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Os representantes do Filo Chytridiomycota são referidos como fungos zoospóricos ou

quitrídios. Há evidências que indicam que este grupo foi o primeiro a divergir dos
outros grupos de fungos. Quitrídios são organismos microscópicos e únicos a
apresentar flagelos dentro do reino Fungi. Atualmente, o sistema de classificação
biológica segregou alguns táxons do filo Chytridiomycota, criando dois novos filos:
Noecallimastigomycota e Blastocladiomycota, fungos simbiontes vivendo no trato
digestório de animais herbívoros.

Com aproximadamente 1000 espécies registradas, os quitrídios são organismos


predominantemente aquáticos, mas com representantes em solo, ou estabelecendo
relações simbióticas. Foram isolados de ambientes marinhos e fontes hidrotermais.
Muitos trabalhos apontam a preferência destes fungos em degradar compostos
celulósicos, quitinosos e queratinosos. Há muitas espécies patógenas e existem
espécies específicas que atacam determinados organismos, como é o caso de
Batrachochytridium dendrobatidis, que contribui com a diminuição da população de
anfíbios do planeta. Outras espécies prejudicam grandes áreas de cultivo hidropônico,
ou plantas com importância econômica. Alguns registros mostraram que certas
espécies de quitrídios parasitam outros fungos; táxons de algas; “briófitas”;
samambaias; plantas fanerógamas; animais como peixes, crustáceos e o homem.
Apesar do grupo possuir muitas espécies patógenas e parasitas, há aquelas que são
utilizadas para o controle biológico, pois predam nematoides. No entanto, vale lembrar
que como todos os fungos, os quitrídios são importantes decompositores e com isso
contribuem imensamente para a ciclagem de nutrientes dos ambientes que vivem.
Com mencionado no início deste texto, existem espécies simbiontes vivendo no trato
digestório de ruminantes e, assim, auxiliando na degradação da celulose durante o
processo digestório.

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Em 2007, o Dr. Hibbett e especialistas no mundo propuseram um novo sistema de


classificação biológica para os fungos e o que se conhecia por zigomicetos (filo:
Zygomycota) foi segregado em subfilos, pois as análises que levam aos resultados
das relações de parentesco e ancestralidade deixaram incertezas. Desta forma, o
maior número de espécies registradas pertence ao subfilo Mucoromycotina, com 325
representantes bem conhecidos como o mofo preto do pão, Rhizopus sp. (figura 1),
que formam massas cotonosas e negras em alimentos ricos em carboidratos; ou os
coprófilos, como Pilobolus sp. (figura 2), que decompõem fezes de animais. Outros
representantes são os fungos em Enthomophtoromycotina, com 277 espécies, onde a
maioria é parasita de animais invertebrados, principalmente, insetos e ocasionalmente
parasitam vertebrados; há patógenos de algas e plantas, como musgos e
samambaias. Kickxellomycotina, com 264 espécies, constituído por parasitas de

animais, outros fungos e como simbiontes obrigatórios. E, Zoopagomycotina, outro


subfilo com 190 espécies endo e/ou ectoparasitas de animais e outros fungos.
Contudo, estes fungos também possuem grande aparato enzimático, o que os tornam
potenciais decompositores e cicladores de matéria orgânica nos ambientes (sapróbios)

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Os ascomicetos compreendem o grupo mais numeroso de fungos, com cerca de


32.300 espécies descritas. Neste grupo estão os fermentos e os populares bolores
que estragam os alimentos. Existem espécies que causam doenças em vegetais.
Morfologia
As leveduras são unicelulares. A maioria dos ascomicetos possui talo filamentoso e
suas hifas possuem septos transversais perfurados para que o citoplasma e o núcleo
possam se mover de uma célula para outra. Estas células normalmente possuem
apenas um núcleo. A parede celular é composta de quitina.

Ambiente
A maioria das espécies de ascomicetos é terrestre, mas existem representantes
marinhos associados com algas, formando liquens.
Reprodução
A reprodução assexuada ocorre pela formação de conídios multinucleados, um tipo de
esporo.

A reprodução sexuada ocorre da seguinte forma: as hifas homocarióticas formam os


ascogônios (gametângios femininos) e os anterídios (gametângios masculinos).
Quando os dois se encontram e são compatíveis, ocorre a plasmogamia, que é a
fusão destas estruturas, porém parcialmente.

Na estrutura feminina que sofreu fecundação vão brotar hifas com núcleos haplóides e
heterocarióticos, pos são resultado da fusão de dois talos. Na extremidade destas
hifas formam-se ganchos, por onde cresce o micélio, formando células com dois
núcleos (1 feminino e 1 masculino). Um tempo depois ocorre a cariogamia, formando
um núcleo diplóide, e por meiose forma 4 núcleos haplóides, logo após sofre mitose,
formando 8 núcleos haplóides, que formam 8 esporos.

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O micélio dos basidiomicetos é composto de muitas hifas ramificadas e delgadas, que
se encontram no substrato e podem ser sapróbias ou parasitas de plantas e animais.

As hifas são uninucleadas e septadas, podendo haver uma fase dicariótica. Com
exceção do grupo das ferrugens, os basidiomicetos possuem estruturas que impedem
a troca de núcleos entre as células. A parece celular é composta de quitina.

Reprodução
A reprodução assexuada ocorre por fragmentação do micélio e produção de esporos.

A reprodução sexuada pode acontecer através da copulação de duas hifas


compatíveis, ou então entre um esporo e uma hifa. Esta fusão leva à formação de uma
célula binucleada ou dicariótica, que por fibulação, um tipo de divisão celular, dá
origem a outras células dicarióticas. A fase dicariótica cresce e fica independente da
forma unicariótica. Ocorre então a cariogamia e logo após, a meiose, formando quatro
núcleos haplóides, que formarão quatro basidiósporos na extremidade de pequenos
pedúnculos. Os basidiósporos são lançados no ambiente para serem disseminados
por animais ou pelo vento.

O ciclo de vida começa quando o basidiósporo germina, originando um micélio


uninucleado e haplóide. Quando as hifas se fundem, forma-se uma célula dicariótica
que dará origem ao micélio dicariótico, onde ocorrerá a diferenciação dos basídios e
conseqüente formação do basidiocarpo, que produzirá novos basidiósporos.

Importância econômica
Os cogumelos são muito usados na indústria alimentícia. Porém existem espécies
tóxicas. Muitas espécies provocam danos em plantas, como a ferrugem do café.

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