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2º Ano, 1º Semestre
4º Grupo
FUNGOS FITOPATÓGENOS
Estudantes:
Docente:
Os fungos são organismos que convivem connosco todos os dias. Estes organismos são
encontrados praticamente em qualquer local do ambiente que nos cerca, inclusive no ar, onde
estruturas reprodutivas, na forma de esporos ou condios, estão prontas para, ao cair em um
substrato adequado, desenvolver novas estruturas vegetativas e reprodutivas.
O fungo obtém o alimento seja como saprófitas, organismos que vivem sobre a matéria orgânica
morta, ou como parasitas, que se nutrem da matéria viva. Em ambos os casos, as substâncias
nutritivas são ingeridas por absorção após terem sido parcialmente digeridas por meio de
enzimas. A maioria dos fungos é constituída de espécies saprófitas que desempenham a
importante função de decomposição na biosfera, degradando produtos orgânicos e devolvendo
carbono, nitrogênio e outros componentes ao solo, tornando assim disponíveis às plantas. Cerca
de 100 espécies de fungos produzem doenças no homem e quase o mesmo número em animais, a
maioria das quais são enfermidades superficiais da pele ou de seus apêndices. No entanto, mais
de 8.000 espécies de fungos causam doenças em plantas, sendo que todas as plantas são atacadas
por algum tipo de fungo, e cada um dos fungos parasitas atacam a um ou mais tipos de plantas
(Michereff, 2001).
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
➢ Abordar acerca dos fungos fitopatogénicos.
1.1.2. Específicos
➢ Apresentar as características gerais dos fungos;
➢ Mostrar as estruturas (assimilativas e reprodutivas) dos fungos;
➢ Demonstrar a classificação dos fungos;
➢ Descrever os principais grupos de fungos.
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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Fungos fitopatógenos
Micro-organismos fitopatogênicos são aqueles que assim como endófítos, habitam no interior
dos tecidos vegetais. Estes, por sua vez, habitam no interior da planta, mas não causam danos
aparentes ao hospedeiro (Hallmann et al., 1997). No entanto, os micro-organismos denominados
como fitopatogênicos, diante de estresses bióticos e abióticos, tornam-se patógenos e causam
doenças nas plantas por meio de distúrbios em seu metabolismo celular (Bomfim et al., 2013).
Os fungos são conhecidos da humanidade há vários séculos, tanto por seus benefícios quanto
pelos problemas que causam. Muitas doenças de plantas são causadas por fungos. Segundo
Michereff (2001) são mais de 8.000 espécies de fungos causam doenças em plantas.
Os fungos são importantes para a Fitopatologia sob o ponto de vista económico pois eles têm
uma grande implicação nessa área. Nós dependemos da agricultura para nos fornecer alimentos,
principalmente os grãos de cereais (milho, trigo, aveia, amendoim.) que alimentam tanto os
humanos quanto os animais. Doenças fúngicas em cereais causam perdas significantes na
agricultura, tanto para o consumo interno quanto para a exportação de grãos atividade tao
importante em nossa economia. (Lage de Moraes et al…, s/a).
A maioria dos fungos fitopatogênicos passa parte de seu ciclo de vida nas plantas que lhe servem
de hospedeiro, e outra parte no solo ou em restos vegetais depositados sobre este substrato.
Alguns fungos passam todo o seu ciclo de vida sobre o hospedeiro e somente seus esporos se
depositam no solo, onde permanecem em dormência até que sejam levados a um hospedeiro no
qual germinam e se reproduzem. Outros fungos devem passar parte de seu ciclo de vida como
parasitas de seu hospedeiro e parte como saprófitas sobre os tecidos mortos depositados no solo.
No entanto, este último grupo de fungos se mantém em estreita associação com os tecidos do
hospedeiro, não se desenvolvendo em qualquer outro tipo de matéria orgânica. Um terceiro
grupo de fungos vive como parasitas de seus hospedeiros, porém continuam vivendo,
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desenvolvendo-se e reproduzindo-se sobre os tecidos mortos deste hospedeiro, inclusive podem
abandonar esses tecidos e depositarem-se no solo ou em outros órgãos vegetais em processo de
decomposição, nos quais se desenvolvem e reproduzem como saprófitas estritos. É indispensável
que os órgãos vegetais mortos nos quais se desenvolvam esses fungos não pertençam ao
hospedeiro que tenham parasitado. Geralmente esses fungos são patógenos que habitam o solo,
possuem uma ampla gama de hospedeiros e sobrevivem no solo durante vários anos na ausência
de seus hospedeiros.
Os fungos, em sua maioria, são constituídos de filamentos microscópicos com parede celular
bem definida, chamados hifas. A célula fúngica é constituída pelos principais componentes
encontrados nos organismos eucariotos.
Dependendo da classe a que pertence o fungo, a hifa pode ser contínua ou apresentar paredes
transversais que a dividem, denominados septos, sendo, portanto, chamada de hifa septada. Esta
possui um poro em cada septo para passagem do líquido protoplasmático. A hifa sem septo é
chamada asseptada, contínua ou cenocítica, porque os núcleos distribuem-se num protoplasma
comum (Fig. 1).
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Figura 1. Tipos de hifas: (A) cenocítica; (B) septada. Fonte: Apostila de Fitopatologia de
Michereff (2001)
A B
Figura 2. Micélio (A) e hifas (B). Fonte: Barros de Medeiros e Silva da Costa, (2020)
Os fungos, por serem aclorofilados, não podem utilizar energia solar para sintetizar seu próprio
alimento. A substância de onde os fungos retiram os nutrientes de que necessitam chama-se
substrato, o qual pode ser o húmus do solo, restos de cultura, plantas vivas. As hifas ramificam-
se em todas as direções no substrato, formando o micélio. As hifas ou micélio, quanto ao
número de núcleos, podem ser uninucleadas, binucleadas e multinucleadas. A extremidade da
hifa é a região de crescimento. O protoplasma na extremidade da hifa sintetiza um grande
número de enzimas e ácidos orgânicos que são difundidos no substrato. As enzimas e ácidos
quebram a celulose, amido, açúcares, proteínas, gorduras e outros constituintes do substrato, que
são utilizados como alimentos e energia para o crescimento do fungo.
O crescimento do micélio de um fungo parasita pode ser externo ou interno em relação ao tecido
hospedeiro. O micélio externo ocorre como um denso emaranhado na superfície de folhas, caules
ou frutos, que não penetra na epiderme dos órgãos e nutre-se através de exsudatos (açúcares) da
planta. O micélio interno pode ser subepidérmico, quando desenvolve entre a cutícula e as
células epidermais; intercelular, quando penetra no hospedeiro e localiza-se nos espaços
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intercelulares, sem penetrar nas células, sendo os nutrientes absorvidos através de órgãos
especiais chamados haustórios (estruturas constituídas de células da hifa) ou diretamente por
difusão através da parede celular; ou intracelular, quando penetra dentro da célula hospedeira,
absorvendo os nutrientes diretamente. Existem espécies que tem capacidade de penetrar
diretamente pela superfície intacta do hospedeiro. Estas espécies apresentam órgãos especiais,
chamados apressórios, que se fixam na superfície do hospedeiro e no ponto de contato ocorre a
dissolução do tecido formando um pequeno orifício (microscópico).
Os esporos sexuais são resultantes da união de núcleos compatíveis, seguido de meiose e mitose.
Os órgãos sexuais do fungo são chamados de gametângios. O gametângio feminino é
denominado oogônio ou ascogônio, enquanto o gametângio masculino é denominado anterídio.
A fase associada com os esporos assexuais e micélio estéril é conhecida como estágio ou fase
imperfeita do fungo, enquanto aquela associada com a produção de zigoto e chamada estágio ou
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fase perfeita. Os esporos assexuais são representados por zoósporos, conidiosporos, uredosporos
e outros, formados pelas transformações do sistema vegetativo sem haver fusão de núcleos.
Algumas espécies de fungos produzem os gametângios no mesmo talo e são ditos homotálicos
(hermafroditas). Outras formam talos com sexos agregados e são chamados heterotálicos
(dioicos), isto é, os sexos são agregados em dois indivíduos diferentes, não podendo cada talo, ou
seja, cada indivíduo, reproduzir-se sexualmente sem o concurso de outro. A maioria dos fungos
é eucárpico, ou seja, apenas parte do talo transforma-se na estrutura reprodutiva. Nos fungos
mais inferiores, em algumas espécies, todo talo transforma-se na estrutura reprodutiva, sendo
chamadas holocárpicas.
2.5.Tipos de Reprodução
De cordo com Michereff (2001) os fungos podem apresentar reprodução assexuada, sexuada e
também um mecanismo de recombinação gênica, denominado parassexualidade.
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2.5.1. Reprodução assexuada
Muito comum nos fungos, pode ocorrer pela fragmentação do micélio (cada fragmento origina
novo organismo) ou pela produção de esporos assexuais. Neste tipo de reprodução não ocorre
fusão de núcleos, somente ocorrendo mitoses sucessivas.
Ocorre entre dois esporos móveis ou não, em que três processos se sucedem:
Divisões Classes
Gymnomicota
✓ Fungos sem parede celular Myxomicetos
✓ Formam plasmódios multinucleados
Mastigomicota Chytridiomicetos
✓ Esporos assexuais móveis por flagelos Plasmodiophoromicetos
(zoosporos) Oomicetos
Amastigomicota Zygomicetos
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✓ Esporos assexuais imóveis Ascomicetos
Basidiomicetos
Deuteromicetos
Myxogastria é uma classe do filo Amoeba e intrafilo Mycetozoa. Esta classe agrupa os
Mixomicetos verdadeiros e compreende 5 ordens, 14 famílias e 62 géneros e 888 espécies. As
ordens Physarida e Chinosteliida pode ser agrupada na família Myxogastromycetidae
(Alexopolous et a., 1996).
Características:
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Características:
Características:
O único género desta família é o Albugo. Os membros desse género são responsáveis por
pequenos e grandes danos a uma variedade de plantas uteis, causando condições de manchas
brancas.
As Albuginaceae incluem fungos que são todos parasitas obrigatórios do sistema vascular das
plantas, causando doenças conhecidas como bolhas brancas ou ferrugens brancas. Essas bolhas
brancas são devidas ao desenvolvimento de numerosos conídios, às vezes chamados de
esporângios, em cadeias sob a epiderme do hospedeiro (Endo e Linn, 1960).
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Figura 5. Bolha branca do girassol causada por Albugo tragopogi. Fonte: Internet
Pythiales é uma ordem dos Oomycetes. As espécies de Pythium têm esporângios filamentosos,
oogónias esféricas de paredes lisas e anterídios penduculados. Vários são frequentemente
responsáveis por causar doenças graves nas plantas, como por exemplo: o tombamento e
podridão. Algumas de suas espécies são agentes causadores de várias doenças vegetais
importantes economicamente, como a Phytophthora infestans.
São encontrados fungos causadores das doenças conhecidas como míldios. Os esporangioforos
tem crescimento determinado e forma bem definida.
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Figura 7. Mildio do Alface (Bremia lactucae). Fonte: internet.
Todos os fungos conhecidos, com poucas exceções, têm origem dos esporos (reprodução
sexuada) ou condios (reprodução assexuada), corpúsculos que podem ser comparados s sementes
das plantas superiores, embora não sejam morfologicamente semelhantes a estas.
Os fungos são considerados seres cosmopolitas, pois estão presentes em qualquer parte do
planeta. Na agricultura ocupam lugar importante na Fitopatologia.
Os fungos, por serem aclorofilados, não podem utilizar energia solar para sintetizar seu próprio
alimento.
A maioria dos fungos fitopatogênicos passa parte de seu ciclo de vida nas plantas que lhe servem
de hospedeiro, e outra parte no solo ou em restos vegetais depositados sobre este substrato.
Alguns fungos passam todo o seu ciclo de vida sobre o hospedeiro e somente seus esporos se
depositam no solo, onde permanecem em dormência até que sejam levados a um hospedeiro no
qual germinam e se reproduzem. Outros fungos devem passar parte de seu ciclo de vida como
parasitas de seu hospedeiro e parte como saprófitas sobre os tecidos mortos depositados no solo.
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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGRIOS, G.N. Plant diseases caused by fungi. In: AGRIOS, G.N. Plant pathology. 4th ed. San
Diego: Academic Press, 1997. p.245-406.
ALEXOPOULOS, C.J.; MIMS, C.W. Introductory mycology. 3rd ed. New York: John Wiley &
Sons, 1979. 630p.
KRUGNER, T.L.; BACCHI, L.M.A.A. Fungos. In: BERGAMIN FILHO, A.; KIMATI, H.;
AMORIM, L. (Eds.). Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 3ª ed. São Paulo:
Agronômica Ceres, 1995. v.1, p.46-96.
Singh (2010). Text Book Of Botany Diversity Of Microbes And Cryptogams. Gangotri: Rastogi
Publications.
SILVEIRA, V.D. Lições de micologia. 3. ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1968. 301p.
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