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CUIDADO INTEGRAL AO PACIENTE NAS DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS:

DOENÇAS PARASITÁRIAS: VARICELA, CAXUMBA, DIFTERIA, SARAMPO, COQUELUCHE,


TÉTANO, MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA, TIPOS DE ISOLAMENTO HOSPITALAR E BACTÉRIAS
MULTIRRESISTENTES

1 VARICELA.
A varicela, conhecida popularmente como catapora, é uma doença exantemática viral
infecciosa, altamente contagiosa. Os sintomas variam de febre moderada a alterações
sistêmicas. As lesões cutâneas são poliformes e apresentam prurido. A doença costuma ser
benigna em crianças.

1.1 Características da varicela


O agente etiológico da varicela é o vírus Varicella-zoster. O reservatório exclusivo é o
homem. O modo de transmissão se dá de modo direto, sendo de pessoa a pessoa, por meio de
contato direto ou de secreções respiratórias pelas partículas de aerossóis, muito raramente
pelo contato com as lesões da pele. O período de incubação costuma ser de 14 a 16 dias.
O período designado como período de transmissibilidade varia de 1 a 2 dias antes do
aparecimento das lesões exantemáticas, e estende-se até que todas as lesões estejam na fase
de crosta.
A suscetibilidade da doença é universal. Uma vez que a pessoa desenvolve a doença, a
infecção confere imunidade permanente, no entanto, em casos raros podem acontecer um
segundo episódio de varicela. Já quando se trata de imunidade passiva, ou seja, transferida de
mãe para filho, esta pode perdurar em proteção para criança entre 4 e 6 meses da criança.
As manifestações clínicas da varicela são divididas em dois momentos:
PERÍODO PRODRÔMICO: Esse período se inicia com febre baixa, cefaleia, anorexia e
vômito, e pode durar de horas por até 3 dias. As erupções cutâneas pápulo-vesicular começam
na face evoluem para o couro cabeludo ou tronco.
PERÍODO EXANTEMÁTICO: As lesões costumam surgir de formas múltiplas e evolutivas,
variando de máculas que evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e crostas. Têm uma
frequência maior de surgimento nas partes cobertas do corpo, mas também podem surgir no
couro cabeludo, na mucosa oral e das vias aéreas superiores.
A Síndrome de Reye, que ocorre pelo uso prolongado de ácido acetilsalicílico (AAS),
está associada também à varicela. Essa complicação é caracterizada por quadros de vômito,
agitação, diminuição do nível de consciência e edema cerebral. Por esse motivo, o uso de ASS é
contraindicado a pacientes que desenvolvem varicela (BRASIL, 2004).

1.2 Herpes zoster


Dentro desse estudo sobre varicela, é necessário abrirmos um espaço para falar sobre
a herpes zoster. Essa doença ocorre quando há a reativação do vírus da varicela-zoster.
Conforme o Ministério da Saúde, o quadro clínico é, quase sempre, típico. A maioria dos
doentes refere, antecedendo às lesões cutâneas, dores nevrálgicas, além de parestesias, ardor
e prurido locais, acompanhados de febre, cefaleia e mal-estar.
A lesão elementar é uma vesícula sobre base eritematosa. A erupção é unilateral e
segue o trajeto de um nervo.
As regiões mais comprometidas são a torácica e cervical, correspondentes ao trajeto
do nervo trigêmeo e região lombossacra. Quando ocorre o acometimento do nervo facial, que
também é possível (paralisia de Bell), a pessoa apresenta a característica de distorção da face.
Em pessoas com herpes zoster disseminado ou com várias recidivas, é aconselhável fazer teste
de sorologia para HIV, além de uma pesquisa para neoplasias malignas. Vejamos as
complicações da varicela:
a) Ataxia cerebelar aguda.
b) Trombocitopenia.
c) Infecção secundária da pele (Exemplo: impetigo).
d) Síndrome de Reye.
e) Infecção fetal.
f) Varicela hemorrágica.

O diagnóstico pode ser feito clínico por meio das manifestações clínicas ou por meio de
análise laboratorial, este último de três formas mais específicas:
a) Ensaio imunoenzimático (EIE);
b) Aglutinação pelo látex (AL);
c) Imunofluorescência indireta (IFI).

O tratamento sempre deve ser sintomático, como o uso de antitérmicos, anti-histamínico


e analgésico não salicilato. A orientação de higiene da pele com água e sabão também deve ser
recomendada como tratamento. Se houver infecção secundária, é recomendada a introdução
do uso de antibióticos. No entanto, o tratamento específico para varicela quando identificado
o risco de agravamento da doença em pessoas com mais de 12 anos de idade, exceto as
portadoras de doenças respiratórias e dermatológicas crônicas, é indicado o uso do
antirretroviral Aciclovir.
A varicela só deve ser notificada para a vigilância epidemiológica na ocorrência de casos
graves ou surto. Deve ser preenchida a Ficha de Investigação de Varicela, disponibilizada pelo
Sistema de Agravos de Notificação (SINAN).

2 CAXUMBA
A caxumba é uma doença viral que tem como característica atingir inicialmente
crianças em idade escolar e adolescentes. Costuma ser de evolução benigna, em raros casos
pode haver agravamento necessitando a hospitalização. Quando atinge a população adulta,
nos homens em certa porcentagem, pode evoluir para orquiepididimite e nas mulheres
mastite. Apresenta febre, dor, causam aumento do volume das glândulas salivares,
especialmente as parótidas.

2.1 Características da caxumba


O agente etiológico da caxumba é um vírus do gênero Paramyxovírus. O reservatório é
o homem. A transmissão se dá de forma direta pela via aérea, pela disseminação de gotículas
ou pelo contato direto com saliva de pessoas infectadas. O período de incubação dura em
média de 12 a 25 dias. A suscetibilidade da doença é universal. Quanto à imunidade, esta é de
caráter permanente, sendo adquirida após infecções inaparentes, aparentes ou após
imunização.
A manifestação clínica mais comum dessa doença é o aumento das glândulas salivares,
sendo a principal delas acometidas, as parótidas, além das glândulas sublinguais e
submaxilares, seguida de quadro febril.
Os sintomas iniciais são:
a) Febres que variam de 37,7º a 39,4ºC.
b) Anorexia.
c) Astenia.
d) Cefaleia.sa
e) Mialgia.
f) Artralgia.
g) Desconforto em mastigar.

Em crianças menores de 5 anos de idade é comum sintomas das vias respiratórias. Trata-se
de um evento raro, mas pode haver perda neurossensorial da audição, de início súbito e
unilateral. O vírus também tem afinidade pelo sistema nervoso central, onde há situações em
que observamos casos de meningite asséptica, de curso benigno e encefalite. Em mulheres
gestantes, no primeiro trimestre da gestação, pode levar ao aborto.
O diagnóstico da doença é claramente clínico-epidemiológico. Podem ser realizados testes
sorológicos como ELISA e inibição da hemaglutinação, mas não são rotineiramente.
O tratamento é baseado nos sintomas em que o paciente apresenta, sendo indicadas a
hidratação adequada e a alimentação saudável. Antitérmicos e analgésicos que aliviam as
dores e baixam a febre também são aplicados.
A caxumba não é uma doença de notificação compulsória, ela não consta na Portaria nº
204, de 17 de Fevereiro de 2016. Porém, os municípios e estados têm autonomia para instituir
uma portaria tornando a doença como caso de notificação compulsória (Brasil, 2019).

3 DIFTERIA
A difteria é uma doença infectocontagiosa, imunoprevenível, com certo grau de letalidade.
É causada por um bacilo, que costuma se alojar nas vias aéreas, mais precisamente na laringe e
faringe, amígdalas e nas fossas nasais.

3.1 Características da difteria


A difteria, também conhecida como crupe, é causada por um agente etiológico gram-
positivo, um bacilo que produz toxina diftérica, chamada de Corynebacterium diphtheriae.
O reservatório desse bacilo é o homem, que tem sua via respiratória superior e a pele
colonizada por essa bactéria. O meio de transmissão da doença é de forma direta, sendo
passado de pessoa para pessoa por via respiratória através de gotículas e secreções eliminadas
pela tosse, fala ou espirro. O período de incubação da doença costuma ser de 1 a 6 dias.
A suscetibilidade da difteria é universal. A imunidade pode ser adquirida pela vacinação,
disponibilizada pelo calendário vacinal do Programa Nacional de Imunização, além de poder
ser adquirida pela passagem de anticorpos maternos via transplacentária, que protegem o
bebê nos primeiros meses de vida.
A principal manifestação clínica da difteria é a presença de placas branco-acinzentadas que
se aderem nas amígdalas, invadindo as estruturas vizinhas. Além de se aderirem nas vias
aéreas, podem com menor frequência se instalar na pele, nas conjuntivas, na vulva e no pênis,
além do cordão umbilical. Os sintomas mais comuns são:
a) Dor de garganta.
b) Febre.
c) Mal-estar geral.
d) Edema cervical.

Dependendo do tamanho e localização da placa pseudomembranosa, o paciente pode


apresentar quadro de asfixia aguda, necessitando intervenção imediata para evitar a morte do
paciente. As complicações do quadro podem ocorrer no decorrer da doença, que variam desde
miocardites, neurites até complicações renais.

O diagnóstico, considerado padrão ouro, é feito pela identificação e isolamento da bactéria


causadora da difteria por meio de cultura de amostras biológicas coletadas por meio das
lesões e secreções da nasofaringe e orofaringe.
O tratamento mais eficaz da doença é a administração do soro antidiftérico (SAD). Esse
soro deve ser administrado em ambiente hospitalar, e visa inativar a toxina circulante no
organismo, promovendo a circulação suficiente de anticorpos para o combate as toxinas.
O soro é de origem heteróloga de equinos. A administração endovenosa é feita apenas em
ambiente hospitalar, que tem capacidade de atender possíveis complicações referentes ao
soro, como a presença de médico e equipamentos de emergência. Se não houver essa
disponibilidade, o paciente deve ser encaminhado a outro serviço que atenda essas exigências,
garantindo assim a administração segura do soro. O tratamento com antibioticoterapia
também pode ser feito, e dura em média 14 dias.

4 SARAMPO
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, que atinge todos os grupos etários,
trazendo um risco maior quanto à letalidade em crianças menores de 5 anos e tem preferência
pelo grupo de adultos jovens, entre 15 e 29 anos. É uma doença imunoprevenível.
Recentemente, casos de surtos de sarampo aconteceram pelo mundo tanto em países
desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, fazendo com que por esse motivo o
Brasil, que não registrava casos de sarampo desde o ano 2000, registrasse novos casos que
vieram importados de outros países (Ribeiro, 2015).

4.1 Características do sarampo


O agente etiológico do sarampo é um RNA vírus do gênero Morbillivirus, que pertence
a família Paramyxoviridae. O reservatório é o homem. A transmissão se dá pelo contato direto,
por via respiratória através de gotículas, por secreções expelidas na fala, na tosse ou no
espirro. Já existem descrições da transmissão direta também por aerossóis, o que aumenta a
capacidade de contágio da doença, principalmente em ambientes fechados com muitas
pessoas, como é o caso de escolas e creches.
O período de transmissibilidade começa antes do aparecimento do exantema, em 4 a 6
dias e dura até mais ou menos 4 dias depois do aparecimento das lesões. O período de
incubação costuma ser de 10 dias, mas pode ter uma variação e ser de 7 a 18 dias.
Em relação à suscetibilidade da doença, ela é universal. As crianças lactentes, que
tiverem mães vacinadas ou que já passaram pela doença, possuem imunidade passiva, que é
realizada pelos anticorpos via transplacentária. Essa imunidade pode durar até por volta dos
12 meses de idade. Motivo esse que justifica a necessidade da imunização das crianças nos
primeiros anos de vida, pois a maioria delas perde os anticorpos que receberam da mãe por
volta dos 9 meses.
As manifestações clínicas do sarampo são caracterizadas por febre, geralmente alta,
acima de 38,5ºC, presença de exantema máculo-papular generalizado pelo corpo, coriza,
conjuntivite, tosse, manchas de Koplik, que são pequenos pontos brancos na mucosa oral,
antecedente ao aparecimento das lesões exantemáticas. De forma geral, as manifestações
clínicas são divididas em três fases:
PERÍODO DE INFECÇÃO: Inicia com o surgimento do quadro febril, dura em média 7
dias, acompanhado de coriza, conjuntivite, tosse produtiva e fotofobia. Nessa fase surgem os
exantemas na região retroauricular.
PERÍODO TOXÊMICO: Nesse período ocorre a bacteremia pela falta de imunidade do
doente. As complicações mais sérias costumam acometer crianças menores de 2 anos de
idade, com baixo peso.
PERÍODO DE REMISSÃO: Nessa fase ocorre a diminuição dos sintomas, como a
diminuição da febre, o exantema fica escurecido e, em alguns casos, pode haver descamação
fina, lembrando características de farinha.
O diagnóstico do sarampo é feito pela localização de anticorpos de IgM na corrente
sanguínea, em sua fase aguda. Esses anticorpos podem ser encontrados em até 4 semanas
depois do surgimento dos exantemas. Os exames específicos para localização dos anticorpos
são:
a) Ensaio imunoenzimático (ELISA).
b) Inibição de hemoaglutinação (HI).
c) Imunoflourescência para dosagem de IgM e IgG.
d) Neutralização em placas.

Não há um tratamento específico para o sarampo. Além dos medicamentos para o


tratamento dos sintomas, é recomendada a administração de vitamina A, que auxilia na
diminuição do risco de agravamento dos casos.
O sarampo é uma doença imunoprevenível por meio da vacinação. A idade para iniciar o
esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde é que a primeira dose deve ser
administrada em crianças ao completarem 12 meses de idade e a segunda dose aos 15 meses
de idade. Com o aumento de casos de sarampo em alguns estados do Brasil nos últimos anos,
o Ministério da Saúde incluiu a dose zero que é a vacina obrigatória em todas as crinas entre 6
meses e 1 ano incompletos, chamada também de dose extra.
Em pessoas adultas, que tomaram apenas uma dose da vacina até os 29 anos, é
recomendado completar o esquema vacinal e tomar a segunda dose. Se a pessoa ainda não
tomou nenhuma dose ou perdeu o cartão de vacinação para comprovação das vacinas, de 1 a
29 anos, devem ser administradas duas doses da vacina e se a idade for entre 30 e 59 anos,
deve ser administrada somente uma dose. Em mulheres grávidas, a vacina é contraindicada,
pois é produzida com o vírus vivo do sarampo, o que pode comprometer o sistema
imunológico da mulher, ocasionando complicações na gestação.
O sarampo é uma doença de notificação imediata. A vigilância epidemiológica precisa
receber a notificação dos casos em 24 horas. O comunicado é feito a partir da Ficha de
Investigação de Sarampo disponibilizada pelo Sistema de Informações de Agravos e Notificação
(SINAN). Por se tratar de uma doença de alta importância contagiosa e infecciosa, todo caso
suspeito de sarampo deve ser comunicado também por telefone à vigilância epidemiológica,
para acompanhamento precoce do desenvolvimento do caso.

5 COQUELUCHE
É uma doença infecciosa aguda, com alto potencial de transmissibilidade atingindo a
população de forma universal. É também conhecida como tosse comprida. É uma doença com
grande importância nas causas de morbimortalidade na idade infantil. O principal sistema
afetado com a coqueluche é o sistema respiratório, sendo caracterizado por tosse seca. Em
lactentes, as complicações podem levar a criança ao óbito.
5.1 Características da coqueluche
O agente etiológico da coqueluche é um bacilo aeróbico gram-negativo Bordetella
pertussis. O reservatório é o homem. O modo de transmissão se dá principalmente da forma
direta através de gotículas expelidas pelo espirro, fala e tosse. Em alguns raros casos, pode
acontecer a transmissão por meio de objetos recentemente contaminados com secreções de
pessoas infectadas, mas esse meio de transmissão é pouco frequente pela dificuldade de o
agente patológico sobreviver fora do hospedeiro. O período de incubação da doença varia de 5
a 10 dias. A suscetibilidade a doença é geral. A pessoa pode se tornar imune em duas situações
específicas: uma quando adquire e trata a doença, e outra por meio da vacinação.
As manifestações clínicas aparecem em três fases, são elas:
CATARRAL: Tem duração de 1 a 2 semanas. Os sintomas aparentes são febre leve, mal-
estar coriza e tosse, sendo gradativo o aumento dos episódios de tosse, tornando-se cada vez
mais frequentes e intensos até desenvolver crises de tosses paroxísticas.
FASE PAROXÍSTICA: Nessa fase o quadro de febre costuma ser brando, paroxismos de
tosse seca de forma súbita, rápida, curta e incontrolável, chegando ao número de 5 a 10
tossidas em uma só expiração. Durante os acessos de tosse, a pessoa não consegue realizar a
inspiração, apresentando protrusão da língua, congestão facial, podendo chegar a casos de
cianose, apneia e vômitos. Quando o quadro de tosse cessa, ocorre uma inspiração profunda
através da glote estreitada, podendo ser perceptível um som denominado de “guincho”. O
número de episódios de tosse paroxística pode chegar atingir 30 em 24 horas, sendo mais
acometido no período da noite. Essa fase dura em média de 2 a 6 semanas.
FASE DE CONVALESCENÇA: Os quadros de paroxismos de tosse desaparecem e a tosse
comum permanece. Infecções respiratórias de outra natureza podem se instalar no indivíduo
durante o período de convalescença da coqueluche, podendo assim provocar o
reaparecimento transitório dos paroxismos.
A realização do diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, isto porque os
sintomas podem ser semelhantes ao de um resfriado ou até mesmo de outras doenças
respiratórias. A tosse seca é uma característica forte e indicativa da coqueluche, mas para
confirmar o diagnóstico podem ser realizados os seguintes exames:
a) Coleta de material de nasofaringe para cultura.
b) PCR em tempo real.
c) Exames complementares podem ser realizados, como o hemograma e o raio-x de tórax
para auxílio de identificação do diagnóstico.
O tratamento da coqueluche é praticamente à base de antibioticoterapia. A internação
hospitalar se torna necessária pela severidade dos sintomas. Gestantes no último trimestre ou
puérperas que tiveram contato com casos confirmados ou suspeitos e que apresentarem tosse
por no mínimo 5 dias devem iniciar tratamento, independente do seu estado vacinal.
A imunização se dá por meio da vacina pentavalente (DTP, HIB, Hepatite B), sendo o
primeiro reforço aos 15 meses de idade e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a
tríplice bacteriana (DTP). A imunidade para essa doença não é permanente, depois de 10 anos
em média da última dose da vacina a proteção é quase que inexistente.
A doença da coqueluche é de notificação compulsória, devendo a vigilância
epidemiológica ser comunicada por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de
Coqueluche, que é disponibilizada pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação
(SINAN).

6 TÉTANO ACIDENTAL
O tétano é uma doença causada por um bacilo. Pode ser prevenido por meio da
imunização. É classificado de duas formas: a acidental e neonatal.

O tétano neonatal é o de pior prognóstico e maior mortalidade. O tétano acidental nos dias
atuais ainda é uma doença frequente em países em desenvolvimento e nos desenvolvidos.
A letalidade da doença varia dependendo de faixa etária do paciente, da gravidade da
forma clínica, tipo de ferimento que serviu de porta e de entrada para o bacilo, rapidez no
fechamento do diagnóstico até nas condições em que a doença é tratada referente à
qualidade da assistência prestada, dentre outros motivos (LISBOA, 2011).

6.1 Características do tétano acidental


O agente etiológico causados do tétano é um bacilo gram-positivo anaeróbico
chamado Clostridium tetani. O reservatório desse bacilo é a natureza. Ele é encontrado sob a
forma de esporo, podendo ser identificado na poeira das ruas, fezes, pele, arbustos, água
contaminadas, terra e no trato gastrointestinal do homem e de equinos, sem causar o
desenvolvimento da doença.
A via de transmissão do tétano acidental é de forma indireta. Ocorre, geralmente, pela
contaminação de um ferimento da pele ou mucosa pela introdução dos esporos. A presença de
tecidos desvitalizados, infecções e corpo estranho são condições favoráveis para o
desenvolvimento do bacilo na forma vegetativa, por serem situações favoráveis de anaerobise,
sendo responsáveis nessa situação pela produção das toxinas tetanopasmina e tetanolisina. O
período de incubação da doença é curto: em média, de 5 a 15 dias, podendo ter variação para
menos ou para mais. Vale ressaltar que quanto menor for o período de incubação do bacilo,
maior a gravidade da doença seguida de um pior prognóstico.
A suscetibilidade do tétano acidental é geral, sendo a principal medida de prevenção
contra o tétano a vacinação, que consta no calendário oficial de vacinação do Programa
Nacional de Imunizações (PNI). A vacina que deve ser realizada é a pentavalente em crianças
entre 2 meses e 1 ano de vida, seguida de dois reforços com a vacina DTP (difteria, tétano e
coqueluche) aos 15 meses de idade o primeiro reforço, e o segundo aos 4 anos de idade. Pode
ser realizada também a vacina dT (dupla adulto) para a população acima dos 7 anos, sendo
recomendadas três doses dessa vacina com um reforço a cada 10 anos. As gestantes devem
ser vacinas com uma dose da vacina dupla adulto em cada gestação.
As manifestações clínicas mais importantes do tétano acidental são:
a) Contraturas musculares.
b) Rigidez de membros (braços e pernas).
c) Rigidez abdominal.
d) Dores nas costas e nos membros (braços e pernas).
e) Dificuldade de abrir a boca.
f) Febre baixa.

Os espasmos musculares acontecem sob a forma de abalos tonicoclônicos, que variam


em intensidade e intervalos, de acordo com a gravidade do quadro da doença. O aparecimento
de contração da glote, as crises espáticas e hipertonia torácica podem agravar o quadro com
insuficiência respiratória, o que geralmente é a causa de óbito em pessoas doentes pelo
tétano. Nas formas mais graves ocorre a disautonomia que é a ocorrência da hiperatividade
do sistema autônomo, seguido de sudorese, hipertensão arterial sistêmica, taquicardia, febre e
bexiga neurogênica são os sinais que agravam o prognóstico do tétano.
O diagnóstico é essencialmente clínico, não dependendo de análise laboratorial. Nas
formas generalizadas do tétano podem ser identificados sintomas parecidos com os de outras
doenças. Nesse sentido para o diagnóstico diferencial do tétano são incluídos a investigação
para: intoxicação pela estricnina, meningites, tetania, raiva, histeria, intoxicação pela
metoclopramida e intoxicação por neurolépticos e doença do soro.
O tratamento do tétano exige a hospitalização imediata, preferencialmente em
unidade de terapia intensiva (UTI), local apropriado e com suporte técnico para o manejo das
complicações da doença, principalmente respiratória, reduzindo desta forma as sequelas e
também a letalidade da doença.
Caso não exista a possibilidade de internação em UTI, o paciente deve ser assistido nas
enfermarias, em quarto individual, com o uso de equipamentos e cuidados necessários,
promovendo o mínimo de ruídos, luminosidade temperatura estável. O isolamento é
necessário pela sensibilidade do paciente aos seus sintomas, não se trata de uma doença
contagiosa.
O uso do soro antitetânico (SAT) é indicado para a prevenção e o tratamento do
tétano. A prescrição e administração vão depender das condições em que ocorreram o
ferimento, além da relação com o estado vacinal antitetânico anterior do paciente e ao uso
anterior do próprio soro.

6.2 Desbridamento da lesão


É recomendado, como forma de tratamento, limpar o ferimento suspeito com soro
fisiológico 0,9% ou água e sabão, em seguida realizar o desbridamento, tendo como objetivo a
retirada do tecido desvitalizado e presença de corpo estranho. Após o procedimento, deve-se
realizar a limpeza com solução antisséptica a 70%. Os ferimentos puntiformes e profundos
devem ser abertos em cruz para fazer a lavagem com solução abundante.
O tétano acidental é doença de notificação compulsória. A vigilância epidemiológica
deve ser comunicada por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Tétano
Acidental, que é disponibilizada pelo Sistema de Informações e Agravos de Notificação
(SINAN).

6.3 Tétano neonatal


O tétano neonatal é uma doença grave, infecciosa e não contagiosa, muitas vezes fatal,
conhecida também popularmente como “mal dos sete dias”. É causada pela toxina de uma
bactéria que pode se manifestar nos primeiros 28 dias após o nascimento. Está associado à
falta de esterilização na técnica durante o parto e pela falta de cuidados com o cordão
umbilical. Os recém-nascidos que adquirem o tétano neonatal apresentam dificuldades para
realizar sucção e abertura da boca, além de contração intensa e rigidez muscular.

6.4 Características do tétano neonatal


O agente etiológico causador do tétano neonatal é um bacilo anaeróbico, gram-
positivo chamado Clostridium tetani, que causa contração muscular. Esse bacilo é encontrado
na poeira, em pregos enferrujados, instrumentos cirúrgicos não esterilizados, além de serem
encontrados também no trato gastrointestinal do homem e de cavalos.
A transmissão se dá por meio da contaminação do cordão umbilical durante sua
manipulação ou por meio de procedimentos realizados no coto umbilical de forma
inadequada, quando utilizados materiais contaminados. O período de incubação pode ser de
até 28 dias.
A suscetibilidade da doença é geral, atingindo recém-nascidos de ambos os sexos. A
doença não confere imunidade, esta só é adquirida pela vacinação correta da mãe, sendo três
doses, ou o reforço se a última dose foi a mais de 5 anos. Essas crianças conferem imunidade
passiva até os 2 meses de vida.
As manifestações clínicas geralmente encontradas nos recém-nascidos são choros
constantes, dificuldade de sucção decorrentes do trismo (contratura doloroso dos músculos da
mandíbula), irritabilidade seguido de rigidez de nuca, tronco e abdome. Evoluem para
hipertonia generalizada, apresentando hiperextensão dos membros inferiores e hiperflexão
dos membros superiores, com as mãos fechadas, flexão dos punhos, rigidez extrema da
musculatura dorsal e intercostal, o que resulta em dificuldade respiratória.
A musculatura facial acontece de forma severa, em que ocorre o cerramento dos olhos
e a contratura dos lábios, como se a criança quisesse pronunciar a letra U. Em alguns casos
podem ter quadros de febre, espasmos musculares desencadeados por estímulo sonoro, tátil e
luminoso. No agravamento do quadro, o recém-nascido cessa o choro, apresenta dispneia
seguida de apneia, que podem levar ao óbito. O diagnóstico é basicamente clínico, não há
exame laboratorial para detectar do tétano.
O tratamento é a internação do recém-nascido em UTI ou enfermaria adequada às
necessidades da criança. Tanto a UTI como a enfermaria devem prover o isolamento acústico,
a baixa luminosidade, ruídos e manter a temperatura ambiente. A atenção da equipe de
enfermagem deve ser contínua quanto às emergências, principalmente respiratórias que
decorrem dos espasmos, prestando assistência ventilatória imediata nos casos de dispneia ou
apneia.
Dentre as medidas preventivas, a realização do pré-natal é de extrema importância
para prevenir o tétano neonatal. Nesse período é que será realizada a investigação do
esquema vacinal e a educação em saúde quanto aos cuidados com o recém-nascido,
principalmente na realização da higiene do coto umbilical.
O tétano neonatal é doença de notificação compulsória devendo ser levado ao
conhecimento da vigilância epidemiológica por meio do preenchimento da Ficha de
Investigação de Tétano Neonatal, que é disponibilizada pelo Sistema de Informações de
Agravos de Notificação (SINAN).

7 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
A biossegurança
corresponde a um conjunto de
ações que são destinadas a
controlar, prevenir e eliminar
riscos relativos às atividades que
possam comprometer a saúde
humana, a qualidade de vida e o
meio ambiente.
As medidas de
biossegurança englobam ações
que visam evitar riscos físicos,
químicos, biológicos, mecânicos e
ergonômicos.
7.1 Riscos físicos
São considerados agentes de riscos físicos as variadas formas de energia, originadas
dos equipamentos, e aquelas que são dependentes dos equipamentos, do manuseio do
operador ou do ambiente em que se engloba o setor de saúde.
São considerados riscos físicos: vibrações, temperaturas extremas, ruídos, radiações
ionizantes e não ionizantes, entre outros.

7.2 Riscos químicos


Os danos à saúde que envolvem as substâncias químicas estão relacionados à
concentração dos agentes químicos, a frequência e a duração da exposição, hábitos laborais e
também à suscetibilidade individual (FREIRE, 2009).
São agentes de riscos químicos os produtos que penetram no organismo pelas vias
respiratórias nas formas de poeira, vapores, neblinas, névoa, poeiras, fumos, gases ou vapores,
ou por meio da natureza decorrente da atividade de exposição. As classificações das
substâncias químicas como gases, líquidos ou sólidos devem sempre ser conhecidas pelos
manipuladores. A manipulação deve ocorrer de forma adequada em locais que forneçam
segurança pessoal e do meio ambiente, além de ter local adequado ao descarte dessas
substâncias.

7.3 Riscos biológicos


A exposição ao risco biológico ocupacional pode ocorrer de duas formas.
A primeira pela exposição oriunda da atividade de trabalho que implica na
manipulação direta do agente biológico.
A segunda, decorre da atividade de trabalho sem necessariamente implicar na
manipulação direta do agente biológico, como é o caso dos laboratórios clínicos, hospitais,
consultórios odontológicos e médicos, além dos setores e lavanderia dos serviços de saúde.
Os agentes são capazes de provocar dano à saúde humana e que podem causar efeitos
tóxicos, alergênicos, infecções, formação de neoplasias, doenças autoimunes e malformações
são as bactérias, fungos, vírus, protozoários, parasitas, toxinas e micro-organismos
geneticamente modificados.
A classificação dos agentes biológicos distribui os agentes em classes de risco, que vão
de 1 ao 4. Essas classes consideram os riscos que representam para a saúde do trabalhador na
sua exposição, relacionando a sua capacidade de propagação para a coletividade e a existência
ou não de profilaxia e tratamento para as pessoas.

7.4 Riscos mecânicos


Considera-se risco mecânico tudo o que está em relação com a falta de segurança no
ambiente de trabalho e organização, fatores que possam acarretar algum tipo de dano à saúde
e à integridade física dos trabalhadores. Os principais riscos mecânicos, causadores de
acidente são: arranjos físicos deficientes, Maquinários e equipamentos sem a proteção
adequada, ferramentas inapropriadas ou com problemas, eletricidade, risco de queda,
incêndio ou explosão, animais peçonhentos e armazenamento inadequado. Esse tipo de risco
está presente em qualquer atividade ou ramo de atuação dos trabalhadores. Devem ser
realizadas avaliações rotineiras por um profissional capacitado para identificar e prevenir
possíveis riscos do ambiente de trabalho.

7.5 Riscos ergonômicos


São considerados riscos ergonômicos qualquer fator que possa interferir na condição
psicofisiológica do trabalhador e que causem desconforto ou afetem sua saúde. Esses riscos
estão relacionados, por exemplo, à distância e altura entre os balcões, assim como a condição
das cadeiras, prateleiras, gavetas etc. Os espaços devem ser adequados para a realização das
atividades do trabalhador, garantindo o menor risco possível para surgimento de agravos à
saúde.
Assim, Pereira (2014) destaca que quando ocorrem, durante o processo de trabalho, a
postura inadequada do trabalhador, ventilação e iluminação inadequada, acompanhadas de
jornada de trabalho prolongada e rotinas intensas, monotonia, esforços físicos repetitivos,
trabalhos no período noturno e estresse, há sério risco ergonômico aos profissionais da saúde.
Os riscos ergonômicos podem não gerar somente os distúrbios psicológicos e
fisiológicos, que provocam sérios danos à saúde, mas comprometem a realização da atividade
de trabalho e diminuem a segurança da equipe, uma vez que causam alterações no organismo
e também no estado emocional.

8. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
Existem inúmeros equipamentos para a segurança do trabalhador. Esses itens devem
ser utilizados conforme o perigo ao qual o trabalhador é exposto para garantir sua integridade
física e resguardar a sua sanidade. Com o tempo, a tecnologia aperfeiçoa materiais e traz
novas opções ao mercado.

8.1 Equipamento de proteção individual


É considerado Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo de uso
individual destinado a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador. Sua função é
limitar ou prevenir o contato entre o manipulador e o material infectante. A utilização dos EPIs
é regulamentada pela Norma Regulamentadora-6 (NR-6). Nesta normativa estão definidas as
obrigações do empregador e do empregado.
Os tipos mais comuns de EPIs são:
a) Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares.
b) Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes.
c) Proteção respiratória: máscaras e filtro.
d) Proteção visual e facial: óculos e viseiras.
e) Proteção da cabeça: capacetes.
f) Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas.
g) Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.

8.2 Equipamentos de proteção coletiva


Ainda no sentido de medidas de biossegurança encontramos os Equipamentos de
Proteção Coletiva ou EPC. São equipamentos utilizados para a proteção de segurança de um
grupo de pessoas que realiza determinada tarefa ou atividade.
Alguns exemplos abaixo de EPC:
a) Redes de proteção (nylon).
b) Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou fitas
zebradas).
c) Extintores de incêndio.
d) Lava-olhos.
e) Chuveiros de segurança.
f) Exaustores.
g) Kit de primeiros socorros.
Independente do ambiente de trabalho, é fundamental que esses equipamentos sejam
utilizados adequadamente para prevenir os riscos ocupacionais aos trabalhadores.

9 Tipos de isolamentos hospitalares


A prevenção e o controle das infecções estão diretamente relacionados aos diferentes
elementos que compõem a cadeia epidemiológica de transmissão. Essa cadeia está organizada
na sequência da interação entre o agente, o hospedeiro e o meio.
Conhecer a forma de transmissão dos micro-organismos é o fator mais importante
dentro da cadeia epidemiológica das doenças, isto porque tendo esse conhecimento é possível
fazer sua interrupção. O objetivo das medidas de precaução e isolamento é interromper a
transmissão e prevenir infecções. A higienização das mãos junto com o uso adequado dos EPIs
forma medidas importantes nesse objetivo de controle.
A prática de higienização das mãos tem por objetivo prevenir o risco de transmissão de
micro-organismos patogênicos, visando a prevenção de doenças e a promoção da saúde
proporcionando qualidade no atendimento. A higienização das mãos é procedimento básico e
um dos mais efetivos na prevenção de infecção hospitalar.
Quando um paciente sofre uma hospitalização, algumas medidas gerais devem ser
aplicadas a todos os internados sem exclusão por tipo de diagnóstico. No entanto, quando um
paciente tem um tipo específico de infecção, os profissionais da saúde devem usar precauções
especificas de acordo com a forma de transmissão da doença.

9.1 Precaução padrão


As precauções padrão (PP) representam um grupo de medidas que devem ser
aplicadas no atendimento de todos os pacientes hospitalizados, em todos os setores do
hospital, independente do seu estado infeccioso, e na manipulação de artigos ou
equipamentos hospitalares com suspeitas de contaminação. As precauções padrão devem ser
aplicadas sempre que existir o risco de contato com: sangue, líquidos corpóreos, excreções e
secreção, não devendo ser levada em consideração a presença de secreção ou não. A
paramentação para a precaução padrão inclui:
LUVAS: Todas às vezes que houver manipulação de sangue, secreções e excreções
(exceto suor) e fluidos corpóreos, não substituindo a necessidade da lavagem das mãos.
AVENTAL: Quando possibilidade de contaminação através de respingo de fluidos
corpóreos, de preferência impermeável.
MÁSCARA/ÓCULOS: Para a proteção das mucosas em caso de respingo de fluidos
corpóreos.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: Obrigatória antes e após a manipulação de pacientes, e
imediatamente após a retirada de luvas.

9.2 Precaução de contato


Esse tipo de precaução visa prevenir a transmissão de micro-organismos importantes
na cadeia epidemiológica a partir de pacientes colonizados ou infectados para outros
pacientes. Assim como para os profissionais, acompanhantes e visitantes através do contato
direto ou indireto por meio de toque em superfícies contaminadas próximas aos pacientes ou
pelos equipamentos e artigos médicos hospitalares. A paramentação da precaução de contato
inclui:
LUVAS: Devem ser usadas ao entrar no quarto do paciente e removidas antes de sair.
Imediatamente após a retirada das luvas, as mãos devem ser rigorosamente higienizadas.
AVENTAL: Limpo, não estéril, o avental deve ser retirado antes da saída do quarto,
evitando a contaminação da própria roupa.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. O uso
complementar de antissépticos alcoólicos pode ser um acréscimo importante na
descontaminação das mãos.
QUARTO PRIVATIVO: Internar, em mesmo quarto, de paciente com infecção pelo
mesmo micro-organismo ou mantê-lo sozinho observando distância mínima de um metro
entre os pacientes. A porta sempre deve permanecer fechada e com placa de identificação
com o tipo do isolamento.
Pacientes transferidos de outras instituições podem estar colonizados por bactérias
multirresistentes, que, se forem introduzidas no hospital, podem propiciar a transmissão
cruzada entre os pacientes internados e até mesmo surtos. Por esse motivo, esses pacientes
devem permanecer em isolamento de contato até que coletas ou swabs sejam feitos e
apresentem resultados negativos.

9.3 Precauções por gotículas


Essa medida de precauções tem por objetivo prevenir a transmissão de micro-
organismos pelas vias respiratórias por partículas maiores do que 5 micra de pacientes com
doença infecto-contagiosa, produzidas pela fala, espirro e tosse. Essas gotículas podem ficar
depositadas em curtas distâncias de 1 a 1,5 metros. A paramentação da precaução de contato
inclui:
LUVAS: Devem ser usadas ao entrar no quarto do paciente e removidas antes de sair.
Imediatamente após a retirada das luvas, as mãos devem ser rigorosamente higienizadas.
MÁSCARA: Do tipo cirúrgica padrão, deve ser usada tanto pelo profissional de saúde
que tiver contato direto com o paciente quanto pelos visitantes e acompanhantes sempre que
a proximidade com o paciente for menor do que um metro. O paciente deve usar máscara ao
ser transportado.
AVENTAL: Limpo, não estéril, o avental deve ser retirado antes da saída do quarto,
evitando contaminação da própria roupa.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. Uso
complementar de antissépticos alcoólicos, pode ser um acréscimo importante na
descontaminação das mãos.
QUARTO PRIVATIVO: Internar em mesmo quarto de paciente com infecção pelo
mesmo micro-organismo ou mantê-lo sozinho observando distância mínima de um metro
entre os pacientes. A porta sempre deve permanecer fechada e com placa de identificação
com o tipo do isolamento.

9.4 Precauções por aerossóis


São medidas de precaução adotadas para pacientes com suspeita ou diagnóstico de
infecção transmitida pelas vias aéreas, com partículas menores que 5 micras, que podem
permanecer suspensas no ar. A paramentação da precaução de contato inclui:
LUVAS: Devem ser usadas ao entrar no quarto do paciente e removidas antes de sair.
Imediatamente após a retirada das luvas, as mãos devem ser rigorosamente higienizadas.
MÁSCARA: Com capacidade de filtragem e vedação lateral adequada (N95). É de uso
obrigatório toda vez que entrar no quarto do paciente. Quando o paciente tiver a necessidade
de sair do quarto, para exames complementares ou transferência, deverá usar máscara
cirúrgica.
AVENTAL: Limpo, não estéril, o avental deve ser retirado antes da saída do quarto,
evitando contaminação da própria roupa.

HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. Uso


complementar de antissépticos alcoólicos pode ser um acréscimo importante na
descontaminação das mãos.
QUARTO PRIVATIVO: Internar em mesmo quarto de paciente com infecção pelo
mesmo micro-organismo ou mantê-lo sozinho observando distância mínima de um metro
entre os pacientes. A porta sempre deve permanecer fechada e com placa de identificação
com o tipo do isolamento.

9.5 Precaução protetora ou reversa


Essa medida é aplicada principalmente em pacientes imunodeprimidos e
neutropênicos, tendo objetivo de garantir a proteção do paciente contra infecções. Será
instituído principalmente em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos, a fim de garantir a
proteção do paciente contra infecções.

10 BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES:
Hoje, no Brasil, as infecções hospitalares por bactérias multirresistentes são uma
realidade em praticamente todos os hospitais do país. O Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar é o responsável dentro das instituições por criar rotinas e normas para conter a
disseminação desses micro-organismos e podem agravar o quadro clínico dos pacientes
aumentando as chances de letalidade durante a hospitalização.
As infecções hospitalares ocasionadas por bactérias multirresistentes, associadas às
doenças de base dos pacientes, acabam aumentando o tempo de internação hospitalar, sendo
necessário o uso de antibióticos, o que acarreta o aumento de custos de cada paciente.
As bactérias com maior destaque no cenário mundial e que trazem preocupação pelo
aumento considerável no número de casos e que tem escassas possibilidades terapêuticas são:
a) Enterobactérias como a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC),
Acinetobacter baumanii;
b) Pseudomonas aeruginosa;
c) Bactérias gram-positivas como o Staphylococcus aureus resistentes à meticilina
(MRSA);
d) Enterococcus sp resistentes à vancomicina (VRE);
e) Clostridium difficile.

A disseminação das bactérias está relacionada ao contato com reservatórios


ambientais, como a água para realização do banho dos pacientes ou os próprios pacientes
colonizados ou infectados, de forma direta ou indireta.

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