Você está na página 1de 6

I Habilidades Pediátricas – Doenças exantemáticas febris I Thiago Almeida Hurtado

1) Classificações dos exantemas


• Exantema maculopapular: manifestação cutânea mais comum nas doenças infecciosas sistêmicas
o Morbiliforme: pequenas máculo-pápulas eritematosas, avermelhadas, podendo se confluir,
permeadas por pele sã.
o Escarlatiniforme: eritema difuso, puntiforme, vermelho vivo, sem solução de continuidade,
poupa a região perioral, aspecto de lixa
o Rubeoliforme: morbiliforme com pápulas menores e cocloração rósea
o Urticariforme: erupção papuloeritematosa de contornos irregulares
• Exantema papulovesicular: presença de pápulas e de lesões elementares de conteúdo líquido, podendo
ser localizado ou generalizado.
• Exantema petequial/purpúrico: alterações vasculares com ou sem distúrbios de plaquetas e de
coagulação.

2) Sarampo – NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA


• Ag.etiológico: Morbilivirus (“exantema morbiliforme”); transmitido por aerossóis
• Quadro Clínico
o Febre > 38,5º
o Exantema maculopapular generalizado
o Tosse, coriza
o Conjuntivite
I Habilidades Pediátricas – Doenças exantemáticas febris I Thiago Almeida Hurtado
o Manchas de koplik (enantema esbranquiçado patognomônico na mucosa oral)

Período de infecção Período de remissão


- aprox 7 dias - Redução dos sintomas e declíneo da
Período toxêmico
- surgimento dos primeiros sintomas febre
- complicações devido a redução da
(prodrômico) - Exantema se torna escurecido e
resistência do hospedeiro
- exantema se inicia na região retro- descama
auricular

• Diagnóstico: ELISA em amostra coletada até 28 dias após início do exantema


• Tratamento: sintomático, prevenção com vacina

3) Rubéola – NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA


• Ag.etiológico: Rubivirus; transmitido por objetos contaminados com secreções
• Curso benigno, exceto na gravidez, quando pode dar aborto, malformações...
• Quadro clínico
o Exantema maculopapular e puntiforme difuso, com início na face e que progride para tronco e
membros.
o Febre baixa
o Linfadenopatia retroauricular, occipital e cervical
o Leucopenia é comum
• Diagnóstico: ELISA
• Tratamento: sintomático; prevenção com vacina

4) Escarlatina
• Ag.etiológico: Streptococcus pyogenes; transmitida por secreções respiratórios, acomete principalmente
crianças de 2-10 anos de idade
• Quadro Clínico
o Concomitante ou após faringoamidalite
o Febre alta
o Mal-estar
o Exantema eritematoso escarlatiforme (lixa)
o Palidez periumbilical (sinal de filatov)
o Linhas marcadas nas dobras de flexão (sinal de
Pastia)
o Língua em framboesa
o Descamação em padrão “luvas e botas” após 01
semana
• Complicações
o Glomerulonefrite aguda
I Habilidades Pediátricas – Doenças exantemáticas febris I Thiago Almeida Hurtado
o Febre reumática aguda
o Coreia de Sydenham (tardia)
o Cardiopatia reumática (tardia)
• Diagnóstico: teste rápido em secreção colhida de orofaringe
• Tratamento: ATB, tratar também pessoas que tiveram contato.

5) Mononucleose infecciosa (Epstein-Barr)


• Ag.etiológico: vírus Epstein-Barr; transmissão por saliva (HUMMMM); longo período de
transmissibilidade (1 ano ou mais)
• Quadro Clínico:
o Maioria assintomática
o Febre
o Linfoadenopatia
o Amigdalite
o Esplenomegalia
o Exantema variável e inconstante (geralmente associado ao uso de ATB)
• Diagnóstico: sorologia → IgM anti-VCA em fase aguda; IgG anti-EBNA em fase convalescente
• Tratamento: não tem tratamento; orientar a não fazer contato.

6) Febre maculosa brasileira – notificação compulsória


• Ag. etiológico: bactéria do gênero Rickettsia; transmissão por carrapato infectado
• Quadro clínico: início abrupto
o Febre elevada
o Cefaleia
o Mialgia intensa, prostração
o Exantema maculopapular entre o 2º e 5º dia de doença, predomínio em MMII, evolução
centrípeta
• Diagnóstico: identificação de anticorpos por imunofluorescência indireta (RIFI) em amostras
• Tratamento: suporte + ATB

7) Exantema súbito
• Ag.etiológico: herpes tipo 6 e 7, transmitido por secreção oral, ocorre tipicamente na infância
• Quadro clínico
o Febre alta (39 -40º)
o Irritabilidade
o Exantema maculopapular, em geral se inicia no tronco e vai para a face em seguida
I Habilidades Pediátricas – Doenças exantemáticas febris I Thiago Almeida Hurtado
• Diagnóstico: IgM e IgG para HHV-6 (ELSIA)
• Tratamento: sintomático

8) Dengue – NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA


• Ag. Etiológico: DENV1, DENV2, DENV3, DENV4; transmissão pelo aedes
• Grupo de risco: gestantes, < 2 anos, > 65 anos e pct com comorbidades
• Quadro clínico
o Febre alta (> 38º); início abrupto, dura de 2 a 7 dias
▪ Defevercência após sétimo dia → período crítico (aumento do hematócrito)
o Cefaleia
o Mialgia
o Artralgia
o Prostração
o Astenia
o Dor retro-orbital
o Exantema e purido cutâneo
• Diagnóstico: NS1, PCR ou IgM, IgG
• Tratamento: hidratação + estadiamento da doença (A, B, C e D), evitar AAS e AINES (aumenta risco de
hemorragia)

9) Chikungunya
• Ag.etiológico: alphavirus, transmitido pelo aedes
• Grupo de risco: mesmo da dengue
• Quadro Clínico
o Febre alta
o Artralgia intensa (extremidades – potencial para cronicidade)
o Cefaleia
o Mialgia
o Exantema
• Diagnósticos: detecção de antígenos virais, IgG e IgM
• Tratamento
o Analgesia (paracetamol)
o Suporte às descompensações
o Codeina em casos refratários
o Hidratação oral
I Habilidades Pediátricas – Doenças exantemáticas febris I Thiago Almeida Hurtado
10) Zika Vírus
• Ag etiológico: Zika, aedes aegypti
• Grupos de risco: mesmos da dengue
• Quadro clínico
o Síndrome febril (3-7 dias)
o Exantema maculopapular puriginoso
o Hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido
o Artralgia
o Mialgia
o Edema periarticular
o Cefaleia
• Diagnóstico: Teste rápido IgG e IgM, PCR
• Tratamento: sintomático (paracetamol/dipirona)

11) Varicela
• Ag etiológico: vírus Varicela-Zóster, transmissão por aerossóis
respiratórios, gotículas, saliva ou pelo contato com o líquido
excretado pelas lesões cutâneas.
o A infecção determina imunidade duradoura, contudo o vírus
pode se manifestar novamente em gânglios do sistema
nervoso, na forma de Herpes-Zóster.
▪ Ocorre anos após a exposição viral, surgindo vesículas
agrupadas sobre base eritematosa, associada a sensação
de dor, queimação e aumento da sensibilidade local,
geralmente ocupando 1 ou + dermátomos.
• Quadro Clínico
o Febre
o Cefaleia
o Astenia
o Irritabilidade e rash cutâneo, puriginoso, com manchas avermelhadas que evoluem para
vesículas, pústulas e crostas, sendo típico a presença de lesões em seus diversos estágios de
evolução de forma concomitante.
• Complicações
o Pneumonia causada pelo próprio vírus
o Infecção no SNC
o Infecções bacterianas cutâneas (lesões)
I Habilidades Pediátricas – Doenças exantemáticas febris I Thiago Almeida Hurtado
• Diagnóstico: pode se detectar o vírus por PCR no líquido das vesículas ou utilizar sorologia IgM ou IgG.
• Tratamento: cremes tópicos para o prurido; antialérgicos orais; cuidados de higiene para reduzir risco de
infecções cutâneas secundárias e ATB. A vacina é a principal forma de prevenção.

12) Infecção por adenovírus


• Ag.etiológico: gênero adenovírus (duh), transmissão por gotículas respiratórias
o Pico de incidência: final do inverno, primavera e início do verão; principalmente em crianças que
estão em creches. A transmissibilidade é maior nos primeiros dias de infecção, sendo que as
assintomáticas são extremamente frequentes.
• Quadro clínico
o Febre
o Sintomas respiratórios
o Otite média
o Conjuntivite
• Diagnóstico: isolamento viral (amostras de orofaringe)
• Tratamento: suporte

Você também pode gostar