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Manicômios

Integrantes: Docente
Débora Ferraz
Ana Beatriz
Disciplina
Ana Cecília PSFHE
Guilherme Dantas
Daniela Vidal Instituição de Ensino:
Júlia Alves Faculdade Visconde de
Cristiane Cairú
O que eram os Manicômios?

“Os manicômios não foram construídos com o objetivo de tratar, mas sim,
de excluir aqueles que não se encaixavam no que se pensava em ser um
cidadão normal.”- Psiquiatra Marco Aurélio”

Manicômio é o nome dado ao estabelecimento ou hospital psiquiátrico


especializado em tratar de pessoas com problemas mentais, abrigando
pessoas com diferentes tipos de transtornos mentais.

As pessoas com problemas mentais ficam isoladas nos manicômios,


afastadas do convívio social com o intuito de serem intensamente tratadas
de seus transtornos psiquiátricos

Esses locais, no entanto, apenas afastaram esses cidadãos de sua


sociedade, retirando sua liberdade e seus direitos.

Eram conhecidos por tratamentos cruéis, que muitas vezes levavam os


internos à morte. Contudo, a medicina foi avançando, assim como os
direitos humanos, e essas instituições foram abandonadas.
História dos Manicômios

O termo manicômio surgiu a partir do século XIX, com a função de


dar um atendimento médico sistemático e especializado para os
doentes mentais e retirá-los do convívio com outras pessoas e assim
colocá-los em um lugar específico, dando uma atenção médica e
especializada.

Eram espécies de depósitos humanos, em que as pessoas ficavam


em condições sub-humanas, sem nenhum respeito aos direitos
humanos, e com nenhuma liberdade para poder questionar e mudar.
Foi por muito tempo a única opção terapêutica e de cuidado com as
pessoas que estavam em sofrimento psiquiátrico grave.

No século XVII os manicômios proliferam e abrigam os doentes


mentais junto com marginalizados de outras espécies. O tratamento
que essas pessoas recebiam nas instituições costumava ser
desumano e muito precário. A reforma psiquiátrica aconteceu em
2001, em que ocorreu o fechamento gradual de manicômios e
hospícios que proliferavam país afora.
Movimento da Reforma Psiquiátrica

É um marco na história da saúde mental. Surgindo nas décadas de


1970 e 1980, buscando uma abordagem humanizada no tratamento
de transtornos mentais.

Foi um fenômeno de mudança significativa na área da saúde mental


que ganhou destaque a partir das últimas décadas do século XX.

Essa abordagem surgiu como uma resposta ao tratamento tradicional


de saúde mental, que frequentemente envolvia o confinamento de
pessoas com doenças mentais em manicômios ou hospitais
psiquiátricos.

Seus pilares incluem a desospitalização, a luta contra a


estigmatização, a valorização da autonomia do paciente e a
integração dos serviços de saúde mental na comunidade.

Promove uma visão mais inclusiva, na qual o indivíduo é tratado em


seu ambiente, com foco na sua recuperação e reinserção social.

Esse movimento teve impacto global, resultando em políticas de


saúde mental mais progressistas e no fechamento de muitos
manicômios tradicionais.
Hospital Colônia de Barbacena

Foi um hospital psiquiátrico fundado em 1903 na cidade de Barbacena, em


Minas Gerais, inicialmente com o objetivo de tratar pacientes com doenças
mentais, mas ao longo de décadas, tornou-se um dos maiores símbolos de
abusos e violações dos direitos humanos na área da saúde mental.

O hospital ficou tristemente conhecido por práticas desumanas e condições


deploráveis em que os pacientes eram mantidos, pois muitos deles eram
internados por razões sociais, como pobreza, alcoolismo e comportamentos
considerados inadequados.

As condições de superlotação, falta de higiene e tratamento desumano


prevaleceram por muitos anos.

O caso de Barbacena ilustra um período sombrio da história da saúde mental


no Brasil, mas eventualmente, devido à pressão da sociedade civil e
mudanças nas políticas de saúde mental, o hospital foi fechado em 2010.

Hoje, o Hospital Colônia de Barbacena é um símbolo das reformas na área de


saúde mental no Brasil e da importância de respeitar os direitos humanos das
pessoas com transtornos mentais.
Juliano Moreira

Nascido na Salvador de 1872, ele cresceu em uma época de grande


desigualdade social e racial no Brasil, o que o influenciou profundamente
em sua carreira posterior, pois era afro-brasileiro, e sua carreira e sucesso
acadêmico desafiavam os preconceitos raciais da época.

Juliano estudou medicina na Bahia e se formou em 1898. se destacando


academicamente por seu trabalho em questões relacionadas à saúde
mental, psiquiatria e neurologia.

Ele também desempenhou um papel fundamental na reforma psiquiátrica


no Brasil, sendo um dos fundadores do Hospital Pedro II no Rio de Janeiro,
uma das primeiras instituições a adotar práticas mais humanas no
tratamento de doenças mentais.

Ele também foi professor na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e


publicou amplamente sobre psiquiatria,ganhando destaque internacional e
participando de conferências e colaborando internacionalmente com
cientistas de renome. Sua pesquisa e ativismo ajudaram a promover uma
visão mais humanitária do tratamento de doenças mentais globalmente.
Bicho de Sete Cabeças

"Bicho de Sete Cabeças" é um filme brasileiro dirigido por Laís


Bodanzky e lançado em 2001. A trama segue a vida de Neto, um
jovem que é internado à força em um hospital psiquiátrico depois de
seu pai descobrir que ele experimentou maconha.

O filme explora a brutalidade e desumanização presentes em muitos


hospitais psiquiátricos, revelando as condições precárias, o
tratamento desumano e a falta de compreensão em relação às
doenças mentais.

"Bicho de Sete Cabeças" oferece uma representação impactante das


más condições encontradas nessas instituições.

Assim como muitos manicômios, o hospital psiquiátrico no filme é


mostrado como um lugar sombrio, onde os pacientes são tratados
com crueldade e isolados da sociedade.

A obra ressalta a necessidade de reformas na psiquiatria, tratando as


questões de saúde mental com mais compreensão e humanidade.

A comparação evidencia a persistência de problemas no sistema de


saúde mental, destacando a importância da busca por tratamentos
mais humanizados e eficazes.
Manicômios x Clínicas Psiquiátricas

Manicômios eram instituições históricas que adotavam uma abordagem


asilar, isolando os pacientes e frequentemente submetendo-os a
tratamentos desumanos, como eletrochoque e confinamento.

O foco estava na contenção dos pacientes, e o ambiente era


frequentemente superlotado e precário.

Por outro lado, as clínicas psiquiátricas representam uma abordagem


mais moderna e ética no tratamento de doenças mentais.

Elas enfatizam a reabilitação e o tratamento humanizado, visando a


promoção do bem-estar dos pacientes e sua reintegração na sociedade.

As instalações são projetadas para atender às necessidades dos


pacientes e proporcionar um ambiente acolhedor e terapeuticamente
eficaz.

Os tratamentos nas clínicas psiquiátricas são baseados em abordagens


modernas, e estão sujeitas a regulamentações rigorosas e supervisão.
Métodos de Tratamento - Eletrochoque

A terapia de eletrochoque era um procedimento psiquiátrico utilizado


em manicômios e hospitais psiquiátricos que envolvia a aplicação de
correntes elétricas ao cérebro do paciente com o objetivo de induzir
convulsões.

Acreditava-se que isso poderia tratar doenças mentais, embora tenha


sido amplamente criticado por seu uso excessivo e efeitos colaterais
prejudiciais, como perda de memória e trauma.

Hoje, a terapia de eletrochoque é aplicada de forma muito mais


controlada e é conhecida como Eletroconvulsoterapia (ECT), usada em
situações específicas para tratar certos distúrbios mentais graves.

Em parte, isso se deve ao estigma associado à ECT devido a


representações negativas em filmes e literatura, bem como às
preocupações éticas relacionadas aos possíveis efeitos colaterais,
como perda de memória
Referências

https://jus.com.br/artigos/84284/resenha-sobre-o-filme-bicho-de-sete-cabecas-a-partir-do-olhar-do-direito

https://observatorio3setor.org.br/noticias/holocausto-brasileiro-tortura-fome-e-60-mil-mortes-em-hospicio/

https://www.momentumsaga.com/2019/07/resenha-holocausto-brasileiro-de-daniela-arbex.html

https://books.scielo.org/id/p26q6/pdf/portocarrero-9788575413883-07.pdf

Agradecimentos pelo
Trabalho

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