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INSTITUTO TÉCNICO DE MOCAMBIQUE

Curso: Farmácia

Cadeira: Parasitologia

Laboral

Discentes:

 Amanda Domingos Zitha


 Edna Carmelio Inguane
 Dulce Jorlino

Maputo, Outubro de 2022


Tema: Estrongiloidiase

Docente:

 Arlindo José Nhavotso

Maputo, Outubro de 2022


Índice
Introdução..........................................................................................................................1

Objetivos............................................................................................................................2

Objetivo Geral................................................................................................................2

Objetivos Específicos....................................................................................................2

Características de Strongyloides Stercoralis.....................................................................3

Ciclo De Reprodução Do Strongyloides Stercoralis.........................................................3

Estrongiloidíase.................................................................................................................4

Conceito.........................................................................................................................4

Formas de transmissão...................................................................................................5

Período de Incubação.....................................................................................................5

Sinais e Sintomas...........................................................................................................6

Forma de Prevencao.......................................................................................................7

Conclusão..........................................................................................................................8

Bibilografia........................................................................................................................9
Introdução
No presente trabalho falarmos do estrongiloidíase que é causada pelo nematóide
intestinal Strongyloides stercoralis e ocorre de forma assintomática na maior parte dos
indivíduos infectados. Entretanto, é considerada de grande importância por causar
hiperinfecção e disseminação em pacientes imunodeprimidos, principalmente durante o
uso de corticóides. O diagnóstico definitivo normalmente é feito mediante a detecção de
larvas nas fezes, mas torna-se extremamente difícil em razão da baixa quantidade de
parasitos, na maioria dos casos, e da reduzida e irregular eliminação de larvas. As
técnicas sorológicas, principalmente as imunoenzimáticas, podem ser uma boa
alternativa para o diagnóstico da estrongiloidíase. Uma das principais limitações
encontradas no desenvolvimento de testes sorológicos mais sensíveis e específicos é a
dificuldade em se obter quantidades suficientes de antígenos que permitam seu posterior
fracionamento e análise. Sendo assim, são necessários novos estudos que levem ao
desenvolvimento de testes sorológicos confiáveis para o diagnóstico da estrongiloidíase,
que não dependam de larvas como fonte antigênica.

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Objetivos
Objetivo Geral
o Definir o que é Estrongiloidíase

Objetivos Específicos
o Falar das características

o Falar das formas de prevenção

o Esplicar como ela se manifesta no corpo humano

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Características de Strongyloides Stercoralis
A larva rabditoide de S. stercoralis mede de 180-380µm x 14-20µm, possui o vestíbulo
bucal curto (2-3µm) e primórdio genital, de forma ovóide, grande e bem nítido. O
esôfago é tipicamente rabditóide (com dilatação nas extremidades e constrição na
porção mediana). A cauda é afilada.

A larva filarioide mede de 500-600µm x 16µm e apresenta a cauda bifurcada (com


entalhe); o esôfago é tipicamente filarioide (cilíndrico e retilíneo), ocupando
aproximadamente ½ do comprimento do corpo.

Ciclo De Reprodução Do Strongyloides Stercoralis


O ciclo de Reprodução do Strongyloides stercoralis é mais complexo do que o da
maioria dos nematódeos por causa da sua alternância entre ciclos parasitário e de vida
livre, e seu potencial de autoinfecção e multiplicação no hospedeiro.

o Larvas rabditiformes são excretadas nas fezes e no solo.

o Lá, as larvas rabditiformes podem tornar-se adultos de vida livre ou


tornarem-se larvas filariformes infecciosas que penetram a pele humana.

o Os vermes adultos se acasalam, e as fêmeas produzem ovos.

o Larvas rabditiformes eclodem dos ovos.

o Essas larvas podem se transformar em adultos de vida livre ou em larvas


filariformes infecciosas.

o As larvas filariformes penetram a pele humana.

o As larvas migram pela circulação sanguínea até os pulmões, penetram


nos capilares pulmonares, acendem pela árvore brônquica até a faringe,
são deglutidas e alcançam o intestino delgado, onde se transformam em
adultos.

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o No intestino delgado, as fêmeas adultas produzem ovos.

o Os ovos eclodem em larvas rabditiformes. A maioria dessas larvas é


excretada nas fezes.

o Algumas larvas tornam-se larvas filariformes no intestino grosso,


penetram na parede intestinal (autoinfecção interna) ou na pele perianal
(autoinfecção externa) e seguem o ciclo infeccioso normal.

Estrongiloidíase
Conceito
Estrongiloidíase é a infecção causada por Strongyloides stercoralis. Os achados são dor
abdominal e diarreia, exantema, sintomas pulmonares (incluindo tosse e sibilos) e
eosinofilia. O diagnóstico é feito pelo achado de larvas em fezes ou no conteúdo do
intestino delgado ou, às vezes, escarro, ou pela detecção de anticorpos no sangue. O
tratamento é feito com ivermectina ou albendazol.

A estrongiloidíase é uma das principais doenças parasitárias transmitidas por meio do


solo. Estima-se que 30 a 100 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo.
A estrongiloidíase é endêmica nos trópicos e subtrópicos, incluindo áreas rurais do sul
dos Estados Unidos, em locais onde há exposição da pele a lavas infecciosas no solo
contaminado por fezes humanas. S. stercoralis tem a capacidade única de se desenvolver
até a idade adulta no solo e também no intestino humano. Além disso, ao contrário de
outros vermes transmitidos pelo solo, S. stercoralis é capaz de autoinfecção, que pode
resultar em doença crônica com duração de décadas, ou causar hiperinfecção
avassaladora em pessoas em uso de corticoides ou outros fármacos imunossupressores
ou que têm comprometimento na imunidade mediada por células do tipo T H2,
particularmente aquelas infectadas pelo vírus T-linfotrópico humano do tipo 1 (HTLV-
1).

Durante hiperinfecção, uma grande quantidade de larvas ganha acesso à corrente


sanguínea, pulmões, sistema nervoso central e outros órgãos. Bacteremia
polimicrobiana e meningite podem ocorrer devido à ruptura da mucosa intestinal e à
presença de bactérias na superfície das larvas invasoras.

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Infecções graves por S. stercoralis ocorreram em receptores de transplantes de órgãos
sólidos, tanto daqueles com infecção subclínica preexistente como naqueles que
receberam órgãos de doadores assintomáticos, mas infectados.

Strongyloides fülleborni, que infecta chimpanzés e babuínos, pode provocar infecções


limitadas nos seres humanos.

Formas de transmissão
A infecção humana ocorre quando há penetração da pele por larvas filarioides
de Strongyloides stercoralis, geralmente por contacto direto com o solo contaminado
por fezes humanas. Andar descalço é um dos fatores de risco mais importantes para se
contaminar.

Além da invasão da pele, a estrongiloidíase também pode ser adquirida pela via oral,
através da ingestão de água contaminada ou quando o paciente ingere alimentos
preparados por mãos infectadas, não adequadamente lavadas após uma evacuação.

Após a penetração na pele, as larvas migram para os pulmões. Uma vez nos pulmões,
elas migram em direção à parte superior das vias aéreas, sendo inconscientemente
engolidas ao chegarem próximos à faringe, caindo no sistema gastrointestinal.

Quando chegam ao intestino delgado, as larvas amadurecem e evoluem exclusivamente


para a forma de fêmeas adultas, que medem cerca 2 mm de comprimento. Cada fêmea
adulta pode viver até 5 anos, produzindo ovos e liberando novas larvas ainda dentro dos
intestinos. As novas larvas são excretadas juntos com as fezes, reiniciando o ciclo de
transmissão o verme.

As larvas lançadas ao ambiente junto com as fezes podem contaminar outras pessoas ou
evoluir para vida adulta no meio ambiente, desta vez, tornando-se macho ou fêmeas
(quando dentro do intestino, a larva torna-se sempre uma fêmea na fase adulta).

Do momento da contaminação até a liberação de novas larvas pelas fezes costuma haver
um intervalo de 3 a 4 semanas. Portanto, uma vez infectado, o paciente passa a ser um
potencial transmissor em cerca de 1 mês.

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Período de Incubação
Ocorre no prazo de 2 a 4 semanas entre a penetração através da pele e o aparecimento
de larvas rabditoides nas fezes. O período para a manifestação dos primeiros sintomas e
variado.

Sinais e Sintomas
Na estrongiloidíase, a manifestação inicial pode ser um exantema pruriginoso e
eritematosa no local em que as larvas entraram na pele. Pode-se desenvolver tosse à
medida que as larvas migram pelos pulmões e pela traqueia. Larvas e vermes adultos no
trato gastrintestinal podem causar dor abdominal, diarreia e anorexia.

A estrongiloidíase pode persistir por anos em razão da autoinfecção. Pode ser


assintomática ou caracterizada por sintomas gastrointestinais, pulmonares e/ou
cutâneos. As queixas gastrointestinais são dor abdominal, diarreia e constipação
intermitentes. Testes de sangue oculto nas fezes podem ser positivos e, em raras
ocasiões, pode ocorrer hemorragia gastrintestinal franca. Os sintomas podem mimetizar
os sintomas da colite ulcerativa, aqueles de outras causas de má absorção crônica ou
obstrução duodenal.

Larva currens (infecção rastejante) é uma forma de larva migrans cutânea específica da


infecção por Strongyloides; resulta da autoinfecção. A erupção geralmente começa na
região perianal e é acompanhada por prurido intenso. Tipicamente, larva currens é uma
lesão cutânea eritematosa, urticariforme, linear ou serpiginosa, de migração rápida (até
10 cm/hora). Erupções maculopapulares ou urticariformes inespecíficas também podem
ocorrer.

Sintomas pulmonares são incomuns, embora infecções intensas possam causar


a síndrome de Löffler, com tosse, sibilos e eosinofilia à medida que as larvas
autoinfectantes atravessam os pulmões. Os sintomas pode sugerir asma
alérgica ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).

Sintomas gastrointestinais e pulmonares são frequentemente proeminentes. Pode haver


bacteremia quando as larvas invadem o intestino rompendo a mucosa e transportando
bactérias em sua superfície. Íleo, obstrução, sangramento gastrintestinal volumoso, má
absorção intensa e peritonite podem ocorrer. Sintomas pulmonares incluem dispneia,
hemoptise e insuficiência respiratória. Infiltrados podem ser vistos em radiografia de
tórax ou TC.
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Outros sintomas dependem dos órgãos envolvidos. O comprometimento do sistema
nervoso central pode ser por meningites parasitárias, abscesso cerebral e invasão difusa
do cérebro. Meningite secundária por Gram-negativo e bacteremia, que ocorrem com
alta frequência, provavelmente refletem o rompimento da mucosa do intestino e/ou o
transporte de bactérias na migração das larvas. A infecção do fígado pode resultar em
hepatite colestática e granulomatosa.

Hiperinfecção e estrongiloidíase disseminada costumam ser fatais em pacientes


imunocomprometidos, mesmo com tratamento.

Forma de Prevencao
A prevenção da estrongiloidiase pode ser feita através de medidas simples, como:

 Não andar descalço, principalmente em chão com areia e lama;

 Lavar bem os alimentos antes de comer;

 Lavar as mãos após ir ao banheiro;

 Tratar corretamente a infecção para evitar voltar a pegar.

Além disto, lavar a região genital após defecar é uma boa forma de evitar que a larva
volte a reinfectar o organismo ou que passe para outras pessoas.

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Conclusão
Apesar das diversas técnicas descritas para o diagnóstico da estrongiloidíase, estudos
comprovam que nenhuma delas é considerada “puramente eficiente”. Por essa razão,
acreditamos que mais estudos precisam ser realizados nesta área visando a um
aperfeiçoamento das técnicas de diagnóstico imunológico, uma vez que estas ainda
apresentam uma baixa especificidade entre os métodos disponíveis até o momento.
Além disso, como foi ressaltado anteriormente, um dos fatores limitantes do estudo
desses parasitos é a dificuldade em obtê-los em grande quantidade, uma vez que são
necessários seres humanos com alta taxa de infecção ou animais experimentalmente
infectados, os quais, na maioria das vezes, eliminam baixa carga parasitária. Portanto,
estudos de caracterização de moléculas-alvo, associados ao conhecimento do genoma
do parasito, devem ser estimulados para que possibilitem a obtenção de moléculas
recombinantes ou peptídeos sintéticos que poderão trazer uma grande contribuição para
um diagnóstico mais sensível e específico desta infecção. Consideramos que, mesmo
com o desenvolvimento dessas metodologias, o exame direto de fezes deve ser ainda o
método confirmatório, desde que se usem técnicas adequadas e seja analisado o maior
número de amostras de fezes quando existir indicação clínica de infecção pelo S.
stercoralis.

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Bibilografia
 https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/
nemat%C3%B3deos-vermes-filiformes/estrongiloid%C3%ADase
 https://www.mdsaude.com/doencas-infecciosas/parasitoses/estrongiloidiase/
 https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/43196
 https://revistas.ufg.br/iptsp/article/download/1876/1791

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