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Disciplina: Biologia
Professores: Mayrondo Pacheco e Luciane
hospedeiro), Neves
quando
Tema: Vírus são chamados de vírion.

1. CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS

A palavra vírus derivada do latim virus que


significa “veneno” ou “toxina”, são organismos
microscópicos pequenos que possuem
um tamanho que pode variar de cerca de 20 a
300 nm. Os vírus não são considerados seres
vivos, uma vez que eles não possuem
células, ou seja, são acelulares, sendo assim,
são parasitas intracelulares obrigatórios, pois
só conseguem reproduzir-se no interior de
uma célula hospedeira e não possuem
metabolismo próprio independente do
hospedeiro. No entanto, apresentam material
genético e são capazes de sofrer mutações Figura 1. Diferença entre os vírus envelopados e não
ao longo do tempo, ou seja, são capazes de envelopados.
evoluir.

2. ESTRUTURA DOS VÍRUS Os ácidos nucléicos podem ser do tipo ácido


desoxirribonucleico (DNA) ou ácido
A estrutura básica dos vírus é composta de
ácido nucléico e um envoltório feito de ribonucleico (RNA). O padrão mais comum
proteínas, chamado de capsídeo. Ao conjunto que encontramos na natureza em todos os
dos ácidos nucleicos com o capsídeo
chamamos de nucleocapsídeo. Alguns vírus, organismos é de duas fitas de DNA
no entanto, possuem além do nucleocapsídeo complementares (DNA dupla fita) e uma fita
um envoltório mais externo de natureza
fosfolipídica chamado de envelope. O de RNA (RNA fita simples). Os vírus, no
envelope é derivado da membrana celular do
entanto, fogem a essa regra e podem ter
hospedeiro, quando da saída do vírus ao final
do ciclo de replicação. Falamos, portanto, de tanto RNA de fita dupla quanto DNA de fita
vírus nus (sem envelope) e envelopados (com
simples. Existem ainda vírus que podem ter
envelope. FIGURA 1.
DNA e RNA em momentos diferentes da fase
de sua replicação, os chamados retrovírus
(ex.: vírus HIV) e hepadnavírus (causador da
hepatite B). Estes vírus precisam converter

Existe uma distinção também quando nos DNA →RNA → DNA (hepadnavírus) ou RNA →
referimos aos vírus no ambiente externo (fora
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DNA → RNA (HIV) utilizando uma enzima usando suas próprias células como
ferramentas de produção. O processo de
muito especial chamada transcriptase replicação ocorre em cinco etapas: Adsorção,
reversa, codificada pelo próprio genoma viral. entrada e liberação de material genético,
replicação e expressão genética, Montagem,
É importante ressaltar que um vírus sempre Liberação.
vai ter apenas um tipo de ácido nucléico em
um dado momento e que o conjunto total de
Figura 2. Ciclo de vida resumido dos vírus.
ácidos nucléicos de um vírus é chamado de
★ Adsorção
genoma.
Na adsorção, ocorre a ligação do vírus com a
3. CLASSIFICAÇÃO DOS VÍRUS célula hospedeira, num processo bastante
específico, o que significa que cada vírus
Os vírus são classificados de acordo com o infecta em geral um ou poucos hospedeiros.
tipo de ácido nucleico, de acordo com a forma Isso ocorre porque envolve o reconhecimento
do capsídeo e também pelos organismos que por parte do vírus de que ele encontrou uma
eles são capazes de infectar. célula adequada, que acontece por ligação
entre moléculas do capsídeo ou envelope do
⮚ Adenovírus: formados por DNA.
vírion com moléculas da superfície da célula.
⮚ Retrovírus: formados por RNA.
Estas moléculas podem ser carboidratos,
⮚ Arbovírus: transmitidos por insetos.
proteínas, glicoproteínas, Lipídeos ou
⮚ Micrófagos: vírus que infectam fungos.
lipoproteínas, por exemplo.
⮚ Bacteriófagos: vírus que infectam
bactérias. ★ Entrada e liberação do material
genético
4. REPRODUÇÃO DOS VÍRUS
Após o reconhecimento, ocorrem alterações
A replicação viral refere-se ao processo pelo na célula que permitem a penetração dos
qual um vírus se reproduz dentro de um ácidos nucléicos (nos procariotos) ou mesmo
organismo vivo. Isso geralmente envolve o vírion inteiro (nos eucariotos) no interior da
transformar as células infectadas em fábricas célula. No caso de vírus que infectam
de vírus, que fabricam cópias do código procariontes, por exemplo, isto pode envolver
genético do vírus e as expulsam para se a ação de enzimas do vírus no rompimento da
espalharem para o corpo do hospedeiro, parede celular bacteriana (lisozimas) e
injeção do genoma do vírus na célula. Em
eucariotos, o vírus entra inteiro na célula, o
que ocorre pela fusão do envelope com a
membrana celular da célula hospedeira ou
endocitose do vírus. Seja por qual via for,
ocorre então a separação dos ácidos
nucléicos do capsídeo.

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★ Replicação e expressão genética vida: o lisogênico e o lítico.

Uma vez dentro das células, o material ★ Lisogênico


genético do vírus pode seguir vários
caminhos: pode codificar a expressão de No ciclo lisogênico, o vírus invade a célula
proteínas do vírus ou ser replicado para e ocorre a fusão entre os DNAs das
formar novas partículas virais. Alguns vírus de estruturas, formando uma nova estrutura
DNA conseguem integrar seu genoma no denominada prófago. Assim, quando as
genoma do hospedeiro, e seguir sendo células se multiplicam, todas elas estarão
multiplicado junto com as divisões celulares infectadas pelo DNA viral. Na forma de
normais da célula, sem causar-lhe maiores prófase, o vírus não exerce danos a célula
danos. Isso é chamado de ciclo lisogênico. hospedeira, ficando em estado latente até que
Vírus que iniciam de pronto sua replicação ou em uma das bactérias produzidas sejam
que saíram do ciclo lisogênico realizam o ciclo formadas unidades virais inteiras, iniciando
chamado de lítico, que envolve a morte da assim o ciclo lítico.
célula hospedeira para a liberação dos vírus.
★ Lítico
★ Montagem
No ciclo lítico ocorre a invasão do vírus na
Após a produção de todos os componentes célula onde se multiplica até rompê-la. O
necessários para os novos vírus, ocorre a primeiro momento do ciclo se dá no contato
fase da montagem. Nesta fase as proteínas entre o vírus e a parede da bactéria. Em
do capsídeo são agrupadas e o material seguida, é liberada da cauda do vírus,
genético é empacotado dentro do capsídeo. enzimas denominadas lisozimas capazes de
digerir parte da parede da bactéria e
produzem uma abertura na parede celular por
onde introduzirá seu DNA na célula
hospedeira. Uma vez dentro da célula
hospedeira, o DNA passa a comandar as
★ Liberação atividades metabólicas dessa célula fazendo
com que ela replique o DNA depositado em
Na fase final, ocorre o rompimento da célula e
seu interior e sintetize as outras partes do
liberação e transmissão dos vírus. No caso
vírus dando forma a um novo vírus. Esse
de vírus envelopados, o envelope forma-se a
processo ocorre até que a célula se rompa e
partir da saída através da membrana celular
libere os novos vírus no organismo.
do hospedeiro. Uma vez fora do hospedeiro,
são chamados novamente de vírions e estão
aptos a infectar novos hospedeiros.
Dependendo do vírus, podem ser liberados de
poucos a milhares de partículas virais no
exterior.

5. CICLO DE VIDA
Os vírus apresentam dois diferentes ciclos de

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objetos contaminados (seringa, gilete e etc);


relação sexual e beijo.

A transmissão vertical ocorre através da


passagem do patógeno da mãe para o bebê
durante a gestação e/ou trabalho de parto
(contato com as secreções cérvico-vaginais e
sangue materno) ou durante a amamentação.

● Início da infecção:
Figura 3. Diferença entre o ciclo lítico e lisogênico.
Para que a infecção ocorra com sucesso é
6. PATOGENIA DAS INFECÇÕES VIRAIS necessário de três fatores importantes:
Patogênese ou patogenia viral são etapas ou 1) Quantidade de inóculo suficiente para
mecanismos envolvidos no desenvolvimento iniciar a infecção.
de uma doença. O prefixo “pato” do grego 2) Ter células acessíveis, suscetíveis
pathos, significa doença ou sofrimento. Este (com receptores) e permissivas (célula
prefixo é utilizado em diversos termos para ter os produtos usados na replicação
definir processos envolvidos em doenças. viral).
3) Defesa local do hospedeiro ausente ou
★ Patógeno: Agente infeccioso capaz de
ineficiente. Vírus x defesa imunológica
causar doenças.
★ Patologia: Estudo das modificações
produzidas pela doença.
★ Patogenicidade: Capacidade de um
agente infectar o hospedeiro e causar
doença.
★ Virulência: Expressar o grau de
patogenicidade ou gravidade da ● Rotas de entrada dos vírus:
doença
Existem várias portas de entrada dos vírus,
● Transmissão dos vírus:
são elas as mucosas, a pele e o sangue.
Transferência de um agente etiológico
As mucosas são tecidos imunologicamente
animado de uma fonte primária de infecção
ativos, onde são encontrados células de
para um novo hospedeiro. A transmissão
defesas com diversas funções efetoras como
pode ser de dois tipos: horizontal e vertical.
os linfócitos T e B, NK, macrófagos e células
Na transmissão horizontal, ocorre a dendríticas. Todas com função de evitar as
transmissão do agente de um indivíduo para entradas dos patógenos, seja destruindo-os
outro, da mesma espécie ou não, através do ou destruindo as células infectadas.
contato direto ou indireto.
E a mucosa do trato respiratório é uma das
Ex.: Gotículas e aerossóis; alimento ou rotas mais comuns de infecção. Por ser uma

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transmissão fácil que ocorre através da O genoma viral pode permanecer por
eliminação dos perdigotos (aerossóis) durante longos períodos (Inf. crônica, lenta e
a fala e respiração. Outra rota comum de latente).
entrada e disseminação é a do trato ★ Infecções abortivas: ocorre a
gastrointestinal, apesar de ser um ambiente infecções celular, mas não a replicação
hostil com variações de PH, existem vírus completa, devido a falta de alguma
capazes de vencer essas barreiras. Além do maquinaria celular necessária para a
trato urogenital, que apesar de ser bem replicação viral.
protegido, a infecção pode ocorrer através de
pequenas lesões provocadas durante o ato
sexual.
● Excreção dos vírus no organismo
Em relação à pele, a derme a epiderme
possui a imunidade inata atuando, além de A excreção dessas partículas geralmente
apresentarem células diferenciadas ocorre pelas mesmas rotas de entrada. Desse
chamadas de queratinócitos que atuam como modo, o vírus é eliminado pelo organismo
uma camada protetora. Sua transmissão através das secreções respiratórias, pelo trato
ocorre através de pequenas lesões na pele. E geniturinário, pelas fezes, pelo leite materno,
nesse órgão, pode-se ter infecções pelo sangue e pela pele. É importante sempre
diferenciadas, quando ocorre a nível de ter em mente que qualquer contato com
epiderme (camada mais externa), geralmente material biológico, possui um risco de ocorrer
é uma infecção localizada. No entanto, se o alguma infecção, já que não se sabe se esse
material está infectado ou não.
vírus consegue alcançar a derme, onde se
encontra vasos sanguíneos, as infecções
passam a ser disseminadas. Se essa
partícula atinge o sistema linfático, ela 7. RETROVÍRUS
consegue chegar na corrente sanguínea e,
consequentemente, ocorre a viremia, que é Os retrovírus são um grupo de vírus de RNA
quando a partícula viral passa a circular no que se replicam para produzir DNA a partir do
sangue do hospedeiro podendo atingir seu RNA, usando uma enzima denominada
diversos órgãos. transcriptase reversa. O DNA produzido é
então incorporado ao genoma do hospedeiro.
● Padrões de infecção Normalmente, as informações genéticas
seguem um fluxo do DNA para o RNA e então
Quando a partícula viral infecta o indivíduo,
para proteínas, ao inverter esse processo, a
ela não se comporta da mesma forma,
transcriptase reversa faz uma cópia de um
existem certos padrões que variam de acordo
DNA de fita dupla, denominado DNA
com a dinâmica do processo infeccioso.
complementar (cDNA) a partir do genoma de
★ Infecções agudas: indica a produção RNA viral de fita dupla. Todos os retrovírus
rápida de vírus seguida da resolução e humanos compartilham várias similaridades
eliminação (completa) rápida da em relação à estrutura, à organização
infecção pelo hospedeiro. genômica e ao modo de replicação. Os
★ Infecção persistente: as partículas retrovírus pertencem à família Retroviridae,
virais não são eliminadas rapidamente. que infecta aves e mamíferos. A família

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contém sete gêneros, são eles e suas torno de 2,5 milhões com 1,7 milhões de
respectivas espécies: mortes. Mais de 95% dos casos são em
países com populações de renda média e
❖ Alpharetrovírus: Vírus do sarcoma de baixa, sendo a África ao sul do Saara. O HIV
Rous que tem galinhas como 1 é o maior responsável por essa pandemia,
hospedeiro. enquanto o HIV 2 continua confinado à costa
❖ Betaretrovírus: Vírus do tumor mamário oeste da África.
de camundongos.
❖ Gammaretrovírus: Vírus da leucemia Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids.
Murina em camundongos. Há muitos soropositivos que vivem anos sem
❖ Deltaretrovírus: Vírus linfotrópico T apresentar sintomas e sem desenvolver a
humano doença. Mas podem transmitir o vírus a outras
❖ Epsilonretrovírus: Vírus do sarcoma pessoas pelas relações sexuais
dérmico de Walleye desprotegidas (vaginal, anal e oral), pelo
❖ Lentivírus: Vírus da compartilhamento de seringas contaminadas
imunodeficiência humana (HIV). ou de mãe para filho durante a gravidez e a
❖ Spumavirus: Vírus espumosos dos amamentação, quando não tomam as devidas
símios. medidas de prevenção. Por isso, é sempre
importante fazer o teste e se proteger em
O vírus é transmitido por contato direto com todas as situações.
fluidos corporais infectados, por relação
sexual desprotegida, agulhas infectadas e por ● Replicação viral
transmissão vertical (de mãe para filho) e a
grande maioria dos indivíduos infectados são O HIV, através de suas glicoproteínas de
assintomáticos. superfície, adere à célula hospedeira e
introduz seu material genético no citoplasma
Os retrovírus, assim como outros vírus,
possuem a característica de produzir da célula. A enzima viral transcriptase reversa
infecções latentes e persistentes, transforma a dupla fita de RNA viral em DNA
caracterizadas por longos períodos de pró-viral, que migra até o núcleo da célula
incubação e crescimento lento das hospedeira unindo-se ao seu material
quantidades de vírus nas células infectadas,
genético. Ocorre o processo de transcrição,
isso permite que eles permaneçam
assintomáticos por um longo período até que pelo qual se formam novas moléculas de RNA
a doença associada comece a apresentar os viral, as quais migram até o citoplasma e, por
sintomas. ação da enzima viral protease, se unem aos
demais componentes virais, havendo a
Entre os retrovírus de interesse humano está
o HIVs (Human acquired immunodeficiency formação de um novo HIV.
virus) 1 e 2, desencadeiam a AIDS (síndrome
da imunodeficiência adquirida), que atinge
principalmente os linfócitos TCD4 +. Estima-
se que 34 milhões de pessoas estão
infectadas em todo o globo, e que o número
de novas infecções pelo HIV em 2011 foi em

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prevenir a transmissão vertical.

8. ARBOVÍRUS
Arbovírus são vírus transmitidos por
artrópodes (Arthropod-borne vírus) e são
assim designados não somente pela sua
veiculação através de artrópodes, mas,
principalmente, pelo fato de parte de seu ciclo
replicativo ocorrer nos insetos. São
transmitidos aos seres humanos e outros
animais pela picada de artrópodes
hematófagos. Os arbovírus que causam
doenças em humanos e outros animais de
sangue quente são membros de cinco
famílias virais: Togaviridae (chikungunya,
Mayaro), Flaviviridae (febre do oeste do Nilo,
encefalite japonesa, febre amarela, dengue,
● Tratamento zika), Reoviridae (febre do carrapato do
No Brasil, todas as pessoas diagnosticadas Colorado) e Bunyaviridae (febres de Crimean-
com HIV recebem tratamento gratuito pelo Congo e Rift Valley). Para os vírus que estão
Sistema Único de Saúde. O tratamento traz sublinhados, o principal vetor é o Aedes
vários benefícios: diminui as complicações aegypti.
relacionadas às infecções pelo HIV, reduz a As arboviroses têm se tornado importantes e
transmissão do vírus, melhora a qualidade de constantes ameaças em regiões tropicais
vida da pessoa e diminui a mortalidade. devido às rápidas mudanças climáticas,
● Prevenção desmatamentos, migração populacional,
ocupação desordenada de áreas urbanas,
Para prevenir-se contra o contágio pelo vírus precariedade das condições sanitárias que
HIV, deve-se tomar algumas precauções, favorecem a amplificação e transmissão viral.
como: São transmitidas pelo sangue de pacientes
★ Uso de preservativos, masculino ou virêmicos, por insetos hematófagos, o que
feminino, em todas as relações não deixa de ser uma preocupação na
sexuais; doação de sangue em áreas endêmicas.
★ Uso de seringas e agulhas ● Família Flaviviridae
descartáveis;
★ Não compartilhar materiais É composta por três gêneros: Flavivirus,
perfurocortantes; Pestivirus e Hepacivirus. Desses três gêneros
★ Controle do sangue e derivados para o mais importante para humanos é o
uso em transfusões; Flavivirus que provocam febre, dor de cabeça
★ Adoção de cuidados na exposição a e febre hemorrágica. Este gênero envolve os
material biológico; vírus do oeste do Nilo, encefalite japonesa,
★ Realização de pré-natal adequado para

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febre amarela, dengue e zika imaturas.


A partícula dos flavivírus possui um capsídeo Essas novas partículas virais são
proteico com simetria icosaédrica, envolvido encaminhadas para o complexo de Golgi,
por um envelope lipídico onde estão inseridas onde a proteína prM é clivada pela furina
as proteínas de membrana e espículas de celular, dando origem a proteína M madura,
natureza glicoproteica, o envelope é tornando a partícula viral madura, ou seja,
proveniente da membrana do retículo capaz de infectar outras células. Em seguida,
endoplasmático da célula hospedeira, onde os novos vírions são liberados na fase final da
acontece a montagem do vírus. O genoma via secretória dependente de Golgi. O fato
dos flavivírus é formado por RNA de fita desse processo de maturação ocorrer pouco
simples de polaridade positiva, contendo antes da liberação dos novos vírions é
aproximadamente 11 kb. O RNA dos importante para evitar que estes promovam
Flavivirus, por ser de fita simples e com fusão com membranas da mesma célula onde
orientação positiva, já serve como RNA foram montados.
mensageiro (mRNA).
O ciclo do vírus é iniciado com a interação
de proteínas específicas com receptores
celulares. Em seguida, a partícula viral
penetra na célula por endocitose. No
endossomo proteínas específicas do vírus
responde à diminuição do pH mudando de
conformação para promover a fusão do
envelope viral com a membrana endossomal.
Assim, o nucleocapsídeo é liberado no
citoplasma e dissociado, liberando o RNA
genômico. Esse fenômeno ocorre com mais
frequência próximo às estruturas do retículo
endoplasmático, onde o RNA é traduzido na
poliproteína viral, ancorada à membrana do
retículo. As proteases virais e celulares fazem
a clivagem liberando os polipeptídeos
funcionais. Essas proteínas produzidas nas
primeiras etapas de tradução auxiliam na Figura 5. Replicação resumida dos Flavivirus
síntese de RNA de fita simples com ● Febre Amarela
orientação negativa, que serve como molde
para a síntese de novas fitas de RNAs Esse vírus é originário da África e surtos
genômicos (RNA+). Os novos RNAs epidêmicos fora desse continente começaram
genômicos interagem com as estruturas pré- a ser registrados no século 17, como por
capsídicas para formar novos exemplo: 1647 – Barbados, 1648 – Yucatán,
nucleocapsídeos. Estes, são envelopados por México, 1668 – Nova Iorque, EUA e 1685 –
porções de membrana do retículo Recife, Brasil. Esses eventos foram resultado
endoplasmático já contendo as proteínas prM da intensificação da navegação, com o
e E, gerando novas partículas virais, ainda mosquito e pessoas infectadas sendo

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transportados de um continente a outro. diferenciais em relação à gripe são: febre


acima de 38ºC, desânimo, dor de cabeça e
O vírus da febre amarela é o vírus modelo
nos olhos, dor no corpo e resfriado.
dentro do gênero Flavivirus, e tem um ciclo
que O vírus da dengue é transmitido ao homem
pela picada de mosquitos do gênero Aedes, e
envolve circulação em animais silvestres e
circulam na forma de quatro sorotipos: DENV-
pode ser transmitido ao homem. A infecção
1 a DENV-4.
em humanos
Pesquisas apontam que o vírus dengue tem
pode gerar um ciclo urbano tendo como vetor
origem na península malaia, tendo passado
o Aedes aegypti.
de um ciclo silvestre para o homem. A
movimentação do homem pelo mundo (meios
de transporte como navios, principalmente)
fez com que este vírus se espalhasse para
todas as regiões tropicais e subtropicais do
planeta, onde ocorrem condições adequadas
para reprodução dos mosquitos vetores.
Ainda não existem antivirais aprovados para o
tratamento da dengue mas há um intenso
trabalho de pesquisa, e alguns fármacos com
efeito em modelos animais. Quanto à
Figura 6. Ciclo do vírus da febre amarela. prevenção, também há um trabalho intenso
para o desenvolvimento de vacinas.
O vírus da febre amarela tem esse nome
devido à lesão hepática e icterícia que causa ● ZIKA
no hospedeiro humano. O período de Esse flavivírus foi assim nomeado por ter sido
incubação é de 3 a 6 dias, e os sintomas são: isolado pela primeira vez nas imediações da
febre, dor de cabeça, calafrios, dores nas floresta Zika em Uganda em 1947, por
costas, fadiga, perda de apetite, dor muscular, pesquisadores americanos. Verificou-se que
náusea e vômito. Na maioria dos casos há tem um ciclo silvestre o macaco-mosquito-
recuperação (3 a 4 dias). Não existe macaco, provocando a contaminação
tratamento para essa doença, mas é ocasional de humanos. Posteriormente, casos
disponível a forma eficiente de prevenção por em humanos foram confirmados
imunização com a vacina baseada na forma consistentemente em 1952, em Uganda e
atenuada. Nigéria. A sintomatologia é similar a da
● Dengue dengue, porém mais suave.

Outro Flavivirus importante é o vírus da Os países onde até agora foi demonstrada
dengue, que causa uma doença febril aguda, transmissão do Zika, estendem-se na faixa
de gravidade variável. A dengue foi a equatorial do planeta. Uma preocupação é
segunda doença que demonstrou-se ser com a velocidade de transmissão, o que pode
transmitida por mosquitos (1907). A estar relacionado aos vetores. Além do Aedes
prevalência e surtos epidêmicos de dengue aegypti, outros mosquitos do gênero Aedes
são muito elevados no Brasil, e os sintomas

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Vírus BIOLOGIA

podem transmiti-lo: A. africanus, A. apico


argenteus, A. furcifer, A. hensilli, A.
luteocephalus e A. vittatus. Foi encontrado
também no mosquito comum, Culex, mas
ainda não foi mostrado que transmite. Além
da transmissão por mosquitos, o vírus Zika
pode ser transmitido por via sexual, durante a
gravidez e parto, e por transfusão de sangue.

● Família Togaviridae
Os vírus da família Togaviridae infectam
humanos, mamíferos e aves. São 32 espécies
subdivididas em dois gêneros: Alphavirus
(mosquitos são os vetores). Provocam
artrites, encefalites, febre. Ex.: Chikungunya,
Mayaro. Rubivirus (respiratórios, transmissão
pela saliva): rubéola.
São vírus de RNA fita simples linear de Figura 7. Ciclo geral da família Togaviridae.
polaridade positiva, de aproximadamente 11
kb, com simetria icosaédrica e envelopados. ● Chikungunya

Como no caso dos Flavivírus, o genoma Chikungunia significa postura curvada na


codifica para uma poliproteína, porém essa língua Makonde, etnia que vive numa região
poliproteína não é traduzida a partir do de fronteira entre Moçambique e Tanzânia. O
genoma de forma integral. Há uma primeiro surto por esse vírus (figura 21) foi
poliproteína traduzida a partir do genoma que registrado em 1779. Após um período de um
contém os genes não estruturais codificados a doze dias de incubação ocorrem os
mais próximo ao terminal 5’, envolvidos na sintomas com febre alta e dor nas juntas,
replicação. Posteriormente a RNA polimerase podendo também ocorrer dor de cabeça e
dependente faz uma cópia do genoma, de fadiga, além de erupção cutânea (figura 22).
polaridade negativa, e a usa tanto para fazer Essa sintomatologia é debilitante e requer
um mRNA menor (mRNA 26S) que codifica assistência médica, levando em muitos casos
para as proteínas estruturais, quanto os a uma doença crônica com intensa artralgia.
novos genomas do vírus (mRNA 49S). A Esse vírus é prevalente em vários países,
estratégia de replicação dos Togavírus está atingindo uma região total que se sobrepõe
apresentada a seguir. aproximadamente à atingida pela dengue
(figura 23).
Ainda não há vacina contra o vírus e o
tratamento é paliativo, à base de analgésicos.
Aparentemente o uso de anti-inflamatórios
exacerba a doença e deve ser evitado. É
fundamental para enfrentar esse vírus, o

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Vírus BIOLOGIA

investimento em métodos de diagnóstico, o 100 milhões de pessoas na Europa, Japão e


desenvolvimento de vacinas e de antivirais. Estados Unidos, causando anualmente a
morte de cerca de 20 a 40 mil pessoas
somente neste último país. O agente
9. VIROSES RESPIRATÓRIAS etiológico é o Myxovirus influenzae, ou vírus
da gripe, são pleomórficos, possuem
As viroses respiratórias são provocadas pelo capsídeo helicoidal e são partículas
vírus da gripe, chamado vírus Influenza, ou envelopadas de RNA simples segmentadas
pelos vários vírus que provocam o resfriado (tipos A e B: 8 segmentos; tipo C: 7
comum, entre eles: Rinovírus, Adenovírus, segmentos; segmentos não idênticos -
Vírus sincicial respiratório, Coronavírus, rearranjos cromossômicos) . Este subdivide-
Parainfluenza. se nos tipos A, B e C, sendo que apenas os
do tipo A e B apresentam relevância clínica
Entre os sintomas mais comuns das viroses em humanos, e o tipo A é o mais importante e
respiratórias podemos citar: responsável por grandes pandemias.

★ Febre. O vírus influenza apresenta altas taxas de


★ Espirros. mutação, o que resulta frequentemente na
★ Coriza. inserção de novas variantes virais na
★ Sinusite. comunidade, para as quais a população não
★ Tosse. apresenta imunidade. São poucas as opções
★ Conjuntivite. disponíveis para o controle da influenza.
★ Dor de cabeça. Dentre essas, a vacinação constitui a forma
★ Dor de garganta. mais eficaz para o controle da doença e de
★ Dor no corpo. suas complicações. Em função das mutações
★ Cansaço. que ocorrem naturalmente no vírus influenza,
★ Mal-estar generalizado. recomenda-se que a vacinação seja realizada
anualmente.

Cabe salientar que o paciente não precisa O ciclo replicativo do vírus Influenza inicia-se
apresentar todos os sintomas listados acima quando uma partícula viral entra em contacto
para ter uma virose. Um paciente que com a célula-alvo. A ligação entre o vírus e a
apresenta apenas coriza, espirros, dor de célula é possível devido à afinidade aos
cabeça e cansaço já apresenta um quadro receptores que vai induzir a entrada do vírus
bastante rico para o diagnóstico de virose na célula por endocitose mediada por
respiratória. receptores formando um endossoma. Os
endossomas vão ser acidificados no
citoplasma até pH = 5.0, provocando a
● Influenzavírus
clivagem de proteínas ligadas à membrana do
vírus e o desempacotamento do vírus. Em
A influenza é uma doença infecciosa aguda seguida ocorre a fusão da membrana do
de origem viral que acomete o trato endossoma com a membrana do vírus,
respiratório e a cada inverno atinge mais de libertando o nucleocapsídeo. Todos os

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Vírus BIOLOGIA

segmentos são transportados para o núcleo CoV-2, conhecido popularmente também


onde vão ser transcritos. O RNA viral é então como o novo coronavírus. Este vírus
copiado em mRNAvirais. Os mRNAs que emergente iniciou sua onda de infecção em
codificam as proteínas de membrana são uma província chinesa, Wuhan,
traduzidos por ribossomas no retículo especificamente em um mercado de vendas
endoplasmático. Posteriormente estas de animais silvestres, no final do ano de 2019.
proteínas vão entrar na via de secreção do E desde então, ele tem se espalhado para o
hospedeiro, sofrendo glicolisação no mundo todo, e no mês de março de 2020, a
Complexo de Golgi. Todos os outros mRNAs Organização Mundial da Saúde decretou o
vão ser traduzidos por ribossomas estado de pandemia, ou seja, teve-se a
citoplasmáticos. As proteínas sintetizadas são ocorrência de diversos surtos em várias
transportadas para o núcleo formando regiões do planeta. A doença provocada por
nucleocapsídeos. Em seguida são esse vírus ficou conhecida como COVID-19,
transportados até a membrana plasmática, do inglês, coronavírus disease 2019.
formando posteriormente o envelope. O
empacotamento é completado pela A doença apresenta sintomas semelhantes à
incorporação (“budding”) da membrana gripe, podem envolver sinais clínicos como
plasmática que ao fechar-se liberta os viriões febre alta, calafrios, dor de cabeça, mal-estar,
recém-sintetizados. coriza, tosse, dor de garganta, falta de ar e
dificuldade para respirar. Alguns pacientes
apresentam diarreia e em alguns casos
podem apresentar infecções das vias
respiratórias inferiores como a pneumonia,
que ocorre na maioria dos casos de síndrome
respiratória aguda grave. O período médio de
incubação do coronavírus é de dois a sete
dias, podendo chegar a catorze dias. A
transmissão viral ocorre enquanto persistirem
os sintomas. Apesar da transmissibilidade dos
pacientes infectados por SARS-CoV ser em
média de 7 dias após o início dos
sintomas.Dados preliminares do Novo
Coronavírus (COVID-19) sugerem que a
transmissão possa ocorrer, mesmo sem o
aparecimento de sinais e sintomas.Ou seja,
em pacientes assintomáticos ocorre a
Figura 8. Esquema simplificado do ciclo replicativo do transmissibilidade da mesma forma.
vírus Influenza. Adaptado de
www.micro.msb.le.ac.uk/335/orthomyxoviruses.html Entretanto, os coronavírus são antigos
conhecidos da humanidade. Uma
característica em comum de todos eles é que
● Coronavírus causam doenças respiratórias, desde casos
brandos e leves até complicações mais
Por conta da pandemia que estamos vivendo, severas. Muitas pessoas já se infectaram por
um dos grandes assuntos discutidos e um ou outro coronavírus ao longo de sua
abordados em todos os lugares é o SARS- vida, há vários que causam apenas uma

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Vírus BIOLOGIA

gripe, como é o caso do coronavírus LM63. virais, como receptores de superfície. A


Por outro lado, algumas variantes destes montagem final dos novos vírus ocorre no
causaram, no passado, sérios danos para a retículo endoplasmático e no complexo de
saúde pública. Golgi da célula hospedeira.

Os primeiros relatos deste vírus foram na Após a montagem, as partículas saem da


China, por conta da cultura do consumo de célula e estão prontas para infectar outras
animais silvestres. Se disseminou novas células.
rapidamente para doze países na América do
Norte, América do Sul, Europa e Ásia.

Estes vírus possuem um material genético de


RNA fita simples sentido positivo, ou seja,
serve diretamente para síntese proteica,
assim ocorre uma maior velocidade na
geração de novas cópias de vírus na célula
infectada. São envolvidos por uma capa
lipoproteica (membrana), além também da
presença de várias proteínas em sua
superfície, dentre elas está a Proteína Spike,
ou Proteína S, que é uma espícula
glicoproteica que se liga fortemente à enzima
ECA2, presente em nossas células, o que
torna sua infecção mais fácil. E é essa
proteína característica que faz com que os
coronavírus sejam nomeados assim: sua
conformação ao redor dos vírus lembra
ligeiramente uma coroa.

O ciclo reprodutivo do coronavírus inicia-se


com as proteínas específicas “spikes” no
envelope se ligando com aos receptores
celulares específicos, causando a endocitose
do vírus. Ao penetrar na célula humana, os
ribossomos da célula hospedeira traduzem as
Figura 9. Esquema simplificado do ciclo replicativo do
informações contidas neste material genético, coronavírus.
produzindo proteínas como a RNA polimerase
do vírus. Essa enzima replica o material A principal forma de contágio do vírus
genético do vírus dentro da célula hospedeira, respiratórios é pelo contato com uma pessoa
produzindo primeiro uma fita intermediária de infectada que transmite o vírus por meio de
RNA sentido negativo (sub-genômica) e, tosse, espirros e gotículas de saliva ou coriza,
depois, novas fitas com sentido positivo. por isso a uma grande importância da prática
Essas últimas vão compor novas partículas da higiene frequente, como realizar lavagem
virais, após serem associadas a proteínas das mãos com sabonete e álcool em gel,

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Vírus BIOLOGIA

cobrir a boca e o nariz quando tossir ou 3-Em relação aos vírus, marque “V” para
espirrar, utilizar lenço descartável para verdadeiras ou “F” para falsas:
higiene nasal, além de desinfectar objetos e
superfícies tocados diariamente. a) ( ) O material genético é de RNA.

Além disso, evitar o contato próximo com b) ( ) Vírus são agentes causadores de várias
pessoas, não compartilhar objetos pessoais e doenças em seres humanos.
ficar em casa como forma de isolamento
c) ( ) Possuem ribossomos e mitocôndrias
social são as maneiras mais adaptadas para
essenciais e típicas de seu metabolismo e
se proteger do contágio com o novo vírus.
reprodução.

d) ( ) Proteínas compõem suas cápsulas


10. EXERCÍCIOS externas.

1- Como se denomina o tipo de vírus que e) ( ) Reproduzem-se apenas no interior de


ataca bactérias? células vivas
a) Intracelular obrigatório.
b) Bactericida. 4-Um gel vaginal poderá ser um recurso para
c) Bacteriose. as mulheres na prevenção contra a aids. Esse
d) Bacteriófago. produto tem como princípio ativo um
composto que inibe a transcriptase reversa
2- Os vírus são minúsculos "piratas" viral. Essa ação inibidora é importante, pois a
biológicos porque invadem as células, referida enzima
saqueiam seus nutrientes e utilizam as
reações químicas das mesmas para se A) corta a dupla hélice do DNA, produzindo
reproduzir. Logo em seguida os descendentes um molde para o RNA viral.
dos invasores transmitem-se a outras células,
B) produz moléculas de DNA viral que vão
provocando danos devastadores. A estes
infectar células sadias.
danos, dá-se o nome de virose, como a raiva,
a dengue hemorrágica, o sarampo, a gripe, C) polimeriza molécula de DNA, tendo como
etc. molde o RNA viral.

De acordo com o texto, é correto afirmar: D) promove a entrada do vírus da aids nos
a) Os vírus utilizam o seu próprio metabolismo linfócitos T.
para destruir células, causando viroses.
b) Os vírus utilizam o DNA da célula E) sintetiza os nucleotídeos que compõem o
hospedeira para produzir outros vírus. DNA viral
c) Os vírus não têm metabolismo próprio.
5. (ENEM, 2011 PPL) Um grupo internacional
d) As viroses resultam sempre das
de cientistas achou um modo de “tapar o
modificações genéticas da célula hospedeira.
nariz” do mosquito do gênero Anopheles. As
e) As viroses são transcrições genéticas
aspas são necessárias porque o inseto fareja
induzidas pelos vírus que degeneram a
suas vítimas usando as antenas. Os cientistas
cromatina na célula hospedeira.
descobriram como ocorre a captação de
cheiros pelas antenas e listaram algumas

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Vírus BIOLOGIA

substâncias capazes de bloquear a detecção por doenças infectocontagiosas.


de odores que os mosquitos reconhecem. C) no uso da própolis como forma de
Essa descoberta possibilita, por exemplo, a prevenção de doenças como AIDS,
criação de um repelente muito mais preciso gripe H1N1 e dengue.
contra o inseto. D) no acesso ao tratamento de baixo
custo de “sapinho”, cáries e outras
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br.
doenças comuns em crianças.
Acesso em: 12 abr. 2010 (adaptado).
E) na introdução da própolis na
alimentação e nas práticas higiênicas
dos jovens para evitar doenças
inflamatórias.
Se a descoberta descrita no texto for
extensiva a outros insetos, pode ajudar a 7. (ENEM, 2016) A sombra do cedro vem se
combater algumas doenças no Brasil, como, encostar no cocho. Primo Ribeiro levantou os
por exemplo, ombros; começa a tremer. Com muito atraso.
Mas ele tem no baço duas colmeias de
a) dengue, febre amarela, doença de bichinhos maldosos, que não se misturam,
Chagas e leptospirose. soltando enxames no sangue em dias
b) malária, meningite, peste bubônica e alternados. E assim nunca precisa de passar
doença de Chagas. um dia sem tremer.
c) doença de Chagas, dengue, febre ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova
amarela e leishmaniose. Fronteira, 1984.
d) dengue, cólera, lepra e peste bubônica.
e) malária, dengue, cólera e leptospirose. O texto de João Guimarães Rosa descreve as
6. (ENEM, 2011 PPL) Própolis é uma resina manifestações das crises paroxísticas da
produzida pelas abelhas a partir de material malária em seu personagem. Essas se
extraído das plantas. Desde 1996, um grupo caracterizam por febre alta, calafrios,
da Universidade Federal de Minas Gerais sudorese intensa e tremores, com intervalos
(UFMG) dedica-se a estudar o uso de própolis de 48 h ou 72 h, dependendo da espécie de
em tratamentos bucais, pois se sabe que tem Plasmodium.
ações anti-inflamatória, antifúngica,
antibacteriana, cicatrizante e anestésica. Essas crises periódicas ocorrem em razão da
LIMA, A. Revista Minas Faz Ciência,
A) lise das hemácias, liberando
FAPEMIG, dez. 2008 a fev. 2009 (adaptado).
merozoítos e substâncias
denominadas hemozoínas.
B) invasão das hemácias por merozoítos
com maturação até a forma esquizonte.
Os estudos conduzidos pelo grupo de
C) reprodução assexuada dos
pesquisadores têm um cunho social
esporozoítos no fígado do indivíduo
interessante, porque podem resultar
infectado.
D) liberação de merozoítos dos
A) na prescrição médica da própolis para
hepatócitos para a corrente sanguínea.
prevenção de doenças crônicas.
E) formação de gametócitos dentro das
B) na prevenção e diminuição do contágio

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Vírus BIOLOGIA

hemácias. geral/prevencao-combinada/tratamento
VI. BMM 160 – Microbiologia Básica para
8. (ENEM, 2015) Euphorbia milii é uma planta Farmácia Prof. Armando Ventura Apostila
ornamental amplamente disseminada no de Virologia Retrovírus. Disponível:
Brasil e conhecida como coroa-de-cristo. O file:///C:/Users/SAMSUNG/Documents/Cur
estudo químico do látex dessa espécie sinho/Virus/Retrov%C3%ADrus%20e%20
forneceu o mais potente produto natural HIV.pdf
moluscicida, a miliamina L. VII. BMM 160 – Microbiologia Básica para
Farmácia Prof. Armando Ventura Apostila
MOREIRA, C. P S.; ZANI, C. L.; ALVES, T. M. de Virologia Febre amarela, dengue, zika e
A. Atividade moluscicida do látex de chikungunia. Disponivel:
Synadenium carinatum boiss. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/44
(Euphorbiaceae) sobre Biomphalaria glabrata 03873/mod_resource/content/1/Aula%205
e isolamento do constituinte majoritário. %20Flavivirus.pdf
Revista Eletrônica de Farmácia, n. 3, 2010 VIII. Características gerais e epidemiologia dos
arbovírus emergentes no Brasil . Nayara
(adaptado).
Lopes et al.
O uso desse látex em água infestada por http://scielo.iec.gov.br/pdf/rpas/v5n3/v5n3a
hospedeiros intermediários tem potencial para 07.pdf
atuar no controle da IX. https://www.mdsaude.com/doencas-
infecciosas/virose/
A) dengue. X. https://www.hospitalpuc-
B) malária. campinas.com.br/covid-19/biologia-e-
C) elefantíase. replicacao-do-coronavirus-implicacoes-
D) ascaridíase. para-sars-cov-2/
E) esquistossomose. XI. https://www.sanarmed.com/resumos-a-
familia-dos-coronavirus-e-o-novo-
representante-abordagem-sobre-o-sars-
cov-2-ligas
XII. http://home.uevora.pt/~sinogas/TRABALH
OS/2000/imuno00_gripe.htm
XIII. https://www.ufrgs.br/microbiologando/voce-
sabe-o-que-e-um-virus/
XIV. https://pt.khanacademy.org/science/biology
11. REFERÊNCIAS /biology-of-viruses/virus-biology/a/intro-to-
I. https://www.infoescola.com/doencas/trans viruses
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II. https://www.portaleducacao.com.br/conteu lisogenico/
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III. https://www.infoescola.com/biologia/retrovi XVII. https://www.ufrgs.br/microbiologando/voce-
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IV. http://www.aids.gov.br/pt-br/publico- vrus/#:~:text=Os%20v%C3%ADrus%2C%
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hiv#:~:text=HIV%20%C3%A9%20a%20sigl r%20da%20hepatite%20B).
a%20em,s%C3%A3o%20os%20linf%C3% XVIII. https://www.estudopratico.com.br/ciclo-
B3citos%20T%20CD4%2B. lisogenico/
V. http://www.aids.gov.br/pt-br/publico- XIX. https://pt.khanacademy.org/science/biology

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Vírus BIOLOGIA

/biology-of-viruses/virus-biology/a/intro-to-
viruses

❖ Gabarito:
1. D
2. C
3. a) F b) V c) F d) V e) V
4. C
5. C
6. D
7. A
8. E

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