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Herpesvírus humanos

Profa Dra Fernanda Edna Araújo Moura


Subfamília vírus Célula-alvo Sítio de latência Modos de
primária transmissão
Alfaherpesvirinae
Herpesvírus humano Herpesvírus Contato
tipo 1 humano tipo 1 Células Neurônio Contato-DST
Herpesvírus humano Herpesvírus mucoepiteiliais
tipo 2 humano tipo 2

Vírus varicela- Células Neurônio Contato-via


zoster mucoepiteliais respiratória
Gamaherpesvirinae

Herpesvírus humano Vírus Epstein Células B e Célula B Saliva


tipo 4 Barr epiteliais
Herpesvírus humano Vírus relacionado Linfócitos Célula B Contato (DST)
tipo 8 ao sarcoma de Saliva?
Kaposi

Betaherpesvirinae Monócitos, As mesmas? Contato,


Herpesvirus humano Citomegalovírus linfócitos, celulas transfuusões, Tx,
tipo 5 epiteliais congênita
Herpesvírus humano Vírus linfotrópico Células T As mesmas? Respiratória
tipo 6 herpético /contato
Herpesvírus humano Herpesvírus tipo 7 Células T As mesmas? ?
tipo 7
Características comuns
Vírus grandes (150 nm de diâmetro)
Genoma de dupla fita de DNA linear
Simetria icosaédrica
Envelopados

Infecções latentes
Persistência
Reativações
Herpesvirus simples tipo 1 (HSV-1)
Herpesvirus simples tipo 2 (HSV-2)

Amplamente disseminados na população humana


Ampla variedade de hospedeiros
Replicação em vários tipos de células

HSV-1: Infecções primárias geralmente limitadas à orofaringe


propaga-se por contato geralmente envolvendo saliva infectada.
Manifesta-se geralmente em crianças pequenas (mucosa bucal e gengival)
HSV-2: transmissão sexual/transmissão vertical

Infecções primárias leves (assintomáticas)

•Estima-se que 3.7 bilhões de pessoas < 50 anos tem infecção pelo HSV-1
417 milhões de pessoas de 15-49 anos têm infecção pelo HSV-2.
•Maioria das infecções assintomáticas.
Patologia
Infecções citolíticas

Necrose das células infectadas e resposta inflamatória

Lesões semelhantes na infecção primária e infecção recorrente

Alterações histopatológicas:

Balonização de células infectadas


Corpúsculos de Cowdry tipo A
Marginação da cromatina
Celulas gigantes multinucleares
Herpes simples tipo 1
Infecções primárias Infecções recorrentes

Gengivoestomatite Dor de garganta, febre

Faringoamigdalite Ceratite

Ceratoconjuntivite Herpes mucocutâneo: paroníquia, eczema,


genital (+/_),

Infecções Neonatais (+/-) Encefalite

Meningite (+/_)
Herpesvírus Tipo2

Infecções primárias Infecções Primárias ou recorrentes

Infecções Neonatais Herpes cutâneo (mãos, braços,


Paroníquia Herpética
Herpes genital

Meningite
Herpes genital

Causada geralmente pelo HVS-2

Lesão primária presente na vulva ou pênis após 3 a 7 dias de infecção


São geralmente mais graves
Duração de três semanas

Lesões vesiculo-ulcerativas muito dolorosas


pênis/colo uterino/vulva/vagina e períneo

Sintomas e sinais sistêmicos: febre, cefaléia, mal-estar, disúria, linfoadenopatia


inguinal

Migração ascendente do vírus pelas terminações nervosas próximas para


estabelecer a infecção nas raízes dorsais dos gânglios nervosos

Reativação

Lesões recorrentes
Meningite ou encefalite
Transmissão vertical na hora do parto:herpes neonatal disseminada/encefalite
Herpes

Fluido vesicular ou material de


lesões ulcerosas
Imunoflurescência (tipificação)

Efeito citopático:
células gigantes multinucleadas e
balonização celular
Vírus varicela-zoster
• Infecção primária: varicela
• Latência: neurônio
• Reativação: zoster
• Efeitos citopáticos:
Células gigantes multinucleadas
Corpúsculos de inclusão eosinofílicos
intranucleares
Varicela
Transmissão
Secreções salivares/nasais
Contato direto com líquidos vesiculares
Transmissibilidade: antes e após o surgimento
dos sintomas
Via de infecção: mucosa de vias aéreas superiores ou conjuntiva
Replicação e disseminação viral limitadas pela resposta imune
humoral e celular.

Período de incubação: 10 a 21 dias

Mal-estar, febre seguidos do surgimento de um exantema (tronco,


rosto e membros) atinge mucosas.
Máculas, pápulas, vesicula e crostas
Complicações: lesões secundárias de pele
encefalite
varicela neonatal
Pneumonia (neonatos e adultos imunossuprimidos)
Forma hemorrágica
Varicela- manifestações clínicas
• Doença clínica (subclínica)
• Período de incubação: 10-21 dias
• Febre
• Mal-estar
• Exantema (tronco-face-membros)
• Enantema (mucosas)
Varicela em imunocomprometidos

• Crianças ou adultos
• Lesões mais numerosas
• Com maior período de apresentação
• Lesões hemorrágicas
• Doença disseminada grave
• Complicações viscerais (30%-50%)
• Fatais (15%)
Vacina contra varicela
• Monovalente ou combinada
• Monovalente: indicada em casos de surto
hospitalar a partir dos nove meses de idade
• Combinada : sarampo+rubéola+caxumba (SC, DU)
a partir dos12 meses
sarampo+ rúbeola+ caxumba+
varicela (12m-12 anos)
Zoster
• Latência
• Dor intensa na área pele ou mucosa.
• Dermatoma: erupção vesicular , unilateral.
• Tronco,cabeça e pescoço.
• Dor (48-72 hs)- exantema
• Duração de 7-10 dias (2-4 semanas)
• Transmissão para indivíduos soronegativos (varicela)
• Qualquer idade
• Maior ocorrência: sexta década de vida
• Recorrência: incomum (AIDS)
Zoster
• Pequenas vesículas na pele que acompanham
o trajeto de raízes nervosas
• Pode atingir qualquer região corporal
• Causam lesões discretas ou vastas
• Na face o acometimento de nervos do
olhopodem causar ceratite (inflamação da
córnea)
Zóster

Dor intensa na área da pele ou mucosa inervada por um ou mais grupos de


nervos e gânglios sensoriais.
Surgimento de vesículas
Tronco, cabeça e pescoço
Divisão oftálmica do trigêmio (10 a15%)
Neuralgia pós-herpética
Pneumonia
Diagnóstico
• Clínico
• Isolamento viral
• Citologia
• Soroconversão
• Detecção de DNA do vírus varicela-zoster por
PCR
Vírus Epstein-Barr
Vírus Epstein Barr

Célula alvo: Linfócito B


Desenvolvimento de linhagens celulares contínuas (imortalização)
Receptor celular : C3d do complemento (CR2 ou CD21)
Co-receptor: moléculas HLA classe II
Entra diretamente em estado latente no linfócito
Persistência viral
Mononucleose Infecciosa

Período de incubação: 30 a 50 dias


Febre, cefaléia, mal-estar, fadiga , faringite
Linfoadenopatia
Esplenomegalia
Sinais de hepatite
Duração: 2 a 4 semanas
Leucocitose com predomínio de linfócitos
Linfócitos atípicos
Linfócitos B imortalizados
Expressam funções diferenciadas
Secreção de imunoglobulinas
Expressão de produtos de ativação das células B (CD23)

Expressão de gene viral


EBNA1,2 e 3A a 3C, LP
Proteínas de membrana do estado latente (LMP1,2)
Pequenos RNA não traduzidos

Liberação de partículas virais por um pequeno número de células


imortalizadas
EBV-cânceres

Linforma de Burkitt – tumor de mandíbula


Carcinoma nasofaríngeo- células epiteliais
Linfomas de Hodgkin
Linfomas não Hodgkin

Distúrbios linfoproliferativos após transplantes

Lesões associadas ao EBV em pacientes com AIDS:


Linfomas policlonais difusos
Pneumonite intersticial linfocítica
Leucoplasia pilosa oral
Linfoma de Burkitt
Leucoplasia pilosa
Formação de uma placa esbranquiçada, geralmente linear, normalmente
unilateral e localizada na borda lateral da língua.

Na sua superfície, vilosidades microscópicas semelhantes a pêlos e, ao


contrário da candidíase, não pode ser retirada com uma espátula.

Em alguns casos pode ser bilateral e/ou acometer o dorso da língua e da


mucosa jugal (parte interna das bochechas).

Pode ser discreta ou extensa, chegando, em alguns casos, a cobrir toda a


superfície dorsal da língua.
Parâmetros sorológicos
VCA IgM, VCA IgG, EBNA IgG
Herpesvirus tipo 8
Sarcoma de Kaposi

Sarcoma de Kaposi é um tipo de câncer que acomete as camadas mais


internas dos vasos sanguíneos. Lesões na pele, nos gânglios, no fígado, nos
pulmões e mucosa intestinal e dos brônquios.

Outras localizações: parte interna das bochechas, gengivas, lábios, língua,


amídalas, olhos e pálpebras.
Herpesvírus humano tipo 8
Sarcoma de Kaposi (SK)

Formas distintas: clássico, endêmico (África), iatrogênico (associado à


imunossupressão) e AIDS-associado (epidêmico).

Sarcoma de Kaposi clássico acomete tipicamente pacientes idosos do sexo


masculino de origem do Mediterrâneo e judeus do leste Europeu, doença
indolente com lesões paranodulares na pele e raramente apresenta envolvimento
visceral.

A forma endêmica do Sarcoma de Kaposi é vastamente encontrada na região


subequatoriana da África entre jovens do sexo masculino e crianças na fase pré-
puberal, podendo ocorrer envolvimento sistêmico, sendo a progressão da doença
normalmente rápida.
A forma iatrogênica, associada à imunossupressão, inclui o SK corticosteróide-
induzido e o SK pós-trasplante e, como na forma endêmica, pode apresentar
envolvimento sistêmico.

O Sarcoma de Kaposi associado à AIDS é a forma mais agressiva, ocorrendo


lesões na pele e vísceras com progressão variável.
Aspectos virais do Sarcoma de Kaposi
Seqüências e transcritos do HHV-8 estão presentes no núcleo das células
endoteliais e fusiformes de todas as formas de SK e em células fusiformes
circulantes em lesões do tipo Sarcoma de Kaposi.

A carga de HHV-8 pode determinar a progressão do SK particularmente


porque linhas celulares de lesões precoces do SK podem ter uma carga de
HHV-8 maior do que as linhas celulares de lesões do SK em estado
avançado.

O Herpes Vírus Humano-8 está presente na pele normal de pacientes HIV


positivos com Sarcoma de Kaposi.
Raramente é encontrado na pele normal de pacientes com a forma clássica
ou endêmica do SK e também na de pacientes HIV negativos,
iatrogenicamente imunosuprimidos, e ainda ocasionalmente em carcinomas
epidermóide e basocelular com imunossupressão não relacionada a AIDS.

O número de cópias do HHV-8 é muito menor na pele normal e nestas


outras lesões cutâneas do que em SK.
Exantema súbito
Herpesvírus tipo 6
• Gênero: Roseolovirus
• Subfamília: Betaherpesvirinae
• Distribuição mundial
• Linfotrópico
• Isolado a primeira vez (1986)
• Pessoas com desordens linfoproliferativas
• Transmissão: saliva, secreções genitais
Herpes vírus tipo 6
doenças humanas
• Exantema súbito (roséola do lactente)
• Infecções no início da infância.
• Febre alta e erupção cutânea.
• Adultos: pneumonite, linfoadenopatia persistente,
hepatite.
• Síndrome da fadiga crônica.
• transmissão: secreções respiratórias
• Saliva
Citomegalovírus- Estrutura

DNA de 240 kpb


Glicoproteína de superfície celular
Vetores de expressão
Diferentes cepas de CMV altamente
relacionadas antigenicamente
Citomegalovírus-Efeitos Citopáticos
Cultivo celular
Patogênese
Período de incubação: 4 a 8 semanas
Transmissão: estreito contato com material contendo o vírus
Amanentação, sexo,
Saliva e urina
Estabelecimento de infecções latentes durante toda a vida
Eliminação: faringe e urina (meses a anos após a infecção primária)

Em hospedeiros imunossuprimidos
Infecções mais graves
Transplantados, tumores malignos, Indivíduos com AIDS
Excreção aumentada e prolongada
Infecções com maior tendência a disseminação
Pneumonia (10 a 20% dos pacientes co tx de M.O
Citomegalovírus
Infecções inaparentes na infância/ adolescência/adultos sem co-morbidades

Síndrome semelhante à mononucleose


20 a 50% das mononucleoses heterófilo-negativas
Doença leves/complicações raras

Infecções congênitas
Doença de inclusão citomegálica: infecção intra-uterina ou pós-natal imediata
malformações congênitas

Infecções primárias/ recorrentes graves em imunossuprimidos


Pneumonia
Leucopenia
Bronquiolite obstrutiva (Tx pulmão-Tx coração)
Rejeição ao Tx renal
AIDS- corioretinite/gastroenterite
Infecções congênitas
Doença de inclusão citomegálica
Comprometimento do sistema reticulo-endotelial e do SNC
Atraso do crescimento intra-uterino
Icterícia
Hepato-esplenomegalia,
Trombocitopenia
Microcefalia
Retinite
Taxa de mortalidade
Perda auditiva grave
Anormalidades oculares
Retardo mental
Reativação de infecção por CMV
Eliminação do CMV no colo uterino
Infecção na passagem pelo canal de parto
RN com alto títulos de Ac maternos adquiridos por via transplacentária
Eliminação viral com 8 a 12 semanas de vida
Excreção prolongada
Saudáveis
Causa de pneumonia em crianças < de 6 meses
Imunidade

Ac para CMV aumentam com a idade

Reativação ocorre na presença de imunidade humoral

Ac presentes no leite materno não impedem a transmissão do CMV na


amamentação

Ac maternos protegem mais o lactente contra o desenvolvimento de


doença grave do que contra a transmissão
Diagnóstico Laboratorial
Reação em cadeia da polimerase- detecção do CMV replicante e não-latente

Sangue e urina

Carga viral

Detecção de Ag virais em leucócitos

Sorologia

Isolamento viral

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