve 837 denúncias e 856 violações de exploração sexual; de estupro, 4,3 mil denúncias
e 4,4 mil violações; 1,4 mil denúncias e 1,4 mil violações de abuso sexual físico; e 2,7 mil
denúncias e 3,5 mil violações de violência sexual psíquica. No total, 5,7 mil denúncias e
10,3 mil violações.

Na casa de familiares, de terceiro ou do suspeito, os casos de exploração sexual:


Tiveram 304 denúncias e 312 violações registradas; de estupro, 1,5 mil denúncias e 1,5
mil violações; abuso sexual físico, 480 denúncias e 487 violações; e violência sexual
psíquica, com 898 denúncias e 1,1 mil violações. O total é de 1,8 mil denúncias e 3,5 mil
violações.

Também constam entre os cenários das violações sexuais: berçário e creche; instituições
de ensino; estabelecimentos comerciais; de saúde; órgãos públicos; transportes públicos;
vias públicas; instituições financeiras; eventos e ambientes de lazer, esporte e
entretenimento; local de trabalho da vítima ou do agressor; táxi; transporte de aplicativo.
Proposta de intervenção
A proposta de intervenção objetiva ampliar o senso crítico de crianças e
adolescentes (9 a 12 anos) sobre a temática da violência, integrando-se à Rede de
Atenção Psicossocial. O público-alvo são alunos da escola.
O processo inicia-se com a exibição do vídeo "Segredo" seguido por uma roda de
conversa para discutir as diversas facetas da violência. O propósito é capacitar os
participantes na identificação de violências e fornecer ferramentas para a
autoproteção. Após a roda de conversa, será desenvolvido um painel artístico como
expressão das experiências do público.
Proposta de intervenção
As atividades compreendem explicações sobre a campanha (caso Araceli) e conceitos
como abuso sexual, além de associações simbólicas. A exibição do filme "O Segredo"
será seguida por reflexões e discussões, promovendo a socialização e fortalecimento
de vínculos. Orientações sobre cuidados com o corpo e uso responsável das redes
sociais também serão compartilhadas, com ênfase na precaução ao interagir com
desconhecidos.
Após as discussões, as atividades práticas incluirão desenhos e mosaicos para
consolidar o aprendizado, expressar ideias e estimular a criatividade. A execução
dessas práticas será realizada em equipe, com intervenções dos monitores conforme
necessário.
É relevante ressaltar que a escolha dessa proposta foi orientada por sugestões após
visita ao CAPS, visando aprimorar a ambientação.
Conclusão
A partir do que foi exposto conseguimos aprender sobre a Rede de Atenção
Psicossocial e sua importância para o desenvolvimento da saúde mental da população
brasileira.
Concluímos, a partir desse trabalho, que a temática da violência infantojuvenil,
principalmente manifestada na forma de violência sexual, é muito presente no cotidiano
brasileiro. Entendemos, levando em consideração os indicadores apresentados, que é
necessário discutirmos esse tema em sociedade e instrumentalizar crianças e
adolescentes sobre a temática. Salientamos que a violência com crianças e
adolescentes é um problema de saúde pública e necessita da atenção de toda a
comunidade.
Conforme Levandowski (2017) a educação e conscientização são instrumentos
importantes na prevenção da violência infantojuvenil, corroborando com a abordagem
proposta neste trabalho.
Referências
Referências
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