O documento descreve o pronunciamento desastroso do Diretor Geral de Saúde Pública Carlos Seidl durante a pandemia de gripe espanhola no Brasil em 1918, no qual minimizou a gravidade da doença, contrariando a ciência. Após o pronunciamento, o povo foi às ruas protestando e uma semana depois Seidl foi demitido pelo presidente devido à sua gestão irresponsável da crise sanitária.
O documento descreve o pronunciamento desastroso do Diretor Geral de Saúde Pública Carlos Seidl durante a pandemia de gripe espanhola no Brasil em 1918, no qual minimizou a gravidade da doença, contrariando a ciência. Após o pronunciamento, o povo foi às ruas protestando e uma semana depois Seidl foi demitido pelo presidente devido à sua gestão irresponsável da crise sanitária.
O documento descreve o pronunciamento desastroso do Diretor Geral de Saúde Pública Carlos Seidl durante a pandemia de gripe espanhola no Brasil em 1918, no qual minimizou a gravidade da doença, contrariando a ciência. Após o pronunciamento, o povo foi às ruas protestando e uma semana depois Seidl foi demitido pelo presidente devido à sua gestão irresponsável da crise sanitária.
afrontou a sociedade, atacou a imprensa, menosprezou a pandemia - e, é claro, ofendeu a inteligência dos ouvintes. Só poderia marcar o início do fim da carreira e pavimentar a trilha que levaria à morte política do sujeito que, mesmo em meio à uma gravíssima crise de saúde púbica, fora capaz de pronunciar palavras tão despropositadas.Até quem não desconhecida o despreparo e o destempero do chefe foi surpreendido por mais aquela demonstração pública de estupidez.
Tão logo terminou pronunciamento, as notícias se espalharam com
a rapidez do vírus e o povo foi às janelas bater panelas, exigindo o afastamento daquele ser abjeto. Uma semana ainda se passaria, mas ao raiar do sétimo dia, ele enfim caiu.
Aconteceu mesmo, e foi assim. Na esteira da I Guerra Mundial, a
gripe espanhola disseminou-se com ferocidade letal pelo planeta. O vírus chegou ao Brasil a bordo do navio inglês S.S. Demerara que, após escala no Recife, aportou no Rio de Janeiro em 21 de setembro de 1918. Em uma semana, já eram mais de mil os infectados. Então, no dia 10 de outubro, quando o caos e o pânico se alastravam pela capital federal, o Diretor Geral de Saúde Pública - o ministro da Saúde nos dias de hoje - convocou a comunidade médica e a imprensa para um pronunciamento, na Academia Nacional de Medicina.
Para a surpresa geral, pôs-se a defender a "benignidade da gripe".
Disse, com todas as letras: "Trata-se de influenza pura e simples, e não influenza espanhola". Ou seja: uma gripezinha. Os cientistas se arrepiaram. Mas ele prosseguiu: "O sensacionalismo da imprensa, em seu vil afã de vender jornais, amplifica o pânico irresponsavelmente". Mas e as 20 mil pessoas já contaminadas só no Rio? "Números infundados, sem comprovação", disse Seidl. Mas, indagou um repórter, quanto ao fato de ele, Seidl, ter requisitado a única lancha da capitania para "um que seu amigo retirasse pessoas de sua amizade do vapor Itassucê", que aportara na Guanabara "coalhado de enfermos, antes que os inspetores da Profilaxia dos Portos pudessem expurgar o navio e isolar os doentes?". Foi a gota d´água. Seidl encerrou abruptamente o encontro e retirou-se da Academia. No dia 17 de outubro de 1918, atendendo ao "clamor popular e a indignação da classe médica e aos alertas da imprensa", o presidente Venceslau Brás chamou Carlos Seidl ao Palácio do Catete e o demitiu sumariamente. Antes de retirar-se para submergir na história nacional da infâmia, Seidl ainda fez um último alerta ao presidente: "A melhor forma de combater essa epidemia no Brasil é fazer calar a imprensa sensacionalista."
Um homem virulento, resgatado agora da lata de lixo da história