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Parasitologia

Fabiana Sabino
HELMINTOS

1. ASCARIS LUMBRICOIDES
2. ENTEROBIUS VERMICULARIS
3. ANCILOSTOMÍDEOS
4. STRANGYLOIDES STRECOLARE
1-ASCARIS LUMBRICOIDES

• AMPLAS DISTRIBUIÇÃO GEOGRAFICA

• ATINGE 30% DA POPULAÇÃO MUNDIAL

• 70 A 90% DAS CRIANÇAS ENTRE UM E DEZ ANOS.

• PREVALÊNCIA: RELAÇÃO COM CLIMA QUENTE E CONDIÇÕES


PRECÁRIAS DE SANEAMENTO.

• CADA FÊMEA PRODUZ DIARIAMENTE CERCA DE 200.000 OVOS

• OVOS: BASTANTE RESISTENTES; MANTENDO-SE VIÁVEIS POR


VÁRIOS MESES EM TEMPERATURAS ELEVADAS

VERMES ADULTOS
MORFOLOGIA

Agente etiológico Família: Ascarididae Espécie: Ascaris lumbricoides


(popularmente conhecida como lombriga, ou bicha)

• Morfologia vermes adultos: cor branco-rosada; boca


extremidadeanterios formada por três lábios musculoso (Figura 3)

• Apresentam dimorfismo sexual.

• O macho: 20 a 30 cm de comprimento, cauda encurvada ventralmente


e presença de dois espículos curvos. Possui testículos tubular e um canal
ejaculador

• A Fêmea: possui de 30 a 40 cm e cauda afilada. Possui ovarios duplo e


tubulares.

• Ovos: 60 µm por 45 µm; possuem três membranas:

1. A mais interna: constituída de proteínas e lipídios, ;


impermeavel.

2. A membrana média, por proteínas e quitina; espessa

3. A externa, por mucopolissacarídeos. (mamilada); grossa e de


aderêcia
Habitat

intestino delgado humano, principalmente jejuno e íleo.

Quando a carga parasitária é grande (acima de 100 vermes), os


vermes podem ocupar todo o intestino delgado.

Transmissão

Ingestão de ovos larvados do parasito através da água ou alimentos


contaminados.

Transmissão mecanica: poeira e insetos como moscas, formigas e


baratas podem contaminar os alimentos, e ovos podem ser
transportados mecanicamente pelas patas desses insetos.

Ciclo

Ciclo do A. Lumbricoides: monoxênico

Inicio: ingestão do ovo larvado, no estagio L3.

Após tratamento ácido pelo trato digestório, a larva é liberada no


intestino, atravessa a parede e cai na corrente sanguínea, chegando
aos pulmões, onde sofre mudança para L4.

Sobe pela árvore brônquica até a faringe, podendo ser expectorada


ou deglutida, retornando ao intestino, onde muda para L5, ou
adulto jovem.

Alcança a maturidade sexual com a formação do aparelho


reprodutor em cerca de 60 dias.

Machos e fêmeas copulam, e as fêmeas produzem ovos que são


eliminados para o meio exterior junto com as fezes. Esses ovos
inicialmente contêm somente uma massa de células germinativas que
originarão a larva.
Havendo condições climáticas favoráveis (temperatura de 20 a 30
ºC e umidade > 70%), o ovo com larva de 1º estádio (L1) presença
de 02, se desenvolve e a larva muda para 2º estádio (L2) e depois
3º estádio (L3) quando então o ovo se torna infectante. Devido à
passagem de larvas pelos pulmões, o ciclo do A. lumbricoides é
conhecido como ciclo pulmonar, ou ciclo de Looss.

Patogenia

Fase pulmonar: quando as larvas passam pelos pulmões podendo


causar febre baixa, falta de ar e tosse;

Fase intestinal: quando os vermes adultos poderão causar:


(i) ação espoliadora, consumindo nutrientes, como proteínas,
carboidratos, lipídios e vitaminas A e C, podendo causar
desnutrição, com prejuízo do desenvolvimento físico e mental
de crianças.

Poderão ocorrer: cólicas abdominais, mal-estar, dor epigastrica,


perda de apetite, emagrecimento, má distão, diarreia ou, ainda,
prisão de ventre;

• (ii) ação tóxica, devido às reações entre antígenos do


parasito e anticorpos do hospedeiro, podendo
ocasionar urticária e até convulsão;

• (iii) localizações ectópicas, que são o deslocamento


dos vermes do seu habitat para outros órgãos, como
vesícula biliar, canal colédoco, pâncreas, ou
eliminação pela boca, narinas ou ânus.
Isso ocorre quando a carga parasitária é grande ou por alguma
irritação dos parasitos. Poderá ainda haver o seu enovelamento no
intestino impedindo o trânsito alimentar.

Não havendo resolução por meio de tratamento, pode ser necessária


a cirurgia para retirada dos vermes, o que pode constituir causa de
óbito quando há complicação.

Diagnostico

Exame parasitológico de fezes para pesquisa de ovos do parasito à


microscopia comum. O método utilizado é o HPJ, ou sedimentação
por gravidade. Além da eliminação espontanem do verme,
hemograma e radiografias.

Tratamento

Sais de tetramisol, sais de piperazine, albendazol e tetramisol.

Dieta rica, para reposição de nutrientes como proteínas e vitaminas,


especialmente A e C.

No caso de obstrução intestinal pelos vermes enovelados, é necessário


inserir no paciente em jejum medicação e óleo mineral através de
sonda nasogástrica. Em caso de insucesso, é necessário o tratamento
cirúrgico para a remoção do bolo de vermes.

Profilaxia

As medidas profiláticas são: educação em saúde, construção de redes


de esgoto com tratamento e/ou fossas sépticas, higiene adequada de
frutas e verduras ingeridas cruas; hábitos de higiene e proteção dos
alimentos contra poeira e insetos. O tratamento dos parasitados
também é medida preventiva, uma vez que o homem é praticamente
a única fonte de infecção.
2-ENTEROBIUS VERMICULARIS

• CAUSA ENTEROBIOSE: DOEÇA COSMOPOLITA. (presente no


mundo interio)

• ATINGE PRINCIPALMENTE CRIANÇAS

• DESENVOLVIMENTO EM CLIMA TEMPERADO

• O GÊNERO ENTEROBIUS POSSUI DIVERSAS ESPÉCIES


PARASITAS DE ANIMAIS COMO MACACOS E ROEDORES

• ESPÉCIE E. VERMICULARIS É EXCLUSIVA DO HOMEM.

• OVOS REQUER PASSAM PELO SOLO

• ELIMINAÇÃO DE OVOS PELAS FÊMEAS: DE 5 A 16 MIL

• OVOS RESISTETE A DESSECAÇÃO


MORFOLOGIA

Agente etiológico Família: Oxyuridae

Espécie: Enterobius vermicularis

Vermes adultos: brancos e filiformes, possuem expansões laterais na


extremidade anterior, chamadas de asas cefálicas, características do
gênero.

Possuem dimorfismo sexual.

O macho: tem cauda encurvada ventralmente e meio centímetro de


comprimento. (muito menor que a fêmea).

Fêmea: cilindrica e tem cauda afilada; mede cerca de 1cm de


comprimento. Quando grávida, seu abdome fica repleto de ovos.

Ovario e utero sao duplos.

Os ovos: possuem duas membranas finas e transparentes, medem


cerca de 50 µm x 20µm, têm formato de um “D”, com um lado
plano e outro convexo.

Habitat

Ceco e apêndice cecal do intestino grosso e a suas imediaçoes, vivem


aderidos á mucosa. As fêmeas grávidas, após a maturação dos ovos,
com larvas de 2º estádio, migram para a região perianal.
Transmissão

Ingestão de água ou alimentos contaminados com ovos larvados do


parasito, pela inalação de ovos presentes na poeira e também pelos
mecanismos de autoinfecção interna e autoinfecção externa, que
serão explicados a seguir, no ciclo biológico.

Ciclo biologico

O ciclo do parasito é monoxênico: UNICO HOSPEDEIRO, O HOMEM.


Os ovos ingeridos atravessam o trato digestório, indo se localizar no
intestino delgado, onde liberam as larvas que migram até o ceco e
se desenvolvem até adultos.

Após a cópula, os machos são eliminados; as fêmeas, grávidas,


enchem-se de ovos e migram para a região perianal, especialmente
à noite devido ao calor das cobertas.

Aí as fêmeas se rompem liberando ovos que se tornam infectivos em


poucas horas. A possibilidade de eclosão dos ovos e liberação de larvas
infectivas ainda no reto pode ocasionar a autoinfecção interna, com
migração das larvas até o ceco, onde se transformam em adultos.

Quando a criança coça a região anal e em seguida leva a mão à boca,


pode ocasionar a autoinfecção externa, com ingestão dos próprios
ovos eliminados.

Os ovos so se tornam infectates quando em contato com O2, no


perineo ou no meio ambiente. Na temperatura da pele essa
maturaçao faz-se em 4 a 6 horas.

Crianças que chupam dedoo e pessoas que roem unha, são as mais
expostas.
Patogenia

Assintomático.

Se houver grande número de parasitas, pode haver desconforto


abdominal e dor na região do ceco. O sinal mais característico da
parasitose é o prurido anal devido à migração das fêmeas na região,
impedindo o sono da criança e causando irritação e nervosismo.

O ato de coçar com as unhas pode ocasionar lesão da mucosa anal e


possibilidade de contaminação secundária por bactérias. A migração
das fêmeas pode levar à sua penetração na vulva das meninas,
resultando em vaginite.

Ação patogenica de natureza mecanica: pequenas erosões da mucosa


com a fixaçao do verminosa no local. Alem disso, pode causar
inflamação catarral quando o parasitismo for intensso.

Perineo avermelhado e sucepitivel a infecção.

Diagnóstico

Pesquisa de ovos do parasito e/ou das fêmeas na região perianal, por


meio do método de Graham (ou método da fita adesiva, ou da fita
gomada), como é conhecido. Consiste em colocar um pedaço de fita
adesiva colada a um tubo com a parte colante para fora e apor
algumas vezes a fita na região anal. Em seguida, a fita é aderida a
uma lâmina de vidro e examinada na microscopia comum, à procura
de fêmeas e/ou ovos característicos.

Tratamento

O tratamento da enterobiose é muito fácil devido à sensibilidade do


parasito às drogas como albendazol, mebedazol, pamoato de pirantel
piperazina, revectina e outros medicamentos de larga espectro.
Entretanto, concomitantemente ao tratamento, são necessárias
medidas profiláticas devido ao caráter perpétuo dessa parasitose.

Profilaxia

As várias possibilidades de transmissão da enterobiose ocasionam


frequentemente a perpetuação e cronicidade do parasitismo e
tornam difícil a sua profilaxia.

As medidas que devem ser tomadas incluem o tratamento de todos


os parasitados; não sacudir as roupas de cama, mas sim dobrá-las
cuidadosamente e fervêlas; utilizar aspirador de pó ou pano molhado
ao invés de vassoura para evitar a flutuação dos ovos, que são muito
leves; manter cortadas as unhas das crianças de forma rente;
proteger os alimentos de poeira e insetos; educar as crianças para
lavar as mãos antes de ingerir alimentos.
3-ANCILOSTOMÍDEOS

• ANCILOSTOMOSE: CONHECIDAS POPULARMENTE COMO


AMARELÃO.
• OCASIONA ANEMIA INTESA E CRONICA.
• AREAS COM CLIMA FAVORAVEL E COM FALTA DE
SANEAMNTO BASSICO.
• MAIOR PREVALENCIA EM REGIOES COSTEIRAS DEVIDO
AO SOLO ARGILO ARENOSO E TEMPERATURA E
UMIDADE ELEVADA.
• HOSPEDEIROS MAIS APROPIADOS: CAES E GATOS.
MORFOLOGIA
o
Família: Ancylostomatidae (Alguns autores referem-se à família
como Ancylostomidae)

Espécies: Ancylostoma duodenalis Necator americanus

Vermes adultos: apresentam a região anterior do corpo ligeiramente


encurvada, resultando dessa característica morfológica o nome da
família, pois no grego ankylos significa curvo e tomma significa boca.
A cápsula bucal é bastante desenvolvida, com presença de placas
cortantes nos Necator e de dentes nos Ancylostoma que fixam a
parede do intestino.

Vermes adultos medem 1cm

Os machos possuem uma bolsa copuladora que fixa o macho no


orificio genital da fêmea para a Cópula.

Possuem dimorfismo sexual.

Fêmea: mede cerca de 1cm de comprimento, e sua extremidade


posterior é afilada;

Macho: mede aproximadamente 0,5cm, e sua cauda é dilatada


devido à presença da bolsa copuladora.
Ovos: são elípticos, medem cerca de 60 µm por 30 µm e possuem
uma única membrana, transparente

A larva que sai do ovo é larva rabditoide, de 1º estádio, ou L1, tem


como característica esôfago com bulbo dilatado e mede cerca de 300
µm de comprimento.

A larva de 2º estádio, ou L2, também é rabditoide e mede cerca de


400 µm.

A larva de 3º estádio, ou L3, é chamada larva filarioide, tem como


característica esôfago retilíneo e presença de duas bainhas; mede
cerca de 600 µm de comprimento, tem vestíbulo bucal com 10 µm
e é a forma infectiva para o homem, com capacidade de penetrar
na pele.

O habitat dos ancilostomatídeos é o duodeno, onde vivem presos à


mucosa por meio da cápsula bucal

HABITAT

O habitat dos ancilostomatídeos é o duodeno, onde vivem presos à


mucosa por meio da cápsula bucal.
TRASMISSÃO

A transmissão: para o homem ocorre de duas formas:

(i) pela penetração da larva L3 na pele, quando


em contato com qualquer parte do corpo;

(ii) por ingestão da larva L3 com água ou verduras


cruas mal lavadas contaminadas.

Ciclo biologico

Cicloheteroxênico: Parasita possui mais de um hospedeiro

O ciclo biológico dos Ancylostomatidae é indireto, com passagem


pulmonar, envolvendo um único hospedeiro, o homem. Ele elimina
nas fezes ovos do parasito que se desenvolvem se houver condições
geoclimáticas adequadas, como solo argiloarenoso, temperatura
elevada (20 - 30 ºC para Ancylostoma e 25 - 35 ºC para Necator),
umidade elevada (> 80%) e sombra.

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Inicialmente, possuem uma massa de células germinativas que
origina a larva de 1º estádio (L1). O ovo eclode liberando a L1 que
então se desenvolve no solo e muda para L2, trocando a bainha.

A L2 se desenvolve e muda para L3 produzindo uma nova bainha


e mantendo a anterior, de modo que a L3, com dupla bainha, possua
resistência no ambiente e também ao passar pelo trato digestório,
no caso de ser ingerida.

As larvas L3 penetram na pele e atingem a corrente sanguínea


passando pelo fígado e pulmões, de onde se dirigem para os alvéolos
e mudam para L4, sobem até a faringe, podendo ser expectoradas
ou deglutidas. Nesse caso, passam pelo trato digestório e chegam ao

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intestino delgado, onde mudam para L5, ou adultos jovens.

Em seguida, formam os órgãos sexuais, tornando-se aptos a se


reproduzirem. O período pré-patente varia entre 35 e 60 dias.
Quando ocorre constipação, pode haver eclosão do ovo no intestino,
com liberação da larva L1 nas fezes. machos possuem uma bolsa
copuladora que fixa o macho no orificio genital da fêmea para a
Cópula.

Patogenia

A intensidade das lesões depende do número de larvas que


penetraram e da sensibilidade do hospedeiro.

Na fase cutânea ocorre uma dermatite urticariforme devido à


penetração das larvas na pele. O hospedeiro tem a sensação de
picada e surgem hiperemia, prurido e edema, que podem durar
alguns dias e desaparecer.

No ato de coçar, pode ocorrer infecção secundária por


contaminação bacteriana. Na fase pulmonar, o hospedeiro poderá
ou não apresentar sintomas como febre baixa, falta de ar e tosse,
devido à passagem de larvas pelos pulmões, e esses sintomas terão
alguns dias de duração.

Na fase intestinal podem ocorrer cólicas abdominais, dor epigástrica,


indisposição, diarreia sanguinolenta ou constipação, diminuição do
apetite, indigestão, náuseas, vômitos, flatulência, geofagia e anemia.

As crianças mostram retardo no desenvolvimento fisico e mental,


apatia, falta de apetite, atençao dificil e um baixo redimento escolar.

Diagnostico

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Diagnóstico: feito pelo exame parasitológico de fezes empregando o
método HPJ ou sedimentação por gravidade para pesquisa de ovos
ou larvas e pelo método de Baermann-Moraes, específico para
pesquisa de larvas.

Os ovos e larvas são indistinguíveis morfologicamente à microscopia


comum, não sendo possível diferenciar os gêneros. Nesse caso, são
diagnosticados como sendo de ovos ou larvas de Ancylostomatidae,
referindo-se à família.

Tratamento

O tratamento das ancilostomatidoses pode ser feito com albendazol,


mebendazol ou levamisol.

Nos casos de anemia é precisoassociar dieta rica em ferro, proteinas,


vitaminas e, quando o grau for elevado, pode ser necessária uma
suplementação com sulfato ferroso.

Profilaxia

Além de medidas como educação sanitária, saneamento adequado,


canalização e tratamento dos esgotos domésticos, individualmente
algumas medidas podem ser adotadas, como uso de calçados,
lavagem adequada dos alimentos ingeridos crus e tratamento anti-
helmíntico. Sendo o homem a única fonte de infecção, o tratamento
em massa contribui com a profilaxia da doença.

Possuem dimorfismo sexual.

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Larva Migrans

A síndrome Larva Migrans (cao e gata) é causada pela migração de


larvas de helmintos nematódeos parasitos de animais, através da
pele, órgãos internos ou globo ocular do homem, hospedeiro não
habitual desses parasitos. Podem ocorrer as síndromes Larva Migrans
Cutânea (LMC), Larva Migrans Visceral (LMV) e Larva Migrans
Ocular (LMO). Esse parasitismo tem distribuição geográfica
cosmopolita, sendo mais frequente nos países tropicais e subtropicais.

Principal sintoma é o purido

Diagnostico clinico e cura espontanêa

Se necessario: ivermectina, albedazol ou tiabedazol

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Às vezes no nosso dia a dia nos deparamos com algumas questões
em relação ao nosso corpo que nos deixam cheios de dúvidas...

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Nosso corpo possui alguma
barreira para evitar a entrada
de bactérias ou vírus que causam
doenças???

O que acontece com o nosso O que é aquela


corpo quando ficamos doentes? coisa amarela que
d?? aparece depois de
um certo tempo
no local onde
machucamos???

Por que no
local de um
corte fica
quente e
dolorido???

Por que as
Porque
vacinas nos
algumas
protegem???
doenças, só
pegamos
“uma vez”???

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Todas essas questões estão relacionadas ao nosso sistema
imunológico, também conhecido como sistema imune. Esse sistema
tem várias funções e uma delas é nos proteger contra
microorganismos e substancias estranhas que tentam entrar e se
instalar em nosso corpo e até mesmo contra células do próprio
corpo quando estas se tornam estranhas, como por exemplo, nos
cânceres. Essas moléculas estranhas são chamadas de antígeno e
os microorganismos são constituídos por milhares desses antígenos.

Isso é que
vamos ver!
Prazer, meu nome é
microorganismo. Eu estou
repleto de antígenos...

...vou entrar!

Os principais microorganismos são os vírus, fungos, bactérias e


protozoários.
Exemplos de doenças causadas por estes microorganismos são a
gripe, herpes e catapora, causadas pelos vírus. Tuberculose e
pneumonia causadas por bactérias, amebíase, causada por
protozoários e candidíase causada pelos fungos.

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Capítulo 2 INTRODUÇÃO AO
SISTEMA IMUNOLÓGICO
O sistema imunológico é formado por várias células especializadas,
tecidos e alguns órgãos que reagem de várias formas. Na figura
abaixo, representamos alguns destes componentes, onde cada um
deles possui células do sistema imunológico.

Componentes
do sistema
imune.
O local da origem das
células do sistema imune

As células do sistema
imune são fabricadas
na medula óssea
vermelha, localizada
em cavidades ósseas
e no tecido ósseo
esponjoso, presente
em alguns ossos do
nosso corpo.

Como exemplo
deste tipo de osso,
temos o fêmur,
como o da figura
ao lado, alguns
ossos do crânio, o
osso esterno e os
ossos da bacia
(cintura pélvica).
A origem das células
do sistema imune
As células do sistema imune
nascem de um único tipo de
Que isso!!! Que
célula, as chamadas células
palavrão é esse?
tronco hematopoiéticas.
Que palavrão que nada!!!
Hemato vem de sangue
e poiética ou poiese
significa repor, ou seja,
células tronco
hematopoiéticas são
células que se
multiplicam e se
transformam em
qualquer célula do
sangue.

Temos a partir da célula tronco hematopoiética as plaquetas, os


leucócitos e os eritrócitos.
Os eritrócitos são as únicas células que não participam da nossa
imunidade. Elas são também denominadas glóbulos vermelhos
do sangue, e tem como principal função o transporte de gases no
sangue. Os leucócitos ou glóbulos brancos participam do nosso
sistema imunológico e as plaquetas, que são fragmentos de
células, participam da coagulação sanguínea.

Temos vários tipos de leucócitos, como podemos ver na


figura abaixo.

Os leucócitos após serem produzidos ficam circulando no


sangue por dias, semanas, meses ou até anos no nosso corpo.
Sua produção é contínua e quando há alguma alteração na
quantidade destas células, visto em um exame de sangue,
por exemplo, é que está ocorrendo algum problema onde o
sistema imunológico foi alterado.

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BARREIRAS PARA EVITAR
Capítulo 3

A ENTRADA DE ANTÍGENOS E
MICROORGANISMOS
Para conseguir entrar no corpo, o antígeno depara com barreiras
que se opõe a sua entrada. As barreiras são classificadas como
barreiras mecânicas, microbiológicas e químicas.
Como exemplo de barreira
mecânica, temos o muco
presente na vagina, na
cavidade nasal e no trato
respiratório. Por ser pegajoso o
muco ajuda a proteger os locais
contra infecções, sequestrando e
inibindo a mobilidade dos
microorganismos. Normalmente
é jogado para fora do corpo,
como por exemplo, em um
espirro.

Ahh, fomos expulsos


do corpo...

Outras formas de expulsar


os corpos invasores são por
Garoto espirrando e liberando muco,
tendo possivelmente microorganismos
meio do vômito, da tosse,
aderidos a secreção. da diarréia e da
descamação da epiderme.

A nossa pele também é considerada uma barreira mecânica, pois


sua superfície, a epiderme, é constituída de células mortas ricas em
queratina e fortemente aderidas uma na outra, impedindo a
entrada de microorganismos.

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Como barreira microbiológica, podemos citar a nossa flora normal
de bactérias, que não nos prejudicam, localizadas no intestino, na
boca, na pele e no caso das mulheres na vagina, que competem com
potenciais patógenos por locais de fixação e comida, diminuindo a
probabilidade desses últimos se multiplicarem em número suficiente
para causar uma doença.

Como exemplo de barreira química, temos a lisozima e a fosfolipase


que são enzimas encontradas na lágrima, saliva esecreção nasal,
que podem destruir a parede celular das bactériase desestabilizar
as membranas bacterianas. O suco gástrico presente no estômago
possui o pH muito ácido, impedindo a proliferação e a passagem de
microorganismos para outros locais.

Como último exemplo de


barreira química, podemos
citar a presença de ácidos
graxos no suor. Por causa
do baixo pH, eles impedem
a colonização de bactérias e
de alguns fungos na
epiderme.

Bactéria deparando-se com a epiderme, uma barreira mecânica,


microbiológica e química, devido a sua constituição.

Essas barreiras fazem parte da defesa inata.

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Capítulo 4 DOIS TIPOS DIFERENTES
DE RESPOSTA IMUNE

Temos dois tipos de resposta, a resposta imune inata e a reposta


imune adaptativa, ambas importantes para uma boa resposta
imunológica.

Se uma bactéria conseguir superar as barreiras, entrando por uma


lesão, dará de cara com células que estão no tecido e que iniciarão
a resposta imune inata.

Prepare-se! Ela
entrou!

Já tô
preparado!

Após 3 horas aproximadamente da entrada da bactéria no tecido,


iniciará a resposta imune inata com os macrófagos.
A infecção se da quando este microorganismo se instala no tecido.

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4.1 RESPOSTA IMUNE INATA

Essa resposta é a primeira linha de ação que nosso corpo tem


para responder à entrada de um antígeno e possui este nome
porque o termo inata significa natural, ou seja, que nasce com a
pessoa.

As principais células que participam desta ação são os neutrófilos,


os macrófagos e as células naturais killer (NK).

Neutrófilo, macrófago e células NK mostrando seus receptores.

Os neutrófilos e os macrófagos possuem receptores, que são


moléculas de proteínas, para reconhecer inúmeros antígenos e
microorganismos. Enquanto as células NK, também possuem estes
receptores, mas reconhecem as células com alterações (tumorais)
ou com infecções virais.

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Os neutrófilos e macrófagos quando encontram um antígeno
e/ou microorganismo, se ligam por meio dos receptores,
englobando o antígeno e/ou microorganismo por um processo
chamado fagocitose.

Na fagocitose, ocorre uma ligação do antígeno e/ou do


microorganismo com o fagócito (célula que faz fagocitose) (2). A célula
emite expansões da membrana plasmática (pseudópodes) que envolve e
engloba o antígeno e/ou microorganismo (3). O antígeno e/ou
microorganismo, então, será degradado dentro da célula pela ação de
enzimas digestivas dos lisossomos (4 e 5).

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Enquanto que as células NK agem de duas formas distintas. Elas
possuem grânulos que contêm proteínas que auxiliam a destruição
das células-alvos.
:Quando as células NK são ativadas, os grânulos contendo proteínas
são liberadas ao redor da célula-alvo. A proteína perforina que esta
nos grânulos, facilita a entrada de outras proteínas, também dos
grânulos denominadas granzimas. Estas proteínas induzem a
apoptose das células–alvos. Com isso eliminam, as células com
alterações e também as células com infecções.

Célula NK destruindo célula com alterações e infectada.

As células NK também podem ser estimuladas por macrófagos. Com


isso, estimulam estes mesmos macrófagos, aumentando a
capacidade dos macrófagos para fagocitar células infectadas.
Auxiliando a remoção da infecção.
Na resposta, macrófagos e neutrófilos liberam citocinas e
quimiocinas, que são sinalizadores químicos, que recrutam mais
células para combater estas substâncias estranhas, caso estas células
não consigam eliminar estas substâncias.
As citocinas e quimiocinas
As citocinas e quimiocinas são proteínas que se ligam a outras
células que possuem receptores específicos para essas proteínas,
sendo então uma forma de comunicação entre as células do sistema
imune.

As citocinas estimulam células que possuem receptores para ligá-


las, como por exemplo, neutrófilos e monócitos, além de
aumentarem a permeabilidade de capilares sanguíneos no local da
reação imune e também estimularem leucócitos que estão
circulando no sangue a atravessarem a parede dos vasos
sanguíneos e atingirem o local onde estão as substâncias estranhas.
As quimiocinas atraem células para o local da reação. Esse
processo pelo qual se obrigam células a deslocar-se através de um
estímulo químico é denominado quimiotaxia.

Galera vem pra cá...

Neutrófilo e macrófago liberando citocinas e quimiocinas. Atraindo


outras células para o local da reação como, por exemplo, neutrófilos e
monócitos.

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Os monócitos são células que circulam no interior dos vasos
sanguíneos, mas ao passarem para os tecidos, se diferenciam em
macrófagos.

Monócito saindo do capilar sanguíneo e atingindo o tecido,


diferenciando-se em macrófago.

A passagem de células dos capilares sanguíneos para os tecidos


sólidos é denominada diapedese e as células que fazem esse
movimento são os leucócitos.

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A inflamação
No local da reação ao antígeno, as células dos capilares sanguíneos
próximos perdem um pouco da adesão entre si, pela ação das
citocinas, possibilitando a passagem de células do sangue através
dos pequenos espaços existentes. As duas substâncias liberadas
(citocinas e quimiocinas) iniciam o processo de inflamação e logo
aparecem mais neutrófilos e monócitos, que foram atraídos pelas
quimiocinas. Outras substâncias também participam como
mediadores químicos inflamatórios, como a histamina, que
aumenta a irrigação sanguínea no local da reação e as
prostaglandinas, que aumentam a permeabilidade dos capilares
sanguíneos próximos da inflamação. Essas substâncias são
liberadas por células do sistema imunológico ou mesmo pelas
células que foram lesadas no
local da inflamação.

Microorganismo
estimula macrófago a
liberar citocina e
quimiocina.

A vasodilatação e o aumento Macrófagos e Neutrófilos


da permeabilidade do capilar migram para o tecido,
sanguíneo deixa o local liberando mediadores
vermelho, inchado e quente. inflamatórios e causando dor.
No local da inflamação fica mais vermelho (eritema), inchado
(edema) e quente, porque aumenta a quantidade de sangue que
chega ao local, devido ao aumento da permeabilidade dos vasos
sanguíneos e a vasodilatação. Os sinais clássicos da inflamação são a
dor, o eritema, o edema e o calor.
Quando falamos em infecção, é que o processo de inflamação é
causada por um microorganismo. E neste caso, quando as citocinas
são produzidas em excesso, causam febre, dor de cabeça, mal estar
generalizado, perda de apetite e sonolência, sendo os sinais e
sintomas observados então na infecção.

Aiai, que dor!

Em muitos casos, os microorganismos e substâncias estranhas que


invadem nosso corpo são combatidos e eliminados pelas células da
resposta imune inata. Mas se o microorganismo é mais resistente e
potente ou está em grande quantidade, a resposta imune
adaptativa será ativada para ajudar a eliminá-lo. Essa resposta
demora cerca de 7 dias para ficar pronta e ativada e conta com a
participação de linfócitos, que são células mais especializadas,
capazes de ajudar a combater microorganismos resistentes, alem
de conferir proteção contra aquele microorganismos por vários
anos. Esta resposta é ativa por células da resposta imune inata.

21
Ativação da resposta imune adaptativa
No local da infecção existem células dendríticas que capturam
vírus e antígenos, entram nos vasos linfáticos e migram em
direção ao linfonodo mais próximo para apresentar estes
componentes para os linfócitos T. As células dendríticas são
denominadas células apresentadoras de antígenos.
Existem 2 tipos de linfócitos, os auxiliares e os citotóxicos, cada
um com funções diferentes que veremos adiante. Cada linfócito é
específico para um tipo de antígeno. Eles ficam armazenados nos
linfonodos e no baço aguardando a entrada do antígeno no corpo.
Quando as células dendríticas apresentam o antígeno para os
linfócitos eles se ativam, iniciando a resposta imune adaptativa.

Encomenda
pra você!

Célula dendrítica apresentando um vírus para


um linfócito T, ativando-o.

22
4.2
RESPOSTA IMUNE
ADAPTATIVA
Essa resposta é a segunda linha de ação que nosso corpo tem para
responder a entrada de um antígeno. Essa resposta também pode
ser chamada de resposta imune adquirida ou específica. Recebe esse
nome porque essa resposta é a imunidade que um indivíduo
desenvolve após ter tido contato com antígeno.

Participam desta
resposta os linfócitos T
e os linfócitos B.

Os linfócitos B são produzidos e se tornam funcionais na medul a


óssea, enquanto que os linfócitos T são produzidos também na
medula óssea e em seguida migram para o timo, onde então se
tornam maduros e funcionais.
Temos cerca de 1 trilhão de cada uma destas células no nosso corpo,
cada uma específica para um tipo de antígeno. Por esta razão, essa
resposta é uma resposta específica a um determinado antígeno.

23
Linfócitos T
Os linfócitos T são ativados ao encontrarem as células
apresentadoras de antígenos, contendo antígenos específicos. Com
a ativação, os linfócitos ficam maiores e começam a multiplicar,
produzindo milhões de clones capazes de ajudar na remoção do
antígeno, chamadas agora de células T efetoras e em células de
memória. Este processo demora alguns dias.

Agora é
com você!
Célula dendrítica
apresentando um
antígeno para o
linfócito T com
receptor específico
para o antígeno.

Linfócito T
proliferando e
diferenciando-se, em
célula T efetora e
célula de memória,
ambas, específica para
o mesmo antígeno.

24
Essa produção e ativação de milhões de células causa muitas vezes o
inchaço e um pouco de desconforto no linfonodo, que é percebido
como um caroço inchado perto do local da infecção. Quando a
infecção é no dente, na garganta, no ouvido, ou uma sinusite, o
caroço aparece no pescoço. Quando é nos braços, mãos ou perto do
peito, aparece nas axilas, e quando a infecção é nos pés, pernas e
órgãos genitais, ele aparece na virilha. Este caroço é conhecido
como íngua e nada mais é, do que o linfonodo inchado por ter sua
ativade aumentada pela infecção.

Os milhões de linfócitos T ativados saem dos linfonodos, entram na


circulação sanguínea e vão para o local da infecção. Isso demora
cerca de 7 dias.

Com a chegada desse reforço especializado, na maioria dos casos, a


infecção começa a ser efetivamente eliminada. Por isso é que a
maioria das infecções de ouvido, nariz, garganta, boca, espinhas da
pele, pioram até 5 ou 7 dias e depois começam a melhorar.

Após a ativação do linfócito T, essas células são chamadas de


células T efetoras armadas e produzem moléculas necessárias
para destruir os patógenos e também para aumentar a potência da
resposta imune inata que auxiliará a resposta e remoção do
antígeno.

Temos uma subdivisão das células T em células T citotóxicas e


células T auxiliares. Na resposta imune adaptativa há uma
resposta imune mediada por células, chamada de resposta imune
celular, na qual participam estes dois tipos de linfócitos T, e outra
resposta mediada por anticorpos, denominada resposta imune
humoral, na qual participam os linfócitos B.

Os linfócitos T ou B que não encontraram antígenos, vivem em


torno de 4 a 6 semanas, sem terem proliferados e nem se
diferenciados, pois não receberam nenhum estímulo para que isso
ocorresse.
25
4.2.1 Resposta imune celular
Participam deste tipo de resposta os linfócitos T auxiliares e os
linfócitos T citotóxicos. Esses dois tipos de linfócitos possuem
receptores específicos para reconhecerem e responderem a
antígenos somente quando estes forem apresentados por outras
células, denominadas células apresentadoras de antígenos, como
vimos anteriormente.

Os linfócitos T auxiliares
Os linfócitos T auxiliares reconhecem antígenos que foram
fagocitados...

Linfócito T
auxiliar
reconhecendo
antígeno
apresentado por
um macrófago.

26
... e ao serem ativados, produzem e liberam interleucinas, que é
um grupo de substâncias que auxiliam a diferenciação de linfócitos
B e linfócitos T citotóxicos que estejam ligados também aos
antígenos. As interleucinas são citocinas produzidas e liberadas por
linfócitos. Por auxiliar a ativação do linfócito B, o linfócito T
auxiliar também participa da resposta imune humoral, que
veremos adiante.

Os linfócitos T auxiliares também potencializam macrófagos e


neutrófilos para fagocitarem e destruírem os microorganismos
que estão fora das células.

Linfócito T liberando interleucinas que potencializam linfócitos B,


macrófagos, linfócitos T citotóxicos e neutrófilos.

27
Os linfócitos T citotóxicos
Quando os microorganismos invadem as células do nosso corpo
os linfócitos T citotóxicos entram em ação. Quando chegam no
local da infecção, esses linfócitos reconhecem as células que
foram infectadas. Com isso, a única solução é matar esta
célula para então conseguir eliminar o microorganismo. Assim,
esses linfócitos secretam proteínas denominadas perforina e
granzima. A perforina adere à membrana plasmática da
célula infectada e danifica a sua estrutura, enquanto a
granzima entra na célula e induz a apoptose da célula levando
a destruição dos organismos invasores.

Linfócito T citotóxico ativado, ligado a célula infectada e liberando


perforina. Célula infectada sofre apoptose e consequentemente o
organismo invasor é destruído.

A perforina é uma enzima importante na reação imune contra


células cancerígenas e células infectadas. Assim como em
rejeição de transplantes e respostas autoimunes, como o
diabetes mellitus tipo I.

28
4.2.2 Resposta imune humoral
Linfócitos B
Os linfócitos B participam da resposta imune humoral, produzindo
moléculas de anticorpos também chamados de imunoglobulinas.
Podemos encontrar anticorpos como receptores específicos na
membrana plasmática dos linfócitos B ou dissolvidos no plasma,
nas lágrimas, na saliva, no escarro, no leite materno, na placenta
e na bile por exemplo.

Cada linfócito B tem anticorpos específicos para 1 tipo de


antígeno.

Linfócitos B e seus anticorpos específicos.

29
A resposta imune humoral possui esse nome porque humoral vem
do latim, humore, que significa fluido ou líquido. E os anticorpos
participam da reação imune nos humores corporais, como por
exemplo, no sangue e na linfa.

Quando os antígenos do microorganismo entram nos vasos


linfáticos ou sanguíneos, são drenados para os linfonodos mais
próximos ou para o baço. Lá, os linfócitos B reconhecem o
antígeno.

Agora sim, estou


pronto para iniciar Eu também!
minha resposta!

Linfócitos B estimulados pelo contato com os antígenos específicos.

30
Todos os linfócitos B que reconheceram algum antígeno, se ativam,
multiplicam e produzem milhões de células que secretam
anticorpos, chamados plasmócitos. Uma parte dos linfócitos B se
transformam em células de memória.

Proliferação e transformação do
linfócito B em plasmócito e células
de memória. Os plasmócitos
passam agora a liberar anticorpos.
31
Os milhões de plasmócitos secretam bilhões de anticorpos no
sangue. Os anticorpos possuem dois mecanismos efetores, para
ajudar no combate ao antígeno.

O primeiro mecanismo é chamado de neutralização, em que os


anticorpos se ligam ao redor de todo o microorganismo,
neutralizando-o, atrapalhando suas funções como a reprodução
e a locomoção.

Neutralização
do vírus.

Pode ocorrer também a neutralização de toxinas, tornando-as


inativas, como no caso do veneno de cobra que é neutralizado
pelos anticorpos presentes no soro.

Anticorpos neutralizando as toxinas.

32
No segundo mecanismo de ação dos anticorpos, eles agem como
sinalizadores, marcando o alvo para que os macrófagos e
neutrófilos possam fagocitar e destruir mais rapidamente o
alvo, acelerando toda a reação.

Anticorpos ligam-se ao microorganismo (1) e sinaliza para os


fagócitos (2) para que façam a fagocitose (3 e 4) e destroem o
microorganismo (5).

33
Capítulo 5 MEMÓRIA IMUNOLÓGICA
Célula T e B de memória
Ao final da resposta imune, quando a infecção já estiver
terminada, a maioria dos linfócitos T e B sofrem apoptose. Os que
sobram são os linfócitos de memória que sobrevivem por vários
anos. Caso ocorra um segundo contato com este mesmo tipo de
antígeno, essas células se multiplicam velozmente e combatem o
invasor mais facilmente.

Podemos te
encontrar daqui a
alguns anos...

... e nossa resposta


será muito mais
rápida!

É por este motivo, que em alguns casos, não contraímos uma


doença causada pelo mesmo microorganismo mais de uma vez,
como no caso da catapora e do sarampo. Caso ocorra a entrada
do mesmo microorganismo, como a resposta a ele será bem mais
rápida, a doença pode nem se manifestar ou aparecer bem mais
branda do que da primeira vez.
O conhecimento sobre vacinação vem desse mecanismo de
memória imunológica.
31
CURIOSIDADES

Vacinas
As vacinas possuem antígenos não-patogênicos de
microorganismos, ou seja, o microorganismo não é capaz de
provocar a doença, mas os antígenos estimulam o
desenvolvimento de linfócitos efetores e de memória. Em um
segundo contato com o mesmo antígeno, como vimos na
memória imunológica, responderá mais rapidamente e de forma
mais eficiente, combatendo o microorganismo antesmesmo dele
se instalar no organismo. Este tipo de imunidade é conhecido
como imunidade ativa induzida artificialmente e tem como
objetivo a prevenção.

Soros
Os soros já são os anticorpos prontos para combater um
determinado antígeno. Esses anticorpos reconhecem o antígeno
e ativam o sistema imunológico. Como o indivíduo já recebe os
anticorpos prontos, este tipo de imunidade é conhecido como
imunidade passiva adquirida artificialmente e tem como objetivo
a cura imediata. Como exemplo deste tipo de imunidade,
podemos citar a utilização do soro antiofídico, que éaplicado ao
paciente que foi picado por uma cobra. Como o corpo deste
paciente recebeu uma quantidade considerável de antígeno
(veneno), e este antígeno tem que ser logo combatido, é aplicado
então o soro, que já possui os anticorpos prontos para combater
este antígeno.

35
DESAFIOS

1. (Fuvest-SP) As bactérias podem vencer a barreira da pele, por


exemplo num ferimento, e entrar em nosso corpo. O sistema
imunitário age para combatê-las.

a) Nesse combate, uma reação inicial inespecífica é efetuada por


células do sangue. Indique o processo que leva à destruição do
microorganismo bem como as células que o realizam.

b) Indique a reação de combate que é específica para cada agente


infeccioso e as células diretamente responsáveis por esse tipo de
resposta.

2. (Fuvest-SP) Um vírus foi identificado como a causa da morte de


centenas de focas no mar do Norte e no Báltico. Ao penetrarem no
organismo, as primeiras células que esses vírus invadem e prejudicam
são os macrófagos e os linfócitos. Explique por que as focas infectadas
tornam-se extremamente vulneráveis ao ataque de outros
microorganismos patogênicos.

3. Quais são as principais ações das citocinas e quimiocinas,


respectivamente?

4. Quais são os sinais típicos de uma reação inflamatória que ocorre


na pele lesada pela invasão de microorganismos patogênicos?

36
5. (Unicamp-SP) Notícias recentes veiculadas pela imprensa
informam que o surto de sarampo no estado de São Paulo foi devido
à diminuição do número de pessoas vacinadas nos últimos anos. As
autoridades sanitárias também atribuíram o alto número de casos em
crianças abaixo de um ano ao fato de muitas mãe nunca terem recebido
a vacina contra o sarampo.

a) Se a mãe já foi vacinada ou já teve sarampo, o bebê fica


temporariamente protegido contra a doença? Por quê?

b) Por que uma pessoa que teve sarampo ou foi vacinada fica
permanentemente imune a doenças? De que forma a vacina atua no
organismo?

6. (Vunesp) No Instituto Butantan, o veneno de serpentes é injetado


em cavalos, dos quais será retirado certo volume de sangue que será
processado em laboratório para a produção de soro antiofídico.

a) que elemento será produzido pelo organismo do cavalo e que irá se


constituir na matéria-prima do soro antiofídico? Esse elemento
presente no sangue do cavalo é um carboidrato, lipídio, proteína ou
ácido nucléico?

b) O soro antiofídico produzido a partir do sangue de um cavalo no


qual foi injetado veneno de jararaca (Bothrops jararaca) poderá
proteger do veneno de qualquer outra espécie de serpente? Justifique.

37
7. Cite as diferenças entre a imunidade celular e a imunidade
humoral?

8. O estrôncio-90 é um átomo radioativo semelhante ao átomo


de cálcio. Se for absorvido pelo organismo, sua radiação pode
provocar danos ao DNA e câncer. Explique por que a leucemia (em
que há produção de glóbulos vermelhos anormais) é um dos tipos
de câncer que esse elemento pode provocar.

38
GABARITO

1. a) O processo inespecífico que leva a destruição desses patógenos é


a fagocitose, realizada principalmente por macrófagos e neutrófilos.
b) A reação de combate específica é a produção de anticorpos para
cada antígeno. As células diretamente responsáveis por esse tipo de
resposta são os linfócitos T, linfócitos B e plasmócitos.

2. Os macrófagos e os linfócitos respondem pela defesa do corpo. Uma


vez prejudicados, as focas ficam mais vulneráveis ao ataque de
microorganismos patogênicos.

3. As citocinas e quimiocinas são mensageiros químicos. As citocinas são


responsáveis por estimular células do sistema imune e aumentar a
permeabilidade dos capilares sanguíneos no local da reação e as
quimiocinas são responsáveis pela quimiotaxia.

4. Os sinais típicos da reação inflamatória são a dor, o eritema, o


edema e o calor.

5. a) Sim; o organismo da mãe tem anticorpos contra o vírus do


sarampo, que atravessam a placenta e chegam ao bebê, protegendo-o
por algum tempo.
b) Quem já entrou em contato com o vírus do sarampo produz
anticorpos por toda a vida e fica protegido contra essa doença. As
vacinas estimulam o organismo a produzir anticorpos.

6. a) Anticorpos, proteínas.
b) não porque os anticorpos são específicos.

7. A imunidade celular é mediada por linfócitos T citotóxicos e


auxiliares, enquanto a imunidade humoral é mediada por anticorpos
produzidos pelos linfócitos B.

8. Por ser semelhante ao cálcio, o estrôncio-90 pode depositar-se


nos ossos e sua radiação atingir a medula óssea, provocando mutações
nas células que originam as células do sangue, o que pode causar
leucemia.
39
GLOSSÁRIO

Apoptose – Morte celular programada, onde a célula ativa reações


internas induzindo-a a morte.

Célula efetora - Célula que realiza uma função específica.

Endocitose – Processo em que a célula absorve material através


da membrana plasmática.

Granulócitos - Leucócitos que apresentam muitos grânulos no


citoplasma. São divididos em três grupos: basófilos, neutrófilos e
eosinófilos.

Medula óssea - Tecido que se encontra no interior do osso e que


produz células sanguíneas.

Peptídeo – Composto resultante da união entre dois ou mais


aminoácidos.

Plaqueta - Fragmento de célula presente no sangue que é formado


na medula óssea. Participa do processo de coagulação sanguínea.

Suco gástrico - Líquido claro, transparente, altamente ácido, que


contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais.

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Referências bibliográficas
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6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. xxiii, 824p.
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More Material Results in Less Understanding. Journal of Educational Psychology. Vol. 93, Nº
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