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INTRODUÇÃO

A Bilharzíase/esquistossomose, também conhecida como barriga d'água, febre


do caramujo ou bilharzíaze, é uma doença causada pelos platelmintos do
gênero Schistosoma. O trato urinário e/ou intestinos pode ser infectado.

A doença é transmitida por contato com água doce contaminada com parasitas,


que são liberados a partir de caracóis infectados de água doce. A doença é
especialmente comum entre as crianças em países em desenvolvimento como
elas são mais propensas a brincar na água contaminada. Outros grupos de alto
risco incluem: agricultores, pescadores ou pessoas que utilizam a água suja
para uso diário. Ela pertence ao grupo de infecções helmínticas e o diagnóstico
é através da identificação de ovos do parasita, na urina ou fezes da pessoa.
Também pode ser confirmada pela identificação de anticorpos contra a doença
no sangue.

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DESENVOLVIMENTO

A Bilhargiose/ Bilharzíase/esquistossomose

A Bilharzíase/esquistossomose é uma parasitose provocada pelo Schistosoma


mansoni, uma espécie de platelminto. A doença pode ser assintomática ou
provocar sintomas como febre, diarreia e fraqueza. Alguns pacientes
desenvolvem um aumento do volume do abdômen, motivo pelo qual a doença
é conhecida como barriga d’água. O tratamento é feito com uso de
medicamento disponibilizado gratuitamente. O não tratamento da doença pode
levar a complicações e até mesmo à morte.

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Causas

A Bilharzíase/esquistossomose é causada por vermes platelmintos da classe


dos trematódeos da espécie Schistosoma mansoni. Esse verme apresenta
coloração esbranquiçada, e há diferença entre o macho e a fêmea.

O macho mede entre 6,5 mm e 12 mm e apresenta o corpo achatado. Suas


bordas se enrolam ventralmente e formam o canal ginecóforo. O enrolamento
das bordas corporais dá a impressão que o verme apresenta corpo cilíndrico. A
fêmea é mais fina e cerca de duas vezes maior que o macho. Apresenta corpo
cilíndrico e as extremidades afiladas. A fêmea aloja-se no canal ginecóforo do
macho, no qual é facilmente fecundada.

Esses vermes se reproduzem dentro de caramujo, seu hospedeiro


intermediário, e suas metacercárias penetram ativamente na pele e mucosas
das pessoas que nadam ou ficam períodos dentro de rios e lagos com
caramujos contaminados. Ou ainda podem ser deglutidos em alimentos
contaminados com as cercárias, porém se elas atingirem o estômago são
destruídas pelo suco gástrico (altamente ácido), entretanto na maioria dos
casos relacionados a ingestão das cercárias, as larvas penetram nas mucosas
antes de chegar ao estômago e dessa forma dão continuidade ao ciclo.

A doença inicia seu ciclo quando pessoas com Bilharzíase/esquistossomose


eliminam suas fezes em ambiente aquático ou próximo a ele. As fezes contêm
ovos de Schistosoma mansoni, os quais eclodem quando entram em contato
com a água e eliminam uma larva ciliada chamada de miracídio.

Os miracídios liberados na água penetram no hospedeiro intermediário


do parasita, o caramujo do gênero Biomphalaria. Dentro do hospedeiro, os
miracídios se multiplicam e passam por uma série de transformações. Eles dão
origem a outra forma larval, chamada de cercária, que é liberada no ambiente.
A maior liberação ocorre em momentos quando o calor e a luz solar são mais
intensos (entre 10 h e 16 h). Esse momento coincide com o período em que
uma maior quantidade de pessoas está em contato com a água.

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A cercária é a forma infectante do parasita e se caracteriza por possuir uma
cauda bifurcada. Essa forma larval penetra ativamente no corpo do ser humano
por meio de pele e mucosas. Assim que atravessa a pele ou mucosa, ela perde
a cauda e se transforma em esquistossômulo. Os esquistossômulos caem na
circulação venosa e atingem órgãos como coração e pulmões. Do coração,
eles são levados para diferentes partes do corpo por meio das artérias. O
parasita é localizado preferencialmente na veia porta no fígado.

No fígado, as formas jovens se alimentam, crescem e diferenciam-se


sexualmente. Elas migram então para o intestino, no qual adquirem a forma
adulta. É nesse local que os vermes adultos se acasalam. Após o
acasalamento, ocorre a liberação de ovos, os quais migram para a luz
intestinal e são liberados com as fezes.

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Sintomas

A fase de penetração corporal é o nome dado a sintomas que podem ocorrer


quando da penetração da cercária na pele, mas frequentemente é
assintomática, exceto em indivíduos já infectados antes.

Nestes casos é comum surgir eritema (vermelhidão), reação de sensibilidade


com urticária (dermatite cercariana) e prurido e pele avermelhada ou pápulas
na pele no local penetrado, que duram alguns dias.

Na fase inicial ou aguda, geralmente aparece após três a nove semanas após a
penetração das cercárias quando há disseminação das larvas pelo sangue, e
principalmente o início da postura de ovos o paciente apresenta a síndrome de
Katayama caracteriza por:

 Náusea,
 Cefaleia (dor de cabeça),
 Astenia (fraqueza)
 Dor abdominal,
 Diarreia com sangue,
 Dispneia (falta de ar),
 Hemoptise (tosse com sangue),
 Artralgias (dores em articulações),
 Linfonodomegalia (gânglios linfáticos inchados)
 Hepatomegalia (aumento do fígado),
 Esplenomegalia (aumento do baço),
 Urticária (alergia na pele com coceira).

Os indivíduos que evoluem da forma aguda para a forma crônica podem


observar uma diarreia mais constante, sangue nas fezes e períodos alternados
entre diarreia e prisão de ventre. Tonturas, palpitações, emagrecimento e
aumento do fígado são outros sintomas que podem ser observados. Nos
casos mais graves, observa-se um aumento do volume do abdômen devido ao
acúmulo de líquido, conhecido popularmente como barriga d’água.

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O paciente pode apresentar também hemorragia digestiva e hipertensão
pulmonar e portal. A doença pode levar à morte se não tratada
adequadamente.

Diagnóstico da Bilharzíase/esquistossomose

O diagnóstico, geralmente, não é uma tarefa fácil em regiões onde a doença


não ocorre com frequência. É fundamental, para a realização de um
diagnóstico correto, saber os sintomas do paciente e também informações
sobre onde o indivíduo vive e se ele se expôs a ambientes que possam estar
contaminados.

A realização de exames laboratoriais é essencial para a confirmação do


caso. O exame de fezes permite a detecção de ovos do parasita causador
da doença.

Tratamento da Bilharzíase/esquistossomose

A Bilharzíase/esquistossomose é tratada com uso do


medicamento Praziquantel, distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde,
e só deve ser utilizado após prescrição médica. O medicamento apresenta
baixa toxicidade e os efeitos colaterais são leves.

Sua dosagem varia em crianças e adultos e relaciona-se com o peso corporal


do indivíduo. Em casos mais graves da doença, a internação pode ser
recomendada.

Nesta revisão, os autores da Cochrane Collaboration avaliaram os


medicamentos para tratar pessoas infectadas pelo Schistosoma mansoni.Eles
encontraram 52 estudos, incluindo 10.269 pessoas, que foram conduzidos na
África, Brasil e Oriente Médio.

A maioria dos estudos avaliou se os remédios diminuíam a eliminação de ovos


pelas fezes. Três estudos avaliaram se os remédios melhoravam os sintomas
dos doentes.

Os resultados mostram que uma dose única de praziquantel (40 mg/kg), como
recomendado pela Organização Mundial da Saúde, é um tratamento eficaz

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para a infecção pelo Schistosoma mansoni.Doses mais baixas podem ser
menos eficazes e doses mais altas provavelmente não trazem maiores
benefícios.

A oxamniquina (40 mg/kg), embora não seja um remédio muito usado na


atualidade, também é eficaz. Novamente, doses mais baixas podem ser menos
eficazes e não foram encontrados benefícios com doses mais altas.

Apenas um estudo comparou o praziquantel 40 mg/kg com a oxamniquina 40


mg/kg. Devido à falta de mais estudos (evidência limitada) não temos certeza
de qual intervenção é melhor.

Os estudos não descreveram muita coisa sobre efeitos adversos desses


remédios. Os poucos relatos existentes sugerem que esses efeitos foram leves
e passageiros.

Um estudo mostrou que essas doses podem ser menos eficazes em crianças
com menos de cinco anos, Estudos futuros podem ajudar a descobrir qual é a
dose ideal para crianças nessa idade.

O tratamento padrão da infecção por S. mansoni com o praziquantel, 40 mg/kg,


é apoiado pelas evidências. O tratamento com a oxamniquina, uma alternativa
pouco usada, também parece ser efetivo.

A dosagem ideal de ambos os medicamentos para o tratamento das crianças


ainda precisa ser descoberta em novos estudos.

Outra área para futuros estudos é a investigação da terapia combinada,


idealmente com medicamentos com mecanismos de ação diferentes e com
ação em diferentes estágios do ciclo do parasita no hospedeiro humano.

Prevenção

Saneamento básico com esgotos e água tratada. Controle dos caramujos que


são hospedeiros intermediários da doença.

Proteção dos pés e pernas com botas de borracha com solado antiderrapante.

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A Bilharzíase/esquistossomose pode ser prevenida evitando o contato com
águas onde existam os hospedeiros intermediários do parasita (caramujos). A
atenção deve ser redobrada em locais onde não há saneamento básico
adequado.

Informar a população das medidas profiláticas da doença. Evitar entrar em


contato com água que contenha cercárias. A Educação em saúde é
fundamental para o controle da doença. No entanto deve ser pensada em
conjunto com a população local para que tenha um impacto sustentável ao
longo do tempo.

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Conclusão

Conclui-se que a Bilharzíase/esquistossomose, é transmitida pelo verme da


família Schistosoma, que se espalha na água por causa de caramujos. Ao
entrar no corpo, o parasita se instala vasos sanguíneos do intestino, do sistema
urinário e do fígado e passa a se reproduzir dentro do organismo.

Conforme esses vermes põem seus ovos, a barriga do hospedeiro incha – é


um dos sintomas diferenciais da infecção. A evolução é lenta e, mesmo depois
de tratado, o problema pode demorar semanas ou até anos para ir embora.

A Bilharzíase/esquistossomose é perigosa, porque provoca complicações


graves nos órgãos que atinge — principalmente dependendo da reação do
sistema imunológico e da quantidade de ovos botada pelos vermes.

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Recomendações

 Esteja atento às normas básicas de higiene e saneamento ambiental.


Evite contato com a água represada ou de enxurrada que pode estar
infestada pelo parasita;

 Saiba que os caramujos podem ser combatidos de várias maneiras


diferentes: por controle biológico, químico e das condições do meio
ambiente. Como seu habitat natural preferido são lugares com pouca
água e correnteza, algumas medidas podem ser tomadas como drenar,
aterrar ou aumentar a velocidade da água na área em que vivem. O
controle biológico pode ser exercido por animais que se alimentam dos
caramujos (peixes, patos etc.) e o químico pelo uso de moluscocidas;

 Use roupas adequadas, botas e luvas de borracha se tiver que entrar em


contato com águas supostamente infectadas;

 Cabe às autoridades sanitárias a destruição do habitat das larvas e


o trabalho de informar a população. Isso não isenta ninguém da
responsabilidade de alertar as pessoas, principalmente as que vivem
em áreas presumidamente infectadas.

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Bibliografia

SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Esquistossomose"; Brasil Escola. Disponível


em: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/esquistossomose.htm. Acesso em
17 de fevereiro de 2022.

Grácio, MAA (1977). Contribuição para o conhecimento da incidência de


bilharziose vesical no distrito de Benguela Concelho de Vila Mariano Machado
(Ganda). An Inst Hig Med Trop. 5(1/4): 285-288.

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