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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE


CURSO DE BIOMEDICÍNA
CAMPUS VIII - MARABÁ
VIROLOGIA
PROFA. Me GLAUCIELEN GOMES DA SILVA

MARINNA GODINHO MINEIRO

QUESTIONÁRIO VIROLOGIA

Marabá - PA
2023

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MARINNA GODINHO MINEIRO

QUESTIONÁRIO VIROLOGIA

Questionário apresentado à disciplina


de Virologia, como requisito parcial
para aprovação da disciplina.

Docente: Ma. Glaucielen Gomes da

Silva

Marabá - PA
2023

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1) O QUE SÃO VÍRUS?

Os vírus são agentes infecciosos microscópicos intracelulares que não possuem o seu
próprio metabolismo. Eles só são capazes de sobreviver ou reproduzir se houver uma infecção
de uma célula viva do hospedeiro. A replicação viral é um processo complexo que envolve
várias etapas, incluindo adsorção, penetração, desnudamento, síntese de proteínas virais,
replicação do DNA viral, montagem, maturação e liberação. A montagem ocorre quando novas
partículas virais são montadas a partir de cópias do genoma e de proteínas virais. Já a liberação
ocorre quando as partículas virais completas saem da célula hospedeira por lise celular ou por
brotamento. É importante destacar que a replicação viral pode variar dependendo do tipo de
vírus e do tipo de genoma viral. Alguns vírus utilizam a maquinaria celular da célula hospedeira
para replicar seu DNA ou RNA, enquanto outros possuem suas próprias proteínas para realizar
essas etapas. Além disso, a liberação viral pode ser utilizada como um indicador de replicação
viral ativa e carga viral em amostras clínicas.

2) DIFERENCIE VÍRUS DE BACTÉRIA.

As bactérias são organismos vivos com metabolismo próprio, unicelulares e se


multiplicam por divisão. Já os vírus são considerados por muitos cientistas como partículas
infecciosas e não seres vivos, são centenas de vezes menores que bactérias e sua multiplicação
se dá pela infecção da célula do hospedeiro, onde ocorre uma reprogramação para que elas
produzam vírus até que a célula se rompa, liberando assim essas partículas infecciosas. Cada
vírus possui uma célula hospedeira específica e alguns atacam somente plantas, outros anima is
e humanos, enquanto há vírus que atacam apenas bactérias e fungos. As doenças causadas por
vírus incluem AIDS, hepatite, gripe, dengue, catapora e sarampo, enquanto as causadas por
bactérias incluem pneumonia, tuberculose, tétano, leptospirose, gonorréia, sífilis e hanseníase.
A principal diferença entre vírus e bactérias está na forma como eles podem ser tratados, já que
as bactérias são sensíveis aos antibióticos, mas os vírus não.

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3) O QUE UM CAPSÍDIO? EXPLIQUE SUA FORMAÇÃO, COMPOSIÇÃO, TIPOS

E CITE UM EXEMPLO DE VÍRUS PARA CADA TIPO.

Um capsídio é uma estrutura proteica que envolve o material genético de um vírus,


formando o nucleocapsídio. Essa estrutura é crucial para a classificação dos vírus, pois sua
composição proteica varia de vírus para vírus. A partir da simetria do capsídio, os vírus podem
ser agrupados em três categorias principais: icosaédricos, helicoidais e complexos. Os vírus
icosaédricos exibem uma simetria icosaédrica, o que significa que têm 20 faces triangula res.
Um exemplo é o vírus da hepatite A. Já os vírus helicoidais possuem uma simetria helicoid a l,
ou seja, têm uma forma de espiral. Um exemplo típico é o vírus da gripe. Os vírus complexos
são aqueles que apresentam uma morfologia bastante distinta que não se encaixa em nenhum
dos outros tipos. Um exemplo é o bacteriófago, um vírus que infecta bactérias. A função
principal dos capsídios é proteger o material genético, que normalmente é de apenas um único
tipo (DNA ou RNA), apesar de alguns vírus apresentarem os dois tipos (citomegalovír us).
Alguns vírus possuem ainda um envelope localizado externamente ao capsídio e que é formado
por lipídios, proteínas e carboidratos. Essa estrutura deriva do sistema de membranas da célula
parasitada e é adquirida no momento em que o vírus é eliminado pelo processo de brotamento.
Os vírus que possuem envelope recebem a denominação de envelopados.

4) COMO SÃO FORMADOS OS ENVELOPES VIRAIS?

O envelope viral é uma camada de revestimento externo que alguns vírus possuem além
do capsídio. Essa estrutura é composta por proteínas, lipídios e carboidratos e é formada a partir
da membrana da célula hospedeira por um processo chamado de brotamento viral. Durante o
brotamento, o vírus se liga à membrana celular e a membrana se curva, formando uma vesícula
que envolve o vírus. Em seguida, a vesícula se funde com a membrana celular, liberando o
vírus com o envelope externo. O envelope viral é importante para a sobrevivência do vírus,
pois protege o material genético e ajuda o vírus a se ligar às células hospedeiras. Alguns
exemplos de vírus envelopados são o vírus da gripe, que possui um envelope lipídico, e o vírus
da hepatite B, que possui um envelope proteico. É importante destacar que nem todos os vírus
possuem envelope, sendo essa uma característica específica de alguns tipos de vírus.

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5) O QUE SÃO GLICOPROTEÍNAS VIRAIS? QUAL SUA IMPORTANCIA NA

ESTRUTURA E ATIVIDADE VIRAL?

As glicoproteínas virais são proteínas presentes na superfície de alguns tipos de vírus


que possuem cadeias de açúcar ligados a ela. Essas proteínas são importantes para a interação
do vírus com as células hospedeiras, permitindo que o vírus se ligue e invada a célula. As
glicoproteínas virais também podem desempenhar um papel na fusão da membrana celular,
permitindo que o vírus entre na célula hospedeira. Além disso, as glicoproteínas virais podem
ser alvos de anticorpos produzidos pelo sistema imunológico, tornando-as importantes para o
desenvolvimento de vacinas e terapias antivirais. A presença de glicanos nas glicoprote ínas
virais pode ajudar o vírus a evitar o sistema imunológico. Os açúcares na superfície do vírus
podem mascarar a proteína viral, tornando-a menos visível para os anticorpos. Alguns vírus
têm glicoproteínas que podem sofrer mutações frequentes, levando a variações antigênicas.
Isso pode tornar difícil para o sistema imunológico reconhecer e combater eficazmente o vírus,
contribuindo para a evolução viral, também conhecida como variação antigênica, que ocorre
quando um vírus tem a capacidade de alterar as proteínas ou carboidratos em sua superfíc ie,
permitindo que o patógeno evite a eliminação pelo sistema imunológico do hospedeiro. A
estrutura tridimensional da glicoproteína S do coronavírus, por exemplo, foi fundamental para
o desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19. As glicoproteínas virais são importantes
para a estrutura e atividade viral, pois permitem que o vírus se ligue às células hospedeiras,
invada a célula e evite a eliminação pelo sistema imunológico. Além disso, as glicoprote ínas
virais são alvos importantes para o desenvolvimento de vacinas e terapias antivirais.

6) QUAIS OS TIPOS DE ÁCIDOS NUCLEICOS VIRAIS?

Os vírus possuem diferentes tipos de ácidos nucleicos, que podem ser classificados em:
fita simples de DNA (fsDNA), fita dupla de DNA (fdDNA), fita simples de RNA (fsRNA) e
fita dupla de RNA (fdRNA). Os vírus que possuem RNA de fita simples ainda se subdivid e m
em genoma de sentido positivo e genoma de sentido negativo. As glicoproteínas virais são
proteínas presentes na superfície de alguns tipos de vírus que possuem cadeias de açúcar
ligados a ela. Essas proteínas são importantes para a interação do vírus com as células
hospedeiras, permitindo que o vírus se ligue e invada a célula. As glicoproteínas virais também
podem desempenhar um papel na fusão da membrana celular, permitindo que o vírus entre na
célula hospedeira. Além disso, as glicoproteínas virais podem ser alvos de anticorpos
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produzidos pelo sistema imunológico, tornando-as importantes para o desenvolvimento de
vacinas e terapias antivirais. O envelope viral é uma camada de revestimento externo que
alguns vírus possuem além do capsídio. Essa estrutura é composta por proteínas, lipídios e
carboidratos e é formada a partir da membrana da célula hospedeira por um processo chamado
de brotamento viral. As proteínas do envelope viral são codificadas pelo genoma do vírus e são
importantes para a interação do vírus com as células hospedeiras.

7) DIFERENCIE CICLO LÍTICO DE LISOGÊNICO.

No ciclo lítico, o vírus invade a célula hospedeira e interrompe suas funções, replicando
seu DNA ou RNA e comandando a síntese das proteínas que irão compor o capsídeo. Dessa
forma, novos vírus são produzidos e a célula infectada se rompe, liberando os novos vírus. Já
no ciclo lisogênico, o vírus invade a célula hospedeira e incorpora seu DNA ao da célula
infectada, passando a fazer parte do DNA da célula. Durante o processo de divisão celular, há
um processo de duplicação deste DNA modificado, fazendo com que todas as células
reproduzidas já tenham o vírus em seu código genético. Os sintomas podem demorar para se
tornarem perceptíveis e notados, e as doenças que são oriundas de vírus com reprodução através
do ciclo lisogênico, geralmente não possuem cura.

Fonte: IBAP

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REPLICAÇÃO VIRAL:

8) EXPLIQUE A FASE DE ADSORÇÃO VIRAL.

Ocorre quando as glicoproteínas do vírus se ligam a um receptor na membrana celular


da célula hospedeira. O processo só tem início com o reconhecimento por parte do vírus de que
a célula encontrada é adequada para sua multiplicação, sendo as moléculas na superfície da
hospedeira carboidratos, proteínas, lipídeos etc. Depois do reconhecimento, alterações na
célula permitem a penetração dos ácidos nucléicos (procariotos), tanto RNA quanto DNA, ou
mesmo o vírus inteiro (eucariotos) no citoplasma da célula hospedeira. No caso da célula ser
procariótica, lisozimas do vírus vão fazer o rompimento da parede celular e injetar o genoma
viral. No caso da célula ser eucariótica, o vírus entra por completo na célula, por meio da fusão
do envelope viral com a membrana celular ou por endocitose.

9) DIFERENCIE AS FORMA DE PENETRAÇÃO VIRAL (VÍRUS ENVELOPADO E

NÃO ENVELOPADO).

Vírus não envelopado: ligação da proteína do capsídeo viral ao receptor celular.

Vírus envelopado: ligação da glicoproteína do envelope viral ao receptor celular.

Endocitose mediada por receptor pode ser feita por vírus envelopados e não
envelopados. Já a fusão com a membrana celular, somente vírus envelopados.

10) EXPLIQUE O DESNUDAMENTO VIRAL (DESENCAPSIDAÇÃO).

Ocorre a separação das proteínas do capsídeo e o genoma viral por meio da


desmontagem do capsídio pela ação de enzimas celulares ou enzimas virais. Pode ser total ou
parcial. Após essa fase, o genoma fica livre no citoplasma da hospedeira para replicação viral.

11) DIFERENCIE A REPLICAÇÃO DE VÍRUS (BIOSSÍNTESE) RNA SENSE E

ANTISENSE. EXPLIQUE DETALHADAMENTE.

A replicação de vírus (biossíntese) RNA sense e antisense se diferenciam pela


orientação do RNA viral. O RNA sense é o RNA viral que possui a mesma orientação do RNA

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mensageiro e pode ser diretamente traduzido em proteínas virais. Já o RNA antisense é o RNA
viral que possui orientação oposta ao RNA mensageiro e deve ser inicialmente transcrito em
RNAs de sentido positivo por uma RNA polimerase viral antes de ser traduzido em proteínas
virais.

A replicação do RNA sense ocorre quando o RNA viral é traduzido diretamente em


proteínas virais, que são utilizadas para a montagem de novos vírus. Já a replicação do RNA
antisense ocorre quando a RNA polimerase viral transcreve o RNA antisense em RNAs de
sentido positivo, que são então traduzidos em proteínas virais.

A detecção de RNA sense e antisense pode ser utilizada para avaliar a replicação viral
e a carga viral em amostras clínicas. A detecção de RNA sense indica a presença do RNA viral
que pode ser diretamente traduzido em proteínas virais, enquanto a detecção de RNA antisense
indica a presença do RNA viral que precisa ser transcrito em RNAs de sentido positivo ante s
de ser traduzido em proteínas virais. A detecção de RNA antisense pode ser utilizada como um
indicador de replicação viral ativa.

12) DESCREVA A REPLICAÇÃO DE VÍRUS DNA (BIOSSÍNTESE).

A biossíntese viral é o processo pelo qual os vírus se replicam e produzem novos vírus.
Esse processo pode variar dependendo do tipo de genoma viral, que pode ser DNA ou RNA, e
da orientação do RNA viral, que pode ser sense ou antisense. Na replicação de vírus DNA, o
genoma viral direciona a síntese dos componentes necessários para a produção de novos vírus.
A replicação do DNA viral ocorre pela DNA polimerase viral, que utiliza o DNA viral como
molde para sintetizar novas cadeias de DNA. As proteínas virais e o DNA viral se unem para
formar novos vírus, que são liberados da célula hospedeira por lise celular ou por brotamento.
Além disso, alguns vírus DNA utilizam a maquinaria celular da célula hospedeira para replicar
seu DNA, enquanto outros possuem sua própria DNA polimerase. A replicação viral pode ser
utilizada como um indicador de replicação viral ativa e carga viral em amostras clínicas.

13) EXPLIQUE AS FASES DE MONTAGEM E LIBERAÇÃO VIRAL.


A montagem e liberação viral são as últimas etapas da replicação viral. Alguns vírus
utilizam a maquinaria celular da célula hospedeira para montar e liberar novos vírus, enquanto
outros possuem suas próprias proteínas para realizar essas etapas.

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Montagem: novas partículas virais são montadas a partir de cópias do genoma e de
proteínas virais. Pode ocorrer no núcleo da célula hospedeira ou no citoplasma, dependendo do
tipo de vírus. Durante a montagem, as proteínas virais se unem ao genoma viral para formar
novos vírus.

Liberação: as partículas virais completas saem da célula hospedeira por lise celular ou
por brotamento. Na lise celular, a célula hospedeira é destruída e as partículas virais são
liberadas no ambiente extracelular. No brotamento, as partículas virais são liberadas da célula
hospedeira sem destruí-la. As partículas virais são envoltas em uma membrana celular derivada
da célula hospedeira e são liberadas no ambiente extracelular.

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REFERÊNCIAS

IBAP. Ciclos de vida de vírus: ciclo lítico e lisogênico, modos de reprodução viral. 2020.
Disponível em: https://ibapcursos.com.br/ciclos-de-vida-de-virus-ciclo- litico-e-ciclo-
lisogenico/
KOBAYASHI-ISHIHARA, M., YAMAGISHI, M., HARA, T. et al. HIV-1-encoded
antisense RNA suppresses viral replication for a prolonged period. Retrovirology 9, 38
(2012). https://doi.org/10.1186/1742-4690-9-38.
ROEHE, P. M. CURSO DE VIROLOGIA BÁSICA. Laboratório de Virologia, Instituto de
Ciências Básicas da Saúde – ICBS. 2023 Disponível em:
https://www.ufrgs.br/labvir/material/poligrafo1.pdf
ROSS B, Andrés; FAVI C, Myriam; VASQUEZ V, Abel. Glicoproteína del virus rábico:
Estructura, inmunogenicidad y rol en la patogenia. Rev. chil. infectol., Santiago , v. 25, n. 2,
p. s14-s18, abr. 2008 . Disponível em:
<http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0716-
10182008000200016&lng=es&nrm=iso>. http://dx.doi.org/10.4067/S0716-
10182008000200016.
UFRGS. Microbiologando. VOCÊ SABE O QUE É UM VÍRUS? 2020. Disponível em:
https://www.ufrgs.br/microbiologando/voce-sabe-o-que-e-um-
virus/#:~:text=Na%20etapa%20de%20adsor%C3%A7%C3%A3o%2C%20ocorre,alguns%20
tecidos%20e%20outros%20n%C3%A3o.
UFPR. NUEPE. Descomplicando…como os virus infectam as células. 2023. Disponível em:
https://nuepe.ufpr.br/descomplicando-como-os-virus- infectam-as-celulas/
VARELLA, R. B. UFF. VIROLOGIA. BIOMEDICINA. 2017. Disponível em:
http://virologia.sites.uff.br/wp-
content/uploads/sites/236/2017/12/introducao_a_virologia_e_replicacao.pdf

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