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Introdução

Cólera" é proveniente do termo grego choléra, através do termo latino cholera.


Mordexim" é proveniente dos termos concanis modaxi e modxi, que significam
"quebrantamento".
A cólera trata-se de uma infecção do intestino delgado causada por uma
bactéria (Vibrio Cholerae). Esta é capaz de produzir uma toxina que o estimula
a segregar grandes quantidades de um líquido rico em sais e minerais,
causando diarreias muito graves.
É uma forma de diarreia infecciosa aguda que, se não for tratada, pode causar
a morte em poucas horas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que, em cada ano,
ocorram três a cinco milhões de casos de cólera, causando entre cem mil a
duzentas mil mortes.
Esta doença transmite-se através da ingestão de água, mariscos ou outros
alimentos contaminados pelos excrementos de pessoas infectadas. Surge,
habitualmente, em determinadas zonas da Ásia, Médio Oriente, África e
América Latina, ocorrendo os surtos nos meses de calor. A incidência é mais
elevada entre  as crianças.
A infecção pode ser causada por outras espécies da bactéria Vibrio. Neste
cenário, a diarreia costuma ser muito menos grave do que a da cólera.

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Fundamentação teórica
Cólera
Cólera é uma infeção do intestino delgado por algumas estirpes
das bactérias Vibrio cholerae. Os sintomas podem variar entre nenhum,
moderados ou graves. O sintoma clássico é a grande quantidade
de diarreia aquosa com duração de alguns dias.[1] Podem também
ocorrer vómitos e cãibras musculares. A diarreia pode ser de tal forma grave
que em poucas horas provoca grave desidratação e distúrbio electrolítico. Isto
pode levar a que os olhos se afundem nas órbitas, à diminuição de elasticidade
da pele e ao enrugamento das mãos e dos pés. A desidratação pode ainda
provocar a coloração azulada da pele. A manifestação de sintomas tem início
entre duas horas e cinco dias após a infecção.
A cólera é causada por uma série de tipos da bactéria Vibrio cholerae.
Determinados tipos dão origem a formas mais graves da doença do que outros.
A doença transmite-se principalmente através da água e de alimentos
contaminados com fezes humanas com presença das bactérias.
[1]
 O marisco mal cozinhado é uma das principais fontes de cólera.
Os seres humanos são o único animal afectado. Os factores de
risco incluem saneamento insuficiente, escassez de água potável e a pobreza.
Existe o receio de que a subida do nível do mar irá aumentar a prevalência da
doença. A cólera pode ser diagnosticada através da análise das fezes. Estão
disponíveis testes rápidos com tiras reagentes, mas a sua precisão é menor.

A prevenção envolve a melhora das condições de saneamento e do acesso a


água potável. A vacina contra a cólera, administrada por via oral, oferece
protecção razoável por um período de seis meses, protegendo também contra
outro tipo de diarreia causado por E. coli. O tratamento de primeira linha é
a terapia de reidratação oral, em que os líquidos perdidos são repostos
por soluções salinas e ligeiramente doces. São preferidas soluções à base de
arroz. A suplementação com zinco é útil em crianças. Em casos graves da

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doença pode ser necessária a administração de líquidos por via
intravenosa com, por exemplo, solução de Ringer. Os antibióticos podem ser
benéficos. Os exames para determinar a que antibiótico é que a cólera é
susceptível ajudam a selecção.
Estima-se que a cólera afecte 3 – 5 milhões de pessoas em todo o mundo e
tenha sido a causa de 58 000 – 130 000 mortes em 2010. Embora actualmente
seja considerada uma pandemia, a doença é rara em países desenvolvidos. As
crianças são o principal grupo etário afectado. A cólera ocorre tanto
em surtos como de forma endémica em determinadas regiões. As áreas em
maior risco são a África e o sudeste asiático. Embora o risco de morte entre as
pessoas infectadas seja geralmente inferior a 5%, em alguns grupos sem
acesso a tratamentos pode chegar aos 50%.Os primeiros registos de descrição
da cólera, em sânscrito, datam do século V. O estudo da doença por John
Snow entre 1849 e 1854 levou a progressos significativos no campo
da epidemiologia.
Causas
Trata-se de uma infecção do intestino delgado causada pela Vibrio Cholerae ou
por outras espécies da mesma bactéria. Como são sensíveis ao ácido
clorídrico do estômago, as pessoas com deficiência deste ácido são mais
susceptíveis à doença. Aqueles que vivem em zonas onde a cólera é endémica
tendem a desenvolver gradualmente uma imunidade natural contra a infecção.

Diagnóstico
O diagnóstico é feito pela história clínica e pelo exame médico, sendo
confirmado laboratorialmente pelo isolamento da bactéria em amostras de
líquido provenientes do reto ou das fezes.
Tratamento
Cerca de 80% dos casos de cólera podem ser tratados de modo eficaz
recorrendo apenas à reidratação oral. Nos doentes gravemente desidratados
que não podem beber, recorre-se à administração de líquidos por via
endovenosa. O objectivo é restituir a quantidade de líquidos perdidos através

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da diarreia e dos vómitos. Assim que este quadro desaparecer, é permitida a
ingestão de alimentos sólidos.
O tratamento precoce com tetraciclina ou outro antibiótico elimina as bactérias
e costuma interromper a diarreia em 48 horas. Se estas medidas forem
rapidamente aplicadas, a mortalidade é inferior a 1%. Caso contrário, pode
ultrapassar os 50%.
Prevenção
Fazer uma boa higiene pessoal. Purificar a água antes de consumir (pode ser
usado cloro). Proteger os alimentos do contacto com moscas. Evitar o consumo
de alimentos crus. Proteger os doentes do contacto das moscas. Investigar os
casos de aparição da doença no grupo. A vacinação não é recomendada como
medida de protecção porque protege, em apenas 50% dos casos, por um
período de três a seis meses.
Os indivíduos com a doença genética ou status de portador do gene da fibrose
cística, são parcialmente resistentes aos efeitos da cólera. Nas regiões mais
afectadas desde tempos imemoriais (Índia), a frequência deste gene é muito
superior à de outras regiões.
Transmissão
A cólera é transmitida geralmente através da água, alimentos e talheres
contaminados com o Vibrio cholerae. A contaminação de rios ocorre pelo
tratamento inadequado de água e esgoto (com fezes e vómito de pessoas
contaminadas). A variedade El Tor, mais resistente a vida aquática, é
mais virulenta. A doença causa diarreia aquosa e vómitos aumentando a
chance de transmissão.
A contaminação pessoa a pessoa é possível, mas menos comum.

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Epidemiologia
A cólera é uma doença de notificação obrigatória às autoridades sanitárias.
No nordeste brasileiro, houve uma epidemia entre 1991 e 2000 com mais de
150 mil casos e mais de 1 700 mortes. Felizmente, com seu controle e
eliminação em 2000, apenas casos isolados contraídos de outros países foram
registados nos últimos 10 anos.
A cólera é uma doença que existe em todos os países em que medidas de
saúde pública não são eficazes para a eliminar. Ela já existiu na Europa mas
com os altos níveis de saúde pública dos países europeus, foi já eliminada no
início do século XX, com excepção de pequeno número de casos.
Em Portugal o último surto de carácter epidemiológico teve lugar em 1974 entre
os meses de Maio e Setembro. Foram registados mais de 1.600 casos com
perto de 40 mortos. O número de casos fatais foi relativamente baixo graças a
uma intensiva campanha de prevenção e tratamento.
A região da América do Norte é, hoje, a mais frequentemente afectada
por epidemias de cólera, juntamente com a Índia. Neste último país, as grandes
concentrações pouco higiénicas de multidões durante os rituais
religiosos hindus no rio Ganges são, todos os anos, ocasião para nova
epidemia do vibrião. Também existe de forma endémica na África e outras
regiões tropicais da Ásia.
Os seres humanos e os seus dejectos são a única fonte de infecção. Só
quando água ou comida, suja com fezes humanas, é ingerida em quantidades
suficientes de bactérias, pode causar a doença. As crianças, que têm a
tendência de pôr tudo na boca, são mais atingidas. As pessoas infectadas
eliminam nas suas fezes quantidades extremamente altas de bactérias, sendo
os portadores (indivíduos que possuem o vibrião no intestino mas que não
desenvolvem a doença) muito raros. Há alguns casos raríssimos em que
indivíduos contraíram a doença após comerem ostras contaminadas.
Existem vários serovars ou estirpes de vibrião da cólera. O eltor tem uma
virulência menor e tem se tornado importante desde o seu surgimento
em 1961, na Arábia.
Em 2010, houve uma epidemia de cólera no Haiti com mais de 3 000 mortos,
tendo a doença se espalhado para países vizinhos como Estados
Unidos e República Dominicana.
Em 2 de Fevereiro de 1993, foi anunciado que o Brasil era o terceiro país do
mundo com mais casos de cólera, só era superado pelo Peru e Equador – a
Organização Mundial da Saúde foi a responsável pelo levantamento. Até
Janeiro de 1993, o Ministério da Saúde havia registado 32.000 casos da
doença, a região nordeste foi a mais vitimada pelo problema.

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Conclusão
Conclui-se que a cólera é uma doença intestinal infecciosa aguda causada por
uma bactéria, cuja transmissão ocorre principalmente pela água. É uma
infecção muito grave, pois pode levar o doente a óbito em poucas horas, como
decorrência de forte desidratação.
O fornecimento de água potável e um correto saneamento básico são
essenciais para prevenir a cólera e outras doenças que sejam transmitidas pela
água. As vacinas orais são uma medida adicional de controlo.
A purificação dos abastecimentos e a correta eliminação dos excrementos
humanos revelam-se essenciais para controlar esta doença. Outras
precauções devem incluir a utilização de água fervida e a não ingestão de
legumes crus ou peixe e mariscos mal cozinhados. É igualmente importante a
lavagem frequente das mãos, o consumo de água engarrafada e dar
preferência à fruta descascada.
Assim que aparecerem os sintomas, deve-se procurar um médico para uma
melhor avaliação e iniciar a reidratação e tratamento com antibióticos.

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Referências bibliográficas
1.  «Cholera vaccines: WHO position paper.» (PDF). Weekly epidemiological
record. 13 (85): 117–128. 26 de março de 2010. PMID 20349546
2. ↑ Ir para:a b c d e f «Cholera - Vibrio cholerae infection Information for Public
Health & Medical Professionals». cdc.gov. 6 de janeiro de 2015. Consultado
em 17 de março de 2015
3. ↑ Ir para:a b Finkelstein, Richard. «Medical microbiology». Consultado em 1 de
julho de 2015
4. ↑ Ir para:a b c d e Harris, JB; LaRocque, RC; Qadri, F; Ryan, ET; Calderwood, SB
(30 de junho de 2012). «Cholera.». Lancet. 379 (9835): 2466–
76. PMID 22748592. doi:10.1016/s0140-6736(12)60436-x
5. ↑ Ir para:a b «Cholera - Vibrio cholerae infection Treatment». cdc.gov. 7 de
novembro de 2014. Consultado em 17 de março de 2015
6. ↑ GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de
2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality,
and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980–2015: a
systematic analysis for the Global Burden of Disease Study
2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903

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