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@medavexadax

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS
O que é?
lesões em que a erupção cutânea é a característica
dominante na evolução.

Febre e exantema são apresentações de vários tipos de


doença, sendo que em criança a etiologia infecciosa é
a predominante, mas outras devem ser lembradas,
como aquelas de origem imunológica, reumatológica,
oncológica ou mesmo desconhecida, como acontece
com a doença de Kawasaki.

Classificação
As lesões que aparecem na pele têm apresentações
diversas, de acordo com a etiologia ou resposta do
indivíduo.
• purpúricas não desaparece a vitopressão, mas
• mácula é uma lesão plana, não palpável; sim o extravasamento de sangue do vaso
• pápulas são lesões pequenas perceptíveis ao
tato
• nódulos lesões pequenas perceptíveis ao tato
maiores que são > 1cm
• vesículas são pequenas lesões que contêm
líquido
• bolhas, pequenas lesões que contêm líquido
>1cm
• pústulas , pequenas lesões que contêm líquido
purulento >1cm
• Placas são lesões planas, mas elevadas,
perceptíveis ao tato e grandes.

Ainda podem ser divididas em

• morbiliformes quando existem áreas de pele


sã entre as lesões e
• escarlatiniformes quando o acometimento é
difuso.
• Rubeoliforme: morbiliforme com pápulas
menores e cocloração rósea
Tamanho: • Urticariforme: erupção papuloeritematosa de
contornos irregulares
• podem ser pequenas, petequiais
• ou maiores, equimóticas.

As lesões podem ainda ter cor:

• eritematosa, que quando desaparece com a Os exantemas podem ser subdivididos segundo o tipo
vitropressão são devidas a vasodilatação de apresentação e a etiologia viral ou outras etiologias.
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A orofaringe fica hiperemiada e na região oposta aos
dentes molares aparecem manchas branco-azuladas,
pequenas, de cerca de 1 mm de diâmetro, chamadas
de manchas de Koplik.

O exantema se inicia atrás do pavilhão auricular,


disseminando-se rapidamente para o pescoço, face,
tronco e atinge a extremidade dos membros por volta
do terceiro dia.

O exantema é maculopapular eritematoso,


morbiliforme como regra, mas em determinadas áreas
pode confluir. Na fase do exantema a doença atinge o
seu auge.

Sarampo
Etiologia – Paramyxovirus.

Mecanismo de transmissão – via aérea, através de


aerosol.

Tempo de incubação – oito a doze dias.

Tempo de contágio – desde dois dias antes do início do


pródromo até quatro dias após o aparecimento do
exantema.

Isolamento – respiratório (uso de máscara) até quatro O exantema começa a esmaecer em torno do terceiro
dias após o início do exantema. ou quarto dia, na mesma sequência que apareceu,
Apresentação – morbiliforme deixando manchas acastanhadas.

Quadro clínico – a doença começa com pródromo que Complicações - laringite, às vezes muito acentuada,
dura de três a quatro dias, com febre, tosse seca e traqueobronquite, pneumonite intersticial,
coriza hialina, cefaleia, mal-estar, prostração intensa, queratoconjuntivite. Otite média é a principal
incomum em doenças virais. A febre é elevada, complicação bacteriana.
atingindo o auge na época do aparecimento do Diagnóstico laboratorial: Sorologia para anticorpos
exantema. específicos (Elisa) em amostra coetada até 28 dias após
Os olhos ficam hiperemiados com lacrimejamento e o início do exantema.
fotofobia e, nos casos mais graves, ocorre edema Prevenção e tratamento: sinais e sintomas
bipalpebral. apresentados devem ser tratados de acordo com a
O enantema é a primeira manifestação mucocutânea a sintomatologia e a terapêutica adequada. A vacina é a
aparecer, e é característico. única forma de prevenir a ocorrência de casos
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Rubéola Adolescentes e adultos podem apresentar um período
prodrômico com febre baixa, cefaleia, dores
Etiologia e forma de transmissão: Doença generalizadas (artralgias e mialgias), conjuntivite,
exantemática aguda causada pelo Rubivirus (família coriza e tosse. A leucopenia é comum e raramente
togaviridae). ocorrem manifestações hemorrágicas.
Apresenta curso benigno, mas sua importância Diagnóstico laboratorial: Sorologia para anticorpos
epidemiológica está relacionada à síndrome de rubéola específicos (Elisa) em amostra, coletada até 28 dias
congênita (SRC). Quando a infecção ocorre durante a após o inicio do exantema.
gestação pode causar aborto, natimorto e
malformações congênitas, tais como cardiopatias, Prevenção e tratamento: Não há tratamento
catarata e surdez. específico. Sinais e sintomas apresentados devem ser
tratados de acordo com sintomatologia e terapêutica
Transmissão: Contato com secreções nasofaríngeas de adequada. A vacina é a única forma de prevenir a
pessoas infectadas. A transmissão indireta, mesmo ocorrência de casos.
sendo pouco frequente, ocorre mediante contato com
objetos contaminados com secreções de nasofaringe Escarlatina
nas fezes, sangue e urina.
Etiologia e forma de transmissão: Causada pelo
Grupo Etário: São suscetíveis todas as pessoas não Streptococcus pyogenes, uma bactéria beta hemolítica
vacinadas e/ou que não tiveram a doença. do Grupo A, produtora de toxina eritrogênica. A
transmissão ocorre através do contato com secreções
Quadro clínico: É caracterizado por exantema
respiratórias.
maculopapular e puntiforme difuso, com início na face,
couro cabeludo e pescoço, espalhando-se Grupo etário: Acomete principalmente crianças de 2-
posteriormente para tronco e membros. 10 anos de idade.

Quadro Clínico: Período de incubação de 2-5 dias.


Concomitante ou após faringoamigdalite membranosa,
apresenta-se com febre alta e mal-estar,

exantema eritematoso puntiforme (pele áspera como


uma lixa),

palidez peribucal (Sinal de Filatov),

Febre baixa e linfadenopatia retroauricular, occiptal e


cervical posterior também são possíveis de ocorrer.
Geralmente antecedem o exantema, no período de 5 a
10 dias, e podem perdurar por algumas semanas.
Formas inaparentes são frequentes, principalmente em
crianças.
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linhas marcadas nas dobras de flexão (Sinal de Pastia) contato com saliva em objetos ou mãos. Em adultos
jovens, o beijo facilita a transmissão.

Grupo etário: Atinge crianças e adolescentes.

Quadro Clínico: Em 50% dos casos a infecção é sub-


clínica ou assintomática. Em pacientes com a forma
clínica, o pródromo é muito discreto ou ausente. O
quadro clínico característico é de febre,
linfoadenopatia, amigdalite membranosa e
esplenomegalia.

Pode apresentar exantema, variável e inconstante que


está associado ao uso de antibióticos (penicilinas,
cefalosporinas e seus derivados).

e língua em framboesa.

O período de incubação é de 4-6 semanas. O Período


de transmissibilidade é prolongado, podendo estender-
se por um ano ou mais.
Descamação extensa em mãos e pés (em dedos de
luva), inicia após uma semana. Transmissibilidade de Diagnóstico Laboratorial: Sorologia para detecção de
10-21 dias em pacientes não tratados e sem IgM anti-cápside viral (anti-VCA) em sangue coletado
complicações. em fase aguda e IgG antiantígeno nuclear (anti-EBNA)
em sangue da fase convalescente.
Complicações podem ocorrer dentro de 1-5 semanas
e incluem glomerulonefrite aguda e febre reumática Prevenção e tratamento: Não há tratamento
aguda. Complicações tardias incluem coreia de específico. Não há vacina. Orientar aos contatos
Sydenham e cardiopatia reumática. próximos e minimizar o contato com saliva do indivíduo
com mononucleose.
Diagnóstico Laboratorial: O diagnóstico laboratorial
pode ser realizado através de teste rápido (aglutinação Exantema súbito- Roseola infantum
de Látex) em secreção colhida de orofaringe.
Etiologia e forma de transmissão: Doença viral de
Prevenção e tratamento: Tratamento específico com evolução benigna causada pelo herpesvírus humano
antibióticos. Não há vacina. Contactantes portadores tipo 6 e 7. É conhecida pelo nome de Roseola infantum.
devem ser tratados. Causa febre de três dias, sexta moléstia.

Mononucleose infecciosa Transmissão: Secreção oral do portador sadio para


contatos próximos.
Etiologia e forma de transmissão: Doença viral causada
pelo vírus Epstein-Barr, um herpesvírus. Grupo Etário: Ocorre tipicamente na infância, em
especial nos menores de quatro anos.
A transmissão ocorre principalmente de pessoa a
pessoa por meio de contato com saliva de pessoas Quadro Clínico: Início súbito, febre alta (39º/40ºC) e
infectadas. Crianças pequenas podem infectar-se por extrema irritabilidade. O exantema é do tipo
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maculopapular, com lesões discretas de 2 a 3 cm de O exantema inicia-se pela face sob a forma de eritema
diâmetro, não coalescentes. difuso, com distribuição em “vespertilho” e edema de
bochechas (fácies esbofeteada).
Em geral, acomete inicialmente o tronco e em seguida
a face, a região cervical e a raíz dos membros, sendo de
curta duração (24 a 72 horas sem descamação).

As outras regiões da face são poupadas. O exantema é


tipo maculopapular, com palidez central que confere
rendilhado à lesão. Acomete o tronco e a face
extensora dos membros, podendo regredir em até 3
semanas. Pode haver recorrência da doença pela ação
de estímulos como o sol, o estresse e variação de
temperatura.

Diagnóstico: Sorologia para detecção de anticorpos


Igm (ensaio imunoenzimatico-Elisa)

Tratamento e prevenção: Não há tratamento


Diagnóstico laboratorial: Captura de anticorpos Igm e
específico ou vacina.
IgG para HHV-6 (ensaio imunoenzimatico-Elisa).
Prevenção e tratamento: Tratamento de suporte e Enteroviroses
administração de medicação sintomática, bem como a
vigilância das complicações, especialmente às Etiologia e forma de transmissão: Geralmente
relacionadas ao sistema nervoso. Não existe vacina associado aos vírus ECHO ou Coxsackie A e B.
disponível. Transmissão fecal-oral ou respiratória.

Grupo etário: Mais frequente em crianças de baixa


Eritema Infeccioso
idade.
Etiologia e forma de transmissão: Doença viral de
Quadro Clínico: Período de incubação de 3-6 dias.
evolução benigna, causada pelo parvovírus humano
Apresentação mais comum como uma doença febril
B19.
não-específica.
Transmissão: A via respiratória é a mais importante,
Podem ocorrer manifestações respiratórias (resfriado,
principalmente em comunidades fechadas. A
estomatite, herpangina, pneumonia), neurológicas
transmissibilidade máxima ocorre antes do exantema.
(meningite asséptica) e cutâneas (exantema). O
Grupo etário: acomete preferencialmente crianças de exantema, discreto, ocorre em 5-50% das infecções,
2 a 14 anos. podendo ser rubeoliforme, escarlatiniforme ou
morbiliforme. Excreção viral pelas fezes pode persistir
Quadro clínico: Geralmente sem pródromos, podendo
por várias semanas após infecção.
surgir alguns sinais inespecíficos, como febrícula,
mialgia e cefaleia. Prevenção e tratamento: Não há tratamento específico
nem vacina. Orientações para lavagem de mãos após
manipulação de indivíduo infectado, sobretudo após
troca de fraldas.
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Varicela
Diagnóstico laboratorial: o quadro típico costuma
Etiologia e forma de transmissão: doença viral aguda, dispensar o recurso laboratorial, pode se detectar VVZ
altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela- por PCR no liquido das vesículas, ou utilizar reações
Zoster (VVZ). sorológicas IgM ou IgG.
A transmissão ocorre através de aerossóis Prevenção e tratamento: tratamento do prurido com
respiratórios, gotículas, saliva ou pelo contato com o soluções e creme tópicos, antialérgicos orais, cuidados
liquido das lesões cutâneas. de higiene para reduzir risco de infecções cutâneas
secundárias e antibióticos. Antivirais sistêmicos podem
Grupo etário: mais comum na infância, sendo
ser utilizados nos casos de maior risco de complicação,
suscetíveis todas as pessoas não vacinadas e/ou que
ou na presença de doença mais grave. A vacina para
não tiveram a doença. Costuma determinar imunidade
varicela previne a ocorrência de casos
duradoura, porém pode se manifestar como Herpes-
Zoster, pela reativação do vírus latente em gânglios do Reação Medicamentosa
sistema nervoso, por diferentes motivos.
Etiologia e forma de transmissão: Hipersensibilidade
Quadro clínico: após um período de incubação em do tipo I que ocorre após exposição à diversas drogas
média de 2 semanas, inicia-se quadro de febre, como: quinino, atropina, antipirina, hidantoínas,
cefaleia, astenia, irritabilidade e rash crânio caudal, alopurinol, salvarsan, sulfonamidas penicilinas. Ainda,
pruriginoso, com manchas avermelhadas, que evoluem ocorre por intoxicação por mercúrio, ouro ou arsênico.
para vesículas, pústulas e crostas, sendo típico a Após uso de imunobiológicos pode ocorrer adoença do
presença de lesões em seus diversos estágios de soro.
evolução concomitantemente.
Grupo etário: Qualquer grupo etário.
Pode acometer mucosas, levar ao aumento de gânglios.
O quadro costuma ser benigno, com duração de 10 Quadro Clínico: Não há pródromos, pode ocorre febre,
dias, mas pode evoluir com pneumonia pelo próprio mialgia e prurido.
vírus, afecção no sistema nervoso, infecções
bacterianas cutâneas. A doença pode ser mais grave
em adultos, imunodeprimidos, gestantes ou recém-
natos.

O Herpes Zoster costuma ocorrer anos após a


exposição ao VVZ, com vesículas agrupadas sobre base
eritematosa, associada à sensação de dor, queimação e
aumento da sensibilidade local, ocupando um ou mais
dermátomos.
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O exantema pode ser macular, máculo-papular,
urticariforme ou eritrodérmico. Reações mais severas
podem ser facilmente confundidas com exantema do
sarampo ou escarlatina. Adenopatia,
hepatoesplenomegalia e toxicidade intensa podem
ocorrer.

Diagnóstico Laboratorial: Não há confirmação


laboratorial. O diagnóstico é clínico e exames
laboratoriais.

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