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Faculdade De Ciências Agrárias

Licenciatura em Engenharia em Desenvolvimento Rural

3o Nível, 2o Semestre

Disciplina: Desenho Técnico

1º Grupo

NORMAS DO DESENHO TÉCNICO

Estudantes

Angelica Mueleia

Dércio Sérgio Neves

Guinócio Pereira

Ussene Assane

Jermias Alfredo Zalema

Jonas Raul Sebastião

Mónica António

Docente:

Arq. Floriano Muahache

Unango, Agosto de 2023


Índice pág.
I. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................4

1.1. Objetivos ...........................................................................................................................4

1.1.1. Geral .....................................................................................................................................4

1.1.2. Específicos ...........................................................................................................................4

1.2. Metodologia ......................................................................................................................4

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................................5

2.1. Normalização ....................................................................................................................5

2.1.1. Importância da Normalização ...........................................................................................5

2.2. Normas Técnicas ...............................................................................................................5

2.2.1. Normas de Moçambique ....................................................................................................6

2.3. Normas Portuguesas para o Desenho Técnico ..................................................................6

2.3. Formato de papel ..............................................................................................................6

2.3.1. Dobramento de folha de desenho .....................................................................................7

2.3.2. Como calcular as dimensões .............................................................................................8

2.3.3. Margens ................................................................................................................................8

2.4. Tipos de linhas ..................................................................................................................9

2.4.1. Hierarquia das linhas ........................................................................................................11

2.4.2. Largura das linhas .............................................................................................................11

2.4.3. Espaçamento entre linhas ................................................................................................11

2.4.4. Cores das linhas ................................................................................................................11

2.5. Cotagem ..........................................................................................................................12

2.5.1. Exemplo de cotas de nível ...............................................................................................13

2.5.2. Símbolo de Cotagem ........................................................................................................14

2.5.3. Cotagem de identificação de posição e de forma .........................................................15

2.5.4. Cotagem fora de escala e peça interrompida ................................................................15

2.6. Escala ..............................................................................................................................16


2.6.1. Instrumentos usados para leitura escalas .......................................................................17

2.6.2. Escalímetros ......................................................................................................................17

2.6.3. Onde indicar a escala em um desenho ...........................................................................18

2.6.4. Escalas gráficas .................................................................................................................18

2.7. Esquadria e legenda ........................................................................................................19

2.7.1. Legendas ............................................................................................................................19

2.8. Letras e algarismos .........................................................................................................20

2.9. Dobragem ........................................................................................................................20

2.9.1. Dobragem da folha A0 .....................................................................................................21

2.9.2. Dobragem da folha A1 .....................................................................................................21

2.9.3. Dobragem da folha A2 .....................................................................................................21

2.9.4. Dobragem da folha A3 .....................................................................................................22

3. Materiais usados no desenho técnico .....................................................................................22

IV. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES.............................................................................................24

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................25


I. INTRODUÇÃO
O desenho é uma forma de representar graficamente visões, formas e ideias, podendo ser
executado a mão livre ou por meio de instrumentos e aparelhos especiais. O desenho livre, aquele
praticado pelos artistas, distingue-se do desenho técnico que segue normas de representação
gráfica de entendimento internacional. A normalização do desenho surgiu como estratégia de
padronizar as representações gráficas de modo que as soluções propostas possam ser entendidas
(SERRA, 2008).

O desenho é a arte de representar graficamente formas e ideias à mão livre, sob a forma de um
esboço, ou com o auxílio de instrumentos, com a observância de certas normas. O desenho técnico
torna-se assim, o elemento de expressão e comunicação, ou de ligação, entre o projeto (concepção)
e a execução (SILVA, 2001).

1.1. Objetivos
1.1.1. Geral
➢ Abordar a cerca das normas do desenho técnico.
1.1.2. Específicos
➢ Identificar as normas usadas no desenho técnico;
➢ Descrever as normas do desenho técnico;
➢ Apresentar os materiais utilizados no desenho técnico.

1.2. Metodologia

Como forma de responder o objetivo do trabalho, foi realizada uma revisão bibliográfica com
pesquisas em arquivos eletrônicos, usando as seguintes bases de dados: Google Acadêmico, com
artigos em português, sites e livros da área desenho técnico e engenharia. A partir dos arquivos
encontrados nesses meios de pesquisa, foi possível escrever uma revisão do tema atribuído,
ressaltando os pontos mais relevantes e importantes para o tema.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Normalização

A normalização é um processo mediante o qual se faz a regulamentação das nomenclaturas,


medidas, características de aparelhos e produtos industriais, assim como dos seus consumíveis,
(JAMISSE & ZIMBICO, 2009).

2.1.1. Importância da Normalização

Segundo Jamisse & Zimbico (2009), as normalizações têm um papel importante no


desenvolvimento técnico-científico, pois uniformiza e simplifica o processo das várias descobertas
no campo da ciência e da técnica, facto que permite o intercâmbio de experiências e cooperação.
A normalização faz o desenho técnico um instrumento que permite ao desenhista traduzir
graficamente as suas ideias e fornecer os elementos necessários ao operador para sua realização
prática. A normalização tem um papel relevante no desenvolvimento técnico-científico, pois
uniformiza e simplifica o processo das várias descobertas no campo de ciência e técnica,
permitindo deste modo, uma troca e cooperação multifacetada entre as nações e civilizações.

2.2. Normas Técnicas

As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em estabelecer


códigos técnicos que regulem relações entre os diversos agentes, como produtores, consumidores,
engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas normas técnicas e estas são acatadas
em todo o seu território por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente, a este setor.
Participam da elaboração das normas pesquisadores de reconhecida competência, fabricantes,
sociedade em geral. A norma técnica, uma vez elaborada, é colocada para consulta pública; e após
um prazo são feitas as correções assinaladas e discutidas, e a mesma é publicada e registrada
(RIBEIRO et al., 2013).

Exemplos de Normalizações internacionais

➢ CEI-Comissão electrónica internacional;


➢ ISO-International Sistem Organization;

Exemplos de Normalizações nacionais

➢ NP-Norma Portuguesa
➢ ASA-American Standard Association;
➢ NM- Normativo Moçambicano
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2.2.1. Normas de Moçambique
➢ DIN- (Deutsche Industrie normen)- Alemãs;
➢ ASA- (American Standard Association)-Americanas;
➢ NP- (Normas Portuguesas);
2.3. Normas Portuguesas para o Desenho Técnico

De acordo com Soares (s/d), algumas normas portuguesas para o desenho técnico são:

➢ NP 48: formatos de papel;


➢ NP 49: dobragem do papel;
➢ NP 62: natureza e espessura dos vários traços;
➢ NP 89: letras e algarismos;
➢ NP 167: representação gráfica de materiais em corte;
➢ NP 204: legendagem;
➢ NP 297: cotagem;
➢ NP 327: representação de vistas;
➢ NP 328: cortes e secção;
➢ NP 717: escalas;
➢ NP 718: esquadrias.
2.3. Formato de papel

Na elaboração de um desenho técnico deve-se usar o papel de série A, cujo formato maior é A0,
com uma superfície de 1cm2 (841mm/1189mm). Este tem forma rectangular, como ilustra a figura.

Figura 1: Formato do papel. Fonte: Soares (s/d).

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2.3.1. Dobramento de folha de desenho

O formato final do dobramento de cópias de desenhos nos formatos A0, A1, A2 e A3 deve ser o
formato A4. As cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a legenda.

O dobramento deve ser feito a partir do lado direito, em dobras verticais, a partir da legenda. Após
o dobramento vertical, devem ser realizadas as dobras horizontais. Os formatos A0, A1 e A2 devem
ter o canto superior esquerdo dobrado para trás. Para formatos maiores que o formato A0 e
formatos especiais, o dobramento deve seguir o formato de origem, de modo que ao final esteja
no padrão do formato A4.

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Formatos Dimensões
A0 841 mm x 1189 mm
A1 594 mm x 841 mm
A2 420 mm x 594 mm
A3 297 mm x 420 mm
A4 210 mm x 297 mm
A5 148 mm x 210 mm
A6 105 mm x 148 mm
A7 74 mm x 105 mm
A8 52 mm x 74 mm
Tabela 1: Dimensões do papel. Fonte: Soares (s/d).

O padrão internacional para tamanho de papéis estabelece-se com a norma ISO 216. Partindo do
sistema métrico, o formato-base é uma folha de papel medindo 1 m² de área (A0). A proporção
entre os lados do papel é a mesma em todos os tamanhos do padrão, ou seja, aproximadamente
igual a 1: √2, ou 1: 1,41, que tem a propriedade de se manter quando a folha é cortada pela metade
ou dobrada (SOARES, S/D).

2.3.2. Como calcular as dimensões

Divide-se o maior valor a medida do formato anterior por e, posteriormente, a mesma medida
divide-se por 2.

Logo:

➢ Para o formato A6, temos que partir das medidas do formato A5 (148 mm x 210 mm),
seguindo o anteriormente explicado:

210/ =210/1,4142= 148, 4938 ~ 148mm

210/2 =105mm

Assim, A6 apresenta as seguintes medidas: 105 mm x 148 mm.

2.3.3. Margens

Segundo OLIVEIRA (2022), cada tamanho de folha possui determinadas dimensões para suas
margens.
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A tabela, a seguir ilustra as margens para cada dimensão.

Margem (mm)
Formatos Dimensões (mm) esquerda Outras
A0 841 mm x 1189 mm 25 10
A1 594 mm x 841 mm 25 10
A2 420 mm x 594 mm 25 10
A3 297 mm x 420 mm 25 10
A4 210 mm x 297 mm 25 5
A5 148 mm x 210 mm 25 5

2.4. Tipos de linhas

Os diferentes elementos do desenho devem apresentar diferentes tipos de linha, com vista a
um pleno reconhecimento do objecto representado (SOARES, S/d).

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Tabela 2: Tipos de linhas. Fonte: OLIVEIRA, 2022

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2.4.1. Hierarquia das linhas

Quando houver sobreposição de linhas, deve ser seguida a hierarquia apresentada na tabela
abaixo.

Tabela 3: Hierarquia das linhas. Fonte: OLIVEIRA (2022).

2.4.2. Largura das linhas

A regra geral de utilização de espessura de linhas é de utilizar linhas largas para detalhes reais
visíveis e linha estreita para linhas imaginárias (eixos, alinhamentos...). Linhas reais não visíveis
podem ser representadas com linha larga, estreita ou extralarga, mas essa escolha deve ser feita no
início do desenho e mantida até o final, pois não se pode alterar a espessura de linhas para
representar a mesma informação, sob risco de causar falta de clareza ao transmitir a informação
(VEIGA DA CUNHA, 2008).

2.4.3. Espaçamento entre linhas

O espaçamento mínimo entre linhas paralelas (inclusive a representação de hachuras) não deve ser
menor que duas vezes a largura da linha mais larga, entretanto recomenda-se que esta distância
não seja menor que 0,70 mm no desenho impresso (VEIGA DA CUNHA, 2008).

2.4.4. Cores das linhas

As linhas devem ser monocromáticas no padrão preto e fundo branco. Caso se use outras cores,
devem ser indicados os seus significados no espaço para informações complementares na folha de
desenho (VEIGA DA CUNHA, 2008).

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2.5. Cotagem

A cotagem consiste na inscrição no desenho das dimensões reais das grandezas que o definem.
Como tal, é muito importante que seja feito correctamente, sob pena de originar enganos na leitura
dos desenhos e consequentes erros de fabricação da respectivas peças (SOARES, s/d).

Para SOARES (S/d) Os elementos que integram a tarefa de cotagem são:

➢ Linhas de cota ou linhas de dimensão: são segmentos de recta ou linhas curvas com setas
nas extremidades. São paralelas às linhas do desenho. Desenham-se com traço contínuo
fino.
➢ Linhas de chamada, ou linhas de extensão: são segmentos de recta, geralmente
perpendiculares às linhas do desenho a cotar, que delimitam as linhas de cota. Estendem-
se para além das linhas de cota e geralmente não terminam nos pontos de cotagem a que se
referem.
➢ Números de cota: são os números que representam a grandeza real das dimensões do
desenho, independentemente da sua escala

Figura 2 e 3: Elementos da cotagem (1) e outros tipos de extremidade de linha de cota (2). Fonte:
OLIVEIRA (2022).

De acordo com OLIVEIRA (2022), a cotagem de uma peça exige um número variável de
elementos de cotagem, em posições e situações diversificadas, pelo que, para ser adequadamente
realizada, se deve respeitar um conjunto de indicações simples. Referem-se a seguir as mais
importantes:

➢ Indicar as cotas necessárias, evitando repetições.


➢ As cotas devem estar na mesma unidade métrica ou angular.
➢ As cotas não devem coincidir com linhas de chamada ou linhas do desenho.

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➢ Quando as cotas forem muito curtas as setas podem ser substituídas por pontos.
➢ Quando as peças tiverem eixo de simetria pode traçar-se apenas metade da linha de cota,
a partir do eixo.
➢ As linhas de chamada não devem, sempre que possível cruzar-se com os elementos do
desenho.
➢ As linhas de chamada podem coincidir com eixos ou com elementos do desenho

Figura 4: Exemplo de cotagem ilustrando algumas dos indicações mencionadas


anteriormente.
2.5.1. Exemplo de cotas de nível

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2.5.2. Símbolo de Cotagem

Alguns símbolos são utilizados junto ao valor das cotas conforme mostra a Figura 5. É conveniente
esclarecer a natureza da cota adotada (diâmetro, raio, lado do quadrado).

Figura 5: Exemplos de simbolos utilizados na cotagem.

Cotagem em série e em paralelo

A Figura 6 apresenta a cotagem em série e em paralelo.

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Figura 6: exemplo de cotagem em série e em paralelo.

2.5.3. Cotagem de identificação de posição e de forma

A cotagem para identificar a posição é extremamente importante no momento de reproduzir o


desenho ou manufaturar a peça. Na Figura 7, é possível observar que a posição dos furos é
identificada através das cotas até seus eixos em relação a um ponto qualquer da peça que é
conhecido (RIBEIRO, et al, 2013).

Figura 7 e 8: Cotagem para identificar posição e contagem para identificar a forma

A cotagem para identificar a forma serve para entender a peça sem precisar de mais vistas
conforme mostrado na Figura 8.

2.5.4. Cotagem fora de escala e peça interrompida

A cotagem fora da escala é um artifício utilizado no desenho técnico. Nesse caso, vale sempre o
valor da cota e recomenda-se colocar um traço abaixo da cota para ressaltar que ela não está na
escala indicada conforme mostra a Figura 9 (RIBEIRO, et al, 2013).

Figura 9: exemplo de cota que não está na escala indicada.

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No caso de peça interrompida, a cota não deve ser interrompida, conforme mostra a Figura 9.

Figura 10: Cota em peça interrompida

2.6. Escala

No desenho técnico haverá sempre uma relação entre distância gráfica (d) e distância real (D). A
esta relação dá-se o nome de escala do desenho. Quando se faz um desenho directamente no papel
tem que haver uma escala definida. Quando se faz um desenho num computador a definição da
escala é feita no momento da impressão em papel (MORAIS, 2017).

Figura 11: Exemplo de redução da realidade em escala para caber no papel.

A escala é a relação (razão) entre a dimensão verificada no desenho e a dimensão que temos na
realidade, conforme a fórmula abaixo.

𝑑
𝐸=
𝐷

Onde “𝐸”, é a escala, “𝑑” é a dimensão no desenho e “𝐷” é a dimensão na realidade.

É comum que a escala seja representada por E = d/D ou por E = d:D. Por exemplo: escala 1/50, ou
escala 1:50. Se realizarmos um desenho na escala 1:50, significa que cada dimensão medida no
desenho será 50 vezes maior na realidade. Ou seja, “encolhemos” 50 vezes a realidade para
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representá-la. Por outro lado, se a escala for, por exemplo, 2:1, significa que cada dimensão no
desenho corresponde a sua metade na realidade, ou seja, “aumentamos” 2 vezes a realidade para
representá-la (MORAIS, 2017).

Pode se dizer, então, que:

➢ ESCALA 1:1 é a escala natural, ou real;


➢ ESCALA X:1 é uma escala de ampliação (X>1);
➢ ESCALA 1:X é uma escala de redução (X>1).

Tabela 2: Escalas recomendadas para desenho técnico

2.6.1. Instrumentos usados para leitura escalas


2.6.2. Escalímetros

Escalímetros são réguas nas quais temos diferentes escalas padrão gravadas, com a finalidade de
nos permitir ler diretamente desenhos representados em tais escalas, sem a necessidade de se fazer
conversões (Figura 12). Por exemplo, se utilizarmos um escalímetro que tem a escala 1:50 gravada,
poderemos ler diretamente com o mesmo um desenho que esteja em tal escala (MORAIS, 2017).

Figura 12: Escalímetro.

Nos escalímetros, a unidade corresponde a 1 metro reduzido na escala indicada. Por exemplo, na
escala 1:100 a unidade corresponde a 1 metro reduzido 100 vezes (igual a 1 centímetro), na escala
1:125 a unidade corresponde a 1 metro reduzido 125 vezes, e assim por diante.

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Figura 13: Uso do escalímetro para leitura da escala 1/5

Existem basicamente dois tipos de escalímetros: os triangulares e os “de bolso”. Nos escalímetros
triangulares temos duas escalas gravadas em cada lado, ou seja, 6 escalas. Nos escalímetros “de
bolso”, também chamados de escalímetros “canivete”, temos diversas lâminas, cada uma com uma
escala diferente gravada (MORAIS, 2017).

Figura 14: (a) Escalímetro triangular e (b) escalímetro de bolso.

2.6.3. Onde indicar a escala em um desenho

A escala utilizada em um desenho deve ser indicada na legenda (a qual é posicionada no canto
inferior direito da folha de desenho) ou abaixo de cada desenho existente na folha, conforme regra
a seguir:

➢ Quando todos os desenhos constantes na folha estão representados em uma mesma escala,
ela deve ser indicada na legenda;
➢ Quando se tem, em uma folha, desenhos com escalas diferentes entre si, no local da legenda
apropriado para indicar as escalas escreve-se “indicadas” e se indica as escalas utilizadas
abaixo de cada desenho.
2.6.4. Escalas gráficas

Uma escala gráfica é um segmento graduado para estabelecer a relação entre o desenho e a vida
real (Figura 15). Usualmente se utilizam divisões que no mapa tenham 1 centímetro, informando
sua correspondência na realidade que está sendo representada. Neste tipo de escala, é comum a
primeira porção, à esquerda, possuir uma subdivisão em mais partes. Por exemplo: na Figura 15,

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a escala é graduada de 1000 em 1000 metros, porém sua primeira porção é subdividida de 200 em
200 metros.

Figura 15: Escala gráfica

Este tipo de escala é muito utilizado em mapas. Uma das razões para tanto é que, quando se efetua
uma cópia do mapa, esta escala vai se manter fiel mesmo se na cópia houver uma alteração
dimensional (aumento ou redução do mapa). Em um caso desses, de o mapa sofrer uma alteração
em suas dimensões, a escala numérica deixaria de funcionar pois, em função da distorção havida,
o mapa deixaria de estar na escala original (RIBEIRO, et al, 2013).

2.7. Esquadria e legenda

Os desenhos devem estar organizados numa folha com o espaço de trabalho devidamente
organizado, e o desenho deve ser completado com o título e com as inscrições necessárias
colocadas no retângulo chamado quadro ou rótulo (JAMISSE & ZIMBICO, 2009).

Figura 16: exemplos de esquadrias. Fonte: adaptado de JAMISSE & ZIMBICO (2009).

2.7.1. Legendas

Toda folha de desenho deve conter uma legenda, que é um item obrigatório que apresenta todos
os dados do projeto. As informações mais importantes são: nome da instituição ou empresa; título
do desenho; escalas; unidades em que são expressas as dimensões; número e classificação do
desenho; data e assinatura dos responsáveis; indicação de substituição ou revisão, quando for o
caso. A altura da legenda deve ser calculada em função das informações que serão inseridas na
mesma. A distância entre as linhas da legenda deve ser proporcional ao tamanho das letras

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utilizadas. A legenda deve ter 178 mm de comprimento nos formatos A2, A3 e A4, e 175 mm nos
formatos A0 e A1 (SERRA, 2008).

2.8. Letras e algarismos

São instrumentos importantes para que haja uma clareza entre desenhos técnicos de plantas de
infra-estruturas, máquinas ou de peças e componentes mecânicos e de documentos de áreas da
Engenharia. Sendo de fundamental importância para quem deseja actuar nessa área saber todas as
regras e normas formuladas pela NP (Normas Portuguesas) (VIEIRA, S\D). Estas normas
estabelecem uniformidade e legibilidade para evitar prejuízos na clareza dos esboços ou desenhos
de modo a evitar interpretações erradas por possíveis técnicos e engenheiros responsáveis pelo
exame de desenhos técnicos. Sendo que existem normas referentes desde o formato dos caracteres
até a espessura das linhas (VIEIRA, S\D)

Figura 17: Dimensões gerais e espaçamento entre as linhas da base, utilizando letras maiúsculas
e minúsculas.

Todo o algarismo tem as dimensões de uma letra maiúscula de corpo normal, isto é,7 unidades de
altura e 4 de largura, com a excepção do algarismo 1 cura a largura é apenas de uma unidade.

Figura 18: Algarismos. Fonte: JAMISSE & ZIMBICO (2009).

2.9. Dobragem
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As recomendações de dobragem de folhas são fornecidas pela norma que apresenta procedimentos
para que as folhas sejam dobradas de forma que as mesmas fiquem com dimensões, após dobradas
com dimensões similares das folhas tamanho A4. Esta padronização se faz necessária para
arquivamento destas cópias, pois os arquivos e as pastas possuem dimensões padronizadas
(OLIVEIRA, 2022).

2.9.1. Dobragem da folha A0

Figura 19: Folha A0.

2.9.2. Dobragem da folha A1

Figura 20: Folha A1

2.9.3. Dobragem da folha A2


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Figura 21: Folha A2.

2.9.4. Dobragem da folha A3

Figura 22: Folha A3.

3. Materiais usados no desenho técnico


➢ Papéis: as folhas de papéis são usadas para esboçar os desenhos. Você pode usar a
transparência das folhas mais finas (com gramatura baixa) para captar melhor os traços
abaixo de cada folha e um bom bloco de folha sulfite que oferecerá resistência o bastante
para fazer os demais desenhos. (VIEIRA 2013).

3.1. Tipos de folhas de papeis:

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o Sulfite (gramatura média);
o Sulfurize (gramatura baixa);
o Vegetal (gramatura muito baixa).
➢ Transferidor: o transferidor é um instrumento usado para medir os ângulos composto por
escalas circulares. Seu uso pode ser feito na educação, matemática, engenharia, topografia,
construção e diversas outras actividades que requeiram o uso e a medição de ângulos com
precisão. Os tipos de transferidores só apresentados abaixo (ZITA, 2006).
o Transferidor ajustável;
o Transferidor meia-lua;
o Transferidor em Acrílico circular;
➢ Esquadros: O esquadro possui forma de um triângulo retângulo, ou de um L que serve
para traçar linhas perpendiculares e algumas linhas inclinadas, também pode ser usado para
medir e verificar ângulos rectos. É interessante adquirir pelo menos um kit com 45º-45º-
90º e outro de 30º-60º e 90º. (ZITA, 2006).
o Esquadro de Acrílico 21 cm 45º/90º sem Escala;
o Esquadro de Acrílico 26 cm 30º/60º/90º sem Escala.
➢ Réguas: As réguas apresentam tamanhos e materiais diferentes, os mais comuns são
plásticos, madeira e metal. O tamanho usual é de 30 cm, mas há também réguas pequenas
que podem caber em um bolso. Os tipos de réguas podem ser: régua, régua flexível, régua
paralela e compasso;
➢ Prancheta: a prancheta é uma ferramenta formada por uma superfície simples que pode
ser usada em diferentes inclinações permitindo o posicionamento ideal para os seus
desenhos. Além disso, é possível transportá-las para onde você quiser sem ter que retirar
as folhas da posição. Existem vários tamanhos, podemos encontrá-las nos tamanhos A1,
A2 e A3. Prancheta A1; e Prancheta A2;
➢ Fita métrica: a fita mágica é a melhor fita para desenhos pois descola sem danificar a
folha. É ideal para reparar documentos, identificar objectos, fazer emendas de rasgos do
papel e até tirar decalques de chassis, pois fica invisível quando aplicada. Aceita escrita de
lápis e caneta além de ter um desenrolamento suave e poder ser cortada sem o auxílio de
tesouras (ZITA, 2006)
➢ Compasso: O compasso é uma ferramenta de desenho muito útil de se ter por perto. Pode
ser usado, por exemplo, para fazer círculos perfeitos, segmentos de recta iguais ou para
achar o ponto médio de uma linha.

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IV. PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES
Durante a realização do trabalho o grupo constatou que, tanto o desenho em geral, e o desenho
técnico em particular, têm vindo a ser usados ao longo do tempo como uma ferramenta de trabalho.
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A normalização do desenho surgiu como estratégia de padronizar as representações gráficas de
modo que as soluções propostas possam ser entendidas

O padrão internacional para tamanho de papéis estabelece-se com a norma ISO 216. A proporção
entre os lados do papel é a mesma em todos os tamanhos do padrão.

A cotagem para identificar a posição é extremamente importante no momento de reproduzir o


desenho ou manufaturar a peça.

No desenho técnico haverá sempre uma relação entre distância gráfica (d) e distância real (D). A
esta relação dá-se o nome de escala do desenho. Quando se faz um desenho directamente no papel
tem que haver uma escala definida. Quando se faz um desenho num computador a definição da
escala é feita no momento da impressão em papel

Toda folha de desenho deve conter uma legenda, que é um item obrigatório que apresenta todos
os dados do projeto

V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
JAMISSE, Emídio Gabreil &ZIMBICO, Octávio José. Educação visual 8a classe para todos., 1 a
ed., editora nacional de Moçambique, S.A, Maputo, 2009.
25
MORAIS, S. Desenho Técnico Básico – 3, Ed. Porto. Porto, Portugal. 26º edição. 2017.

NBR 10.126 Cotagem em desenho Técnico. 1987.

OLIVEIRA, Geísa Gaiger de. Apostila de Desenho Técnico II. UFRGS – Universidade Federal do
Rio Grande do Sul. 2022

RIBEIRO, A.C., PERES. M.P., IZIDORO, N. Curso de Desenho Técnico e AutoCad. Ed. Pearson,
São Paulo, Brasil 2013

SOARES, Fernando. Desenho Técnico -Normalização.Ciencias ULisboa. s/a.

SERRA, Sheyla Mara Baptista. Normas técnicas. Apostila do departamento de engenharia civil da
UFSCar – volume 3. 2008

SILVA, J.C. Aprendizagem mediada por computador: uma proposta para desenho técnico
mecânico. 2001, 231f. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

VEIGA DA CUNHA, L. Desenho Técnico. Fundação Calouste Gulbenkian. 14º edição, 2008

VIEIRA, Emírcio; (S\D); Desenho esquemático (capítulo 1. Introdução ao desenho esquemático);


Pag 1-16. 2020

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