Você está na página 1de 17

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................2

2. OBJETIVO...........................................................................................................3

3. DESENVOLVIMENTO....................................................................................4-15

3.1 Etiologia............................................................................................................4

3.2 Epidemiologia................................................................................................5-6

3.3 Transmissão................................................................................................6-15

3.4 Aspectos clínicos........................................................................................6-15

3.5 Diagnóstico Laboratorial............................................................................6-15

3.6 Tratamento...................................................................................................6-15

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO................................................... 16

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 16

1|Página
1. INTRODUÇÃO

A esporotricose é uma infeção crónica da pele e do tecido celular subcutâneo, causada pelo fungo
Sporothrix schenkii, fungo dimórfico, que assume a forma leveduriforme nos tecidos infetados e a
forma de micélio, quando cultivado em laboratório. É considerado um fungo saprófito, tendo sido
isolado no solo e em locais com vegetação, nomeadamente em espinhos de roseiras. A infeção
resulta da inoculação do fungo no tecido celular subcutâneo, através de um traumatismo, que pode
ser ligeiro. Indivíduos que trabalham em jardinagem e floristas podem adquirir a infeção quando
contactam com rosas, musgo esfagno ou outras plantas. Estão também descritos casos de doença
em humanos, após arranhadura de gatos infetados, sendo excecional o contágio inter-humano.
Existem casos de transmissão da doença por via inalatória, de que resulta um quadro de pneumonia
granulomatosa, frequentemente cavitária, semelhante à tuberculose. Na forma cutânea, a infeção
pode limitar-se ao local de inoculação (esporotricose em placa) ou disseminar-se através do sistema
linfático (esporotricose linfangítica). Raramente, pode observar-se disseminação local (articular e
óssea), não sendo, contudo, comum a progressão visceral, exceto se houver compromisso
imunitário. A forma clínica sob a qual a doença se apresenta depende, então, de diversos fatores, tais
como a quantidade e a profundidade do inóculo traumático, bem como o estado imunológico do
hospedeiro.

2|Página
2. OBJETIVO

Objetivo Geral: Evidenciar a importância dos fungos para os seres vivos.


Objetivos específicos:
 Identificar os indivíduos pertencentes ao reino Fungi;
 Classificar morfologicamente os principais tipos de fungos;
 Descrever o mecanismo de reprodução dos fungos;

3|Página
3. DESENVOLVIMENTO

3.1 DEFINIÇÕES
Os fungos são organismos unicelulares ou multicelulares que apresentam células
eucariontes, ou seja, com núcleo delimitado por membrana. Esses organismos são
heterotróficos, não apresentando plastos ou qualquer pigmento fotossintetizante.
A hifa é a unidade estrutural dos fungos e seu conjunto é denominado de micélio, que,
por sua vez, é responsável pelo desenvolvimento do fungo e pela absorção de
nutrientes.

Pertencem ao Reino Fungi, segundo a classificação de Robert Whittake em 1969 ou ao


domínio Eukaryota, proposto por Thomas Cavalier-Smith em 2003. Os fungos
apresentam estruturas microscópicas e macroscópicas e seus principais
representantes são os bolores, mofos, levedos, cogumelos de chapéu (conhecidos
popularmente como Champignon).

Os produtos produzidos pelos fungos possuem grande importância econômica:

- A penicilina foi o primeiro antibiótico descoberto por Fleming em 1929, cuja substância
é produzida pelo fungo Penicillium.

- Algumas espécies são comestíveis, conhecidas popularmente como Shitake, Shimeji,


Champignon, dentre outros. Entretanto, outras são tóxicas como o Aspergillus flavus

4|Página
e podem ser encontradas na produção agrícola de milho, nozes, amendoim que libera
a aflatoxina que são substâncias capazes de provocar câncer no fígado.

- Os produtos do metabolismo energético, fermentação, da levedura Saccharomyces


cerevisiae são utilizados tanto na produção do pão, onde o fermento biológico, que
contém o extrato do fungo, libera dióxido de carbono na presença do açúcar, fazendo a
massa do pão crescer. Esse fungo ainda é utilizado na produção de bebidas alcoólicas
uma vez que o mesmo converte a glicose (açúcar) em etanol durante o processo de
fermentação.

Além disso, há espécies de fungos patogênicas que causam doenças denominadas


micoses como, por exemplo, as frieiras, sapinho, histoplasmose, candidíase, dentre
outras.

Alguns fungos podem estabelecer associações com outros organismos, como algas e
raízes, denominadas, respectivamente, líquens e micorrizas, sendo benéficas para
ambas as partes, tal associação denominada mutualismo.

3.2 MORFOLOGIA E REPRODUÇÃO

Morfologia
Os fungos pluricelulares são constituídos pelos corpos de frutificação, que
correspondem à parte visível do cogumelo, responsável pela reprodução do fungo e
o micélio que são vários filamentos, em que cada um é denominado de hifa. As
hifas podem ser cenocíticas, possuem um citoplasma plurinucleado. Alguns fungos
mais complexos apresentam hifas septadas (divididas), onde cada septo pode ter
um (monocariótica) ou dois núcleos (dicariótica). A parede celular é formada de
quitina.

5|Página
Reprodução
Os fungos reproduzem-se assexuada e sexuadamente

 Assexuada
A reprodução assexuada pode ocorrer de diversas formas. Uma forma comum de
reprodução apresentada por organismos unicelulares, como as leveduras, é
o brotamento, no qual ocorre o crescimento de um broto a partir da célula-mãe.
Leveduras também podem reproduzir-se por divisão celular simples.
Os mofos, ou bolores, bastante encontrados em alimentos em decomposição,
produzem esporos assexuadamente, o que origina novos fungos. No entanto, muitas
espécies também podem reproduzir-se sexuadamente.

 Sexuada
A reprodução sexuada ocorre em três etapas

 Plasmogamia: nessa etapa, ocorre a fusão do citoplasma de dois micélios. Como


em muitas espécies os núcleos não se fundem imediatamente, os dois núcleos
haploides permanecem aos pares na célula. Esse micélio é denominado
de dicariótico. Com o passar do tempo, esses núcleos passam a dividir-se sem que
haja a fusão;
 Cariogamia: essa fase pode demorar horas e até mesmo anos. Aqui ocorre a fusão
dos núcleos haploides, o que forma células diploides. No ciclo de vida dos fungos,
apenas o zigoto é uma fase diploide;
 Meiose: essa etapa é de extrema importância, pois restabelece a forma haploide e
origina esporos com maior variabilidade genética.

3.3 CLASSIFICAÇÃO
Os fungos são classificados em quatro subdivisões:

6|Página
ZIGOMICETOS

O Filo Zygomycota compreende aproximadamente 1% das espécies descritas de


fungos, cerca de 900 especies (Kirk et al. 2001). Os representantes mais familiares
incluem os bolores de crescimento rápido que podemos encontrar em restos de
morangos já em decomposição e outras frutas contendo alto teor de açúcar. Um
número de espécies são utilizadas na Ásia para fermentação de alimentos, como
Rhizopus oligosporus na Indonésia, e Actinomucor elegans no queijo Chinês.
Inversamente, algumas espécies tem um impacto negativo na economia humana por
causarem a podridao de grãos e frutos (Rhizopus stolonifer ), e patogenias em
plantas (por exemplo, Choanephora cucurbitarum, que ataca as flores de
Cucurbitaceae – família das abóboras e melões) enquanto outras espécies
oportunistas causam infecções em pacientes diabéticos, imuno-deficientes, imuno-
suprimidos (de Hoog et al. 2000). Alguns zygomycetes são frequentemente isolados
por veterinários em animais domésticos de regiões tropicais e subtropicais do
mundo.

Apesar destes fungos serem comuns em ecossistemas terrestre e aquático, são


raramente relatados em humanos.

Zigósporos e esporangiósporos
O nome Zygomycetos é referência à estrutura reprodutiva formada durante a fase
sexuada, o zigosporângio. Outras estruturas produzidas na fase assexuada, porém,
são as mais comuns e abundantes, são o esporângio e esporangiósporos. Estas
estruturas garantem aos zigomicetos uma alta taxa de estabelecimento e
colonização dos substratos.

São fungos que formam um esporo de resistência de parede grossa denominado


zigósporo. O zigósporo é originado a partir de um zigosporângio resultante da fusão
de dois gametângios iguais.

Assim como no grupo dos Deuteromycetes, nos Zygomycota também existem


fungos para os quais se desconhece a reprodução sexuada (formam apenas
esporangiósporos) com esporos sem motilidade (sem flagelos). O micélio dos

7|Página
zigomicetos é cenocítico, o septo ocorre apenas para separar o esporângio ou
zigósporo durante o seu amadurecimento.

O zigósporo, por ser resistente, pode permanecer em estado latente por muitos
anos, dependendo das condições ambientais. Quando estas condições se
mostrarem favoráveis (taxa de umidade, temperatura e substrato) o esporo pode
germinar iniciando uma nova colonização.
Os esporangiósporos assemelham-se aos conídios produzidos pelos Ascomycota e
alguns Basiciomycota. Porém, são distinguíveis por suas etapas de
desenvolvimento. As paredes dos esporangiósporos são formados pela clivagem
interna de citoplasma esporangial. Na maturidade, a parede esporangial se
desintegra ou se abre, liberando os esporos que geralmente são dispersos pelo
vento ou pela água.

Os esporângios são formados ao final de hifas especializadas chamadas


esporangióforos. No fungo Phycomyces blakesleeanus, o desenvolvimento do
esporângio tem sido extensivamente estudado para compreener a genética básica
para diversos tropismos, incluindo a forte resposta à luz azul.
Alguns membros de Entomophthorales (Basidiobolus, Conidiobolus) também se
reproduzem por meio de esporos descarregados violentamente. De modo
interessante, espécies de Basidiobolus, Conidiobolus e diversos outros gêneros
produzem um segundo tipo de esporo em um longo estipe que parece ter certas
adaptações morfológicas para uma eficiente dispersão por insetos.

Duas variações de formas de esporângios incluem esporangiolo e merosporangio..


Esporangíolos são esporângios simples de um a 30 esporos. Merosporangios são
esporangiolos alongados com esporos uniseriados geralmente produzidos por uma
vesícula ou estipe. Entretanto, os fungos zigomycetos produtores de
merosporangios não formam um clado, indicando que este tipo de esporângio se
desenvolveu independentemente mais de uma vez no folo (como em Mucorales and
Zoopagales). Um esporangiolo diferente é o mono-esporado encontrado em
Harpellales que são endocomensais livendo no intestino de artrópodes.

Os insetos são o grupo mais encontrado hospedando este fungo principalmente


naqueles de fase larval aquática (Lichtwardt 1986). Os tricósporos possuem de um a
vários filamentos basais semelhantes a fios de cabelo que, com esporos na ponta da
haste semelhantes a adesivos, aderem a plantas em ecossistemas aquáticos antes
serem ingeridos por artrópodes e se estabelecerem em seu trato digestório

Biologia e nutrição
Como os outros fungos, Zygomycota são heterotróficos e tipicamente crescem
dentro do seu próprio alimento, dissolvendo o substrato com enzimas extracelulares,
e retirando nutrientes pela absorção ou por fagocitose. Os Zygomicota também
participam de um numero interessante de simbioses. Como mencionado acima, os
Harpellales habitam artropodos.

Os Harpellales presumivelmente se alimentam de nutrientes são não são utilizados


pelos artropos. Por não apresentarem uma relação de dano nem beneficio ao animal
8|Página
hospedeiro, essa associação é considerada mutualistica. Em contrapartida, os
Entomophthorales incluem muitos insetos patogenos que podem causar doenças.
Alguns desses patogenias estão sendo envestigadas para serem utilizadas como
controle biológico em insetos praga (Bidochka et al. 1996; Hajek 1999).

As paredes das hifas não estão presentes em todas as espécies e são constituídas
por quitina, quitosano e ácido poliglucorônico.Os centríolos, estrutura celular comum
nas células eucarióticas estão ausentes. Alguns fungos são dimórficos, ou seja,
crescem tanto como forma de leveduras ou desenvolvendo um micélio. A
reprodução assexuada pode se dar pela produção de esporangiósporos, conídios,
oídios, clamidósporos e artrósporos.

Um número de outros Zygomycota são micoparasitas, ou parasitas de outros fungos.


Todos membros dos Dimargaritales (apenas 15 espécies) e muitos Zoopagales são
típicos parasitas obrigatórios. Outros micoparasitas nos Mucorales (Syzygites,
Spinellus) se especializaram em corpos de frutificação de outros fungos.

Certas espécies de Zoopagales parasitam nematódeos, rotiferas e amoebas. Nos


Endogonales, alguns podem formar associações ectomicorrizicas com raízes de
pinus, enquanto outros parecem ser saprobiontes.

ASCOMICETOS

Os ascomicetos são fungos do filo Ascomycota que produzem


seus esporos (ascósporos) em esporângios específicos chamados ascos. É um
grupo monofilético de cerca de 32.300 espécies, ao qual pertencem inclusive a

9|Página
maioria das formas anamórficas, leveduras e formas liquenizadas. Este grupo
engloba também a maioria dos fungos patogênicos para as plantas.
Na maioria das espécies, os ascos estão contidos numa estrutura chamada de
ascoma. Cada asco produz oito ascósporos (ou um múltiplo de 8), que resultam de
uma meiose seguida de uma mitose, embora ascos com quatro esporos sejam
característicos de algumas espécies.
A maioria dos ascomicetos possui sistema somático filamentoso, ou seja, são
constituídos por hifas, formadas por filamentos longos e ramificados que, em
conjunto com outras hifas formam o micélio. As hifas são tipicamente constituídas
por uma parede tubular contendo quitina e β-Glicanos e são divididas por septos
regulares, dotados de poros simples. Septos sem poros podem ser formados na
base de estruturas reprodutivas, para isolar porções velhas do micélio ou partes
lesionadas, para evitar de perda de citoplasma no caso de haver algum dano ou
ruptura da membrana celular. Muitas das células são perfuradas centralmente, o que
permite que o citoplasma e os núcleos circulem pelas hifas, embora a maioria das
células possua um único núcleo.

Características
Entre as principais características apresentadas por Ascomycetes, podem-se citar
os micélios septados, com parede celular contendo quitina e glucanas, e a produção
de um tipo especial de esporângio, denominado asco. Características
macroscópicas diferem Ascomycetes de outros fungos pertencentes a outras
divisões, porém, são as características microscópicas que são diagnósticas para o
grupo.
Dois estados reprodutivos distintos são produzidos por Ascomycetes, e são
conhecidos como teleomorfos ou "estado perfeito" (caracterizados pela produção
de esporos sexuados ou ascósporos), e anamorfos ou "estado imperfeito" (quando
há formação de esporos assexuados ou conídios). Mesmo sua reprodução sendo
realizada através desses dois processos, sua classificação é baseada nas estruturas
reprodutivas sexuais.

Ciclo de vida

10 | P á g i n a
A reprodução sexuada nos ascomicetos envolve a formação de um asco, estrutura
em forma de saco, na qual ascósporos haplóides, formados após a meiose e mitose.
Ascos e ascósporos são estruturas exclusivas que distinguem os ascomicetos de
todos os outros fungos. Um ascoma, estrutura vegetativa composta de hifas
emaranhadas, pode ter diferentes morfologias: aberto e com forma de taça
(apotécio), fechado (cleistotécio), esférico piriforme com um pequeno poro
(peritécio), através do qual os ascósporos são liberados. Os ascos normalmente se
desenvolvem na superfície interior do ascoma, chamada de himênio ou camada
himenial (parte reprodutiva).
Nas pontas das hifas ascógenas dicarióticas, formam-se ganchos, ou crozier, que
permitem a divisão simultânea dos dois núcleos. Após as subsequentes divisões,
são formados os ascos imaturos que contém um par de núcleos compatíveis. Os
dois núcleos se fundem (cariogamia), formando um zigoto (uma célula 2n, única fase
contendo um núcleo diplóide) que por sua vez sofre processo meiótico, sendo
separado na primeira divisão onde é feita a síntese do material genético que tem por
resultado dois núcleos diplóides e em segunda divisão meiótica, onde os dois
núcleos diplóides que foram formados na primeira fase da meiose entram na
segunda fase da meiose, onde vai haver uma separação do número de
cromossomos que levará a formação de quatro núcleos haplóides que por sua vez
cada núcleo sofrerá mitose fazendo assim que o asco tenha oito núcleos haplóides e
estes núcleos são envolvidos por porções do citoplasma formando os ascósporos.
Ao atingirem a maturidade, os ascos se tornam túrgidos e estouram, lançando a
distância seus ascósporos. Esse mecanismo permite seu crescimento,
desenvolvimento e propagação. Quando o fungo encontra um tipo gênico compatível
(tipo + e -) estabelece a fusão entre os protoplasmas das hifas apicais, denominada
de plasmogamia. A plasmogamia acontece quando o anterídio (gametângio
“masculino”) doa núcleos para o ascogônio (gametângio “feminino”) através de uma
extensão filamentosa que este último projeta, chamada tricógeno. Nesta fase
dicariótica, ou seja, hifas com dois núcleos cada, os núcleos pares se dividem e
basicamente formam o corpo reprodutivo do fungo.
Os conídios, usualmente multinucleados, representam a reprodução assexuada de
um Ascomycota, formado a partir de células conidiogênicas, que são originadas na
parte apical de hifas modificadas chamadas conidióforos, sendo a principal forma de
propagação e disseminação do fungo.

11 | P á g i n a
BASIDIOMICETOS

12 | P á g i n a
O segundo maior registro de fungos pertence ao Filo Basidiomycota, com 31.515
espécies de basidiomicetos registrados. Dentre a espécies popularmente
conhecidas estão os cogumelos e orelhas de pau, mas há aqueles não populares,
como fungos gelatinosos, gasteromicetos, ferrugens e carvões, estes dois últimos
patógenos devastadores de plantações importantes economicamente. Alguns
cogumelos comestíveis são bem conhecidos, como o shimeji (Pleurotus sp.) e
shiitake (Lentinula edodes), outros são tóxicos, ou alucinógenos. Os basidiomicetos
possuem grande aparato enzimático, degradando principalmente compostos
lignocelulíticos presente em madeiras; ou xenobióticos, substâncias sintéticas de
difícil degradação. Com isso, estes fungos se tornam úteis em setores industriais
voltados à biorremediação de solos contaminados e no tratamento de efluentes, em
indústrias têxteis e de celulose.

Além da grande diversidade do grupo (veja galeria abaixo), existe o basidiolíquen,


uma associação entre um basidiomiceto e uma cianobactéria, ou alga verde.
Ectomicorrizas são tipos de associações micorrízicas entre algumas espécies de
basidiomicetos que crescem envolvendo as células das raízes de plantas. Como
resultado, há melhor desenvolvimento das plantas e as substâncias produzidas
pelos fungos auxiliam contra herbivoria.

Morfologia
O conjunto de hifas forma o basidioma, estrutura referida antigamente como corpo
de frutificação; são estruturas de reprodução sexuada, macroscópica e com período
curto de duração em um ciclo de vida. Os basidiomas formam basídios, estruturas
cilíndricas semelhantes a uma clava e responsáveis pela produção de
basidiósporos, esporos deste grupo. Há duas outras características importantes para
identificar estes fungos, a presença de um septo nas hifas, cuja estrutura é
complexa e a formação de ansas, projeções que conectam uma hifa a outra.

Ciclo de vida

Reprodução Sexuada
A reprodução sexuada envolve o encontro de dois indivíduos diferentes
geneticamente. Desta forma, os basidiósporos são liberados no ambiente e ao
germinarem originam um micélio monocariótico haploide (n). Posteriormente, ocorre
o encontro destes indivíduos onde há a fusão das hifas (plasmogamia) e o micélio se
torna dicariótico (n + n); com o auxílio de ansas que se encarregam de transportar
um núcleo de cada tipo para as hifas do micélio. Diferente dos ascomicetos, a fase
dicariótica em basidiomicetos é mais prolongada e os basidiomas surgem após um
tempo. No ápice dos basidiomas se formam os basídios, que originam os
basidiósporos através da cariogamia (fusão de núcleos), única fase diplóide (2n) do
ciclo de vida. A formação dos basidiósporos ocorre após a divisão meiótica, seguida
pela mitótica e, então, há dispersão dos esporos para o ambiente por esterigmas,
estruturas presentes no ápice dos basídios.

13 | P á g i n a
Este tipo de reprodução ocorre na maioria dos basidiomicetos, com exceção das
ferrugens e carvões, patógenos que precisam do hospedeiro para sobreviver e
completar o ciclo de vida.

Reprodução Assexuada
Assim como os ascomicetos, os basidiomicetos se reproduzem assexuadamente.
Este tipo de reprodução ocorre após a liberação do basidiósporo que germina e
forma um micélio, este se diferencia em um conidioma (estrutura assexuada)
subdividido em conidióforos, células conidiogênicas e conídios (figura abaixo).
Antigamente, as estruturas de reprodução assexuada não eram observadas durante
o ciclo de vida de basidiomicetos e, portanto, estas estruturas eram isoladas e
identificadas como um fungo. Durante muito tempo, os especialistas classificavam
estes fungos como Deuteromycetes. Atualmente, estas formas ou morfas, como
chamam os especialistas, são referidas como fungos anamórficos, anamorfos, ou
conidiais. Muitos trabalhos são realizados no mundo com essas formas, pois
crescem e vivem independentemente do ciclo de reprodução sexuado. Além disso,
são fundamentais para a ciclagem de nutrientes do ambiente e têm grande aplicação
econômica.

QUITRÍDIOS

14 | P á g i n a
Os representantes do Filo Chytridiomycota são referidos como fungos zoospóricos
ou quitrídios. Há evidências que indicam que este grupo foi o primeiro a divergir dos
outros grupos de fungos. Quitrídios são organismos microscópicos e únicos a
apresentar flagelos dentro do reino Fungi. Atualmente, o sistema de classificação
biológica segregou alguns táxons do filo Chytridiomycota, criando dois novos
filos: Noecallimastigomycota e Blastocladiomycota, fungos simbiontes vivendo no
trato digestório de animais herbívoros.

Com aproximadamente 1000 espécies registradas, os quitrídios são organismos


predominantemente aquáticos, mas com representantes em solo, ou estabelecendo
relações simbióticas. Foram isolados de ambientes marinhos e fontes hidrotermais.
Muitos trabalhos apontam a preferência destes fungos em degradar compostos
celulósicos, quitinosos e queratinosos. Há muitas espécies patógenas e existem
espécies específicas que atacam determinados organismos, como é o caso
de Batrachochytridium dendrobatidis, que contribui com a diminuição da população
de anfíbios do planeta. Outras espécies prejudicam grandes áreas de cultivo
hidropônico, ou plantas com importância econômica. Alguns registros mostraram
que certas espécies de quitrídios parasitam outros fungos; táxons de algas;
“briófitas”; samambaias; plantas fanerógamas; animais como peixes, crustáceos e o
homem. Apesar do grupo possuir muitas espécies patógenas e parasitas, há
aquelas que são utilizadas para o controle biológico, pois predam nematoides. No
entanto, vale lembrar que como todos os fungos, os quitrídios são
importantes decompositores e com isso contribuem imensamente para a ciclagem
de nutrientes dos ambientes que vivem. Com mencionado no início deste texto,
existem espécies simbiontes vivendo no trato digestório de ruminantes e, assim,
auxiliando na degradação da celulose durante o processo digestório.

Morfologia e reprodução
As quitrídias são variadas em sua forma de vida, em suas interações sexuais e
principalmente no ciclo de vida. A meiose e a mitose lembram os mesmos processos
ocorrentes em outros fungos. São intranucleares, ou seja, o envoltório permanece
intacto até a telófase tardia. Distinguem-se dos outros fungos principalmente pelas
células móveis características (zoósporos e gametas), a maioria contendo apenas
um único flagelo liso e posterior. As quitrídias exibem vários modos de reprodução,
algumas não desenvolvem micélio e outras tem rizóides finos. Em termos de ciclo de
vida, morfologia e fisiologia, Allomyces é a quitrídia mais bem conhecida.
A reprodução assexuada ocorre por Zoósporos produzidos em esporângios e os
esporângios podem ser como opérculos ou inoperculados; A reprodução sexuada é
conhecida em poucas espécies sendo que a mesma pode ser: por copulação
gametangial, copulação planogamética (iso, aniso ou oogâmica) ou somatogamia;
No ciclo da Allomyces há alternância de gerações isomórficas. Os indivíduos
haploides e diploides são indistintos, até que iniciem a formação de estruturas
reprodutivas. Os indivíduos haploides (gametófitos) produzem aproximadamente
igual número de gametângios femininos hialinos e gametângios masculinos. Os
gametas são de dois tamanhos, condição chamada anisogamia. Os gametas
masculinos, que têm cerca da metade do tamanho dos gametas femininos, são
atraídos por sirenina, um hormônio produzido pelos gametas femininos. O zigoto
15 | P á g i n a
perde os flagelos e germina produzindo um indivíduo diploide. Essa estrutura
esporofítica produz dois tipos de esporângios. O primeiro são esporângios
assexuados - sem cor, com parede fina e que libera zoósporos diploides - os quais
podem germinar e repetir a geração diploide. O segundo tipo são esporângios
sexuados - castanhos-avermelhados, com parede espessa e que são capazes de
resistir à condições severas do ambiente. após um período de dormência, a meiose
ocorre nesses esporângios sexuados, resultando na formação de zoósporos
haploides. Esses zoósporos desenvolvem-se em gametófitos, que produzem
gametângios na maturidade.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÕES


É de grande importância o estudo sobre os fungos pois é daí que teremos a
capacidade de diferenciar o que é benéfico ou maléfico para a ser humano.

Algumas espécies de fungos trazem grandes prejuízos aos seres humanos, como a
deterioração de alimentos, doenças como candidíase, pano branco, micoses,
aspergilose pulmonar etc., no entanto, outras espécies são extremamente
importantes, como veremos a seguir.

Como dissemos anteriormente, os fungos são organismos heterótrofos e se


alimentam de moléculas orgânicas retiradas da matéria orgânica. Essa matéria
orgânica da qual eles retiram essas moléculas é proveniente de cadáveres e restos
de plantas e animais. Por esse motivo, eles são chamados de saprófagos e,

16 | P á g i n a
juntamente com as bactérias, decompõem a matéria orgânica, fazendo a reciclagem
de nutrientes na natureza e impedindo o acúmulo de lixo orgânico.

Algumas espécies de fungos como o Agaricus campestris e o Lentinus


edodes, conhecidos respectivamente como champignon e shitake, são amplamente
utilizados no preparo de diversos pratos da gastronomia.

Além desses fungos, há os que são utilizados na fabricação de queijos, como


o Penicillium roqueforti, utilizado na produção do queijo roquefort, e o Penicillium
camembertii, utilizado na fabricação do queijo camembert.
Já as leveduras, como o Saccharomyces cerevisae, são empregadas na fabricação
de alimentos como pães, roscas, bolos etc. Elas são utilizadas como fermento, pois
conferem à massa leveza e maciez. Em bebidas alcoólicas, como a cerveja, uísque
e saquê, o Saccharomyces cerevisae também é empregado, mas na produção de
vinho, o fungo utilizado é o Saccharomyces ellipsoideus.
Além de serem importantes como decompositores, na indústria alimentícia e de
bebidas, os fungos também são muito importantes na indústria farmacêutica, na
produção de antibióticos como a penicilina, descoberta por Alexander Fleming no
ano de 1929, que é amplamente empregada nos dias atuais.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

6. Barros, M. B., Schubach, A. O., Schubach, T. M., Wanke, B., e Lambert-Passos, S. R.


(2008). An epidemic of sporotrichosis in Rio de Janeiro, Brazil: epidemiological aspects of
a series of cases. Epidemiology & Infection, 136, 1192-1196.
7. Freitas, D. F. S., Valle, A. C. F. D., Paes, R. D. A., Bastos, F. I. P. M., e Galhardo, M. C.
G. (2010). Zoonotic sporotrichosis in Rio de Janeiro, Brazil: a protracted epidemic yet to
be curbed.
8. Foto esporotricose felina: Gremião, I. D., Menezes, R. C., Schubach, T. M., Figueiredo,
A. B., Cavalcanti, M. C., e Pereira, S. A. (2015). Feline sporotrichosis: epidemiological
and clinical aspects. Medical mycology, 53, 15-21.
9. Muniz, A. S., e Passos, J. P. (2009). Esporotricose humana: conhecendo e cuidando em
enfermagem. Rev. enferm. UERJ, 17, 268-272.
10. Foto esporotricose humana: MAHAJAN, Vikram K. Sporotrichosis: an overview and
therapeutic options. Dermatology research and practice, v. 2014, 2014.
11. Microscopia Sporothrix: http://thunderhouse4-yuri.blogspot.com.br/2015/05/sporothrix-
schenckii-complex-revisited.html
12. http://sbdrj.org.br/catnoticias/sbdrj-lanca-cartilha-sobre-esporotricose/
13. https://www.unasus.gov.br/noticia/esporotricose-pesquisadores-esclarecem-sobre-
doenca-que-pode-afetar-animais-e-humanos
14. https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/esporotricose-pesquisadores-esclarecem-sobre-
doenca-que-pode-afetar-animais-e-humanos

17 | P á g i n a

Você também pode gostar