Fisioterapeuta Aula 6 FUNGOS Os fungos são microrganismos do grupo eucariontes, são abundantes em todo o mundo, existindo possivelmente cerca de 1,5 milhões de espécies, embora apenas 100.000 sejam catalogadas devidamente. São seres heterótrofos que utilizam inúmeras fontes orgânicas como alimento. Muitas espécies de fungos podem ser utilizadas como antibióticos no tratamento de doenças. Por exemplo, as espécies do gênero penicillium que produz a penicilina. Há ainda a produção de medicamentos como ciclosporina, um imunossupressor utilizado em transplantes, remédios para tuberculose, lepra e sífilis, e ácido fusídico, usado no tratamento contra a Staphylococcus aureus resistente à meticilina. A alimentação desses seres vivos é feita por absorção, o micélio envolve o alimento e libera enzimas digestivas para que a digestão seja realizada, após a digestão o micélio absorve os nutrientes. Dessa forma, a digestão dos fungos é extracelular, o que torna esses indivíduos organismos importantes na decomposição e reciclagem de nutrientes no ambiente. Nos representantes unicelulares esse processo de digestão extracelular também ocorre, mas utilizando apenas uma célula e não um micélio. As leveduras (Saccharomyces cerevisiae), muito utilizadas na fabricação de pães, álcool combustível, cachaça, cerveja, iogurtes e etc., são um exemplo de fungo unicelular que realizam fermentação, daí seus benefícios na indústria alimentícia. Os fungos pluricelulares têm o corpo dividido em micélio e corpo de frutificação, que é a estrutura responsável pela reprodução do fungo através da produção de esporos. Da mesma maneira que os animais, o carboidrato de reserva energética dos fungos é o glicogênio. Classificação dos fungos Como a diversidade de espécies do Reino Fungi é muito grande, a tarefa de classificar esses organismos não é nada fácil. • Quitridiomicetos: a maioria desses fungos são filamentosos, móveis, podendo ser terrestres ou aquáticos, unicelulares ou pluricelulares. Eles são o grupo mais antigo de fungos, conhecidos há cerca de 400 milhões de anos. • Zigomicetos: são amplamente distribuídos pelos ambientes, constituídos de uma massa de hifas, são conhecidos popularmente como mofos. Na reprodução, formam bolsas pequeninas que produzem esporos. São os responsáveis pelo apodrecimento de muitos alimentos, atuando como decompositores ou parasitas. Eles podem causar doenças em plantas, animais e seres humanos. O mais conhecido representante Rhizopus stolonifer, o bolor que cresce nos alimentos, o corpo de frutificação desses indivíduos é uma penugem branca que lembrar filamentos de algodão. • Basidiomicetos: são pluricelulares e possuem o corpo de frutificação em formato de chapéu. São popularmente conhecidos como cogumelos, algumas espécies podem ser comestíveis, como o champignon, e outras muito venenosas, como os do gênero Amanita. Vale ressaltar a importância de não se ingerir esses indivíduos sem identificação previamente realizada por um botânico, já que a toxina liberada pelos basidiomicetos venenosos pode matar. • Ascomicetos: é um grupo bastante diversificado, contém mais de 30 mil espécies. Também são bastante conhecidos, suas estruturas reprodutivas são chamadas ascos porque têm a forma de sacos. Eles possuem importância econômica, como as leveduras, que realizam a fermentação, muito utilizada na indústria alimentícia, como já mencionamos acima. • Deuteromicetos: fungos terrestres conhecidos como imperfeitos, possui reprodução sexuada. Há espécies parasitas, como a Candida albicans, que causa as doenças conhecidas como candidíase ou “sapinho” nos bebês. •Oomicetos: nesse grupo podemos destacar os fungos que atacam as plantações, as mais atingidas são as de uva pelo fungo Plasmopara viticola e as de batata atingidas pelo fungo Phytophtora infestans. • Mixomicetos: os fungos desse grupo foram considerados animais por muito tempo. Eles possuem o corpo formado por uma massa protoplasmática multinucleada, semelhante a uma ameba gigante, podendo se estender até alguns centímetros quadrados. É comum serem encontrados em bosques e matas úmidas sobre materiais em decomposição, como folhas e galhos. Periodicamente eles formam pequenos corpos de frutificação com aparência de cogumelos. São considerados fungos simples. Os fungos são organismos muito diversos e, portanto, a maneira como se reproduzem é diversificada e peculiar a cada grupo. Podemos dividir a reprodução dos fungos em processos de:
• Esporulação: esse processo ocorre quando o fungo libera os esporos
(quando estão em condições favoráveis) e essas germinam e formam um novo micélio, que é a parte vegetativa do fungo. • Fragmentação: ela ocorre quando um micélio é fragmentado e, desse modo, gera outros micélios. • Brotamento: acontece quando as gêmulas permanecem ligadas no genitor e constituem cadeias de células, ou seja, quando as células fúngicas se multiplicam e permanecem unidas. Os fungos reproduzem-se assexuada e sexuadamente. A reprodução assexuada pode ser: (i) brotamento (seres unicelulares), (ii) fragmentação do micélio, onde um micélio se fragmenta originando muitos outros e (iii) esporulação, acima dos corpos de frutificação estão os esporângios que produzem os esporos, estruturas imóveis e resistentes a ambientes desfavoráveis. Já a reprodução sexuada requer a fusão de duas hifas haplóides, quando isso não ocorre, originam-se hifas geneticamente distintas denominadas dicários. PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS Apesar de o reino fungi ser importante para o ecossistema ele também pode causar danos à saúde. As doenças causadas por fungos são comumente chamadas de micoses, e podemos dividir essas micoses em superficiais e profundas. As micoses superficiais são aquelas limitadas às camadas superficiais da pele e do cabelo, e as micoses profundas são aquelas que chegam a atingir alguns órgãos. Geralmente, os fungos convivem de forma harmoniosa com o corpo, mas podem provocar doenças quando conseguem driblar as barreiras de proteção do organismo, o que ocorre principalmente durante períodos de queda da imunidade ou por ferimentos da pele. Além disso, embora as infecções fúngicas sejam na maioria das vezes superficiais e facilmente tratadas, existem espécies de fungos que podem causar lesões profundas e, até mesmo, atingir a circulação sanguínea e órgãos como pulmões, como é o caso da esporotricose, histoplasmose ou aspergilose, por exemplo. ASPERGILOSE A aspergilose é uma doença causada pelo fungo Aspergillus fumigatus, que é responsável por cerca de 90% dos casos, e esse fungo é encontrado em matéria orgânica em decomposição dispersa no ambiente. Não existe transmissão inter-humana do fungo, nem de animais ao homem. No entanto, os indivíduos estão expostos a riscos por inalação de propágulos infectantes, dispersos no solo. É importante ressaltar que a principal forma de entrada do fungo no organismo é por meio da via inalatória. O órgão mais comumente afetado pelo microrganismo é o pulmão, a partir do qual o fungo pode disseminar-se na corrente sanguínea. O ambiente hospitalar está relacionado com a transmissão da doença nos indivíduos imunocomprometidos, podendo causar inclusive óbito. Essa transmissão ocorre pela inalação de esporos do fungo presentes no sistema de ventilação contaminado, uso de chuveiros, contato direto com roupas ou objetos contaminados e ar contaminado por obras ou reformas no ambiente hospitalar. Os sintomas mais comuns da doença são tosse persistente com presença de catarro ou sangue, dificuldade ao respirar, dor no peito, febre acima de 38’C e perda de peso. As formas clínicas dependerão do estado imunológico do paciente, sendo classificadas como: • Forma Broncopulmonar Alérgica: mais frequente em indivíduos com fibrose cística ou asma. • Aspergiloma: presença de massa fúngicas no pulmão, também conhecida como “bola fúngica”, em indivíduos com doença pulmonar prévia, como tuberculose. • Forma Crônica Necrotizante: também conhecida como “semi-invasiva”, apresenta um processo infeccioso destrutivo no pulmão em indivíduos com histórico de doenças pulmonares, como tuberculose, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou sarcoidose. • Forma Invasiva: acomete indivíduos imunocomprometidos, como transplantados de medula óssea ou de órgãos sólidos em quimioterapia para câncer ou em uso de elevadas doses de corticosteroides. Nesses casos, o fungo se dissemina por meio do sangue e atingem diversos órgãos, como rins, cérebro, fígado e coração. HISTOPLASMOSE A histoplasmose é uma infecção fúngica sistêmica que pode se apresentar desde uma infecção assintomática até a forma de doença disseminada com evolui para óbito. Ela é causada por fungos dimórficos da espécie Histoplasma capsulatum. Os indivíduos geralmente adquirem a infecção pela inalação (entrada) de partículas infectantes do fungo decorrente do manuseio do solo, frutas secas e cereais e nas árvores. O fungo também é isolado nos excrementos de morcegos e aves, como galinhas e outras gregárias. Outras espécies animais podem se infectar com H. capsulatum, como cães, gatos, cavalos, bovinos, suínos, roedores e marsupiais, entre outros. Não há transmissão de homem a homem, e nem de animais para o homem. Como o fungo está disperso na natureza, os trabalhadores rurais constituem o principal grupo de risco, visto à sua exposição no meio ambiente. Há três formas de histoplasmose: • Histoplasmose Pulmonar Aguda – esta é a forma inicial da infecção. Ela ocorre nos pulmões e geralmente permanece lá. • Histoplasmose Progressiva Disseminada – se o sistema imunológico estiver debilitado ou for imaturo, a infecção pode espalhar-se dos pulmões percorrendo a corrente sanguínea até outras partes do corpo, como cérebro, medula espinhal, fígado, baço, linfonodos, adrenais, sistema digestivo ou medula óssea. • Histoplasmose Cavitaria Crônica – nesta forma, um ou mais espaços (cavidades) formam-se nos pulmões gradualmente, ao longo de várias semanas. A infecção não se dissemina dos pulmões para outras partes do corpo. Essa infecção se desenvolve aos poucos ao longo de várias semanas provocando tosse e dificuldade respiratória que se torna cada vez pior. MUCORMICOSE (FUNGO NEGRO) A mucormicose é uma infecção fúngica oportunista, altamente invasiva, não transmissível, causada por fungos da ordem Mucorales, dos gêneros Rhizopus spp., Rhizomucor spp..ou Mucor spp., Lichtheimia spp, Cunnin ghamella spp. Foi descrita pela primeira vez pelo patologista alemão Richard Paultauf, em 1885, a qual correspondia a uma infecção sistêmica com envolvimento gástrico e rinocerebral. Esses fungos podem ser encontrados em resíduos orgânicos em decomposição, pão, frutas, matéria vegetal, alimentos contaminados, fezes de animais e podem infectar o homem por inalação, inoculação ou até mesmo ingestão dos esporos dispersos no ambiente. Não há transmissão de mucormicose entre seres humanos e nem de animais para seres humanos. Os principais meios de contaminação são: • Inalação de esporos das fontes ambientais; • Por via cutânea ou mucosa, quando há ruptura da barreira da pele ou da mucosa por ferida, por trauma ou grandes queimaduras; • Por via digestiva com a ingestão de produtos contaminados. Trata-se de infecção oportunista e sua ocorrência é mais comum entre pessoas com diabetes mellitus descompensada. Atualmente está em expansão e acomete indivíduos com outros fatores de risco, tais como: quimioterapia, transplantes de órgãos, imunoterapia, uso prolongado de antibióticos, procedimentos cirúrgicos e infecções que promovem enfraquecimento do sistema imunológico. A falta de insulina é uma condição que favorece o desenvolvimento do fungo, não apenas em indivíduos imunodeprimidos, mas também entre os indivíduos saudáveis. Por essa razão a diabetes mellitus é o principal fator de risco para adoecimento por mucormicose. Considerando o atual cenário de pandemia da Covid-19 e o possível surgimento de casos de mucormicose associados a pacientes infectados pelo coronavírus, a identificação correta e em tempo oportuno desse fungo é crucial para correto manejo dos casos e para determinação do tratamento adequado. O diagnóstico laboratorial dessa micose é comumente realizado em laboratórios com estrutura adequada para realizar exame micológico direto e cultura de fungos. O Laboratório de Referência Nacional (LRN) de Micoses Sistêmicas do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da FIOCRUZ (INI/Fiocruz) recomenda o envio das amostras biológicas ou isolados fúngicos para identificação e/ou confirmação do diagnóstico até o nível de espécie do agente etiológico. O LRN em Micoses Sistêmicas realizará as técnicas necessárias para identificação e diagnóstico/confirmação laboratorial. As amostras de tecido humano direcionadas à pesquisa de mucormicose associada à Covid-19 devem ser encaminhados ao Serviço de Anatomia Patológica (INI/Fiocruz) para identificação e/ou confirmação do diagnóstico. O tratamento da mucormicose inclui, obrigatoriamente, remoção cirúrgica de tecidos necróticos associado ao tratamento antifúngico, preferencialmente com administração de formulação lipídica de anfotericina B ou derivados azólicos (posaconazol ou isavuconazol). Diante da suspeita clínica de mucormicose, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, independentemente do resultado dos exames laboratoriais específicos (exame micológico direto, cultura e histopatologia). O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS), disponibiliza o complexo lipídico de anfotericina B para o tratamento das infecções fúngicas graves. O medicamento integra o Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename, 2020). O complexo lipídico de anfotericina B é liberado após análise dos casos e obedece aos esquemas terapêuticos estabelecidos pelas diretrizes clínicas e consensos de doenças fúngicas. A mucormicose se apresenta principalmente nas formas rino-órbito-cerebral (nariz, olhos e cabeça), pulmonar, gastrointestinal, cutânea e outras formas. É uma doença extremamente grave e de rápida evolução para óbito, em razão do acelerado crescimento do fungo e destruição de tecido. Por isso, deve ser diagnosticada e tratada precocemente. Pano branco Também conhecida como micose de praia, esta infecção tem o nome científico de Ptiríase versicolor, e é provocada pelo fungo Malassezia furfur, que provoca manchas arredondadas na pele. Geralmente, as manchas são de cor branca, pois o fungo impede a produção de melanina quando a pele é exposta ao sol, e são mais comuns no tronco, abdômen, face, pescoço ou braços. O tratamento costuma ser feito com cremes ou loções a base de antifúngicos, como Clotrimazol ou Miconazol, indicados pelo dermatologista. No caso de lesões muito grandes, pode ser indicado o uso de comprimidos, como Fluconazol. Tinha - dermatofitose Cientificamente chamada de dermatofitose, esta infecção fúngica também é conhecida como tínea, e pode atingir diversos locais do corpo, como pele, cabelos e unhas, e é provocada por fungos como Trichophyton, Microsporum ou Epidermophyton, que são transmitidos de uma pessoa para outra através do contato, ou também pelo solo e animais contaminados. Algumas das principais lesões provocadas são: • Tinha corpórea, também chamada de impingem e surge em qualquer área da pele; • Tinha dos pés, também chamada de frieira ou pé-de-atleta, que é localizada entre os dedos dos pés; • Tinha cruris, que se desenvolve na virilha; • Tinha capitis, ou do couro cabeludo, que é mais comum em crianças e pode provocar a queda do cabelo no local; • Tinha das unhas, que torna a unha espessa e sem brilho. A lesão que surge na tinha costuma ser descamativa, avermelhada e com muita coceira. Geralmente, sem o tratamento adequado, a lesão se espalha aos poucos, e é muito contagiosa. O tratamento é feito com pomadas antifúngicas, como Miconazol, Clotrimazol ou Itraconazol, e pode durar semanas a meses. Quando há uma infecção grave, ou quando as unhas estão muito afetadas, pode ser necessário o uso de medicamentos em comprimido, como Fluconazol, Itraconazol ou Terbinafina. Durante o tratamento é essencial secar bem os pés após o banho e evitar sapatos fechados por muito tempo. Candidíase Existem várias espécies de fungos que fazem parte da família Candida, sendo a mais comum a Candida albicans que apesar de habitar naturalmente o organismo, principalmente a mucosa da boca e da região íntima, pode causar diversos tipos de infecção no organismo, sobretudo quando as defesas imunes estão prejudicadas. As regiões do corpo mais afetadas são dobras da pele, como virilhas, axilas e entre os dedos das mãos e dos pés, as unhas, e também pode atingir mucosas, como boca, esôfago, vagina, pênis e reto. Além disso, a infecção pode ser grave a ponto de se disseminar pela corrente sanguínea a atingir órgãos como pulmões, coração ou rins, por exemplo. O tratamento para candidíase é feito principalmente com pomadas antifúngicas como fluconazol, clotrimazol, nistatina ou cetoconazol. No entanto, nos casos mais graves ou na infecção no sangue e órgãos do corpo, podem ser necessário o uso de antifúngicos em comprimido ou na veia. Esporotricose Esta micose pode ultrapassar a pele e atingir também a região subcutânea e os gânglios. Esta infecção é provocada por fungos da família Sporothrix spp., que habitam a natureza e estão presentes no solo, plantas, folhas e madeira, por exemplo, por isso, infectam principalmente fazendeiros, jardineiros ou agricultores. Este fungo também pode de ser transmitido pela arranhadura de gatos contaminados. Geralmente, a infecção da pele provoca o surgimento de caroço indolor, avermelhado e que cresce gradualmente. Em alguns casos, principalmente nas pessoas com a imunidade comprometida, pode haver o surgimento de diversas lesões, assim como pode se espalhar pela corrente sanguínea e infectar pulmões, ossos, articulações, testículos e, até, o cérebro. O tratamento é feito com antifúngicos de uso oral ou venoso, como Itraconazol, por 3 a 6 meses, e nos casos mais graves pode ser necessário o uso de antifúngicos venosos, como a Anfotericina B, podendo durar por 12 meses. Paracoccidioidomicose Também chamada de blastomicose sul americana, esta infecção é provocada por fungos da família Paracoccidioides, que habita o solo e as plantas, por isso essa infecção é mais comum na área rural. A transmissão acontece principalmente através do ar, ao se inalar o fungo, que penetra nos pulmões e na corrente sanguínea, provocando sintomas como falta de apetite, emagrecimento, tosse, falta de ar, febre, coceira, feridas na pele e surgimento de ínguas. O tratamento para essa infecção geralmente é longo, podendo durar de meses a anos, sendo normalmente indicado pelo médio o uso de antifúngicos, como Itraconazol, Fluconazol, Cetoconazol ou Voriconazol, por exemplo. Nos casos mais graves, em que o pulmão não desempenha sua função corretamente ou o fungo atingiu outros órgãos, o tratamento deve ser realizado no hospital. Histoplasmose É uma infecção provocada pelo fungo Histoplasma capsulatum, cuja transmissão acontece pela inalação dos fungos presentes na natureza. A doença costuma se desenvolver em pessoas com a imunidade enfraquecida, como por doenças imunológicas, AIDS ou desnutridos, por exemplo, ou pessoas que inalam uma grande quantidade de fungos. Os sinais e sintomas que podem ocorrer são tosse, dor do peito, falta de ar, suor, febre e perda de peso. Quando a pessoa é saudável, a infecção por esse fungo pode desaparecer sem qualquer tratamento específico. No entanto, em casos mais graves, principalmente quando o sistema imunológico está comprometido, o médico pode recomendar o uso de antifúngicos sistêmicos, como o Itraconazol, Cetoconazol ou a Anfotericina B, por exemplo, evitando que o fungo atinja a corrente sanguínea e chegue a outros órgãos, havendo complicações graves. Criptococose Popularmente conhecida como doença dos pombos, a criptococose é uma doença causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, que pode ser transmitida por meio da inalação de esporos desse fungo que podem ser encontrados nas fezes dos pombos e nas frutas, cereais, árvores e solos. Após a inalação, os esporos alojam-se nos pulmões, resultando em sintomas respiratórios como tosse, secreção nasal, dor no peito e desenvolvimento de nódulos pulmonares. No entanto, no caso do sistema imunológico estar mais enfraquecido, podem ser notados sintomas mais graves, como fraqueza, rigidez na nuca, febre, confusão mental, dor de cabeça, meningite e alterações visuais, sendo importante que o tratamento seja realizado imediatamente. Blastomicose A blastomicose é uma infecção causada pelo fungo Blastomyces dermatitidis, que pode ser encontrado em solos úmidos, madeira em decomposição e em locais em que há vegetação. Essa doença acontece por meio da inalação de esporos do fungo, resultando em sintomas como tosse, febre, catarro, dor no peito, falta de ar, dor nas articulações perda de peso e, nos casos mais graves, pode haver o desenvolvimento de pneumonia. Além disso, o fungo pode espalhar-se pela corrente sanguínea e afetar outros órgãos como pele, ossos, articulações e cérebro, sendo a infecção mais grave em pessoas com o sistema imunológico mais debilitado. O tratamento indicado pelo médico depende dos sintomas apresentados pela pessoa e o estado do sistema imunológico da pessoa e inclui o uso de antimicóticos, como o Itraconazol, em solução ou em comprimido, ou Anfotericina B por via intravenosa durante 6 a 12 meses.