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Profª.

Renata Budel| BIOMEDICINA


PA R A S I T O L O G I A C L Í N I C A – U N I D A D E 1 - INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E
HELMINTOS
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO À PARASITOLOGIA E HELMINTOS
Profª. Renata Budel | BIOMEDICINA
T Ó P I C O 1 - CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA
CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA

• PARASITOLOGIA → é a ciência que tem por finalidade, o estudo da morfologia e biologia


dos parasitas, que são organismos que vivem no interior ou exterior de outro hospedeiro
retirando dele nutrientes e servindo como abrigo para o seu desenvolvimento
CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA
CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA

• As interações entre os indivíduos podem ser HARMÔNICAS:

1-Comensalismo: Associação entre 2 espécies diferentes e uma obtém vantagem sobre a


outra, mas a outra não sofre prejuízo. Ex: Entamoeba coli no intestino grosso.

2-Mutualism: Espécies se associam para viver e ambas são beneficiadas. Ex: intestino de
cupins com protozoários.

3-Simbiose: Troca de vantagens onde os seres são incapazes de viver isoladamente. Ex:
associação de protozoários que digerem a celulose no rúmen bovino: o ruminante fornece
alimento e proteção e as protozoárias enzimas que fazem a digestão.
CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA

• As interações entre os indivíduos podem ser DESARMÔNICAS:

1-Competição exemplares da mesma espécie ou espécies diferentes lutam pelo mesmo abrigo
ou alimento. Ex: larvas de moscas de espécies diferentes que se desenvolvem em Cadáveres;

2-Predatismo: espécie animal se alimenta de outra espécie. Ex: gavião e pequenas aves;

3–Canibalismo: um animal se alimenta da mesma espécie ou da mesma família. Ex: peixes


adultos do gênero Lebistes se alimentam de filhotes;

4-Parasitismo: associação de unilateralidade de benefícios, hospedeiro é espoliado pelo parasito,


fornece abrigo e proteção.
CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA
CONCEITOS APLICADOS À PARASITOLOGIA
REGRAS DE NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO

• A nomenclatura das espécies deve ser latina e binominal, sendo o parasita designado por
dois nomes: o primeiro representa o gênero (deve ser escrita com a primeira letra
maiúscula); o segundo, a espécie considerada (deve ser escrita com letra minúscula,
mesmo quando for nome de pessoa)
CLASSIFICAÇÃO DE HOSPEDEIROS E VETORES
CLASSIFICAÇÃO DE HOSPEDEIROS E VETORES
CLASSIFICAÇÃO DE HOSPEDEIROS E VETORES
CLASSIFICAÇÃO DE HOSPEDEIROS E VETORES
MECANISMOS DE INFECÇÃO E DISSEMINÇÃO PELO ORGANISMO
MECANISMOS DE INFECÇÃO E DISSEMINÇÃO PELO ORGANISMO

Existem diferentes vias de entrada do parasita:

• Via oral: através da ingestão do parasita em água ou alimentos contaminados


• Cutânea: o parasita tem a capacidade de entrar no organismo através da degradação das
enzimas das pele;
• Mucosa/genital: através da relação sexual desprotegida, ou através de mucosa exposta a
fatores ambientais;
• Transplante/transfusional: após transfusão sanguínea ou transplante de órgãos, via essa
de transmissão muito incomum nos dias atuais, devido à alta sensibilidade de detecção
de parasitas em sangue e tecidos nos centros de transplantes;
• Transplacentária/transmamária: a fêmea contaminada têm a capacidade de transmitir a
parasitose para o embrião em formação através da placenta ou durante a amamentação
MECANISMOS DE INFECÇÃO E DISSEMINÇÃO PELO ORGANISMO
MECANISMOS DE AGREÇÃO
A ação do parasita sobre um hospedeiro pode acontecer de diferentes formas, tudo isso vai depender
da virulência e da capacidade maturativa do parasita, pois é através dela que pode ocorrer a doença
no hospedeiro.

• Mecânica ou obstrutiva: essa ação é a mais conhecida. Acontece pela presença do parasita em
determinado órgão. Essa presença pode causar uma ação obstrutiva, obstruindo, por exemplo,
parte do intestino por onde passa o bolo fecal, ou uma ação destrutiva ocasionada durante a
migração do parasita no interior do órgão.

• Espoliativa: quando o parasita espolia, isto é, retira nutrientes do hospedeiro, ele se fixa na parede
intestinal e retira de lá todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.

• Traumática: quando o parasita causa traumas no hospedeiro, devido à penetração sobre a pele,
causando uma lesão na epiderme, ou devido à fixação no intestino, causando um trauma,
destruindo as células da mucosa durante sua fixação.

• Tóxica: quando os produtos do metabolismo do parasito são tóxicos para o hospedeiro.


MECANISMOS DE AGREÇÃO

• Compressiva: compressão de órgãos e modificação de tecidos devido ao


desenvolvimento do parasita.
• Absortiva: quando ocorre a má-absorção intestinal, devido ao parasita absorver as
vitaminas lipossolúveis essenciais K, E, D, e A.
• Enzimática: quando o parasita penetra sobre a pele humana, ocasionado a quebra de
enzimas proteases (presentes na pele) causando a dermatite.
• Anóxia: quando ocorre grande consumo de oxigênio pelo parasito nas hemácias,
podendo ocasionar falta de ar generalizada.
• Irritativa: deve-se à presença constante do parasita que não produz lesão traumática,
mas irrita o local parasitado com seu corpo.
• Imunogênica: quando partículas antigênicas de parasitos sensibilizam tecidos do
hospedeiro, aumentando a resposta imunitária, a qual agrava a parasitose.
• Inflamatória: o parasita ou os produtos do seu metabolismo estimulam o afluxo de
células inflamatórias locais.
Profª. Renata Budel | BIOMEDICINA
T Ó P I C O 2 - ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS – FILO NEMATODA
Ascaridíase

• Ascaris lumbricoides
- Verminose mais presente em todo o mundo
- Lombrigas ou bichas
- Nematóide mais frequente e comum no homem,
- Chimpanzé e gorilas

• Ascaris suum → porcos


- Altas prevalências
Ascaridíase - Distribuição Geográfica e Prevalência

• Amplamente distribuída em regiões tropicais e temperadas do mundo.

• Locais onde as condições higiênicas são precárias.

• Comum em crianças em idade escolar.

• No Brasil
- Amazônia 60%
- Nordeste 33 a 50% (Alagoas 78%, Sergipe 92%)
- Sul < 33%
Esse parasita pode sobreviver entre 5 °C e 10 °C, por até
dois anos e na ausência de oxigênio por até três meses.
Ascaridíase - Morfologia

• Vermes longos, cilíndricos, extremidades afiladas.

• Cutícula lisa brilhante, finas, estriações anulares.

• Cor branco-marfim ou rosada

• Boca c/ 3 lábios grandes

• Machos e fêmeas possuem diferenças morfológicas


- fêmeas- maiores e mais grossas, parte posterior retilínea (30 ou 40 cm), possuem 2 ovários e 2
úteros,
- macho- cauda enrolada (15 ou 30 cm), possuem 1 testículo
Ascaridíase - Habitat

• Alças jejunais (90%) e Íleo,

• Poucos são vistos no duodeno e estômago,

• Infecções intensas → todo intestino delgado

• Verme pode migrar para outros locais (forte parasitismo)


Ascaridíase - Nutrição

• Utilizam materiais semidigeridos contidos na luz intestinal,

• Dispõem das enzimas necessárias para a digestão de proteínas,


carboidratos e lipídios,

• Aeróbios facultativos.
Ascaridíase - Reprodução

Fêmea

fecundada não fecundada

ovos férteis ovos inférteis


Ascaridíase - Transmissão
• Ingestão de ovos embrionados contendo larva de terceiro estádio, através:
- Mãos sujas de terra, sujeira sob as unhas,
- Água ou alimentos contaminados,

• Em condições favoráveis os ovos permanece infectante no solo por até 6


meses

• A dispersão dos ovos pode ser feita pelas chuvas, vento, insetos e outros
animais

• Dificilmente, ocorre a ingestão do verme adulto devido ao seu tamanho


que pode ser observado a olha nu
Ascaridíase – Ciclo Biológico
Ascaridíase – Resistência

Larvas

larvas 2º ou 3º estádio vermes adultos


tecidos do
hospedeiro
Elabora Ac específicos Ac não funcionais

Urticária transitória fixadores do complemento,


probl.respiratórios aglutininas
Ascaridíase – Patologia e Sintomatologia
• Assintomático

• Invasão larvária
- Inf. Maciça:
Fígado: hemorragia e necrose
aumento do volume
• Pulmão:
- bronquite,
- Crises de Asma em pacientes sensíveis,
- Pneumonia difusa bilateral,
- sintomas: febre, tosse e eosinofilia
Ascaridíase – Patologia e Sintomatologia

• Infecção Intestinal
- Desconforto abdominal,
- Náuseas, perda de apetite e emagrecimento;
- Sensação de coceira no nariz, irritabilidade e sono intranquilo;
- Manifestações alérgicas;
- Obstrução intestinal;
- Peritonite,quadros graves que levam a morte.
Ascaridíase – Patologia e Sintomatologia
• Localizações Ectópicas

-Apêndice → apendicite aguda


- vias biliares → simula cálculos biliares
- pâncreas → pancreatite aguda (fatal),
- Eliminação de vermes pela boca, ânus, nariz,ouvido e vias aéreas
pulmonares.
Ascaridíase – Diagnóstico

• Radiografias

O perfil do Ascaris é facilmente reconhecível em radiografias contrastadas:


- Estômago,
- Intestino,
- Vesícula biliar
Ascaridíase – Diagnóstico

• Laboratorial

• Exame de fezes
- Método de sedimentação espontânea → Descoberta de ovos de Ascaris
nas fezes

Os ovos de A. lumbricoides são originalmente brancos, adquirindo a cor acastanhada ao entrarem


em contato com as fezes do hospedeiro. São grandes, ovais e com uma cápsula externa espessa,
devido a presença da membrana mamilonada.
Ascaridíase – Diagnóstico

Esse é o típico ovo chamado fértil embrionado (A), mas podem estar presentes
nas fezes também o chamado ovo infértil (B), sendo mais alongados, com
membrana mamilonada mais delgada e o citoplasma granuloso, assim como o
ovo decorticado (C), sem membrana mamilonada.
Ascaridíase – Tratamento

• Pirantel- dose única

• Mebendazol- largo espectro

• Albendazol

• Nitazoxanida
Enterobíase

Enterobius vermiculares

• Infecção benigna
• Pequeno nematóide
• Também conhecido com Oxiúros
• Exclusivamente humano
Enterobíase - Distribuição Geográfica e Prevalência

• Verminose de caráter cosmopolita.

• Em populações escolares índices entre 30 e 70%

• Maior prevalência regiões de clima temperado:


- Menor frequência de banhos,
- Uso constante de roupas de baixo
- Confinamento em ambientes fechados
Enterobíase - Morfologia

• Vermes → Cutícula branca, brilhante e finamente estriada transversalmente.

Bulbo esofagiano Asas cervicais


Macho de 1cm, com seu extremo posterior enrolado, e um espículo.

Fêmea maior que o macho, mede em torno de 3 a 5 cm, fusiforme com


extremidades finas
Enterobíase - Morfologia

• Ovo

• Medem 50-60 μm,


• Aspecto de D,
• Membrana dupla lisa e transparente,
• Possuem no seu interior uma larva.
• São resistentes aos desinfetantes comerciais
• Sobrevivem em ambientes domiciliares por duas a três semanas.
Enterobíase - Transmissão
Parasita monoxeno

• Ingestão de ovos que completaram a formação de larvas do primeiro


estádio ,
• Através do contato,
• Através de fômites,
• Inalação de poeira contaminada com ovos.
• Heteroinfecção e auto-infecção.
Enterobíase– Ciclo Biológico

Maturação dos ovos:

Estágio 2 em anaerobiose

Estágios 3 e 4 em
aerobiose

Estágio 5: forma
infectante.
Enterobíase – Patologia e Sintomatologia

• Assintomático → parasitismo leve,


• Ação mecânica e irritativa → erosões da mucosa,
• Prurido anal e vulvar,
• Crises de urticária e prurido nasal,
• Nervosismo, irritabilidade e insônia,
• Diarréia, falta apetite e emagrecimento em infecções intensas

• Complicações :
-Apêndicite Crônica
-Perfuração e localização dos parasitos no peritônio
Enterobíase – Diagnóstico

• Exame de fezes- pouco


eficaz
• Técnica da fita adesiva
(Método de Graham): ovos e
larvas
Ascaridíase – Tratamento

• Mebendazol (90%)

• Piperazina (80 a 90%)

• Pamoato de pirantel- dose única (100%)

• Pamoato de pirvínio- não é absorvido (95%)


Tricuríase

Trichuris trichiura

• Helminto tbém conhecido como tricocéfalo,


• Maioria dos casos parasitismo leve,
• Em determinadas situações pode levar a morte,
• Homem única fonte de infecção.
Tricuríase - Distribuição Geográfica e Prevalência

• Cosmopolita, clima equatorial e chuvas o ano todo,

• Amazônia e na faixa litorânea,

• Prevalência entre 30 a 80% na população geral,

• Maior incidência em crianças,


Tricuríase - Morfologia

Vermes ( ceco, cólon, apêndice e íleo)

• medem 3 a 5 cm, machos menores,


• Parte delgada anterior mais longa que a posterior ( chicote),
• na extremidade anterior: boca, esticossomo,
• na parte posterior: intestino, reto e órgãos reprodutores.
Machos
• A extremidade posterior é enrolada ventralmente em espiral,
• Possuem testículo, canal deferente e ejaculador e espículo
Fêmea
• Extremidade posterior romba e ânus subterminal,
• Um ovário, oviduto, útero e vagina.
Tricuríase - Morfologia

Ovo
• medem cerca 50 -55μm

• arrolhado nas duas extremidades

• Casca formada por 2 membranas


O ovo de T. trichiura apresenta um formato elíptico característico, com poros salientes e
transparentes em ambas as extremidades, preenchidos por material lipídico. A casca do ovo tem três
camadas distintas: uma camada lipídica externa, uma camada quitinosa intermediária e uma camada
vitelínica interna, que favorece a resistência desses ovos a fatores ambientais.
Tricuríase - Transmissão

• Os ovos eliminados por um paciente contaminam o ambiente.

• Homem pode se contaminar ingerindo água ou alimentos contendo esses


ovos do parasita, através também de hábitos e costumes.
Tricuríase – Ciclo Biológico
Tricuríase – Patologia e Sintomatologia

Assintomáticos
• A maioria é assintomático.
• Atuam como fonte de contaminação, no manuseio de alimentos, por exemplo.

Sintomáticos
• Lesões inflamatórias mínimas,
• Alteração do peristaltismo,
• De reabsorção de líquidos,
• Provocação de mecanismos irritativos sobre terminações nervosas,
• Diarréia, dor abdominal, insônia e eosinofilia,
• Constipação,febre, flatulência e prolapso do reto.
Tricuríase – Diagnóstico

• Exame de fezes

- Presença de ovos e vermes adultos.

- Os métodos qualitativos utilizados serão para a pesquisa de ovos pesados, métodos de


sedimentação como Hoffmann e Ritchie.

• Técnica de Kato-Katz

- Parasitismo leve → menos de 5.000 ovos/ grama de fezes


- Parasitismo médio → entre 5.000 e 10.000 ovos/ grama de fezes.
- Parasitismo alto → acima de 10.000 ovos/ grama de fezes
Tricuríase – Tratamento

• Mebendazol- fármaco de escolha

• Pamoato de oxantel

• Nitazoxanida
Estrongiloidíase

Strongyloides stercoralis

• Espécie de vida livre


• Parasitam o homem, animais e plantas
• Fêmeas são partenogenêticas
• Habitat: parede do intestino humano
• Possui 2 ciclos:
- solo
- parasitário
Estrongiloidíase - Distribuição Geográfica e Prevalência
Estrongiloidíase - Morfologia

• O Strongyloides stercoralis apresenta várias formas evolutivas: fêmea partenogenética,


fêmea de vida livre ou estercoral, macho de vida livre, ovos, larvas rabditóides e larvas
filarióides.

Vida livre

Fêmea:
- Mede 1,0 a 1,5mm
- Corpo fusiforme,
- Parte anterior : boca c/ 3 lábios e posterior c/ cauda afilada

Macho
- Mede 0,7mm,
- Cauda recurvada ventralmente
- Um testículo
- Vivem no solo
• Larva rabditóide

- Larvas que saem dos Ovos,


- Tem esôfago do tipo rabditóide,
- Medem 200 a 300 µm
• Larva filarióide

- Medem 500 µm, muito ativas,


- Evolução das larvas rabdtóides ( que ao invés de produzirem outra de 2º
estádio produzem estas),
- Esôfago longo e cilíndrico,
- Só completam evolução no hospedeiro (penetram geralmente pelos pés).
• Larva filarióide

• As larvas rabditóides do S. stercoralis apresentam cutícula fina e hialina,


vestíbulo bucal curto, além do primórdio genital nítido (seta), formado por
um conjunto de células localizadas um pouco abaixo do meio do corpo.
Estrongiloidíase - Transmissão

• Larva infectante: filarióide


• Cutânea
• Digestiva: ingestão de água contaminada c/ larvas,
• Auto-infecção:
- Penetração na mucosa retal ( externa),
- Penetração da larva na mucosa intestinal (interna).
Estrongiloidíase – Ciclo Biológico
Estrongiloidíase – Patologia e Sintomatologia

Lesões Cutâneas
• Podem ser discretas ou aparecem como pontos eritematosos ou placas c/ prurido nos
locais de penetração (dorso do pé, tornozelo, espaços interdigitais)
• Pessoas sensíveis: edema local, pápulas hemorrágicas, urticária gigante.

Lesões Pulmonares
• Hemorragias petequiais produzidas pelas larvas,
• Lesões inflamatórias e Síndrome de Loeffler: Febre, tosse e eosinofilia elevada,
• Quadros graves são devido a a auto-infecção: larvas no escarro e nos derrames pleurais
ou pericárdicos.
Estrongiloidíase – Patologia e Sintomatologia

Lesões Intestinais
• Lesões mecânicas e irritativa: pontos hemorrágicos e ulcerações.
• Congestão e edema: paredes espessas, vilosidades alargadas e achatadas,
• Fibrose e atrofia da mucosa intestinal
• Casos graves:Extensas lesões necróticas
• Disseminação dos vermes: vesícula, fígado, estômago, peritônio,rins, g. linfáticos

Sintomatologia
• Tosse expectoração, febre mal-estar,
• Broncopneumonia, asma,
• diarréia e constipação, desconforto abdominal,
• Imitar quadro de úlcera, perda de apetite, náuseas e vômitos
Estrongiloidíase – Diagnóstico

• Pesquisa de larvas nas fezes, escarro e outros líquidos orgânicos

• Exame de fezes: larvas rabditoides


- Método de Baermann e Rugai

• Coprocultura

• Testes Imunológicos
- ELISA, Rx intradérmica
Estrongiloidíase – Diagnóstico diferencial

A: LR Ancilostomídeo
B: LR S. stercoralis
C: LF Ancilostomídeo
D: LF S.stercoralis

1.vestíbulo bucal longo


2. primórdio genital rudimentar
3. vestíbulo bucal pequeno
4. primórdio genital
5. Bainha
6. cauda pontiaguda
7. esôfago longo
8. cauda bifurcada
Tricuríase – Tratamento

• Tiabendazol

• Albendazol

• Invermectina

• Nitazoxanida
Ancilostomíase

• Doença conhecida por amarelão

• Espécies envolvidas:

- Necator americanus
- Ancylostoma duodenale
Ancilostomíase - Distribuição Geográfica e Prevalência

• Regiões tropicais e subtropicais


• Região costeira – altas taxas infecção
• Maior causa de anemia e desnutrição
• 65 mil óbitos – anemia
• Prevalência aumenta conforme aumento da idade
Ancilostomíase - Morfologia

Vermes adultos
• Pequenos vermes redondos, de cor branca, com 1 cm de comprimento,
• Possui cápsula bucal (fixação e aspiração de fragmentos da mucosa),
• Bolsa copuladora no macho,
A. duodenale A. duodenale
Machos 8 a 11 mm Fêmeas 10 a 18 mm
400 μm largura 600 μm largura

N. americanus
N. americanus Fêmeas 9 a 11 mm
Machos 5 a 9 mm 350 μm largura
300 μm largura

Coloração
esbranquiçada
ou rósea
(hábitos
hematofágicos)
N. americanus A. duodenale

A. caninum
Larvas rabditóides
• Mede 250 µm, esôfago ocupa 1/3,
• Vestíbulo bucal muito longo,
• Primórdio genital: futuro ap. genital,
• L2 cresce passando a filarióide.
Larva filarióide
• Esôfago cilíndrico, muito alongado e sem bulbo,
• Possui bainha que serve como proteção,
• Possui geotropismo negativo, hidrotropismo e termotropismo
Ancilostomíase - Transmissão

• Mortalidade das larvas é muito grande, já nos primeiros 10 dias,

• Penetração na pele dos pés pelas larvas infectantes presentes no solo


Ancilostomíase – Ciclo Biológico
Ancilostomíase – Patologia e Sintomatologia

Período de invasão cutânea


• Erupções pápulo-eritematosas, edemas, dermatites alérgicas

Infecções pesadas
• Síndrome de Loeffler,
• Fase em geral silenciosa

Parasitismo intestinal
• Lesões da mucosa intestinal
- Dilaceração de fragmentos da mucosa c/ posterior ulceração e sangramento (agravadas
por inf. Bacteriana).
- Parasitismo intenso: infiltração leucocitária c/ eosinófilos.
Ancilostomíase – Patologia e Sintomatologia

• Espoliação sanguínea
- Perda de sangue na medida em que este é ingerido pelos vermes, e facilitada por subst.
Anticoagulantes, nas secreções dos parasitas,
- O A. duodenale retira maior qtidade de sangue que o N. americanus.

• Medula: hiperplasia eritrocitária normócitico


• Aumento de reticulócitos no sangue, leucocitose e eosinofilia,
• Dilatação cardíaca e hipertrofia global,
• Fígado: congestão e degeneração gordurosa.
• Sintomas: Febre, perda de peso, vômitos, diarréia, desnutrição calórica proteica,
Insuficiência cardíaca congestiva.
Ancilostomíase – Diagnóstico

• Exame de fezes: Procura de ovos,


- Método de Faust
- Sedimentação espontânea
- Método de Willis

• Diagnóstico diferencial c/ ovos de Strongyloides (raras exceções que aparecem nas fezes).
Ancilostomíase – Diagnóstico diferencial

A: LR Ancilostomídeo
B: LR S. stercoralis
C: LF Ancilostomídeo
D: LF S.stercoralis

1.vestíbulo bucal longo


2. primórdio genital rudimentar
3. vestíbulo bucal pequeno
4. primórdio genital
5. Bainha
6. cauda pontiaguda
7. esôfago longo
8. cauda bifurcada
Tricuríase – Tratamento

• Tratamento antihelmíntico
• Mebendazol
• Albendazol
• Pirantel
• Nitazoxanida
Tratamento antianêmico
• Sulfato ferroso e alimentação,
• VitaminaB12 e ac fólico.
Larva Migrans Cutânea
• https://www.youtube.com/watch?v=4bXj7vqDMf8

• Conhecida como bicho geográfico,

• Agentes etiológicos:

-Larva de 3º estadio de Ancylostoma braziliense


(parasito de cães e gatos),

- A. caninum, A. stenocephala, e outros,


Epidemiologia
Agentes etiológicos causadores da
LMC estão distribuidos
amplamente nas regiões tropicais
e subtropicais do mundo.

Regiões endêmicas: Ilhas do


Caribe, América do Sul, África,
sudoeste da Ásia e região sudoeste
dos EUA.

Brasil = 17% (estação seca) a 4,4%


(estação chuvosa).

Terrenos arenosos
Ciclo biológico/Transmissão
A. braziliensis
Patogenia
Penetração Migração
na pele pelo tecido

Resposta inflamatória:
Infiltrado de eosinófilos e
mononucleares
Pápulas eritematosas Vesículas ou
Etinerário tortuoso e bolhas
serpiginoso (eventual)

Linha hiperpigmentada
que dissipa-se
gradativamente

plasticsurgerykey.com/protozoan-diseases-and-parasitic-infestations/ pathologyoutlines.com/topic/skinnontumorlarvamigrans.html
Patogenia e Sintomatologia
• Os vermes fazem túneis com trajetos irregulares, avançando
3 a 5 cm por dia.
• Avança e vai deixando um
cordão eritematoso, saliente
e pruriginoso.
Locais: pés, pernas, mãos, coxas
glúteos.
Complicações sistêmicas (raras)
eritema multiforme e pneumonite eosinofílica
Diagnóstico

• Aspecto dermatológico da lesão e sua evolução.

Tratamento
• Cura espontânea em alguns casos,
• Tiabendazol oral ou tópico
• Invermectina
• Aplicação de frio (cloretila ou neve carbônica),
matam por congelamento.
Profª. Renata Budel | BIOMEDICINA
T Ó P I C O 3 - ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS – FILO
PLATYHELMINTHES
1
ENTEROPARASITOSES CAUSADAS POR HELMINTOS – FILO
PLATYHELMINTHES

• Os Platyhelminthes são conhecidos como vermes achatados, diferentes dos nematoides que
são cilíndricos.

• Caracterizam-se por apresentarem simetria bilateral, uma extremidade anterior com órgãos
sensitivos e de fixação e uma extremidade posterior.

• Podem ser de vida livre, ectoparasitas ou endoparasitas. Atualmente, o filo Platyhelminthes é


divido em três classes: turbelária, trematoda e cestoda.

• Trematoda: Cerca de 15 espécies utilizam humanos como um dos principais hospedeiros


naturais.

• Cestoda: são formados por mais de 50 espécies relatadas, infectando seres humanos, por isso,
nesse tópico estudaremos os parasitas da classe Trematoda e Cestoda que são os que mais
acometem os seres humanos.
ESQUISTOSSOMOSE

• Doenças produzidas por trematódeos do gênero Schistosoma.


• Schisto (fenda), soma (corpo)

Espécies encontradas no homem:

• S. mansoni
• S. haematobium
• S. japonincum
ESQUISTOSSOMOSE

• Conhecida como esquistossomose Mansônica ou barriga d’água

• Localização intestinal

• Gravidade da doença depende da carga parasitária

• Considerado em escala mundial um dos mais sérios problemas de saúde


pública.
ESQUISTOSSOMOSE – HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO

Molusco
• Moluscos aquáticos, providos de concha espiralada,
• Aparelho reprodutor hermafrodita,
• Habitam águas doces,
• Gênero Biomphalaria .
B. glabrata
B. tenagophila
B. straminea
ESQUISTOSSOMOSE - Distribuição Geográfica e Prevalência
ESQUISTOSSOMOSE - Morfologia
ADULTOS
• Delgados e longos
• Revestimento externo formado por citomembrana,
• Tubo digestivo na extremidade anterior

MACHO
• Mede 1 cm e cor branca
• Ventosa oral na
extremidade anterior,
• Canal ginecóforo,
• 6 a 8 testículos
• Hermafroditas, qdo inf. por machos,
ESQUISTOSSOMOSE - Morfologia

MACHO
• Na região anterior, apresentam a ventosa oral (Vo), esôfago (E) e ventosa ventral,
também chamada de acetábulo
• (Ac). Logo após o acetábulo, observa-se no macho a presença da massa testicular,
composta de 7 a 9 testículos (T).
ESQUISTOSSOMOSE - Morfologia

FEMÊA
• Costuma estar alojada no canal ginecóforo,

• Corpo cilíndrico mais fino e longo que o macho (1,2 a 1,6 cm),

• Acinzentada (hemozoína),

• Útero com 1 a 4 ovos

• Necessita do macho para completar o desenvolvimento do aparelho reprodutor (machos


eliminam peptídeos que influenciam a fisiologia reprodutiva da fêmea).
ESQUISTOSSOMOSE - Morfologia

OVO
• Mede 110 a 180 µm,

• Polo anterior delgado e posterior mais volumoso,

• Espinho lateral saliente,

• Casca externa revestida por esclerotina.

Ovo: não operculado, de formato oval e apresentando, na parte mais larga, um espículo (E)
voltado para trás. O ovo maduro é caracterizado pela presença de um miracídio (M) formado,
visível pela transparência da casca. Este tipo de ovo é a forma usualmente encontrada nas fezes.
ESQUISTOSSOMOSE - Morfologia

MIRACÍDIOS
- Forma larvária com fototropismo por áreas mais claras,
- Nadam para buscar molusco hospedeiro.
ESQUISTOSSOMOSE - Morfologia

CERCÁRIAS
- São formadas dentro do molusco, e posteriormente eliminados,
- Com 0,5cm e corpo dividido em duas partes.
ESQUISTOSSOMOSE - Transmissão

• Homem-único reservatório importante,

• Poluição de águas com ovos do parasita,

• Contato do homem com águas onde existam os moluscos vetores,

• Cercárias penetram na pele, conjuntiva ou mucosa orofaringeana.


ESQUISTOSSOMOSE – Ciclo Biológico
ESQUISTOSSOMOSE – Patologia e Sintomatologia

Dependente de fatores:

• Linhagem do parasito,carga infectante, frequência das reinfecções,

• Características do hospedeiro e seu meio,

• Grau de imunidade desenvolvida,

• Carga parasitária acumulada ao longo dos anos e duração da infecção.


ESQUISTOSSOMOSE – Patologia e Sintomatologia

FASE AGUDA

• 50 a 120 dias após a infecção


• Alterações cutâneas: penetração com exantema, prurido alergia local.
• Disseminação de ovos com formação de granulomas (forma toxêmica)

Sudorese, calafrios, emagrecimento, fenômenos


alérgicos, cólicas, hepato-esplenomegalia discreta,
alterações das transaminases, etc.
ESQUISTOSSOMOSE – Patologia e Sintomatologia
FASE CRÔNICA

Forma intestinal:
- A maioria benigna.
- Forma grave: fibrose, constipação, dor abdominal, emagrecimento, formação de
numerosos granulomas.

Granuloma hepático por ovo de Schistosoma mansoni:


estrutura originária a partir de reação crônica granulomatosa,
sendo caracterizada por um acúmulo de macrófagos dispersos
em camadas concêntricas ao seu redor, podendo também
haver, principalmente na periferia, a presença de linfócitos e
plasmócitos.
ESQUISTOSSOMOSE – Patologia e Sintomatologia
FASE CRÔNICA

Forma hepática:

• Fígado doloroso e aumentado


• Ovos se acumulam nos vasos sanguíneos
• Formação de granulomas, fibrose
• Obstrução dos ramos intra-hepáticos, da veia porta
• Hipertensão portal.
ESQUISTOSSOMOSE – Diagnóstico
Métodos Parasitológicos

Exame de fezes
• Pesquisa de ovos
- Método de Kato-Katz
- Método de Hoffman
ESQUISTOSSOMOSE – Diagnóstico

• Biopsia retal e hepática

• Métodos Imunológicos:

- Imunofluorescência
- Reação intradérmica
- ELISA
ESQUISTOSSOMOSE – Tratamento

• Oxamniquine- age formas adultas

• Praziquantel

• Medicamentos são inativos contra formas larvárias (esquistossômulos)

• Repetir exames de fezes depois de 4 meses e 1 ano do uso da medicação


ESQUISTOSSOMOSE – Notificação compulsória

Os casos de esquistossomose com diagnóstico laboratorial positivo para a


presença de ovos de S. mansoni em amostras de fezes, é necessária a
notificação à vigilância epidemiológica do município de residência.
FASCÍOLA
Filo Platyhelminthes
Classe Trematoda
Família Fasciolidade

• Fasciola hepatica Regiões tropicais e sub tropicias


• Fasciola gigantica Regiões temperadas

• Trematódeo que parasita os dutos biliares do fígado de animais,


• Principalmente bovinos e ovinos. Também acometem equinos,suínos e
coelhos.
• Acidentalmente também pode parasitar o homem
FASCÍOLA - Distribuição Geográfica e Prevalência

• Extensa distribuição mundial.


• Estados Unidos- Raramente no homem, crítico em animais.
• Américas: Chile, Argentina, Uruguai, Bolívia, México, Peru e outros.
• Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
FASCÍOLA – HOSPEDEIRO
• As formas adultas ocorrem no fígado e condutores biliares do homem
(raro), boi e carneiro (mais frequente).

• Os hospedeiros intermediários :moluscos do gênero Lymnaea.

• Habitat : açudes, brejos, Plantações irrigadas e locais sujeitos à


inundações periódicas.
• Estação seca: moluscos em estivação, ovos não eclodem por falta de água.
• Chuvas: moluscos reproduzem-se Rapidamente.
FASCÍOLA - Morfologia
• Apresenta aspecto foliáceo, medindo 3 x 1,5 cm.
• Corpo achatado no sentido dorsoventral e no animal vivo deforma-se continuamente
devido às contrações musculares.
• Tegumento com espinhos.
• Ventosas oral (extremidade anterior) e ventral (no terço anterior do parasita).
• São hermafroditas
• Parasita vesículas e os canais biliares mais calibrosos do hospedeiro vertebrado

Fasciola hepatica tem um aspecto foliáceo, medindo cerca de 3 a 5 cm de


comprimento por 1,5 cm de largura e tem cor pardo-acinzetada. Apresenta ventosa
oral (Vo) localizada na extremidade anterior e, logo abaixo, uma ventosa ventral
ou acetábulo (Ac).
FASCÍOLA - Morfologia

Ovos
• Ovos grandes (140 μm x 60 a 100μm), ovais ou elípticos,de casca fina, operculado.
• Os ovos são postos nos canais biliares, são arrastados pela bile, sendo eliminados
juntamente com as fezes.
FASCÍOLA - Morfologia
FASCÍOLA - Transmissão

• Ingestão de metacercárias presentes em plantas ou animais aquaticos,

• Ingestão de água contaminada

• Outros fatores de risco: Consumo de caranguejo, peixe cru, fígado de


carneiro ou gado crus, agrião silvestre e atividades em lagos próximas de
setores de atividade pecuária.
FASCÍOLA – Ciclo Biológico
FASCÍOLA – Patologia e Sintomatologia

• Fase aguda: Lesões hemorrágicas, necrose e fibrose. Destruição do parênquima hepático


pela ação mecânica
• Fase crônica: Fibrose e hipertrofia de ductos biliares por ação tóxica e mecânica dos
vermes adultos. Condenação das vísceras com lesão e/ou parasitas.
FASCÍOLA – Patologia e Sintomatologia

• Leve: Dores abdominais, diarréia, febre, hepatomegalia, leucocitose, eosinofilia,


emagrecimento, constipação, anorexia, má digestão, má absorção alimentar, icterícia.

• Grave: Lesões crônicas, hipertrofia dos canais biliares, necrose do canal hepático,
infiltração bacteriana, insuficiência biliar e hepática, cirrose hepática.
FASCÍOLA – Diagnóstico

• Tumografia ou ultrassonografia

• ELISA

• Exame de fezes: presença de ovos

• Exames inespecíficos:
➢ Eosinofilia
➢ Leucocitose
➢ Anemia
➢ Fosfatase alcalina
FASCÍOLA – Tratamento

• Triclabendazol: 10mg/Kg- dose única

• Nitazoxanida: 500mg 12/12hs -7 dias

• Metronidazol: 250 mg 8/8 hs- 3 semanas

• Aplicação de moluscocidas nos pastos.


FASCÍOLA – Controle
• Destruição dos caramujos

• Tratamento dos animais

• Isolamento de pastos úmidos, para impedir a entrada dos animais.

• Não beber água de alagadiços e córregos, apenas água filtrada ou tratada.

• Não plantar agrião em área que possa ser contaminada por fezes de
ruminantes, nem comer agrião proveniente de zonas de risco.
TENÍASE
• Taenia solium- na forma larvária parasita porco,

• Taenia saginata- parasita os bovídeos,

• Na fase adulta têm o homem como único hospedeiro,

• Qualquer que seja a espécie produz o mesmo quadro ( teníase),

• Os vermes podem viver de 25 a 30 anos.

• A teníase e a cisticercose são duas patologias diferentes causadas pelo mesmo


parasita, porém com fase de vida diferente.
TENÍASE.- Distribuição Geográfica e Prevalência

• T. saginata: Mundial. África, Ámerica Latina e países do mediterrâneo.

• T. solium: Mundial. Ámerica Latina, África, Ásia.


TENÍASE - Morfologia
• Corpo achatado no sentido dorsoventral e no animal vivo deforma-se continuamente
devido às contrações musculares.
• Apresenta o corpo achatado dorso-ventralmente (formato de fita), dividido em escólex (E)
ou cabeça, colo (C) ou pescoço e estróbilo ou corpo.
• Apresenta coloração branco leitoso, com extremidade anterior bastante afilada, de difícil
visualização.
• O escólex é globoso, dotado de 4 ventosas (V) e rostro (R) provido de dupla fileira de
acúleos. O colo é a zona de crescimento do parasito ou de formação das proglotes.
• O estróbilo é o restante do corpo, que se apresenta segmentado em proglotes, que são
mais evoluídas quanto mais afastadas do escólex.
• As proglotes são subdividas em jovens (PJ), maduras (PM) e grávidas (PG), sendo as
últimas progressivamente eliminadas nas fezes.
• Nas proglotes maduras pode observar todas as estruturas do aparelho reprodutor
masculino – testículos (T), canal deferente (CD) e bolsa do cirro (BC), e feminino – ovário
(O), glândula vitelínica (GV), oótipo (Ot), útero (U) e vagina (Va).
TENÍASE - Morfologia

Ovos
• Forma esférica com 30 a 40µm,
• Espesso embrióforo.

Os ovos de Taenia sp. são esféricos e constituídos por uma casca


protetora, envolvendo internamente o embrião hexacanto ou oncosfera,
provido de três pares de acúleos e dupla membrana.
TENÍASE - Transmissão

T. saginata
• Gado - homem: consumo de carne bovina crua ou mal passada.
• Carne congelada → morte dos cisticercos
• Homem- gado: ovos depositados no solo são ingeridos pelo gado.
A resistência dos ovos no meio externo é bastante grande.

T. solium

• Porco-homem: carne crua ou mal cozida.


• Homem-porco: ovos depositados no solo são ingeridos pelo porco.
TENÍASE– Ciclo Biológico
TENÍASE– Patologia e Sintomatologia

Apesar da forte fixação das tênias à mucosa intestinal, não ocorrem lesões.
• T. saginata
- Alteração secreção gástrica,
- Apêndicite (penetração proglote),
- Obstrução intestinal
Sintomas: dor abdominal, náusea, fraqueza, perda de peso, constipação, prurido anal.

• T. solium

- Teníase menos evidente que a T. saginata,


- Não ocorre complicações como apêndicite,
- Gravidade: Cisticercose humana
TENÍASE – Diagnóstico

• Encontro de proglotes pelo paciente,


- T. solium: grupos de 3 a 6 proglotes.
- T. saginata: saem isoladamente.

• Exame de fezes:
- Pesquisa de ovos ( métodos combinados) ou fita adesiva
CISTICERCOSE
• Cisticercose: formas larvárias (cisticercos) parasitando tecidos do homem

• Vias de Infecção:
- Heteroinfecção
- Auto infecção externa
- Auto infecção interna
CISTICERCOSE – Ciclo Biológico
CISTICERCOSE – Patologia e Sintomatologia

• Penetração e localização das larvas:


Eclosão dos ovos no duodeno ou jejuno
oncosferas ativadas pelo suco
gástrico

penetram na mucosa intestinal

vasos intestinais, corrente circulat.

Órbita músculos cérebro


CISTICERCOSE – Patologia e Sintomatologia
Sistema Nervoso

• Compressão mecânica e deslocamento de tecidos ou estruturas( hipert.


Intracaniana),
• Processo inflamatório c/ necrose,
• Oclusão dos vasos: síndromes convulsivas e perturbação mental.
CISTICERCOSE – Patologia e Sintomatologia
Tecido Celular e músculos

• Reação local, dores musculares,


• Calcificação do parasita,
• Cisticercose do coração com palpitações e ruídos anormais.
CISTICERCOSE – Diagnóstico

Cisticercose

• Imunodiagnóstico
• Exame do líquor,
• Exame Radiológico,
• Exame anatopatológico
Himenolepíases
Hymenolepis nana - tênia do Homem

- Tênia cosmopolita de infecta o homem,


- Conhecido como tênia anã, devido as suas pequenas dimensões,
- Caracterizada pela pequena qtidade de testículos (3 ou 4), em cada
proglote,

Hymenolepis diminuta - tênia do rato


Himenolepíases - Distribuição Geográfica e Prevalência

Cosmopolita,

Mais frequente em regiões de clima temperado ou subtropical do sul


Europa, norte da África, Índia e América Latina,

Altas taxas: Chile, Brasil, Equador, Argentina e México

Brasil: Estados do Sul,

Incidência nas cidades e em crianças de 2 a 8 anos.


Himenolepíases - Morfologia
Tamanho varia de 2 a 4cm,
Escólex pequeno e globoso, exibe 20 a 30 acúleos dispostos em círculo,
Região do colo comprida e c/ proglotes ( pode chegar a 200),
Nos anéis grávidos, encontram-se grande quantidade de ovos.
Himenolepíases - Morfologia

Ovos
Forma oval ou arredondados,
medem de 40 a 50 µm, com dupla casca,
Casca interna forma duas saliências em pólos opostos, de onde sai um tufo de filamentos
sinuosos,

O ovo de H. nana é quase esférico, transparente e incolor. Apresenta


uma membrana externa delgada envolvendo um espaço claro; mais
internamente, apresenta outra membrana, envolvendo a oncosfera.
Essa membrana interna apresenta dois mamelões claros, em posições
opostas, dos quais partem alguns filamentos longos.
Filamentos polares
Himenolepíases - Transmissão

Homem única fonte de infecção,

Transmissão inter-humana : maus hábitos higiênicos,

Autoinfecção,

Ovos sobrevivem poucos dias no meio exterior,

Comum em coletividades numerosas, como asilos, orfanatos e escolas,


Himenolepíases – Ciclo Biológico
Himenolepíases – Patologia e Sintomatologia

Menor nº de parasitas assintomático,

Alterações locais da mucosa

Infiltração linfocitária e pequenas ulcerações


Himenolepíases – Patologia e Sintomatologia

Mais frequentes em crianças < 10 anos,

Manifestações gastrintestinais, anorexia, perda de peso e


inquietação,

Casos graves: dor abdominal, diarréia, vômitos, tonturas


insônia e convulsões.
Himenolepíases – Diagnóstico

• Exame de fezes

• Quando negativo deve ser repetido devido a eliminação


irregular dos ovos,
Himenolepíases – Tratamento

Praziquantel- dose única, repetir em 2 semanas,

Niclosamida- mastigar e ingerir com pouca água, em jejum,


Nitazoxanida

Difícil tratamento : cisticercóides( larvas) escapam a ação da


drogas.

Cuidados higiênicos severos.


Hidatidose
• Infecção pela larva de Echinococcus,

• Espécies que normalmente se desenvolvem como vermes adultos no cão,

• Homem: hospedeiro acidental.

• Espécies que infectam o homem:

➢E. granulosos ( + comum)


➢E. multiloculares
➢E. oligarthus
➢E. vogeli
Hidatidose - Distribuição Geográfica e Prevalência

• No Brasil, quase todos os casos têm origem no Rio Grande do Sul.

• A faixa etária mais acometida é de 16 a 60 anos, sendo o fígado e pulmão os


órgãos mais atacados.

• Nas áreas endêmicas, a infecção acontece com muita frequência na infância,


e, por conta da lenta evolução do cisto hidático, a doença só vem a ser
percebida nos adultos jovens e maduros.
Hidatidose - Morfologia
• Verme adulto (cão)

➢ Corpo em forma de fita


➢ Mede de 3 a 6 mm
➢ Apresenta de 3 a 6 proglotes
➢ Ventosas e acúleos
Himenolepíases - Morfologia

Ovos ( fezes cão)

• Ovo capsulado com


Embríoforo estriado
• Semelhante ao de Taenia
solium e saginata
Filamentos polares
Himenolepíases - Transmissão

Homem única fonte de infecção,

Transmissão inter-humana : maus hábitos higiênicos,

Autoinfecção,

Ovos sobrevivem poucos dias no meio exterior,

Comum em coletividades numerosas, como asilos, orfanatos e escolas,


Himenolepíases – Ciclo Biológico
Himenolepíases – Patologia e Sintomatologia

Menor nº de parasitas assintomático,

Alterações locais da mucosa

Infiltração linfocitária e pequenas ulcerações


Himenolepíases – Patologia e Sintomatologia

Mais frequentes em crianças < 10 anos,

Manifestações gastrintestinais, anorexia, perda de peso e


inquietação,

Casos graves: dor abdominal, diarréia, vômitos, tonturas


insônia e convulsões.
Himenolepíases – Diagnóstico

• Exame de fezes

• Quando negativo deve ser repetido devido a eliminação


irregular dos ovos,
Himenolepíases – Tratamento

Praziquantel- dose única, repetir em 2 semanas,

Niclosamida- mastigar e ingerir com pouca água, em jejum,


Nitazoxanida

Difícil tratamento : cisticercóides( larvas) escapam a ação da


drogas.

Cuidados higiênicos severos.

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