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Disciplina: Parasitologia Professora: Thamyres

Pedrosa
Semestre: 2021.2 Data: 01/11/2021 Curso: Farmácia
Alunas: Larissa Gabriely Sereno Siqueira, Suzana Hellen Oliveira da Silva.

Estudo dirigido – Parasitoses causadas por nematódeos .

1 ) Ascaridíase - Ascaris lumbricoides


Ascaridíase é uma parasitose de ocorrência mundial e há em torno de 1,5 milhões de pessoas
infectadas. Por ser um geo-helminto, necessita de condições climáticas e ambientais.

Formas morfológicas

As formas morfológicas para Ascaris lumbricoides incluem:

Vermes adultos: Macho e fêmeas apresentam cor leitosa, vestíbulo bucal com três lábios e
dentículos. A fêmea apresenta extremidade posterior retilínea e o macho apresenta a
extremidade posterior recurvado com dois espículos.

Ovos: São brancos, medem cerca de 50mm de diâmetro, ovais e com cápsula espessa, em
razão da membrana externa mamilonada. Ponta, ferrão, aguilhão.

Ciclo de vida

O ciclo de vida do Ascaris lumbricoides é monóxeno e seu habitat é o intestino delgado.


Os ovos eliminados com as fezes contêm os embriões de Ascaris em seu interior. Após alguns
dias, ainda dentro do ovo, o embrião transforma-se em larva, que após passar por duas mudas,
pode infectar quem a ingerir. Os ovos podem contaminar o solo, a água ou alimentos.

Patogenia e Profilaxia

No intestino delgado, liberam larvas que atravessam as paredes deste órgão e se direcionam aos vasos
sanguíneos e linfáticos; se espalhando pelo organismo. Atingindo a faringe, estas podem ser liberadas
juntamente com a tosse ou muco; ou, ainda, serem deglutidas, alcançando novamente o intestino. Lá,
reproduzem-se sexuadamente, permitindo a liberação de alguns dos seus aproximados 200 mil ovos
diários, pelas fezes, propiciando a contaminação de outras pessoas.

Devido ao espalhamento das larvas, febre, dor de barriga, diarreia, náuseas, bronquite, pneumonia,
convulsões e esgotamento físico e mental são alguns sintomas que podem se apresentar; dependendo do
órgão que foi afetado. Entretanto, em muitos casos a verminose se apresenta assintomática.

Para diagnóstico, é necessário que se faça exames de fezes, onde podem ser encontrados os ovos deste
animal. Existe tratamento, que é feito com uso de fármacos e adotando medidas de higiene básica.

Quanto à prevenção, ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e legumes antes de ingeri-los, lavar
sempre as mãos, não defecar em locais inapropriados,
dente outras, fazem parte desta lista.

2)Ancilostomose -Ancylostoma duodenale


Ancilosmoses humanas é causada por Ancylostoma duodenale e Necator americanos e,
geralmente, são negligenciadas. Já foi estimado que cerca de 900 milhões de pessoas no mundo
são parasitadas por A. duodenale e N. americanus e que, desta população, 60 mil morrem,
anualmente.

O A. duodenale é mais presente no velho mundo. Predomina em regiões temperadas, embora


ocorra também em regiões tropicais. Já o N. americanus é conhecido como ancilóstomo do novo
mundo e ocorre em regiões tropicais, onde predominam as altas temperaturas, já que também
são geo-helmintos.

Formas morfológicas

Vermes adultos: São cilindriformes e cor róseo-avermelhada. O macho apresenta na


extremidade posterior a bolsa copuladora e a fêmea apresenta a extremidade posterior afilada.
Há dois tipos: A. duodenale: Extremidade anterior curvada dorsalmente; Cápsula bucal
profunda, com dois pares de dentes ventrais na margem interna da boca; e um par de lancetas
ou dentes triangulares subventrais no fundo da cápsula bucal. N. americanos: Extremidade
cefálica bem recurvada dorsalmente; Cápsula bucal profunda, com duas lâminas cortantes,
seminulares, na margem interna da boca, de situação subventral; e duas outras lâminas
cortantes na margem interna, subdorsal; Fundo da cápsula bucal com um dente longo, ou cone
dorsal, sustentado por uma placa subdorsal e duas lancetas (dentículos), triangulares,
subventrais.

Ovos: Apresentam casca fina, em formato oval. Quando liberados, não são segmentados,
sofrendo posterior clivagem no meio ambiente, onde requerem um ambiente propício,
principalmente com boa oxigenação, alta umidade (> 90%) e temperatura elevada, para que
ocorra a embrionia. O ovo de A. duodenale dentes cortantes e N. americanus são idênticos.

Ciclo de vida

Os ancilostomídeos apresentam um ciclo biológico direto, não necessitando de hospedeiros


intermediários. Durante o desenvolvimento, duas fases são bem definidas:

1. desenvolve no meio exterior, é de vida livre; 2. desenvolve


no hospedeiro definitivo, é, obrigatoriamente, de vida parasitária.

Os ovos dos ancilostomídeos depositados pelas fêmeas (após a cópula), no intestino delgado do
hospedeiro, são eliminados para o meio exterior através das fezes.

Patogenia e profilaxia

Local da penetração das larvas: Lesões traumáticas que levam a problemas vasculares,
hiperemia, prurido e edema, devido ao processo inflamatório loca. A intensidade das
lesões depende do número de larvas que
penetram e da sensibilidade do hospedeiro.
Ciclo pulmonar: Síndrome de Loeffler (tosse, febre, eosinofilia).
Período de parasitismo intestinal: Fase que caracteriza a ancilostomíase, com dor
epigástrica, diminuição de apetite, indigestão, cólica, indisposição, náuseas, vômitos,
diarreia sanguinolenta e constipação.

Para diagnóstico, os exames laboratoriais para ancilostomíase são empregados para analisar
nas fezes a presença de ovos usando: Métodos qualitativos - sedimentação espontânea
(Hoffman, Pons e Janner); Sedimentação e centrifugação; Flutuação (Wills).

Os possíveis procedimentos para prevenir a doença: Engenharia e educação sanitária,


suplementação alimentar de Fe em zonas endêmicas, diagnóstico e tratamento precoce do
indivíduo parasitado, uso de calçados.

3)Estrongiloidose - Strongyloides stercoralis


A estrongiloidíase está presente no mundo todo, especialmente nas regiões tropicais e
subtropicais. Temos, aproximadamente, 100 milhões de infectados no mundo. Há possibilidade
de reagudização em pacientes imunodeprimidos.

Formas morfológicas
O Strongyloides stercoralis apresenta várias formas evolutivas:

- Fêmea partenogenética;
- Fêmea de vida livre;
- Macho de vida livre;
- Ovos;
- Larvas rabditoides; e
- Larvas filarioides.

ATENÇÃO: Os ovos da fêmea de vida livre e da fêmea partenogenética são idênticos aos ovos
dos ancilostomídeos.

As larvas L1 e L2 possuem esôfago rabditoide, vestíbulo bucal curto, primórdio genital


nítido e cauda pontiaguda. Já as larvas L3 possuem esôfago filarioide, vestíbulo bucal
curto, cauda entalhada, e é a forma infectante, penetrando na pele ou mucosa.

Ciclo de vida
Esses parasitos são considerados geo-helmintos e as fases dos ciclos que se passam no solo exigem
condições semelhantes as do ancilostomídeos. São
parasitas triploides (3n) e podem produzir, simultaneamente, três tipos de ovos, dando origem a
três tipos de larvas rabditoides:

1) Larvas rabditoides triploides (3n), que se transformam em larvas filarioides triploides


infectantes, completando o ciclo direto;
2) Larvas rabditoides diploides (2n), que originam as fêmeas de vida livre; e
3) Larvas rabditoides haploides (1n) que evoluem para macho de vida livre.
Diploides e haploides completam um ciclo
indireto.

Ciclo direto: As larvas rabditoides no solo ou sobre a pele da região perineal, depois de 24 a 72
horas, transformam-se em larvas filarioides infectantes.
Ciclo indireto: As larvas rabditoides sofrem 4 transformações no solo, produzindo fêmeas e
machos de vida livre. Os ovos originados do acasalamento das formas adultas de vida livre serão
triploides, e as larvas rabditoides evoluem para larvas filarioides (3n) infectantes.

Patogenia e Profilaxia
A estrongiloidíase pode ser assintomática (portadora de pequenos números de parasitos) e ou
sintomática. Podem ocorrer formas graves, às vezes fatais, dependendo da carga parasitária e da
imunidade do hospedeiro. Podem ser:

Cutânea (local de penetração), com reação celular ao redor das larvas mortas, edema, prurido,
pápulas hemorrágicas e urticárias;
Pulmonar, com tosse, febre e crises asmatiformes, hemorragia, infiltrado inflamatório,
broncopneumonia, síndrome de Löeffler, edema e insuficiência respiratória;
Intestinal, causando enterite catarral com a presença de uma reação inflamatória. Na enterite
edematosa, pode-se observar parasitos nas túnicas da parede intestinal com reação inflamatória
e quadros de má absorção intestinal. A enterite ulcerosa apresenta inflamação, ulcerações e
invasão bacteriana.

Nas formas disseminadas, pode haver o acometimento dos rins (hematúria e proteinúria), fígado,
vesícula biliar, coração, cérebro (LCR), pâncreas, tireoide, adrenais, próstata e glândulas
mamárias. O diagnóstico laboratorial é feito para pesquisa de larvas, através de Baerman-
Moraes e Rugai, que tem como princípio o hidro e termotropismo das larvas. Podem ainda ser
utilizados os métodos de diagnósticos imunológicos como Elisa e Imunofluorescência Indireta.
Uma endoscopia digestiva pode ser solicitada para a visualização do aspecto da mucosa
intestinal e a realização de biópsia.

O que pode ser feito para evitá-la: Programa de controle, tratamento aos doentes; destinação
adequada dos dejetos humanos, higiene das mãos e alimentos, uso de calçados.

4) Tricurose - Trichuris trichiura


A tricuríase também é um parasito cosmopolita e aproximadamente 604 milhões de pessoas se
encontram infectada em todo o mundo. Tem maior prevalência em regiões tropicais e subtropicais
e alta prevalência em crianças com idade escolar. Acomete principalmente pessoas desfavoráveis
socioeconomicamente.

Formas morfológicas
Vermes adultos: Medem de 3 cm a 5 cm, possuem bocas sem lábios na extremidade anterior. O
esôfago mede dois terços do corpo sendo fino e delgado e os órgãos reprodutores ocupam um
terço é a porção alargada, terminando no intestino e ânus, conforma mostra a imagem.
Ovos: Apresenta um formato elíptico característico, com poros salientes e transparentes em
ambas as extremidades, preenchidos por material lipídico. O habitat é o intestino grosso (ceco
e colón) e podem sobreviver de 2 a 3 anos.
Ciclo de vida
O Ciclo de vida do Trichuris trichiura é monóxeno (em um único hospedeiro) . Fêmeas e Machos
realizam a cópula no ceco e a fêmea elimina os ovos nas fezes.
Os ovos no meio ambiente tornam-se embrionados, passando de L1 para a L3 que é infectante.
O Trichuris trichiura é considerado um geo-helminto, pois precisa do meio ambiente para
desenvolver uma parte do seu ciclo biológico.
O hospedeiro pode se infectar ingerindo água ou alimentos contaminados com ovos
de Trichuris trichiura contendo a larva L3 do tipo filarioide. Os ovos são semidigeridos no
estômago e eclodem no duodeno e migram para o ceco.

Patogenia e Profilaxia
Como não existe migração sistêmica das larvas Trichuris trichiura, as lesões provocadas pelo
verme estão confinadas ao intestino e os sintomas são gastrointestinais: Os sintomas podem
incluir dor abdominal, diarreia e, em infecções intensas, anemia e desnutrição. O diagnóstico
laboratório para tricuríase é por EPF (Exame Parasitológico de Fezes), onde se faz a buscar por
ovos. Pode ainda se fazer uma colonoscopia para observar a presença de vermes na mucosa
intestinal.

As formas de evitar a tricuríase, são tomar medidas como: Destinação adequada aos dejetos
humanos, educação sanitária, higiene das mãos e alimentos, água filtrada, tratamento dos
doentes e assintomáticos.

5)Enterobiose - Enterobius vermicularis


O Enterobius vermiclaris é um parasito cosmopolita. Aproximadamente 209 milhões de pessoas
se encontram infectadas em todo o mundo. A enterobiose tem maior prevalência em países
temperados e alta prevalência em crianças com idade escolar.

Formas morfológicas
Macho - Mede cerca de 5mm de comprimento por 0,2mm de diâmetro. Cauda fortemente
recurvada em sentido ventral;
Fêmea - Mede cerca de 1cm de comprimento por 0,4mm de diâmetro. Cauda pontiaguda e;
Ovo - Mede cerca de 50mm de comprimento por 20mm de largura. Apresenta o aspecto
grosseiro de um D.

Ciclo de vida
O ciclo é monóxeno, onde o hospedeiro se infecta ingerindo ovo embrionado através de água ou
alimentos contaminados ou, ainda, levando os ovos da região perianal à boca. O ovo depois de
ingerido passa pelo suco gástrico e se desestrutura liberando a larva que tem como habitat o
intestino grosso. Nele, as larvas passam para vermes adultos (macho e fêmeas). Após a cópula,
o macho sai nas fezes e morre, as fêmeas repletas de ovos migram para a região anal para fazer
a ovoposição (principalmente à noite).
Patogenia e
Profilaxia
Os sintomas são: perda de sono, nervosismo e irritabilidade; prurido anal devido à presença dos
vermes na região anal; vaginite, metrite, ovarite, vulvovaginite devido a presença de vermes nos
órgãos genitais femininos.
O exame laboratorial diagnóstico indicado é o Método da fita adesiva ou de GRAHAM.
As medidas preventivas neste caso: saneamento básico, educação sanitária, lavar roupa e roupa
de cama e manter unhas cortadas.

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