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Vírus

Profª Joicy Oliveira Castro


Médica Veterinária
Esp. Patologia Animal

joicy.castro@brasiliaeducacional.com.br
Vírus
• Microrganismos menores e mais simples

Estrutura simples e estática

Necessitam das funções e do


metabolismo celular

• Partícula vírica, partícula viral ou vírion


Vírus

O termo “vírus” (do latim virus, “veneno”) refere-se a membros de


uma classe única de agentes infecciosos que são extremamente
pequenos, contendo um único tipo de ácido nucleico e tendo um
dependência absoluta de células vivas para replicação.
Vírus
• Existe um número muito grande de vírus circulando nas
diferentes espécies de seres vivos.

• Vírus que infectam bactérias até aqueles que infectam


organismos superiores, como os mamíferos e plantas.
Vírus
• Os vírus evoluíram a um estágio onde são considerados como
uma das formas mais eficientes e econômicas de vida
microbiana.

• Esses agentes não possuem a maquinaria necessária para a


produção de energia metabólica e para a síntese de proteínas
e, por isso, necessitam das funções e do metabolismo celular
para se multiplicar.
Classificação
• A classificação e nomenclatura dos vírus não seguem as regras
determinadas para os demais microrganismos.

• Comitê Internacional para Nomenclatura de Vírus (ICTV)

• Ordens, famílias, subfamílias, gêneros e espécies.


Classificação
• Sufixo:
• virales  designar a ordem
• viridae  designar família
• virinae  designar subfamília
• virus  designar gênero
• Virus da ....  designar espécie
Classificação
 Doença de Aujeszky

• Família: Herpesviridae
• Subfamília: Alphaherpesvirinae
• Gênero: Alphaherpesvirus
• Espécie: herpesvírus suíno tipo 1 (vírus da doença de
Aujezsky);

• “O vírus da doença de Aujeszky é um alfaherpesvírus [...]”.


Classificação
• De acordo com o ICTV, as seguintes
características são atualmente levadas em
consideração para classificar os vírus em
ordem, famílias, subfamílias e gêneros:

 Tipo de ácido nucléico


 Organização do genoma
 Estratégia de replicação
 Estrutura do vírion
Estrutura
• Diâmetro que varia entre 15 e 22 nanômetros (nm) nos
circovírus; e entre 200 e 450 nm nos poxvírus;

• As exceções são alguns poxvírus que são maiores e podem ser


visualizados sob microscopia ótica
Estrutura
Estrutura
Estrutura
Estrutura
Estrutura
• Envelope viral:
• De acordo com a estrutura básica das partículas, dois grupos
principais de vírus podem ser reconhecidos: vírus com
envelopes e vírus sem envelope.

Proteger o genoma de danos físicos,


químicos ou enzimáticos durante a
transmissão entre células e entre
hospedeiros
Estrutura

Dependendo do vírus esse


envelope pode ou não conter
espículas;

Função: reconhecimento e
interação com estruturas da
membrana da célula
hospedeira
Estrutura
• Capsídeo:

• Camada proteica que recobre externamente o genoma.

• A função do capsídeo é proteger o material genético e


proporcionar a transferência do vírus entre células e entre
hospedeiros.

• Nos vírus sem envelope, a superfície externa do capsídeo é


responsável pelas interações iniciais dos vírions com a célula
hospedeira no processo de penetração do vírus.
Estrutura
Estrutura
 Outros componentes

 Proteínas estruturais: construção e arquitetura da partícula


vírica
 Proteínas do nucleocapsídeo
 Envelope

 Proteínas não-estruturais: Etapas do ciclo replicativo do vírus


e de sua interação com as organelas e macromoléculas da
célula hospedeira
• DNA polimerase e RNA polimerase
Figura: (FLORES, E. Virologia Veterinária, 2008)
Outros componentes
• Enzimas: síntese do ácido nucléico viral

• Carboidratos: Presentes principalmente no envelope.

• Ácidos nucléicos celulares: fragmentos de DNA


cromossômico da célula hospedeira (poliomavírus).
Propriedades físico-químicas
• Vários agentes físicos e químicos podem afetar a integridade
funcional e infectividade dos vírions, incluindo a temperatura
e o pH.

• A ação deletéria da temperatura sobre a viabilidade dos vírus


possui importância durante a manipulação e remessa de
material clínico para o diagnóstico, como também para a
preservação de estoques virais na rotina laboratorial.
Replicação
 Replicação: Síntese de moléculas de ácidos nucleicos a partir
de um molde

 Ciclo replicativo: Série de etapas que inicia com a penetração


e culmina com a liberação de progênie viral

• Etapas completas  progênie viral viável  produtiva


• Ciclo interrompido abortiva
Replicação
• Os vírus podem multiplicar-se somente nas células
hospedeiras.

• Utilização das organelas da célula hospedeira, enzimas e


outras macromoléculas para replicação.

• Os efeitos da multiplicação viral nas células hospedeiras


variam de pequenas alterações no metabolismo celular até
citólise.

• A duração do ciclo pode variar de seis a 40 horas


Replicação
• O ciclo replicativo de todos os vírus inclui necessariamente as
etapas de adsorção, penetração, desnudamento, expressão
gênica (transcrição e tradução), replicação do genoma,
morfogênese/maturação e egresso.

• Essas etapas ocorrem de forma ordenada e sequencial e


envolvem interações complexas entre as proteínas e o
genoma viral com organelas e macromoléculas celulares.
Replicação
1ª etapa da replicação viral:
Adsorção

Fonte: Tortora, Funke & Case, 2012

Interação – mediada – VAPs (Proteínas de adsorção viral)


Vírus sem envelope Proteínas do capsídeo
Vírus com envelope Glicoproteínas do envelope
Replicação
Receptor Sinalização celular  Internalização
 Desestruturação

https://www.ebah.com.br/content/ABAAABOQoAF/replicacao-viral-texto

 Espectro de hospedeiros
 Tropismo do vírus
Replicação
2ª etapa da replicação viral:
Penetração
Envolve a transposição pelo vírion

• Superfície celular Sem prévia internalização


• Interior do citoplasma
(vesículas) Após internalização

Fonte: Tortora, Funke & Case, 2012 Mecanismos:


a) Penetração por fusão na superfície celular;
b) Penetração após endocitose;
c) Fagocitose;
Replicação

Penetração por fusão


Fusão das proteínas virais com a
membrana da célula hospedeira

Fonte: Tortora, Funke & Case, 2012

FLORES, 2007
Replicação
3ª etapa da replicação viral:

Desnudamento

Fonte: Tortora, Funke & Case, 2012

 Componente do nucleocapsídeo são total ou parcialmente removidos;

 Exposição genoma viral;


Replicação
4ª etapa da replicação viral:

Expressão gênica

 Síntese de proteínas;

 Funções das proteínas codificadas:

- assegurar a replicação do genoma;

- subverter funções em seu benefício;

- empacotar genomas recém replicados em novas partículas víricas;


Replicação
5ª etapa da replicação viral:

Replicação do genoma
Evento central

Mecanismos de replicação variam: Em geral:


Replicação vírus DNA – núcleo
 Tipo de ácido nucleico (RNA ou DNA);
Replicação vírus RNA - citoplasma
 Topologia (circulares ou lineares);

 Número de cadeias (fita simples ou dupla);

 Segmentos e polaridade;
Replicação

Maturação

 Morfogênese/maturação – citoplasma ou núcleo;

 Progênie viral encontradas nesses compartimentos;

 Maturação completa antes do egresso;

 Liberação dos vírus por lise ou brotamento;


Replicação

Maturação por lise celular

FLORES, 2007
Replicação
Maturação por brotamento de membrana
celular interna (vesículas)

FLORES, 2007
Replicação
Maturação por brotamento de
membrana plasmática

FLORES, 2007
Identificação, detecção e quantificação
de vírus
Identificação, detecção e quantificação

• O fato de os vírus não poderem se multiplicar fora de uma


célula viva complica a detecção, a quantificação e a
identificação;
• Os vírus não se multiplicam em meios de cultura
quimicamente sintéticos, devendo estar obrigatoriamente
associados a células vivas;
• No entanto, os vírus cujos hospedeiros são as células
bacterianas (bacteriófagos) multiplicam-se mais facilmente
em culturas bacterianas.
Identificação, detecção e quantificação
Cultivo de vírus animais em laboratório

• Em animais vivos:

• Alguns vírus só podem ser


cultivados em animais como
camundongos, coelhos e
cobaias;

• Identificação e o isolamento de
um vírus a partir de amostras
clínicas;
Cultivo de bacteriófagos em laboratório

• Os bacteriófagos podem se multiplicar tanto em culturas


bacterianas em meio líquido em suspensão quanto em meio
sólido.
• Uma amostra de bacteriófagos é misturada com as bactérias
em ágar fundido.
• O ágar contendo a mistura de bacteriófagos e bactérias é então
colocado em uma placa de Petri contendo uma camada de
meio de cultura com ágar mais duro.
Cultivo de vírus animais em laboratório
• Para vírus capazes de se multiplicar em ovos embrionados, essa é
uma forma de hospedeiro conveniente e não dispendiosa para o
cultivo de muitos vírus animais;
Cultura de células
• As culturas de células têm substituído os ovos embrionados
como meio de cultivo preferido para muitos vírus.
• As culturas de células consistem em células que se dividem
em meio de cultura em laboratório.
Identificação, detecção e quantificação
Detecção direta por microscopia eletrônica
Dúvidas?!?

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