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MICROSPORÍDEOS
Epidemiologia
No que toca à transmissão, esta ainda se encontra por esclarecer, ou seja, ainda
não é totalmente percetível de como é que eles são transmitidos aos hospedeiros. Os
indivíduos infetados libertam esporos para o ambiente através de fezes, urina ou
secreções pulmonares.
População de risco
O que se conhece em relação aos humanos é que os doentes com SIDA (ou seja,
indivíduos com HIV, mas que se encontram num estado de doença mais avançado), com
valores inferiores a 100 células/ uL de linfócitos T CD4+. Quando ocorre infeção de
microsporídeos nestes indivíduos, estes apresentam diarreias muito fortes. Atualmente,
os doentes com SIDA encontram-se a ser monitorizados para a presença de
microsporídeos nos seus organismos. A prevalência destes casos em portadores de HIV
pode variar entre os 7-50%.
No entanto, há exceções a este grupo de risco. Existem algumas crianças (até aos
6 anos) com relatos de diarreias intensas e em idosos (acima dos 80 anos), por todo o
Mundo. Estes indivíduos não são imunocompetentes e isto poderá ser justificado por dois
fatores:
• Encephalitozoon intestinalis;
• Encephalitozoon cuniculi;
• Encephalitozoon hellen (conseguem sair do
tubo digestivo);
• Vittaforma corneae (normalmente, localiza-
se nos olhos dos hospedeiros humanos).
HELMINTES
Fasciolopsis buski
• É o maior parasita em humanos;
• É relativamente raro;
• Tem este ciclo de vida, um pouco diferente do que já foi estudado anteriormente;
• Também existe em porcos (o ciclo é igual aos humanos);
• Se não houver contacto do hospedeiro com águas onde existam estes molúsculos.
• Sintomas: Muitas infeções são assintomáticas. Febre, tosse, dor abdominal, diarreia.
Ocasionalmente lesões no SNC podem ocorrer com S.japonicum, Schistosoma
mansoni e Schistosoma haematobium. Infeções recorrentes provocam fibrose dos
órgãos afetados (diarreia sanguinolenta, cistite, uretrite com hematúria que pode evoluir
para tumor na bexiga, hipertensão pulmonar e lesões do SNC).
Controlo da Esquistossomose
• Informar e alertar os indivíduos para não irem para águas onde existam este tipo de
molúsculos;
• Retirar, regularmente destas águas, os molúsculos causadores da transmissão;
• Programas internacionais: adicionar às águas um tratamento (prazinquantel)
CÉSTODES
Dipylidium caninum
• É um cestode que infeta cães e gatos, mas ocasionalmente é encontrado em humanos;
• Ele não existe na água, não precisa dos molúsculos, precisa de outra coisa... pulgas!
• O parasita consegue completar o seu ciclo de vida dentro da pulga;
• Ele entra no hospedeiro, por ingestão;
• As crianças, ao tocarem com as mãos nos cães/gatos e levarem-nas à boca pode
ingeri-la;
• A pulga vai então entrar no intestino e o parasita fica agarrado ao intestino;
• Mais uma vez o parasita vai começar a produzir ovos e a libertá-los, mas aqui existe
uma diferença, os ovos quando saem nas fezes, já se encontram minimamente
desenvolvidos e parecem larvas;
• Distribuição geográfica: Mundial. Registos na Europa, Ásia (Filipinas, China,
Japão) e América (Argentina e EUA);
• Sintomas: Maioria das infeções são assintomáticas. O sinal mais evidente em
animais e crianças é a saída dos proglótides (na região anal, fezes e fraldas) como
são móveis, podem ser confundidos com larvas de moscas;
NEMÁTODES
Ascaris lumbricoides
• É o maior nemátode que parasita o intestino humano;
• As fêmeas adultas medem 20-35 cm e o macho 15-30 cm;
• Estes, ao contrário dos outros grupos, são indivíduos redondos;
• São muito mais problemáticos;
• Mais comumente conhecidos por lombrigas;
• Em Portugal, é extremamente raro;
• Não existe intervenção de vetores, nem de hospedeiros secundários, a infeção ocorre
por ingestão direta;
• Isto está associado a falta de cuidados básicos de higiene;
• Normalmente, ocorre por contacto direto com fezes;
• Por vezes, as lombrigas podem migrar para outras zonas do organismo, nomeadamente
os pulmões, podendo provocar sintomas como tosse (por ter, precisamente, larvas ou
adultos a circular);
• Distribuição geográfica: Mundial, com elevada prevalência nas regiões tropicais e
subtropicais. Ocorre nas áreas rurais dos países industrializados.
Trichinella
• Causa a doença denominada por triquineliose;
• Este é um problema mais veterinário, exceto em zonas onde a carne que é consumida
não passa pela vistoria;
• Muito associado a porcos;
• Localiza-se nos músculos dos hospedeiros;
Agente
Culex
Anopheles
Anopheles
Vetor Aedes Anopheles
Aedes
Mansonia
Mansonia
• Aedes: Zika e Dengue;
• O facto de existirem os mesmos vetores para várias doenças podem existir
coinfeções;
• As pessoas quando são infetadas vão ficando com edemas;
• Na elefantíase ocorrem, normalmente, edemas unilaterais (pode ocorrer nas
pernas, testículos, braços, mamas);
Onchocerca volvulus
• Provoca a denominada “cegueira
dos rios” ou oncocercose;
• Vetor: Simulium spp.(moscas);
• Invadem maioritariamente os
olhos;
• Quando as moscas fazem a sua
alimentação de sangue elas
injetam o nemátode no organismo do hospedeiro;
• Migram pelo sistema circulatório/linfático = podem provocar escamação da pele,
nódulos e cegueira;
• Distribuição geográfica: África (na zona dos grandes rios) e América do Sul;
Loa Loa
• Provoca a denominada loíase;
• Vetores: Chrysops silacea e
C.dimidiata;
• É uma filaríase e é transmitida
também pela picada (de uma mosca,
neste caso) através da sua refeição
sanguínea;
• A Loa loa vai acumular-se nos vasos
linfáticos;
• Este parasita não é tão grave como os
outros, não provoca entupimento dos vasos linfáticos, não
provoca edemas;
• Possui uma área de distribuição muito mais limitada: São
Tomé e Príncipe; África Ocidental
• A Guerra Colonial trouxe muito este parasita para Portugal;
• As larvas durante a noite têm um comportamento estranho
§ Saem da linfa;
§ Vão para a circulação;
§ Migram para os pulmões;
§ Assim que amanhece a tosse passe = microfilárias saem dos pulmões;
• Existe a assimetria das filaríases: porque andam apenas por um lado do corpo;
• Podem migrar para os olhos (facilmente retirados);
• Afeta as pessoas com sistema imunitário deficiente (isto quando migram para os
olhos).
Mansonella ozzardi
• Provoca a filaríase;
• Vetor: Similium spp.
• São mais leves (a nível de sintomatologia) comparativamente com as outras;
Distribuição geográfica
§ Wuchereria bancrofti encontra se em todo o mundo;
§ Brugia malayi limitado à Ásia; Brugia timori limitado a Timor e algumas ilhas da
Indonésia;
§ Onchocerca volvulus, ocorre principalmente em África, América Latina e Média
Oriente,
§ Loa loa e Mansonella streptocerca encontram se em África;
§ Mansonella perstans em África e na América do Sul;
§ Mansonella ozzardi apenas no continente americano.
Sintomas
§ Filariose linfática normalmente é assintomática. Alguns pacientes apresentam
elefantíase (especialmente nos membros inferiores) e com Wuchereria bancrofti,
elefantíase escrotal. Na Ásia é comum ocorrer tosse e febre.
§ Oncocercose pode causar prurido, dermatite, nódulos subcutâneos, sendo a lesão
mais grave a nível ocular podendo provocar cegueira.
§ Infeções de Loa loa são assintomáticas podendo ocorrer conjuntivites.
§ Mansonella perstans, frequentemente assintomática, pode provocar prurido, febre,
dos de cabeça, artralgias e manifestações neurológicas.
§ Mansonella streptocerca provoca prurido, erupções papulares e alterações
pigmentares.
§ Mansonella ozzardi pode provocar artralgias, dor de cabeça, febre e prurido.
Diagnóstico
§ Observações microscópicas de amostras de sangue permitem a identificação de
Wuchereria bancrofti, Brugia malayi, Brugia timori, Loa loa, Mansonella perstans,
M.ozzardi;
§ Amostras de pele permitem a identificação de Onchocerca volvulus e Mansonella
streptocerca.
Estratégia da MDA (Mass Drugs Administration): uma dose anual de dois dos
medicamentos combinados, durante 4-6 anos;
Dracunculus medinensis
• Provoca a dranculíase (ou, também
denominada por bitacaia);
• É específica da Angola;
• Este é um nemátode semelhante aos
trematodes porque necessita de
meios aquáticos para completar o seu
ciclo de vida;
• Hospedeiros secundários: copépodes;
• Dentro destes hospedeiros é que eles completam o seu ciclo de vida;
• A infeção é por via oral, ou seja, os indivíduos ingerem água contaminada com
estes copépodes, chegam ao estômago (o copépode é destruído) e as larvas do
nemátode vão sair;
• Passam para a circulação à pele do hospedeiro à deslocação pelos membros
inferiores à provocam orifícios nas pernas ou nos pés à saem para a água à
procuram dos copépodes para completar o ciclo de vida;
• Normalmente, os parasitas saem do corpo do hospedeiro (iniciam a ferida) quando
atingem maturidade sexual; Isto é realizado, essencialmente, pelas fêmeas;
Erradicação
Este plano foi então levado para a frente. Primeiramente, a população foi
devidamente informada acerca das medidas que deviam de ser tomadas, nomeadamente
a não ingestão de águas que não tivessem sido tratadas. Depois foram construídas
algumas fontes com água tratada, foram também ensinados métodos de
filtração/esterilização da água. Além disso, teve de ser utilizada alguma “arma” para
conseguir destruir os copépodes. Foi então utilizado os temefos que assim que entravam
dentro dos copépodes, estes morriam. Como os crustáceos assumem um ciclo de vida
bastante curto, começou a existir a chamada resistência através de mutações destes
organismos.