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Doenças víricas

Nevillle
capítulo 7
HSV(Vírus do Herpes Simples)
VVZ(Varicela)
HZ(Herpes Zoster)
EBV (Mononucleose Infeciosa)
CMV(Citomegalovirus)
Enteroviroses
Sarampo
Condiloma acuminato
Infeção pelo herpes vírus

Tipos principais de herpes vírus (DNA VÍRUS) – família do herpes vírus humano
- HSVI
- HSVII
- VZV
- EBV
- CMV
- HHV-6
- HHV-7
- HHV-8(sarcoma de Kaposi)
Humanos são o único reservatório natural (infeção endémica no mundo)
HSV

. HSVI: afecta a face, lábios, boca e pele (parte superior do corpo).


Transmissão pela saliva

•HSVII: afecta órgãos genitais e pele


(parte inferior do corpo). Transmissão por contacto sexual

É possível haver transposição do tipo de vírus e imunidade cruzada.


Infeções provocadas pelo HSVI:

* Primoinfeção herpética (sem anticorpos circulantes) criança e


lactente, adulto:

* Herpes recorrente (com anticorpos circulantes)

Clinicamente são diferentes. Na primária predominam as


manifestações sistémicas, que muitas vezes são subclínicas.
vírus
Hospedeiro susceptível

Infeção recorrente

Infeção primária -herpes labial


-herpes genitais
1-10% doença 80-99%infeção -úlcera da
clínica subclínica córnea

-gengivoestomatíte Sem doença visível


-faringite
-herpes labial
Portadores do vírus
Excitantes
70 a 80% da população -radiação
com anticorpos circulantes actínica
-febre
-dist. gastroint
-trauma
-alergias
-ansiedade
Primoinfeção herpética
1º e 2º dias
- febre - irritabilidade - dor de cabeça - dor ao deglutir
- linfadenopatia cervical anterior.
3º e 4º dias
- oralgia
- gengiva eritematosa e dolorosa, com possível envolvimento dos lábios, língua,
mucosa jugal, palato, faringe e amígdalas.
7º dia
- vesículas - úlceras com fibrina no fundo.
7º ao 14º dia
-cicatrização das úlceras, sem deixar marcas.

Gengivoestomatite/Faringoamigdalite herpética aguda


INFEÇÃO HERPÉTICA RECORRENTE
Características clínicas

- Recorrência com intervalos de 1 mês a 1 ano;


- Herpes labial ocorre na zona vermelha do lábio. Sinais e sintomas prodrómicos
(sensação de ardência, tensão, tumefação ou formigueiro) ou no interior da boca
(ocorrem na mucosa firmemente ligada ao periósteo);
-Lesões ( vesículas com fluido que rompem e formam crostas. Cicatrização 7 a 10
dias.
- Panarício herpético Infeção dos dedos.
-Herpes genital HSV2
- Intensidade da dor é variável pouco intensa;
- Diâmetro vesículas: 1mm ou <;
- Vesículas rompem e deixam ulceração avermelhada, que cicatriza em 7 a 10 dias
sem deixar marca. No interior da boca é raro ver as vesículas.
Herpes intraoral
Pouco frequente suspeitar de imunodeficiência
HSV2 herpes genital Panarício herpético
Herpes em imunodeprimidos

A infeção torna-se persistente

Na pele – erosão cutânea superficial que aumenta para a periferia

No epitélio – zonas de necrose com cor acastanhada e bordo branco que


podem ou não estar associados a herpes labial

Úlceras intraorais que não cicatrizam diagnóstico diferencial com


lesõesaftosas.
Histopatologia
Afecta as células doepitelio:

- Núcleos claros e aumentado(degeneração em balão)


- Células multinucleadas com acantólise (células de Tzanck)
Diagnóstico laboratorial

-Isolamento do vírus (líquido de vesícula fresca) cultura em tecido


-Citologia/histologia em zona de vesícula fresca
-Titulo de anticorpo fase aguda(8dias)/convalescença IgG/ IgM
Tratamento

-Evitar contacto com as lesões – evitar autoinoculação para outras zonas-

Aciclovir (Zovirax) fase inicial da infeção

Ganciclovir (Cytovene, Roche) para infeção cruzada com CMV

Penciclovir creme (absorvido mais facilmente pela zona vermelha do lábio)

Foscarnet para estirpes resistentes

Medidas de suporte
Infeção provocada pelo vírus Varicela Zóster
(VZV)
Infeção primária – Varicela - 1º contacto com o vírus
(na boca é semelhante à gengivo-estomatite herpética aguda).

Mal-estar, dor de cabeça, náusea, anorexia.

Pele com exantema, erupções pruriginosas de lesões maculopapulares,


eritematosas.
Transformam-se rapidamente em vesículas, pústulas, e crostas.

Latente nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinais


ou nos gânglios extra-medulares dos nervos cranianos.

Sintomas: - prurido intenso


- erupções cutâneas
- sintomas orais não são importantes no diagnóstico.

Evitar aspirina Síndrome de Reye – encefalopatia com falência hepática e


edema cerebral.
Diagnóstico

História de exposição ao vírus e presença do exantema típico.

Confirmação pela recolha e exame anátomo-patológico do


líquido das vesiculas.

Observa-se alterações histológicasidênticas às provocadas


pela infeção do herpes simples: alteração da relação
núcleo/citoplasma.

Anticorpos séricos durante o estado agudo e passado 10 a 28


dias. Títulos IgG/IgM.
Tratamento

O tratamento é sintomático com banhos mornos com sabão ou bicarbonato de sódio, anti-
histamínico, antivírico.
O vírus tem um invólucro lipídico que é rapidamente destruído pelo sabão e outros
detergentes.

Antipiréticos para controle da febre.

Antivíricos aciclovir, vanciclovir oral reduzem a duração e a severidade da infeção, se


administrados durante as primeiras 24 horas após aparecimento do rash.

Vacina: VASPR + VAV

Evitar aspirina (síndrome de Reys)

Imunoglobulina da varicela zóster (VZIG) atenua o curso clínico da infeção.


Herpes Zoster
(HZ)
-Incidência 3 a 5 casos em 1000 ano.

-VZV que está latente nos gânglios dorsais da medula espinal, faz o trajeto
trans-axonal e provoca a doença por reativação do vírus.

- Manif. Clínicas:- período prodrómico 2-4 dias


-dor aguda, parestesia e ardência ao longo do nervo afetado.

Atinge 10 a 20% dos indivíduos. Prevalência dos ataques aumenta com a idade.

- fase aguda - vesículas unilaterais com base eritematosa.


(um único dermátomo envolvido)

- Fase crónica – dor persiste após cicatrização das vesículas.

Nervos + afetados: -C2, T5, L1, L2, 1ª divisão do trigémeo.

Diagnóstico difícil: no período prodrómico e nos casos sem


erupção.
Diagnóstico
-História de dor.
-Localização unilateral.
-Distribuição segmentar da lesão.

Achados orais-vesículas e úlceras unilaterais.

-Diagnóstico clínico baseia-se na uniteralidade, na dor


e no local de aparecimento.

-Diag. Laboratorial:-imunofluorescência (anticorpo monoclonal para VZV)


-isolamento do vírus
-títulos de anticorpo.
Nos casos sem erupção a única maneira de confirmar o diagnóstico
é um título elevado de anticorpos.

Tratamento: -800mg aciclovir 5 x dia; carbamazepina (tegretol) 200mg 3 x dia


- prevenção da neuralgia pós herpética
-prevenção da disseminação em imunodeprimidos.
Anti víricos:
Aciclovir: HSV1 – 200mg 5x dia durante 4 dias.

VZV – 800mg 5xdia.

Ganciclovir: CMV – 3g dia IV dividido em três doses durante 14 a 21


dias.
Solução oral- 900mg/dia 21 dias

Valaciclovir: HSV1 e 2 – 2000mg 2 x dia. 1 dia


VZV – 1000mg 3 x dia durante 7 dias.
CMV – Profilaxia 2000mg 4x dia. Até 90 dias
Mononucleose Infeciosa
(EBV)
Jovens com dor de garganta, febre, mal estar, dor de cabeça e
linfadenopatia cervical.

Faringite, amigdalite, e petéquias na mucosa palatina e gengiva inflamada.

Fadiga, anorexia, náusea e hepatoeplenomegalia.

Síndroma de fadiga crónica – Fadiga, febre, faringite, dores de cabeça,


mialgias, depressão. Titulo aumentado de anticorpo EBV.

Diagnóstico: apresentação clínica


aumento das células brancas com linfocitose
presença de anticorpo heterófilo de Paul-Bunnell
teste ELISA positivo

Tratamento: inespecífico, hidratação, descanso, analgésicos, antipiréticos


(sem aspirina).
- Leucoplasia pilosa

- Úlceras persistentes que não cicatrizam


Citomegalovirus
CMV
Pode ficar latente nas células das gls. salivares, endotélio, macrófagos
e linfócitos e é possível a reativação da infeção sob determinadas
circunstâncias.

Transmissão por troca de fluidos corporais.

90% dos portadores assintomáticos

Recém nascidos infetados: hepatoesplenomegalia, eritropoiese extra-


medular, tormbocitopenia (com petéquias). Encefalite pode levar a
atrasos mentais.

Adulto mesmos sintomas da mononucleose infeciosa sem sinais


faríngeos e sem linfadenopatia.

Diagnóstico: apresentação clínica


Biopsia (úlceras crónicas em imunodeprimidos)

Tratamento: ganciclovir/foscarnet.
Infeções pelo Coxsackievirus
RNA enterovirus
Grupo A - causa infeções orais
Grupo B – hepatite, meningite, infeção respiratória

Herpangina

Faringite linfonodular aguda

Doença das mãos pés e boca


Herpangina
(A4)
Transmissão Via fecal-oral. Faze aguda pela saliva.

Epidémica

Manif. Clínicas: -incubação 4 a 7 dias.

Início da infeção -febre, arrepios e anorexia.

Queixas: disfagia, dor na boca e na garganta.

Zonas afetadas: faringe parte posterior, amígdalas, pilares das fauces, palato mole.

Máculas - pápulas - 24 a 48 horas -úlceras - cura - 1S.


Critérios para diagnóstico diferencial com HSV

- Epidémica (Junho-Outubro)
- Menos grave
- Parte posterior da boca
- Não provoca gengivite generalizada
- Lesões tendem a ser menores

Diag. Laboratorial

- Citologia esfoliativa da vesícula


(não apresenta degeneração em balão nem
células multinucleadas)

Tratamento
suporte
Faringite linfonodular aguda (A10)

-Variante da anterior
-Distribuição similar
-Nódulos não progridem para úlceras( representam tecido
linfoide hiperplásico)

Tratamento - suporte

Doença dos pés, mãos e boca (A16)


Características clínicas:
-febre baixa
-vesículas e úlceras orais
-máculas, pápulas e vesículas não pruriginosas
nas sup. extensoras das mãos e pés
Sarampo
(Paramixovírus)
Infeção provocada por paramixovírus.

Apresentação clínica: após período de incubação 2 semanas começam os


sintomas prodrómicos – febre, mal estar, corrimento nasal , conjuntivite
e tosse.
Passado dias aparece o rash com exantema e dura 4 a 7 dias.

Indivíduos infetados tornam-se infetantes passado 2 dias de adquirirem


a infeção até 4 dias após aparecimento do rash.

Complicações: otite, pneumonia. Encefalite 1:1000 casos.


Diagnóstico
O facto de ser epidémico e apresentação clínica.

Titulo de anticorpo aparece 1 a 3 dias após exantema e dura 3 a 4 semanas.

Tratamento
Vacinação e medidas de suporte.
A vacinação está recomendada em todas as crianças entre os 12 a 15 meses, com
reforço entre os 4 a 6 anos.
Evitar aspirina no controle da febre.
Manifestação orais: pontos de Koplik zona de eritema com máculas brancas.
Aparecem precocemente no decurso da infecção.
Condiloma Acuminatum
Doença sexualmente transmissível
Verruga venérea – verruga verdadeira devido a etiologia vírica subtipos 2 e 6
(HPV).
Muito contagioso penetra na queratina das mucosas, infecta o núcleo das
células escamosas produzindo uma proliferação conhecida por verruga ou
condiloma
Diag Diferencial com Papiloma (lesões unitárias)
Carcinoma verrugoso (lesões múltiplas)
Diag: aparência da lesão, biopsia
Tratamento
– Remoção cirúrgica
Aplicação de ácido tricloroacético a 50%
Imiquimod (Aldara, 3M) a 5% induz interferon como citoquina antivírica.
Efectivo 75% mulheres 40% Homens
Molluscum contagiosum

Doença vírica da pele induz hiperplasia epitelial


Pápulas múltiplas
Com maturação ficam cinzentas
Face, mãos, abdómen e genitais
Incidência alta nos HIV
Etiologia DNA Pox vírus, transmitido por contacto direto
Diag: histologia
Tratamento: curetagem, crioterapia

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