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CENTRO UNIVERSITARIO DA AMAZONIA

CURSO ENFERMAGEM
DISCIPLINA: PARASITOLOGIA

ANCYLOSTOMA DUODENALE

Prof. Patrícia Spinola

Alunos: Crislaine Sousa


Domingos Sávio
Eduarda Miranda
Edneia Alves
Luana Botero
Thales Dantas
Railane Tapajós

SANTARÉM, 2024
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................01
2. HISTÓRIA…....................................................................................................02
3. MORFOLOGIA...............................................................................................03
4. CICLO DE VIDA...............................................................................................04
5. AÇÃO PATOGÊNICA........................................................................................05
6. DIAGNÓSTICO...............................................................................................06
7. DOENÇA ANCYLOSTOMÍASE..........................................................................07
8. EPIDEMIOLOGIA............................................................................................08
9. CONTROLE E PREVENÇÃO..............................................................................09
10. CONCLUSÃO..................................................................................................10
11. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA.........................................................................12
1. INTRODUÇÃO
O Ancylostoma duodenale é um parasita nematódeo comumente
conhecido como ancilostomídeo. Essa espécie pertence ao grupo dos
ancilostomídeos, esse parasita tem impacto significativo na saúde humana,
causando uma doença conhecida como ancilostomíase ou ancilostomose. Este
trabalho abordará a história, morfologia, ciclo de vida, ação patogênica,
diagnóstico, doença associada, epidemiologia, bem como estratégias de
controle e prevenção do Ancylostoma duodenale.

2. HISTÓRIA
Os ancilostomídeos são helmintos que ou foram herdados pela espécie
humana através da evolução simultânea do parasito e do hospedeiro, ou
adaptaram¾se aos homens ou aos nossos ancestrais hominídeos, quando
esses abandonaram as florestas para viverem em savanas, margens de rios ou
lagos e começaram a frequentar ambientes favoráveis ao ciclo de transmissão
dos helmintos de outras espécies. Mas os homens nômades das épocas pré-
históricas, não deviam apresentar infecções importantes ou escapavam
completamente do parasitismo quando seus deslocamentos os levavam a
regiões com clima ou terreno desfavorável à sobrevivência das larvas do parasito
no solo.

Tornando-se sedentários e com residência fixa, crescendo em número e


vivendo cada vez mais em coletividades densas, os homens civilizados criaram,
por vezes, ecossistemas muito propícios aos helmintos; poluindo intensamente
o solo sobre o qual marchavam descalços, eles reuniram condições ótimas para
as infecções pesadas e, por conseguinte, para o desenvolvimento de doença.

Caídos no esquecimento, esses parasitos tiveram que esperar mais


alguns séculos para que fossem redescobertos várias vezes e em diferentes
países6. Registros históricos indicam que essa infecção foi descrita pela primeira
vez em 1838 por James Blundell, um médico britânico, que observou a presença
de "vermes" no trato gastrointestinal de pacientes. O termo "Ancylostoma" deriva
do grego "ankýlos" (curvo) e "stóma" (boca), referindo-se à morfologia da boca
do parasita.
Desde 1637, no Brasil, o médico holandês que acompanhava o príncipe
Maurício de Nassau, assinala epidemias de uma doença caracterizada por
perturbações intestinais, fraqueza e uma anemia que conduzia, por vezes, à
hidropsia e que era frequente entre os escravos. Cinquenta anos depois, Labat
a descreve em Guadalupe, enquanto que no curso dos séculos XVIII e XIX os
médicos a diagnosticaram um pouco por toda parte nos países tropicais e em
certas regiões temperadas da América, da Europa e norte da África, assim como
na Ásia e nas ilhas do Pacífico.

Em 1838, Dubini encontrou o parasito nos intestinos de uma mulher


falecida de pneumonia, que autopsiara em Milão 6. A ele deve-se a primeira
descrição detalhada do verme e o nome Ancylostoma duodenale. Tendo
encontrado o parasito várias vezes nas autópsias, foi levado a fazer pesquisas
sistemáticas; mas, ainda que os exames se mostrassem positivos em 20% dos
casos, ele não chegou a estabelecer sua relação com a anemia, visto que
a causa mortis era geralmente outra.

Coube a Griessinger (1851) e a Bilharz (1853), no Egito, o mérito de


associar a presença e a ação dos ancilóstomas à clorose do Egito. Wucherer
(1886) e outros médicos, no Brasil, confirmaram os trabalhos de Bilharz.

A partir de 1878, o diagnóstico de ancilostomíase tornou-se fácil e preciso,


graças aos trabalhos de Grassi e dos irmãos Parona, na Itália, que mostraram a
possibilidade de estabelecê-lo buscando os ovos do parasito nas fezes dos
pacientes.

3. MORFOLOGIA
São parasitos do velho do mundo, cilíndricos e em forma de gancho na
extremidade anterior. Possuem uma grande capsula bucal com dois pares de
dentes ventrais e um apar de dentes triangulares subventrais. A coloração em
ambos os sexos é rosa avermelhado enquanto vivos, porém pós morte e
colocados em solução fixadora, apresenta, a coloração esbranquiçada.

Vermes Adultos:
• Os machos são menores (8 a 11 mm) que as fêmeas (10 a 18 mm),
possuem bolsa copuladora bem desenvolvida na extremidade posterior
com dois espículos iguais, gubernáculos evidente e a porção terminal em
forma de cloaca.
• As fêmeas são prodelfas (ovário na região anterior do corpo e vulva e na
região posterior) e ovíparas (os ovos desenvolvem-se fora do corpo da
fêmea). A extremidade posterior terminal é de forma afilada e levemente
espiniforme (forma de espinho). O ânus está localizado antes do final da
cauda.

Ovos
Quando recém eliminados no ambiente, possuem características oval, não
segmentada e medem proximamente de 40 a 60 um de diâmetro.

Larvas:
Desenvolvem-se e eclodem em 24 a 48 horas em condições climáticas
favoráveis. O crescimento e o desenvolvimento ocorrem no solo quando as
larvas se alimentam de bactérias orgânica, passando por uma primeira muda de
larvas:

• Rabditoides [semelhante a um bastão]: Larva que sai do ovo,


apresentando esôfago diferenciado em corpo, estimo e bulbo posterior.
Se alimenta das bactérias do solo e depois de 3 dias sofre a 1º muda,
crescendo para a 2º muda;
• Filarioides [forma de fio]: No 3° estágio, apresenta esôfago cilíndrico,
muito alongado e sem bulbo, em volta por uma bainha.
4. CICLO DE VIDA
O ciclo de vida do Ancylostoma duodenale começa com a liberação de
ovos no ambiente através das fezes de um hospedeiro infectado. Esses ovos
eclodem em larvas, que passam por estágios de desenvolvimento no solo. As
larvas infectantes podem penetrar na pele humana quando entram em contato
com solo contaminado, geralmente em condições de pobreza e falta de
saneamento. Uma vez dentro do hospedeiro humano, as larvas migram através
da circulação sanguínea até os pulmões, onde são expectoradas e deglutidas,
alcançando assim o trato gastrointestinal. No intestino delgado, as larvas se
desenvolvem em vermes adultos, que se prendem à mucosa intestinal e
começam a se alimentar de sangue.
Há duas Fases:
1. LARVÁRIA OCORRE NO AMBIENTE EXTERNO:
• Os ovos são eliminados nas fezes, e em condições favoráveis (umidade,
calor, sombra);

• As larvas eclodem em 1-2 dias, e abandonam sua casca para se


deslocarem na película líquida que envolve as partículas do solo, nutrindo-
se de bactérias e matérias orgânicas.

• As larvas rabditoides L1 amadurecem no solo, transformando-se na larva


L2 (rabditoide) e em seguida, após 5-10 dias, tornam-se larvas filarióides
(larvas L3), que são larvas infectantes. Estas larvas infectantes podem
sobreviver 3-4 semanas em condições ambientais favoráveis.

2. HOSPEDEIRO DEFINITIVO: CICLO DE LOSS


Formas Infectantes:
• VIA CUTÁNEA – CICLO DE LOSS
As larvas penetram na pele com movimentação dos dentes e são
transportadas através dos vasos sanguíneos do coração e depois aos pulmões.
Penetrando nos alvéolos pulmonares, sobem a árvore brônquica até a faringe, e
são engolidos até chegar ao intestino delgado. (migração dura em média 8 dias).

• VIA ORAL:

Larvas ingeridas com alimentos ou água contaminada completam sua


evolução no tubo digestivo sem fazer o ciclo pulmonar.

5. AÇÃO PATOGÊNICA
O quadro clínico pode variar desde a inexistência de sintomas até
situações de gravidade extrema.

A principal consequência da infecção por Ancylostoma duodenale é a


perda de sangue no trato gastrointestinal. Os vermes adultos se alimentam
perfurando a mucosa intestinal e se prendendo aos capilares sanguíneos,
causando hemorragias e anemia nos hospedeiros infectados. Os sintomas
comuns incluem fraqueza, fadiga, palidez, dores abdominais e, em casos graves,
insuficiência cardíaca.
• PERÍODO DA INVASÃO CUTANÊA: dermatite alérgica pela
presença das larvas filarióides na pele;
• PERÍODO MIGRAÇÃO DAS LARVAS: passando pelo pulmão, causa
a síndrome de LOEFFLER (febre, tosse, eosinofilia);
• PERÍODO DE PARASITISMO INTESTINAL: Causa lesões da
mucosa intestinal na proporção do duodeno e jejuno devido a ação da
capsula bucal, dilacerando a macerando porções do intestino,
causando necrose e sangramento interno.
6. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da ancilostomíase é realizado através da identificação de ovos
do Ancylostoma duodenale nas fezes dos pacientes infectados. Técnicas
laboratoriais, como a técnica de Kato-Katz, são comumente utilizadas para
detectar e quantificar a carga parasitária.

• CLÍNICO: É realizado uma avaliação pela anamnese associada aos


sintomas cutâneos pulmonares e intestinais, acompanhado ou não de
anemia. mas o diagnóstico decisivo é assegurado pelo exame
laboratorial;
• LABORATORIAL: É realizado o exame de coproparasitológico por meio
dos métodos de Lutz, Willis ou Faust, realiza-se também, a contagem de
ovos pelo Kato-Katz. Os exames, portanto, são realizados através dos
métodos qualitativos, que indicam a presença de ovos do parasito nas
fezes do hospedeiro e quantitativos, que quantificam os ovos por grama
de fezes;
7. DOENÇA ANCILOSTOMÍASE
A ancilostomíase é a doença causada pela infecção por Ancylostoma
duodenale.

• Popularmente conhecida como “amarelão”, esta é uma doença


provocada por vermes da espécie Ancylostoma duodenal. Estes se
instalam no sistema digestivo dos seres humanos e passam a se
alimentar do sangue do hospedeiro.

• Habitat: duodeno e jejuno, podendo atingir o íleo e o ceco na fase crônica.


• Os sintomas podem surgir desde a infecção, quando a larva entra na pele,
até a sua fixação no intestino. Fase aguda e crônica: dores abdominais;
perda de apetite; diarreia, a qual pode ou não apresentar sangue; enjôo;
vômito e anemia.

• Tratamento: Albendazol, Mebendazol, Pamoato de pirantel.

8. EPIDEMIOLOGIA
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a
ancilostomíase é tida como um grande problema de saúde pública, sendo a
terceira mais frequente no mundo.

A ancilostomíase é prevalente em regiões tropicais e subtropicais, onde


as condições de saneamento são precárias e a pobreza é generalizada. Estima-
se que mais de 1 bilhão de pessoas estejam em risco de infecção por
ancilostomídeos em todo o mundo.

No Brasil, predomina-se nas áreas rurais, estando associada a áreas sem


saneamento e cujas populações tem o habito de andar descalços. É importante
diagnosticar e tratar precocemente todos os casos, evitando – se, assim as
possíveis complicações.

9. CONTROLE E PREVENÇÃO
O controle da ancilostomíase depende de medidas integradas que visam
reduzir a transmissão e melhorar as condições de vida. Estratégias de controle
incluem tratamento em massa com anti-helmínticos, melhoria do saneamento
básico, educação em saúde e medidas de higiene pessoal, como o uso de
calçados protetores em áreas endêmicas.

10. CONCLUSÃO
O Ancylostoma duodenale é um parasita intestinal com impacto significativo
na saúde pública, especialmente em regiões onde as condições de saneamento
são precárias. O controle eficaz da ancilostomíase requer uma abordagem
abrangente que combine tratamento médico, melhorias na infraestrutura
sanitária e medidas preventivas de saúde pública. A conscientização e a
educação da comunidade desempenham um papel crucial na prevenção e no
controle dessa infecção parasitária devastadora.
11. REFERÊNCIAS

ANCYLOSTOMA duodenale. In: Ancylostoma duodenale, 10 jan. 2024.


Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ancylostoma_duodenale. Acesso
em: 3 abr. 2024.

REY, LUIZ. Um século de experiência no controle da ancilostomíase. REVISTA


DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL, Sociedade
Brasileira de Medicina Tropical - SBMT, ano 2001, p. 61,63, 25 abr. 2001.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsbmt/a/mZ5LDvh4DGYYFxZPv7JPjsF/.
Acesso em: 3 nov. 2024.

Parasitologia. 1. ed. São Paulo: Rideel, 2013. E-book. Disponível em:


https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 11 abr. 2024.

CIMERMAN, Benjamin; FRANCO, Marco Antônio. Atlas de parasitologia


humana. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2012. E-book. Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 11 abr. 2024.

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