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e de Micologia Clínica
Vírus e Diagnóstico Laboratorial das Infecções Virais
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Vírus e Diagnóstico Laboratorial
das Infecções Virais
• Introdução;
• Aspectos Gerais 2;
• Vírus do Sistema Nervoso – Pólio/Raiva;
• Diagnóstico Laboratorial das Infecções Virais.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Apresentar breve introdução com características e aspectos gerais dos vírus e diagnóstico
laboratorial das infecções causadas por diversos vírus;
• Aprender as características e propriedades gerais dos vírus e sua estrutura constitutiva, além
da replicação viral (ciclo lítico e ciclo lisogênico), nomenclatura e classificação dos vírus; tra-
tando de conceito de infecção latente e infecção persistente, resposta imune às infecções
virais, patogênese da infecção viral, terapêutica antiviral.
UNIDADE Vírus e Diagnóstico Laboratorial das Infecções Virais
Introdução
Estudos sobre os vírus começaram muito tempo antes de se ter ideia de como ocorriam
certas doenças. Em 1886, o químico Adolf Mayer mostrou a existência de uma doença
chamada Mosaico do Tabaco, que podia ser transmitida de uma planta para outra.
Figura 1
Fonte: Getty Images
Na virologia, existem dois ramos que diferem entre esse ser considerado um micror-
ganismo ou não um vírus, pois basicamente ele é constituído de material genético e
proteínas que formam seu envoltório, assim necessitando de uma célula para completar
seu ciclo de replicação. Durante o sistema de replicação viral, temos dois tipos de ciclo:
o ciclo lítico, no qual o vírus utiliza a célula e a destrói para suas replicações; e o ciclo
lisogênico, quando utiliza as células para produzir principalmente partículas virais.
Para entender melhor as famílias virais, leia o Capitulo 13 e a Tabela 13.2, p. 375-376, do livro:
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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Aspectos Gerais 2
Família Herpesviridae
Para simplificar a Família Herpesviridae, podemos acompanhar o Tabela 1.
Tabela 1
Nome Genoma Aspectos Clínicos
Infecção disseminada, encefalite, esofagite,
Herpes simplex vírus I (HSV-1) DNA
pneumonia, lesões cutâneas, faringite e cervicite.
Herpes simplex vírus 2 (HSV-2) DNA Meningite, sepse neonatal, lesões cutâneas.
Vírus da Varicela-Zoster (VZV) DNA Infecções disseminadas, zoster (cobreiro), catapora.
Hepatite, síndrome da mononucleose, pneumo-
Citomegalovírus (CMV) DNA
nia e infecções congênitas.
Herpes vírus humano 6 (HHV-6) DNA Exantema súbito e meningite.
Herpes vírus humano 7 (HHV-7) DNA Exantema súbito.
Vírus Epsten-Barr (EBV) DNA Hepatite, faringite e mononucleose.
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Rotavírus
Pertence à família Reoviridea, RNA de fita dupla com a aparência semelhante a uma
roda e são classificados sorologicamente A, B, C, D, E, F, G e H. Está ligado a gastro-
enterites com diarreia, é grave em lactantes e crianças jovens.
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trascriptase reversa, a qual converte uma fita de RNA simples em DNA viral. Tem fita de
RNA simples com sentido positivo, envelopado e formato icosaédrico.
HIV-1 HIV-2
A B C D F G H J K CRFs URFs
A1 A2 A3 A4 A5 F1 F2
Figura 2
Fonte: Adaptado de PIMENTEL, 2016
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Vírus da dengue
O vírus da dengue é um arbovírus e sua disseminação ocorre por mosquitos hema-
tófagos do gênero Aedes e pertence à família Flaviviridae. Pode ser classificado em 4
sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Seu tamanho é em meia de 40-60
nm, com RNA de filamento único, não segmentado e polaridade positiva, tem envelope
lipídico e em formato icosaédrico. Sua distribuição é mundial, dependendo do seu vetor
e podem desencadear diversas patologias: hepatite, meningite, doença febril, encefalite
e febre hemorrágica.
Diagnóstico Laboratorial
das Infecções Virais
Considerações gerais sobre coleta, seleção de amostras,
conservação e transporte de amostras de vírus
Para um melhor entendimento sobre a coleta do material a ser utilizado, devemos
buscar maneiras alternativas para obter essas amostras. Todas as buscas devem ter um
objetivo específico de identificar o vírus ou se as pessoas já tiveram contato com ele.
Partindo dessa ideia, podemos separá-lo em dois setores: imunologia/sorologia e bio-
logia molecular. Quando buscamos o material genético com o objetivo de encontrar o
RNA ou DNA, podemos utilizar principalmente a Reação em Cadeia da Polimerase, já
que buscamos algum ponto especifico, proteínas de superfície ou mesmo se a pessoa já
teve alguma vez na vida contato; buscamos testes imunológicos.
Sobre a conservação e o transporte das amostras, essas podem ser inúmeras, dependen-
do do material que estamos buscando. Em temperatura ambiente, temos diversas e nzimas
que estão envolvidas na destruição de partículas virais, celulares e genômicas; por esse
motivo, e a maioria das amostras deve ser refrigerada ou congelada para não ocorrer de,
no momento da análise, acusarmos um falso negativo para o material do paciente.
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Princípios de técnicas e métodos
amplamenteaplicados no diagnóstico viral
Com os avanços da tecnologia, foram desenvolvidas diversas metodologias para iden-
tificação do vírus ou para ter contato antecedente com o mesmo. A reação em cadeia
da polimerase (PCR), utilizamos para a identificação do vírus, amplificando e copian-
do a região de interesse, podendo ser DNA ou RNA; além disso, podemos identificar
mutações capazes de gerar resistência a fármacos antivirais e até mesmo mutações que
reclassificam o subtipo do vírus encontrado.
Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
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• Hemaglutinação: Principalmente em laboratórios de imunologia/sorologia são usa-
dos esses testes. Baseia-se na utilização de hemácias e imunoglobulinas IgM e IgG
para formar aglutinações e determinar a presença de uma partícula viral ou não;
• Aglutinação passiva: Existem proteínas que podem ser adsorvidas e tratadas com
ácido tânico, podendo ser aglutinadas por imunoglobulinas específicas. Para esses
testes, costuma-se visualizar a aglutinação como um ponto ou a formação de um
tapete de aglutinina em uma placa com fundo côncavo.
Para entender melhor sobre os tipos de aglutinação,.. acesse o site 2.5 no material
complementar.
Imunofluorescência indireta
Uma metodologia muito utilizada para a identificação de anticorpos presentes no
soro do paciente. Baseia-se no princípio de recobrir antígenos em uma lâmina e uti-
lizar o soro do paciente onde estão diluídos os anticorpos para se fixarem. Após, é
utilizado um anticorpo marcado para fazer ligação anticorpo-anticorpo do paciente com
o marcado, assim pode-se quantificar, qualificar e identificar o paciente que já tenha tido
contato com o patógeno procurado.
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Inibição da Hemaglutinação
O princípio baseia-se na capacidade do vírus de aglutinar hemácias. Para fazer o teste,
são utilizados anticorpos específicos contra o vírus; caso ele não aglutine, temos que as
imunoglobulinas opsonizaram o vírus.
Ausência de
Hemaglutinação
hemaglutinação
Figura 4
Fonte: Adaptado de SANTOS; ROMANOS; WIGG, 2002
Western Blot
A técnica de Western Blot é utilizada para identificação de separação de proteínas
pelo tamanho. O método se baseia em um gel de eletroforese no qual são colocadas
amostras e utilizada uma corrente elétrica para migração; logo após, são utilizados mar-
cadores para a visualização das proteínas.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Na lousa #23: Hepatite viral – considerações gerais
https://youtu.be/nthxCD-KoPw
WebPalestra: Hepatites Virais – Interpretação de marcadores/Triagem
https://youtu.be/-5BUs7nzk88
Leitura
Infecções Respiratórias de Importância Clínica: uma Revisão Sistemática
https://bit.ly/2Pq32RK
Dengue
https://bit.ly/2OSZmIk
Dengue – vírus e vetor
https://bit.ly/3sjKDVg
Imunoensaios: Ensaios de Aglutinação
https://bit.ly/31eaLox
Testes sorológicos utilizados em virologia
https://bit.ly/2NKALVj
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UNIDADE Vírus e Diagnóstico Laboratorial das Infecções Virais
Referências
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. H. I. V. Imunologia celular e molecular.
7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
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