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FACULDADE ESTÁCIO DO AMAZONAS

MICROBIOLOGIA APLICADA

MANAUS – AM
2022
EDNEY BARBOSA DE CASTRO FILHO
JHENNIFER REIS DOS SANTOS
RAIMUNDO DO LIVRAMENTO PINTO

CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS (COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA, TIPOS,


CICLO VIRAL E SUAS ETAPAS) E DAS VIROSES (FORMA DE
TRANSMISSÃO, MANIFESTAÇÃO CLÍNICA DE HEPATITES A, B e C,
VÍRUS HERPES, HIV, HPV, VÍRUS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO).

Trabalho de pesquisa solicitado


pela Prof. Dra. Michele Alves
Sanches, para obtenção de nota
parcial de avaliação da disciplina
de Microbiologia Aplicada, pela
Faculdade Estácio do Amazonas.

MANAUS – AM
2022
1. ESTUDO SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS

1.1 Composição e estrutura dos vírus;

Os vírus são organismos acelulares, ou seja, não são constituídos por


células, mas sim por uma cápsula proteica que envolve o material genético que,
por sua vez, pode ser uma molécula de DNA ou RNA ou ainda os dois juntos.
Alguns vírus, além da cápsula, possuem um envelope de lipídios que reforça a
sua proteção.

Os vírus são parasitas obrigatórios, o que quer dizer que só sobrevivem


se estiverem em um organismo, pois se utilizam das organelas das células do
hospedeiro para se reproduzir. O vírus infecta a célula, multiplica-se e a destrói,
espalhando suas “cópias” para células sadias, onde o processo se repete.

A estrutura dos vírus é bastante simples quando o comparamos com


qualquer organismo possuidor de células. Podemos dizer que estes são
partículas constituídas por material genético envolto por uma camada proteica.
Em alguns casos, observa-se ainda um envelope membranoso envolvendo a
cápsula de proteínas.

Os vírus que apresentam DNA são chamados de vírus de DNA e aqueles


que possuem RNA são chamados de vírus de RNA. Enquanto o capsídeo é uma
cápsula formada por proteínas que envolvem o material genético, apresenta
diferentes formatos e é formado por pequenas subunidades denominadas de
capsômeros. Os envelopes encontrados nos vírus são, geralmente, derivados
da membrana plasmática da célula onde o vírus reproduziu-se. Esse envelope
apresenta fosfolipídios e proteínas da membrana, além de proteínas e
glicoproteínas que possuem origem viral.

1.2 Tipos de vírus;


Os vírus são classificados de acordo com o tipo de ácido nucleico, de
acordo com a forma do capsídeo e também pelos organismos que eles são
capazes de infectar. São alguns deles:

• Adenovírus: formados por DNA, por exemplo o vírus da


pneumonia;
• Retrovírus: formados por RNA, por exemplo o vírus HIV;
• Arbovírus: transmitidos por insetos, por exemplo o vírus da
dengue;
• Bacteriófagos: vírus que infectam bactérias;
• Micrófagos: vírus que infectam fungos.

Uma informação importante sobre os vírus é que eles podem utilizar


agentes transmissores em uma infecção. Por exemplo, as plantas podem ser
infectadas por vírus através de insetos ou outros organismos que se alimentam
delas.

1.3 Como ocorre o ciclo viral e suas etapas;

O processo de replicação dos vírus possui 5 etapas:

1. Adsorção;
2. Separação dos ácidos nucléicos do capsídeo;
3. Expressão e replicação de ácidos nucléicos;
4. Montagem;
5. Liberação e transmissão.

Na etapa de adsorção, ocorre a ligação do vírion com a célula hospedeira,


num processo bastante específico, o que significa que cada vírus infecta em
geral um ou poucos hospedeiros. Mesmo dentro de um hospedeiro os vírus
podem infectar alguns tecidos e outros não. Isso ocorre porque envolve o
reconhecimento por parte do vírus de que ele encontrou uma célula adequada,
que acontece por ligação entre moléculas do capsídeo ou envelope do vírion
com moléculas da superfície da célula. Estas moléculas podem ser carboidratos,
proteínas, glicoproteínas, lipídeos ou lipoproteínas, por exemplo.

Após o reconhecimento, ocorrem alterações na célula que permitem a


penetração dos ácidos nucléicos (procariotos) ou mesmo o vírion inteiro
(eucariotos) no interior da célula. No caso de vírus que infectam procariotos, por
exemplo, isto pode envolver a ação de enzimas do vírus no rompimento da
parece celular bacteriana (lisozimas) e injeção do genoma do vírion na célula.
Em eucariotos (animais e plantas), o vírion entra inteiro na célula, o que ocorre
pela fusão do envelope com a membrana celular da célula hospedeira ou
endocitose do vírus. Seja por qual via for, ocorre então a separação dos ácidos
nucléicos do capsídeo.

Uma vez dentro das células, o material genético do vírus pode seguir
vários caminhos: pode codificar a expressão de proteínas do vírus ou ser
replicado para formar novas partículas virais (expressão e replicação de ácidos
nucléicos). Alguns vírus de DNA conseguem integrar seu genoma no genoma do
hospedeiro, e seguir sendo multiplicado junto com as divisões celulares normais
da célula, sem causar-lhe maiores danos. Isso é chamado de ciclo lisogênico.
Vírus que iniciam de pronto sua replicação ou que saíram do ciclo lisogênico
realizam o ciclo chamado de lítico, que envolvem a morte da célula hospedeira
para a liberação dos vírus.

Após a produção de todos os componentes necessários para os novos


vírus, ocorre a fase da montagem. Nesta fase as proteínas do capsídeo são
agrupadas e o material genético é empacotado dentro do capsídeo.

Na fase final, ocorre o rompimento da célula e liberação e transmissão


dos vírus. No caso de vírus envelopados, o envelope forma-se a partir da saída
através da membrana celular do hospedeiro. Uma vez fora do hospedeiro, são
chamados novamente de vírions e estão aptos a infectar novos hospedeiros.
Dependendo do vírus, podem ser liberados de poucos a milhares de partículas
virais no exterior.
2. VIROSES: FORMAS DE TRANSMISSÃO E MANIFESTAÇÃO
CLÍNICA
2.1 Hepatite A;

É uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, também


conhecida como “hepatite infecciosa”. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma
doença de caráter benigno, contudo o curso sintomático e a letalidade aumentam
com a idade.

Formas de transmissão:

A transmissão da hepatite A é fecal-oral (contato de fezes com a boca). A


doença tem grande relação com alimentos ou água inseguros, baixos níveis de
saneamento básico e de higiene pessoal (OMS, 2019). Outras formas de
transmissão são o contato pessoal próximo (intra-domiciliares, pessoas em
situação de rua ou entre crianças em creches), contato sexual (especialmente
em homens que fazem sexo com homens - HSH).

Sinais e sintomas:

Geralmente, quando presentes, os sintomas são inespecíficos, podendo


se manifestar inicialmente como: fadiga, mal-estar, febre, dores musculares.
Esses sintomas iniciais podem ser seguidos de sintomas gastrointestinais como:
enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. A presença de urina
escura ocorre antes do início da fase onde a pessoa pode ficar com a pele e os
olhos amarelados (icterícia). Os sintomas costumam aparecer de 15 a 50 dias
após a infecção e duram menos de dois meses.

2.2 Hepatite B;

A Hepatite B pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação


ou durante o parto, sendo esta via denominada de transmissão vertical. Esse
tipo de transmissão, caso não seja evitada, pode implicar em uma evolução
desfavorável para o bebê, que apresenta maior chance de desenvolver a
hepatite B crônica.

Manifestação Clínica:

Na maioria dos casos a Hepatite B não apresenta sintomas. Muitas vezes


a doença é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a
outras doenças do fígado (cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor
abdominal, pele e olhos amarelados), que costumam manifestar-se apenas em
fases mais avançadas da doença.

2.3 Hepatite C;

A transmissão do HCV pode acontecer por:

• Contato com sangue contaminado, pelo compartilhamento de


agulhas, seringas e outros objetos para uso de drogas (cachimbos);
• Reutilização ou falha de esterilização de equipamentos médicos ou
odontológicos;
• Falha de esterilização de equipamentos de manicure;
• Reutilização de material para realização de tatuagem;
• Procedimentos invasivos (ex: hemodiálise, cirurgias, transfusão)
em os devidos cuidados de biossegurança;
• Uso de sangue e seus derivados contaminados;
• Relações sexuais sem o uso de preservativos (menos comum);
• Transmissão de mãe para o filho durante a gestação ou parto
(menos comum).

Manifestação Clínica:
O surgimento de sintomas em pessoas com hepatite C é muito raro, cerca
de 80% das pessoas não apresentam qualquer manifestação, por esta razão a
testagem espontânea da população prioritária é tão importante no combate a
este agravo.

2.4 Vírus Herpes;

O herpes é transmitido através do contato com a pele ou mucosa


infectada, secreções da vagina, pênis ou ânus ou fluido oral de alguém infectado
pelo vírus. Isso inclui tocar, beijar e contato sexual.

Manifestação Clínica:

As localizações mais frequentes são os lábios e a região genital, mas o


herpes pode aparecer em qualquer lugar da pele. Uma vez reativado, o herpes
se apresenta da seguinte forma:

• Inicialmente pode haver coceira e ardência no local onde surgirão


as lesões;
• A seguir, formam-se pequenas bolhas agrupadas como num buquê
sobre área avermelhada e inchada;
• As bolhas rompem-se liberando líquido rico em vírus e formando
uma ferida. É a fase de maior perigo de transmissão da doença;
• A ferida começa a secar formando uma crosta que dará início à
cicatrização;
• A duração da doença é de cerca de 5 a 10 dias.

2.5 HIV:
O vírus HIV é transmitido por meio de relações sexuais (vaginal, anal ou
oral) desprotegidas (sem camisinha) com pessoa soropositiva, ou seja, que já
tem o vírus HIV, pelo compartilhamento de objetos perfuro cortantes
contaminados, como agulhas, alicates, etc., de mãe soropositiva, sem
tratamento, para o filho durante a gestação, parto ou amamentação.

Manifestação Clínica:

Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema


imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção
aguda, que ocorre a incubação do HIV – tempo da exposição ao vírus até o
surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6
semanas. O organismo leva de 8 a 12 semanas após a infecção para produzir
anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma
gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.
Caso haja suspeita de infecção pelo HIV, deve-se procurar uma unidade de
saúde e realizar o teste.

2.6 HPV;

O HPV é transmitido por meio do contato direto com a pele ou com a


mucosa diretamente afetada pelo vírus por contato sexual. É por isso que ele é
considerado uma IST, ou seja, uma infecção sexualmente transmissível.

Manifestação Clínica:

De forma geral, o HPV não apresenta sintomas. O fato de possuir o vírus


não quer dizer que desenvolverá verrugas e lesões, sendo que muitos pacientes
ficam com o vírus latente em seus organismos por até mesmo vários anos.

No entanto, uma vez que haja uma queda mais severa de imunidade, seja
por conta do estresse ou de uma doença, o HPV pode finalmente apresentar
sintomas, fazendo com que o paciente apresente lesões, que podem ser clínicas
ou subclínicas.

Nas lesões clínicas, o indivíduo apresenta verrugas visíveis, com


diferentes classificações. Algumas dessas verrugas são conhecidas por nomes
curiosos, como crista de galo e figueira. O HPV pode se manifestar em uma única
verruga ou em várias, sendo que a descrição delas é variada e podem estar
localizadas na região genital, no ânus ou na boca, por exemplo.

Nas lesões subclínicas, a lesão está presente, mas é invisível a olho nu,
sem apresentar nenhum sinal ou sintoma.

Bebês que nasceram de parto natural de uma mãe que possui HPV
também podem apresentar sintomas da doença em uma condição chamada de
papilomatose respiratória recorrente, mostrando as verrugas do HPV nas cordas
vocais e na laringe.

2.7 Vírus do Sistema Respiratório;

2.7.1 Vírus respiratório: influenza;

O vírus da influenza é do tipo epidêmico, sendo que o volume de pessoas


infectadas costuma crescer, principalmente, no inverno. Possui transmissão
fácil, alta capacidade de infecção em humanos e animais, além de ser do tipo
mutagênico.

Pessoas infectadas com o vírus da influenza podem possuir quadros


clínicos do tipo oligossintomático e sintomas graves, sendo necessária a
internação. O vírus também pode causar óbito. As pessoas que são sintomáticas
apresentam, no geral, sintomas sistêmicos, envolvendo febre e mialgia, por
exemplo, podendo durar três dias. Além disso, também há a presença de
sintomas respiratórios, como tosse seca e dor de garganta.
Como forma de prevenção há a vacinação, que diminui os casos de
hospitalização e óbitos. A vacina trivalente está disponível, anualmente, no
Sistema Único de Saúde (SUS) para grupos prioritários (de risco), como idosos
e gestantes, por exemplo.

2.7.2 Vírus respiratório: RSV;

Esse tipo de vírus é uma das causas centrais de infecções das vias
respiratórias e pulmões de recém-nascidos e crianças pequenas, podendo
acarretar bronquiolite – infecção dos brônquios localizada nos pequenos tubos
respiratórios dos pulmões.

A transmissão se dá por meio de secreções nasais ou bucais de uma


criança infectada, a partir de gotículas ou contato direto. O RSV possui um
período de incubação entre 2 e 8 dias, sendo mais comum no começo da
primavera ou inverno. Os sintomas, no geral, são leves, parecidos com um
resfriado. Em crianças menores de 2 anos, pode causar sintomas parecidos com
os da bronquiolite.

2.7.3 Vírus respiratório: adenovírus;

Os adenovírus podem infectar, principalmente, células das vias aéreas


superiores ou inferiores e causar doenças como resfriados e gripes, bronquite,
conjuntivite e até doenças do trato intestinal. Os adenovírus também possuem
ligação com outros tipos de quadro, como a otite média, febre faringoconjuntival,
gastroenterite e cistite hemorrágica aguda.
REFERÊNCIAS

PELCZAR JR, M.J.; CHAN, E.C.S.; KRIEG, N.R. Microbiologia: conceitos e


aplicações. Traducao de Sueli Yamada, Tania Ueda Nakamura, Benedito Prado
Dias Filho. Revisão técnica de Celso Vataru Nakamura. São Paulo: Makron
Books, 1996. 524 p. 1 v.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. TeleCondutas: HIV:


acompanhamento e tratamento de pessoas vivendo com HIV/AIDS na
Atenção Primária à Saúde. Versão digital. Porto Alegre: TelessaúdeRS-
UFRGS, 10 jul. 2020.

MEDEIROS, Tainah. Vírus. Portal Drauzio Varella. Disponível em:


https://drauziovarella.uol.com.br/infectologia/virus. Acesso em 22 de setembro
de 2022.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.


Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças Infecciosas e
Parasitárias. BRASÍLIA / DF novembro – 2010. Acesso em: 26 de abril de 2021.

NEUROLIFE. Quais são os principais vírus que atacam o sistema


respiratório. PCR painel respiratório, 2022. Disponível em:
https://neurolife.com.br/quais-sao-os-principais-virus-que-atacam-o-sistema-
respiratorio/. Acesso em: 23 de setembro de 2022.

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