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Cólera

Cólera é uma doença infectocontagiosa aguda que pode ser evitada com
saneamento básico e medidas simples de higiene.
Os bacilos da cólera crescem no intestino delgado e produzem uma exotoxina, a
toxina colérica, que induz as células do hospedeiro a secretarem água e eletrólitos,
especialmente potássio. O resultado são fezes aquosas contendo massas de muco
intestinal e células epiteliais – chamadas de “fezes de água de arroz”, devido à sua
aparência.
Transmissão
A transmissão é fecal-oral e se dá através da água e de alimentos contaminados
pelas fezes ou pela manipulação de alimentos por pessoas infectadas, sejam elas
sintomáticas ou não. Já foram registrados casos em que peixes, frutos do mar,
como ostras e mexilhões, crus ou mal cozidos, e gelo fabricado com água não
tratada foram veículos de transmissão da doença. A enfermidade é de notificação
compulsória às autoridades de saúde.

Epidemias de cólera são comuns em regiões de acampamentos e aglomeração


humana, onde as condições de higiene e saneamento básico são precárias ou
inexistentes.
Transmissão
Sinais e Sintomas
O principal sintoma é a diarreia volumosa, que começa de repente, acompanhada
por vômitos, mas raramente por febre e dores abdominais.

As fezes são líquidas, acinzentadas, sem odor fétido nem sinais de sangue ou pus.
Em questão de poucas horas, a perda excessiva de água e de sais minerais nas
evacuações pode resultar em desidratação grave, pressão baixa, insuficiência renal
e coma, que pode levar à morte.
Diagnóstico
Os sintomas clínicos e exames laboratoriais de cultura de fezes para identificar a
presença do vibrião são elementos essenciais para o diagnóstico da cólera. É
sempre importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outros tipos de
diarreia para identificar e isolar o vibrião colérico.
Tratamento
O tratamento frequentemente inclui o uso de antibióticos como as doxiciclinas,
mas a terapia mais efetiva é a reidratação é a medida terapêutica mais importante
no tratamento da cólera. Ela pode ser feita por via oral com soro caseiro ou com
soluções farmacológicas reidratantes.

Vacina
As vacinas disponíveis contra a cólera oferecem proteção relativa e de curta
duração. Por isso, não são aplicadas rotineiramente na população.
Cancro mole
A IST conhecida como cancroide (cancro mole) ocorre mais frequentemente em
áreas tropicais, e é causado por uma bactéria, a Haemophilus ducrey.
Essa bactéria passa de um indivíduo ao outro por meio do contato sexual sem
preservativo.
O sexo oral e o sexo anal podem ocasionar lesões abertas, purulentas e que
sangram com facilidade, na boca e ânus.
Sintomas

No cancroide, uma ulceração dolorosa e edemaciada que se forma sobre a


genitália envolve uma infecção dos linfonodos adjacentes. Os linfonodos infectados
na virilha algumas vezes ulceram e secretam pus na superfície da pele Essas lesões
são um fator importante na transmissão do HIV, especialmente na África. As
lesões também podem ocorrer em outras áreas, como a língua e os lábios.

Os primeiros sintomas de cancro mole surgem de 3 a 10 dias depois de uma relação


sexual sem proteção
Sintomas
Entre os sintomas de cancro mole, destacamos:
feridas na região genital, bem dolorosas e com pus;
feridas abertas e podem sangrar com facilidade;
dor na região genital;
irritação na região genital;
dor ao urinar;
queimação ao urinar;
presença de sangue na urina;
corrimento malcheiroso pela uretra (em ambos os sexos);
dor durante relações sexuais;
dor ao evacuar;
febre;
fraqueza e cansaço;
surgimento de gânglios na virilha.
Tratamento
Os sintomas e o cultivo dessas bactérias são o principal meio de diagnóstico. Os
antibióticos recomendados incluem eritromicina e ceftriaxona.

O tratamento de cancro mole deve ser orientado por um médico ginecologista ou


urologista, devendo ser seguido à risca, para evitar que a bactéria retorne ou cause
outros problemas de saúde.

De modo geral, pacientes com cancro mole devem se abster de relações sexuais
desprotegidas para evitar a transmissão da doença para outras pessoas.
Coqueluche
A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada por bactéria
(Bordetella Pertussis). Está presente em todo o mundo. Sua principal característica
são crises de tosse seca. Pode atingir, também, tranqueia e brônquios. Crianças
menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não
tratada corretamente, pode levar à morte.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a falta de
vacinação

Nas crianças a imunidade à doença é adquirida quando elas tomam as três


doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4
anos de idade.
Pode ser que o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, fique
suscetível novamente à doença porque a vacina pode perder o efeito com o
passar do tempo.
Diagnóstico
O diagnóstico da coqueluche depende principalmente dos sinais e dos sintomas
clínicos. A epidemiologia da coqueluche tem se modificado. Anteriormente, uma
vacina morta, contendo a célula bacteriana inteira, foi introduzida na década de
1940. Nessa época, a coqueluche era a principal doença afetando quase toda a
população de crianças com menos de 10 anos.

Era esperado que mais da metade das crianças se infectasse antes de iniciar a fase
escolar. A introdução da vacina tríplice DTP (difteria, tétano e coqueluche) levou a
uma diminuição dos casos. Entretanto, desde os anos de 1980 o número de casos
aumentou significativamente (com um pico em 2004 de cerca de 26.000), com a
população de adolescentes e adultos também sendo afetada
Transmissão
A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do
doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse,
espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por
objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes.

Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver


fora do corpo humano, mas não é impossível. O período de incubação do bacilo,
ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da
infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até
42 dias.
Transmissão
Diagnóstico

O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas


podem parecer como resfriado ou até mesmo outras doenças respiratórias. A tosse
seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o
médico pode pedir os seguintes exames: Coleta de material de nasofaringe para
cultura; PCR em tempo real. Como exames complementares, podem ser realizados
hemograma e raio-x de tórax.
Tratamento
O tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, que devem ser
prescritos por um médico especialista, conforme cada caso.
As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente ficam
internadas, tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem
provocar a morte.
Difteria
É uma doença transmissível e causada por bactéria (Corynebacterium diphtheriae)
que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do
corpo, como pele e mucosas. Dependendo do tamanho e de onde as placas
aparecerem, a pessoa pode sentir dificuldade de respirar. A principal forma de
prevenção é por meio da vacina pentavalente. A presença de placas na cor branco-
acizentada nas amígdalas e partes próximas é o principal sintoma da difteria. Em
casos mais graves, porém raros, podem aparecer inchaços no pescoço e gânglios
linfáticos.

Após o surgimento da vacina tríplice bacteriana (DTP), o número de casos de


difteria se tornou muito raro no Brasil. A vacina é a melhor, mais eficaz e principal
forma de prevenir a difteria.
A difteria ocorre durante todos os períodos
do ano e pode afetar todas as pessoas que não
são vacinadas, de qualquer idade, raça ou
sexo. Acontece com mais frequência nos
meses frios e secos (outono e inverno),
quando é mais comum a ocorrência de
infecções respiratórias, principalmente devido
à aglomeração em ambientes fechados, que
facilitam a transmissão da bactéria. A doença
ocorre com maior frequência em áreas com
precárias condições socioeconômicas, onde a
aglomeração de pessoas é maior e onde se
registram baixas coberturas vacinais. Os casos
são raros quando as coberturas vacinais
atingem patamares de 80%.
Situação Epidemiológica
O Brasil, desde a década de 1990, apresentou importante redução na incidência dos
casos, mediante a ampliação das coberturas vacinais. Naquela década, a incidência
chegou a 0,45/100 mil hab., diminuindo à medida que as coberturas se elevaram. A
cobertura vacinal com a DTP nesse período passou de 66%, em 1990, para mais de
95%, em 2015. No entanto a partir de 2016 e até o presente momento observa-se
uma redução nas coberturas vacinais estando as mesmas abaixo da meta
preconizada (95%).

Entre os anos de 2008 a 2022 ocorreram 10 óbitos pela doença, 3 dos quais no ano
de 2010. Em 2017 ocorreu um óbito referente a um caso importado da Venezuela.
A letalidade esperada varia entre 5 e 10%, atingindo 20% em certas situações.
Transmissão
A difteria é causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que se hospeda na
própria pessoa doente ou no portador, ou seja, aquele que tem a bactéria no
organismo e não apresenta sintomas. A via respiratória e a pele são os locais
preferidos da bactéria. A transmissão da difteria ocorre basicamente por meio da
tosse, espirro ou por lesões na pele, ou seja, a bactéria da difteria é transmitida pelo
contato direto da pessoa doente ou portadores com pessoa suscetível, por meio de
gotículas eliminadas por tosse, espirro ou ao falar.
Transmissão

Em casos raros, pode ocorrer a contaminação


por objetos capazes de absorver e transportar
micro-organismos, como a bactéria causadora
da difteria. O período de incubação da difteria,
ou seja, o tempo que os sintomas começam a
aparecer desde a infecção da pessoa, é, em geral,
de 1 a 6 dias, podendo ser mais longo. Já o
período de transmissibilidade da doença dura,
em média, até 2 semanas após o início dos
sintomas.
Diagnóstico
O diagnóstico da difteria é clínico, após análise detalhada dos sintomas e
características típicas da doença por um profissional de saúde. Para confirmação
do diagnóstico, o médico deverá solicitar coleta de secreção de nasofaringe para
cultura. Em casos de suspeita de difteria cutânea (na pele), devem ser coletadas
amostras das lesões da pele.
Sintomas
Os principais sintomas da difteria, que surgem geralmente após seis dias da
infecção, são:
Membrana grossa e acinzentada, cobrindo as amígdalas e podendo cobrir
outras estruturas da gargante;
Dor de garganta discreta;
Glânglios inchados (linfonodos aumentados) no pescoço;
Dificuldade em respirar ou respiração rápida em casos graves;
Palidez;
Febre não muito elevada;
Mal-estar geral.

Algumas pessoas podem ser infectadas pela difteria e apresentar sintomas leves ou
até mesmo não ter nenhum tipo de sinal da doença.
Tratamento
O tratamento da difteria é feito com o soro antidiftérico (SAD), que deve ser
ministrado em unidade hospitalar. A finalidade do tratamento é inativar a toxina
da bactéria o mais rapidamente possível. O uso do antibiótico é considerado como
medida auxiliar do tratamento, ajudando a interromper o avanço da doença.

A difteria, se não for tratada rápida e corretamente, pode provocar algumas


complicações, como:
Insuficiência respiratória;
Problemas cardíacos;
Problemas neurológicos;
Insuficiência dos rins.

Por isso, no surgimento de qualquer sinal, é fundamental procurar ajuda médica


para iniciar o tratamento o mais breve possível. A difteria é uma doença grave que
pode levar à morte.
Meningite
Causas

Pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas. As meningites virais e
bacterianas são as de maior importância para a saúde pública, considerando a
magnitude de sua ocorrência e o potencial de produzir surtos.

Apesar de ser habitualmente causada por microrganismos, a meningite também


pode ter origem em processos inflamatórios, como câncer (metástases para
meninges), lúpus, reação a algumas drogas, traumatismo craniano e cirurgias
cerebrais.
Causas
A doença meningocócica (DM) causada pela bactéria N. meningitidis, caracteriza-
se por uma ou mais síndromes clínicas, sendo a meningite meningocócica a mais
frequente delas e a meningococcemia a forma mais grave. As crianças, os
adolescentes e adultos jovens têm o risco de adoecimento aumentado em surtos. Os
maiores coeficientes de incidência da doença são observados em lactentes, no
primeiro ano de vida..
No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Casos da doença são
esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias
ocasionais. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-
inverno e das virais na primavera-verão.

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e


a medula espinhal.
Transmissão

Em geral, a transmissão é de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias, por
gotículas e secreções do nariz e da garganta. Também ocorre a transmissão fecal-
oral, através da ingestão de água e alimentos contaminados e contato com fezes.

É importante saber que algumas pessoas podem transportar essas bactérias sem
estarem doentes. Essas pessoas são chamadas de “portadoras”.
A maioria dessas pessoas não adoece, mas ainda assim pode espalhá-las para
outras pessoas.
Diagnóstico
Se o médico suspeita de meningite, ele solicita
a coleta de amostras de sangue e líquido
cefalorraquidiano (líquor). O laboratório
então testa as amostras para detectar o agente
que está causando a infecção. A identificação
específica do agente é importante para o
médico saber exatamente como deve tratar a
infecção.
Todos os exames laboratoriais estão
disponíveis no SUS, e são solicitados pela
equipe médica ou de vigilância epidemiológica
durante o acompanhamento do caso.
Sintomas
A meningite bacteriana é geralmente mais grave e os sintomas incluem febre, dor de
cabeça e rigidez de nuca. Muitas vezes há outros sintomas, como: mal-estar, náusea,
vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz), status mental alterado (confusão).
Com o passar do tempo, alguns sintomas mais graves de meningite bacteriana podem
aparecer, como: convulsões, delírio, tremores e coma.

Em recém-nascidos e bebês, alguns dos sintomas descritos acima podem estar ausentes
ou difíceis de serem percebidos. O bebê pode ficar irritado, vomitar, alimentar-se mal
ou parecer letárgico ou irresponsivo a estímulos. Também podem apresentar a
fontanela (moleira) protuberante ou reflexos anormais.
Sintomas
Doença diarreica aguda
Corresponde a um grupo de doenças infecciosas gastrointestinais. São caracterizadas
por uma síndrome em que há ocorrência de no mínimo três episódios de diarreia
aguda em 24 horas, ou seja, diminuição da consistência das fezes e aumento do
número de evacuações, quadro que pode ser acompanhado de náusea, vômito, febre e
dor abdominal. Em geral, são doenças autolimitadas com duração de até 14 dias. Em
alguns casos, há presença de muco e sangue, quadro conhecido como disenteria.

A depender do agente causador da doença e de características individuais dos


pacientes, as DDA podem evoluir clinicamente para quadros de desidratação que
variam de leve a grave.

A diarreia pode ser de origem não infecciosa podendo ser causada por medicamentos,
como antibióticos, laxantes e quimioterápicos utilizados para tratamento de câncer,
ingestão de grandes quantidades de adoçantes, gorduras não absorvidas, e até uso de
bebidas alcoólicas, por exemplo
Causas

As doenças diarreicas agudas (DDA) podem


ser causadas por diferentes microrganismos
infecciosos (bactérias, vírus e outros parasitas,
como os protozoários) que geram a
gastroenterite – inflamação do trato
gastrointestinal – que afeta o estômago e o
intestino. A infecção é causada por consumo
de água e alimentos contaminados, contato
com objetos contaminados e também pode
ocorrer pelo contato com outras pessoas, por
meio de mãos contaminadas, e contato de
pessoas com animais.
Prevenções
Lave sempre as mãos com sabão e água limpa principalmente antes de preparar ou
ingerir alimentos, após ir ao banheiro, após utilizar transporte público ou tocar
superfícies que possam estar sujas, após tocar em animais, sempre que voltar da
rua, antes e depois de amamentar e trocar fraldas;
Lave e desinfete as superfícies, os utensílios e equipamentos usados na preparação
de alimentos;
Proteja os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e
outros animais (guarde os alimentos em recipientes fechados);
Trate a água para consumo (após filtrar, ferver ou colocar duas gotas de solução
de hipoclorito de sódio a 2,5% para cada litro de água, aguardar por 30 minutos
antes de usar);
Evite o consumo de alimentos crus ou malcozidos (principalmente carnes,
pescados e mariscos) e alimentos cujas condições higiênicas, de preparo e
acondicionamento, sejam precárias
Complicações
A principal complicação é a desidratação, que se não for corrigida rápida e
adequadamente, em grande parte dos casos, especialmente em crianças e idosos, pode
causar complicações mais graves. O paciente com diarreia deve estar atento e voltar
imediatamente ao serviço de saúde se não melhorar ou se apresentar qualquer um dos
sinais e sintomas:

Piora da diarreia;
Vômitos repetidos;
Muita sede;
Recusa de alimentos;
Sangue nas fezes;
Diminuição da urina.
Diagnóstico
O diagnóstico das causas etiológicas, ou seja, dos microrganismos causadores da DDA
é realizado apenas por exame laboratorial por meio de exames parasitológicos de fezes,
cultura de bactérias (coprocultura) e pesquisa de vírus. O diagnóstico laboratorial é
importante para determinar o perfil de agentes etiológicos circulantes em determinado
local e, na vigência de surtos, para orientar as medidas de controle. Em casos de surto,
solicitar orientação da equipe de vigilância epidemiológica do município para coleta de
amostras.

As fezes devem ser coletadas antes da administração de antibióticos e outros


medicamentos ao paciente
Tratamento

O tratamento das doenças diarreicas agudas se fundamenta na prevenção e na rápida


correção da desidratação por meio da ingestão de líquidos e solução de sais de
reidratação oral (SRO) ou fluidos endovenosos, dependendo do estado de hidratação
e da gravidade do caso.
Tratamento

A abordagem clínica constitui a coleta de dados importantes na anamnese, como:


início dos sinais e sintomas, número de evacuações, presença de muco ou sangue nas
fezes, febre, náuseas e vômitos; presença de doenças crônicas; verificação se há
parentes ou conhecidos que também adoeceram com os mesmos sinais/sintomas.

O exame físico, com enfoque na avaliação do estado de hidratação, é importante para


avaliar a presença de desidratação e a instituição do tratamento adequado, além
disso, o paciente deve ser pesado, sempre que possível. Se não houver dificuldade de
deglutição e o paciente estiver consciente, a alimentação habitual deve ser mantida e
deve-se aumentar a ingestão de líquidos, especialmente de água.
Febre Tifoide
A Febre Tifoide é uma doença bacteriana aguda, causada pela Salmonella enterica
sorotipo Typhi, de distribuição mundial. A doença está diretamente associada a
baixos níveis socioeconômicos, principalmente em regiões com precárias condições de
saneamento básico, higiene pessoal e ambiental. Se não tratada adequadamente, a
Febre Tifoide pode matar.

Nesse contexto, a Febre Tifoide está praticamente eliminada de países onde esses
problemas foram superados. No Brasil, a doença ocorre sob a forma endêmica em
regiões isoladas, com algumas epidemias onde as condições de vida são mais
precárias, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.
A infecção recorrente por Salmonella é uma
das condições clínicas marcadoras da
AIDS/HIV. Em regiões onde a bactéria
causadora da Febre Tifoide é endêmica, a
incidência da doença pode ser de 25 a 60 vezes
maior entre indivíduos HIV positivos que em
soronegativos. Os indivíduos HIV positivos
assintomáticos podem apresentar doença
semelhante ao imunocompetente e boa resposta
ao tratamento usual. Doentes com aids (doença
definida) podem apresentar Febre Tifoide
particularmente grave e com tendência a
recaídas.
Sintomas
Os principais sintomas da Febre Tifoide são:

febre alta;
dores de cabeça;
mal-estar geral;
falta de apetite;
retardamento do ritmo cardíaco;
aumento do volume do baço;
manchas rosadas no tronco;
prisão de ventre ou diarreia;
tosse seca.
Diagnóstico
O diagnóstico da Febre Tifoide é feito com base na avaliação clínica do paciente,
histórico de onde esteve e o que consumiu, nos hábitos de higiene e se vive em regiões
com pouco saneamento básico ou não. Com base nos sintomas tradicionais, que
podem se confundir com os de outras doenças, como infecções por
Salmonellaentérica sorotipo Paratyphi ou doenças que apresentam febre prolongada
(pneumonias, tuberculose, meningite, doença de chagas, malária, toxoplasmose,
esquistossomose, entre outras), o médico pode solicitar exames específicos para
diagnosticar a doença, como, por exemplo:

Exame de sangue
Exame de fezes
Exames de urina
Aspirado / Punção Medular (técnica mais eficaz
Transmissão
A transmissão da Febre Tifoide pode ocorrer de duas maneiras principais:
pela forma direta: contato com as mãos do doente ou portador;
pela forma indireta: ingestão de água ou de alimentos contaminados com fezes ou
urina.

Legumes irrigados com água contaminada, frutos do mar (crustáceos e moluscos)


retirados de água poluída e consumidos mal cozidos ou crus, leite e derivados não
pasteurizados, produtos congelados e enlatados também podem veicular salmonelas.

O indivíduo infectado elimina a bactéria nas fezes e na urina, independentemente de


apresentar os sintomas da doença. O tempo de eliminação da bactéria varia de
uma a três semanas, podendo chegar a três meses. Entre 2 a 5% dos pacientes
transformam-se em portadores crônicos da Febre Tifoide e podem transmitir a
doença por até um ano.
Tratamento
Normalmente o paciente é tratado em nível ambulatorial, basicamente com uso de
antibióticos específicos e reidratação. Em raras exceções, o caso pode ser mais grave e
ser necessária uma internação.

O tratamento dura, via de regra, em torno de 14 dias, mas o período pode ser
maior ou menor, conforme a gravidade da doença. Além disso, é possível que com o
uso dos antibióticos, que são bastante fortes, a pessoa apresente sintomas de
intolerância gastrointestinal.
Gonorreia e Clamídia
São IST causadas por bactérias (Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis,
respectivamente). Na maioria das vezes estão associadas, causando a infecção que
atinge os órgãos genitais, a garganta e os olhos. Os sintomas causados por essas
bactérias também podem ser provocados por outras bactérias menos frequentes,
como Ureaplasmas e Mycoplasmas.
Sintomas
Os sintomas mais frequentes causados por essas infecções
são, na mulher, corrimento vaginal com dor no baixo
ventre na mulher, e nos homens, corrimento no pênis e dor
ao urinar. No entanto, é muito comum que as infecções
causadas por essas bactérias sejam assintomáticas na
maioria dos casos.

A falta de sintomas leva as mulheres a não procurarem


tratamento para essas infecções, as quais podem se
agravar quando não tratadas, causando Doença
Inflamatória Pélvica (DIP), infertilidade (dificuldade para
ter filhos), dor durante as relações sexuais, gravidez nas
trompas, entre outros danos à saúde.
Transmissão
A transmissão é sexual e o uso da camisinha
masculina ou feminina é a melhor forma de
prevenção.

Sinais e Sintomas
Dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga),
corrimento amarelado ou claro, fora da época da
menstruação, dor ou sangramento durante a relação
sexual.
A maioria das mulheres infectadas não apresentam
sinais e sintomas.
Os homens podem apresentar ardor e esquentamento
ao urinar, podendo haver corrimento ou pus, além de
dor nos testículos.
Diagnóstico
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas IST, recomenda-se procurar um
serviço de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com
antibiótico adequado.
As parcerias sexuais devem ser tratadas, ainda que não apresentem sinais e
sintomas.
Conjuntivite neonatal
Há possibilidade de transmissão dessas infecções no parto
vaginal e a criança pode nascer com conjuntivite, que pode
levar à cegueira se não for prevenida ou tratada
adequadamente.

Deve-se aplicar colírio nos olhos do recém-nascido na


primeira hora após o nascimento (ainda na maternidade) para
prevenir a conjuntivite (oftalmia) neonatal.

Além da conjuntivite, a infecção no recém-nascido pode


atingir órgãos internos, com aumento a gravidade da
infecção, por vezes necessitando de internação hospitalar para
tratamento.
Hanseníase
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica, causada
pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e
os nervos periféricos (braços e pernas), com capacidade de ocasionar lesões
neurais, podendo acarretar danos irreversíveis, inclusive exclusão social, caso o
diagnóstico seja tardio ou o tratamento inadequado.
O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos novos.
Em razão de sua elevada carga, a doença permanece como um importante
problema de saúde pública no país, sendo de notificação compulsória e
investigação obrigatória. A partir da década de 1980 o Brasil dispõe de iniciativas
institucionais que modificam a estratégia de cuidado as pessoas acometidas pela
hanseníase, com o fechamento dos hospitais colônia que pressupunham a
internação compulsória daqueles acometidos pela doença.

Em 1995, como iniciativa inovadora para ressignificação social da doença, o


Brasil determina através da Lei nº 9.010, que o termo “lepra” e seus derivados
não podem mais ser utilizados na linguagem empregada nos documentos oficiais
da Administração centralizada e descentralizada da União e dos estados. Esses
passos foram importantes para ampliar a compreensão da história da hanseníase
enquanto uma trajetória que não é do bacilo, mas de pessoas e famílias
acometidas pela doença.
Sintomas
Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da
pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor)
e/ou tátil (ao tato);
Comprometimento do (s) nervo (s) periférico (s) – geralmente espessamento
(engrossamento) –, associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas
mãos e/ou nos pés;
Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Transmissão
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da
doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras
pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer. A forma de eliminação
do bacilo pelo doente são as vias aéreas superiores (por meio do espirro, tosse ou fala), e
não pelos objetos utilizados pelo paciente. Também é necessário um contato próximo e
prolongado.
Diagnóstico
Os casos de hanseníase são diagnosticados por meio do exame físico geral dermatológico
e neurológico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou
comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou
autonômicas.

Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea (suspeita de


hanseníase neural primária), e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou
autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para
unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica.
Leptospirose
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da
exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) infectados pela
bactéria Leptospira; sua penetração ocorre a partir da pele com lesões, pele íntegra
imersa por longos períodos em água contaminada ou por meio de mucosas. O período
de incubação, ou seja, intervalo de tempo entre a transmissão da infecção até o início
das manifestações dos sinais e sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente
ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.
A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas além do risco de
letalidade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está
relacionada às condições precárias de infraestrutura sanitária e alta infestação de
roedores infectados. As inundações propiciam a disseminação e a persistência da
bactéria no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos.
Sintomas
Nas formas graves, a manifestação clássica da leptospirose é a síndrome de Weil,
caracterizada pela tríade de icterícia (tonalidade alaranjada muito intensa - icterícia
rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar. Pode haver
necessidade de internação hospitalar.

Manifestações na fase tardia:


Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias
Síndrome de hemorragia pulmonar - lesão pulmonar aguda e sangramento maciço
Comprometimento pulmonar - tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica
Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA
Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso
central
Diagnóstico
O diagnóstico específico é feito a partir da coleta de sangue no qual será verificado se há
presença de anticorpos para leptospirose (exame indireto) ou a presença da bactéria
(exame direto).

Fase precoce – primeira semana de doença


Exame direto
Cultura
Detecção do DNA pela reação em cadeia da polimerase (PCR)

Fase tardia:
Cultura
ELISA-IgM
Microaglutinação (MAT)
Tratamento
O tratamento com o uso de antibióticos deve ser iniciado no momento da suspeita.
Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial, mas, nos casos graves, a
hospitalização deve ser imediata, visando evitar complicações e diminuir a letalidade. A
automedicação não é indicada.

Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o


contato com exposição de risco. A antibioticoterapia está indicada em qualquer período
da doença, mas sua eficácia costuma ser maior na 1ª semana do início dos sintomas.

Na fase precoce, são utilizados Doxiciclina ou Amoxicilina; para a fase tardia, Penicilina
cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, Ceftriaxona ou Cefotaxima.
Prevenção
A lama de enchentes tem alto poder infectante e adere a móveis, paredes e chão.
Recomenda-se retirar essa lama (sempre com a proteção de luvas e botas de borracha) e
lavar o local, desinfetando-o a seguir com uma solução de hipoclorito de sódio a 2,5%,
na seguinte proporção: para 20 litros de água, adicionar duas xícaras de chá (400mL) de
hipoclorito de sódio a 2,5%. Aplicar essa solução nos locais contaminados com lama,
deixando agir por 15 minutos.
Prevenção
Evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que crianças nadem ou
brinquem nessas águas. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e
desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos
duplos amarrados nas mãos e nos pés).

Para o controle dos roedores, recomenda-se acondicionamento e destino adequado do


lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d´água,
vedação de frestas e aberturas em portas e paredes, etc. O uso de raticidas (desratização)
deve ser feito por técnicos devidamente capacitados.
Sífilis
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser
humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias
manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e
terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de
transmissão é maior. A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com
uma pessoa infectada ou para a criança durante a gestação ou parto.
Sintomas
SÍFILIS PRIMÁRIA

Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo
uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o
contágio. Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de “cancro duro”;
Normalmente, ela não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar
acompanhada de ínguas (caroços) na virilha;
Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.
Sintomas
SÍFILIS SECUNDÁRIA
Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e
seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida
inicial;
Podem surgir manchas no corpo, que geralmente
não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas
dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias;
Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça,
ínguas pelo corpo;
As manchas desaparecem em algumas semanas,
independentemente de tratamento, trazendo a
falsa impressão de cura.
Sintomas
SÍFILIS LATENTE – FASE ASSINTOMÁTICA

Não aparecem sinais ou sintomas;


É dividida em:
latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de
infecção).
A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais
e sintomas da forma secundária ou terciária.
Sintomas
SÍFILIS TERCIÁRIA
Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção;
Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas,
cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Uma pessoa pode ter sífilis e não saber, isso porque a doença pode aparecer e
desaparecer, mas continuar latente no organismo. Por isso é importante se proteger,
fazer o teste e, se a infecção for detectada, tratar da maneira correta.
Diagnóstico
O teste rápido (TR) de sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo
prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a
necessidade de estrutura laboratorial.

Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser


iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do
segundo teste
Tratamento
O tratamento de escolha é a penicilina benzatina (benzetacil), que poderá ser aplicada
na unidade básica de saúde mais próxima de sua residência. Esta é, até o momento, a
principal e mais eficaz forma de combater a bactéria causadora da doença. Quando a
sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível,
com a penicilina benzatina. Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão
vertical, ou seja, de passar a doença para o bebê.

A parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da
gestante. São critérios de tratamento adequado à gestante:
Administração de penicilina benzatina;
Início do tratamento até 30 dias antes do parto;
Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis;
Respeito ao intervalo recomendado das doses.
Sífilis Congênita
É uma doença transmitida da mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma não
adequada para criança durante a gestação (transmissão vertical). Por isso, é importante
fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo
(reagente), tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a
transmissão.

Recomenda-se que a gestante seja testada pelo menos em três momentos:


Primeiro trimestre de gestação;
Terceiro trimestre de gestação;
Momento do parto ou em casos de aborto.
Sintomas
A maior parte dos bebês com sífilis congênita não apresentam sintomas ao nascimento.
No entanto, as manifestações clínicas podem surgir nos primeiros três meses, durante
ou após os dois anos de vida da criança. São complicações da doença: abortamento
espontâneo, parto prematuro, malformação do feto, surdez, cegueira, alterações ósseas,
deficiência mental e/ou morte ao nascer.
Cuidados com a criança exposta
A maior parte dos bebês com sífilis congênita não apresentam sintomas ao nascimento.
No entanto, as manifestações clínicas podem surgir nos primeiros três meses, durante
ou após os dois anos de vida da criança. São complicações da doença: abortamento
espontâneo, parto prematuro, malformação do feto, surdez, cegueira, alterações ósseas,
deficiência mental e/ou morte ao nascer.
Diagnóstico
Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os
resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e laboratoriais.

Tratamento
O tratamento da sífilis congênita é realizado com penicilina cristalina ou procaína,
durante 10 dias.
Prevenção
A prevenção da sífilis congênita é realizada por meio de pré-natal adequado e com
qualidade. É fundamental que o teste para sífilis seja ofertado para todas as gestantes,
pelo menos no 1ª e 3ª trimestre de gestação ou em situações de exposições de risco.

As gestantes com diagnóstico de sífilis devem ser tratadas e acompanhadas


adequadamente, assim como, suas parcerias sexuais, para evitar reinfecção após o
tratamento.
Tétano
É uma doença infecciosa grave, não
contagiosa, causada por uma toxina
produzida pela bactéria Clostridium tetani.
Essa bactéria é encontrada nas fezes de
animais e de seres humanos, na terra, nas
plantas, em objetos e pode contaminar as
pessoas que tenham lesões na pele (feridas,
arranhaduras, cortes, mordidas de animais
etc.), pelas quais o microrganismo possa
penetrar, provocando o tétano acidental.
Sintomas
O tétano decorrente de acidentes se manifesta por aumento da tensão muscular
geral. Quando os músculos do pescoço são atingidos, há dificuldade de deglutição.

No caso de contratura muscular generalizada e rigidez muscular progressiva, são


atingidos os músculos reto-abdominais e os do diafragma, o que leva à insuficiência
respiratória.

O doente pode sofrer de crises de contraturas, geralmente desencadeadas por


estímulos luminosos, sonoros ou manipulação da pessoa, podendo levar à morte.

Já o tétano neonatal é decorrente da contaminação do cordão umbilical em recém-


nascido (criança com até 28 dias de vida). Neste caso, o sistema nervoso é afetado e
o tétano provoca fortes dores, fazendo com que a criança tenha contrações, chore
bastante e sinta dificuldade para mamar.
Sintomas
Transmissão
Ocorre pela introdução dos esporos da bactéria em ferimentos externos, geralmente
perfurantes, contaminados com terra, poeira, fezes de animais ou humanas. Isso porque
o bacilo se encontra no intestino dos animais, especialmente do cavalo e do homem
(sem causar doença) e os esporos podem estar presentes tanto em solos contaminados
por fezes ou com esterco, como na pele ou na poeira das ruas, por exemplo.
Transmissão
Queimaduras e tecidos necrosados também são uma porta de entrada, o que favorece o
desenvolvimento da bactéria. Não apenas pregos e cercas enferrujados podem provocar
a doença: a bactéria do tétano pode ser encontrada nos mais diversos ambientes. Já a
transmissão do tétano neonatal, também chamado de “mal de sete dias”, ocorre pela
contaminação do coto umbilical por esporos do bacilo tetânico, que podem estar
presentes em instrumentos sujos utilizados para cortar o cordão umbilical ou em
substâncias pouco higiênicas usadas para cobrir o coto.
Tratamento
O tétano é uma doença grave e às vezes fatal, caso a pessoa não seja atendida
prontamente num hospital. No tratamento, são utilizados antibióticos, relaxantes
musculares, sedativos, imunoglobulina antitetânica e, na falta dela, soro antitetânico.
Tétano neonatal
É uma doença infecciosa grave, não contagiosa, que acomete o recém-nascido nos
primeiros 28 dias de vida, tendo como sintoma inicial dificuldade de sucção,
irritabilidade e choro constante. É causada pela mesma bactéria que produz o tétano
acidental e pode ser evitada pela vacinação adequada da mãe. Os filhos de mães
vacinadas nos últimos cinco anos com três doses da vacina apresentam imunidade até os
dois meses de idade.
Fatores de risco para o tétano neonatal
baixas coberturas da vacina antitetânica nas mulheres em idade fértil;

partos domiciliares assistidos por parteiras tradicionais ou outros sem capacitação e


sem instrumentos adequados;

ausência ou baixa qualidade do acompanhamento pré-natal;

alta hospitalar precoce e acompanhamento deficiente do recém-nascido e da


puérpera;

hábitos culturais associados a cuidados inadequados de higiene com o coto mbilical


e com o recém-nascido;

baixos níveis de escolaridade, socioeconômicos ou de educação em saúde das mães.


Prevenção
O tétano é uma doença que pode ser evitada desde que alguns cuidados sejam
observados:
manter o esquema de vacinação em dia. Crianças com até cinco anos de idade
devem receber a vacina tríplice contra tétano e, a partir dessa idade, a vacina dupla
(contra difteria e tétano). Muitos adultos jamais tomaram a vacina dupla e, mesmo
os que já tomaram, costumam esquecer-se das doses de reforço, que devem ser
tomadas a cada dez anos para garantir a proteção contra a doença e podem ser
obtidas em qualquer posto de saúde;

limpar cuidadosamente com água e sabão todos os ferimentos para evitar a


penetração da bactéria;

não são apenas pregos e cercas enferrujadas que podem provocar a doença. A
bactéria do tétano pode ser encontrada nos mais diversos ambientes.

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