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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

ESPÍRITO SANTO

DESENHO TÉCNICO I

MECÂNICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
ESPÍRITO SANTO

DESENHO TÉCNICO I

Apostila elaborada por:


Prof.º Msc. Josimar A. C. Grippa
Prof.º Msc. Leandro Bitti Santtana
Prof.º Msc. Gueder Alves Assumpção

Aracruz – 2014

MECÂNICA

1
SUMÁRIO

1. CONCEITOS BÁSICOS ......................................................... 4


1.1. Histórico ................................................................................................ 4
1.2. Importâncias do desenho técnico .......................................................... 5
1.3. Criando um desenho técnico ................................................................. 7
1.4. Normas ................................................................................................. 7
1.5. Desenho digital ..................................................................................... 8
1.6. Instrumentos usados ............................................................................. 8
2. FORMATOS DE PAPEL ................................................................. 11
2.1. Dobragem das folhas .......................................................................... 13
2.2. Fixação da Folha ................................................................................. 15
3. LEGENDA.......................................................................................... 16
4. CARACTERES DOS DESENHOS ............................................... 17
5. APRESENTAÇÃO DA FOLHA ..................................................... 17
6. TIPOS DE LINHAS NBR8403 ....................................................... 18
6.1. Aplicação das Linhas............................................................................ 19
7. ESCALAS - NBR 8196 .................................................................... 20
7.1. Escalas Usuais ..................................................................................... 21
7.2. Exercício ............................................................................................... 21
8. DESENHO GEOMÉTRICO ............................................................ 21
8.1. Conceitos Básicos ................................................................................ 20
8.2. Figuras Geométricas ............................................................................ 23
9. PROJEÇÃO ORTOGONAL .......................................................... 23
9.1. Primeiro Diedro .................................................................................... 24
9.2. Terceiro Diedro ..................................................................................... 24
9.3. Posições das vistas .............................................................................. 26
9.4. Vértices, lados e faces ......................................................................... 26
9.5. Linhas ocultas ...................................................................................... 26
9.6. Escolha das vistas ................................................................................ 27
9.7. Menos vistas ........................................................................................ 27
9.8. Mais vistas ............................................................................................ 27
9.9. Vistas auxiliares ................................................................................... 27
9.10. Uso das Linhas de Eixo e de Simetria .................................................. 27
9.11. Peças simétricas (meia vista) ............................................................... 28
9.12. Vistas encurtadas (Linhas de interrupção) ........................................... 29
9.13. Executando a Projeção Ortogonal ........................................................ 31
10. PERSPECTIVAS ................................................................................ 40
10.1. Perspectiva Bimétrica .......................................................................... 41
10.2. Perspectiva Cavaleira.......................................................................... 41
10.3. Perspectiva Isométrica ........................................................................ 42

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10.4. Persp. Isométrica de Circunferência e de Arco de Circunferência ...... 42
11. COTAGEM ........................................................................................ 43
11.1. Linhas Empregadas na Cotagem ........................................................ 44
11.2. Posicionamento das Cotas .................................................................. 44
11.3. Cotas Agrupadas ................................................................................. 45
11.4. Cotagem em Espaços Limitados (Cotas Pequenas) ........................... 45
11.5. Cotagem de Ângulos e de Raios ......................................................... 46
11.6. Cotagem de Círculos ........................................................................... 47
11.7. O uso dos Eixos de Simetria ............................................................... 47
11.8. Cotagem em Peças Irregulares ........................................................... 47
11.9. Cotagem a partir da Linha de Referência ............................................ 48
11.10. Cotagem de Furos (Retos ou Circulares) ............................................ 48
11.11. Cotagem de Furo para Encaixes ......................................................... 49
12. CORTES ............................................................................................49
12.1. Corte Total........................................................................................... 50
12.2. Meio-Corte........................................................................................... 51
12.3. Corte Parcial ........................................................................................ 52
12.4. Corte em Desvio .................................................................................. 52
12.5. Hachuras ............................................................................................. 53
12.6. Omissões de Cortes ............................................................................ 54
12.7. Exercícios ............................................................................................ 56
13. REFERÊNCIAS ...............................................................................62

3
1. CONCEITOS BÁSICOS

1.1- Histórico

Desde suas origens o homem comunica-se através de grafismos e desenhos.


As primeiras representações que conhecemos são as pinturas rupestres, em
que o homem representava não apenas o mundo que o cercava, mas também
as suas sensações: alegrias, medos, danças, etc.
Ao longo da história, a comunicação através do desenho, foi evoluindo, dando
origem a duas formas de desenho: um é o desenho artístico, que pretende
comunicar idéias e sensações, estimulando a imaginação do espectador; e o
outro é o desenho técnico, que tem por finalidade a representação dos objetos
o mais próximo do possível, em formas e dimensões.

O que é desenho? É uma forma importante de comunicação, porque por meio


de desenhos podemos conhecer as técnicas, os hábitos e as idéias de quem
os projetaram.

O que é desenho técnico? É uma forma de representação gráfica, usada entre


outras finalidades, para ilustrar instrumentos de trabalho, como máquinas,
peças e ferramentas.

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Quais as diferenças entre desenho técnico e o desenho artístico?

Desenho técnico - é um tipo de representação gráfica utilizado por


profissionais de uma mesma área, como, por exemplo, na mecânica, na
marcenaria.
Deve transmitir com exatidão todas as características do objeto que representa.
Dessa forma, todos os elementos do desenho técnico obedecem as normas
técnicas, ou seja, são normalizados. É a linguagem gráfica em que se
expressa e registra as idéias e dados para a construção de máquinas e
estruturas. É caracterizado pela sua normatização e a ferramenta mais
importante num projeto, por ser o meio de comunicação entre quem projeta e
quem fabrica. Nele constam todas as informações referentes ao projeto.

Desenho artístico - reflete o gosto e a sensibilidade do artista que o criou.

1.2 - Importâncias do desenho técnico

Imagine que você tenha que fazer uma determinada peça na escola ou na
indústria. As informações para a execução desta peça poderão ser
apresentadas de diversos modos:
a) Recebendo a descrição verbal da peça
b) Recebendo uma fotografia da peça
c) Recebendo um modelo da peça
d) Recebendo um desenho da peça
Analisemos, agora, cada um deles.

a) Você deve concordar que a palavra não é o bastante para transmitir a idéia
da forma de uma peça, mesmo que ela não seja muito complicada.
Experimente, usando SOMENTE o recurso da palavra, descrever um objeto de
maneira que outra pessoa o faça. Você concluirá que isto é, praticamente
impossível.

b) Embora a fotografia transmita relativamente bem a idéia da parte exterior da


peça, não mostra seus detalhes interiores, além de não transmitir a idéia das
dimensões, logo, a fotografia não resolve o seu problema.

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c) O modelo resolve, até certo ponto, alguns problemas, mas nem todos.
Imagine você transportando um eixo de navio para executá-lo...
Além disso, a peça a ser feita, pode estar sendo idealizada, não existindo ainda
um modelo.

d) Finalmente, através de desenho é que se pode com clareza e precisão, de


maneira simples, transmitir todas as idéias de FORMA e DIMENSÕES de uma
peça.
Além disso, há uma série de outras informações necessárias que, somente o
desenho pode dar, tais como: o material de que a peça é feita os diferentes
acabamentos das superfícies, as tolerâncias de suas medidas, etc.

Podemos então concluir que:


O conhecimento do desenho é indispensáveis a todos aqueles que, como
você, terão necessidade de executar tarefas da indústria.

O ensino de desenho, no curso que você está fazendo, não visa formá-lo
desenhista, e sim, prepará-lo a orientar-se por meio dele, Dando-lhe condições
de:

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• Ler e interpretar, com segurança, desenhos técnicos.
• Executar traçados à mão livre e com instrumentos básicos.
• Criar hábitos de ordem nos trabalhos, sendo elementos de cultura para
educação geral.

Para que o emprego do desenho torne-se fácil e preciso, recorre-se ao uso de


instrumentos apropriados e, neste caso, é chamado “desenho com
instrumento” ou “desenho rigoroso”; quando feito à mão, sem auxílio de
instrumentos, denomina-se “desenho à mão livre”, “esboço” ou “croqui”.
Todos os assuntos, apresentados em nossas aulas, seguirão as
recomendações estabelecidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
- ABNT.

1.3 - Criando um desenho técnico

O desenho é uma forma de linguagem usada pelos artistas. Desenho técnico é


usado pelos projetistas para transmitir uma idéia de produto, que deve ser feita
da maneira mais clara possível. Mesmo preso por procedimentos e regras, um
desenho técnico necessita que o projetista use sua criatividade para mostrar,
com facilidade, todos os aspectos da sua idéia, sem deixar dúvidas.
Do outro lado, uma pessoa que esteja lendo um desenho deve compreender
seus símbolos básicos, que são usados para simplificar a linguagem gráfica,
permitindo que haja o maior número de detalhes possível.

1.4 - Normas

O desenho técnico permite, por meio de um conjunto de linhas, números,


símbolos e indicações escritas, fornecerem informações sobre a função, forma
e dimensões e material de um dado objeto que poderá ser executado sem o
contato direto entre projetista e executante.
Por esse motivo, a execução correta de um desenho técnico, pressupõe da
parte de quem executa o conhecimento de todas as normas que foram
elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) em acordo
com a ISO.

Sem tal conhecimento e, sobretudo sem a aplicação constante das normas,


que devem ser estudadas e discutidas, não é possível uma execução correta
do desenho que deve, pois ser lido e entendido facilmente sem equívocos e
interpretação.

Antes de mais nada, normas não são leis – o profissional pode não se prender
a todos os aspectos da norma, desde que justifique e se responsabilize por
isso. No caso do desenho técnico, não teremos normas que comprometam
diretamente a segurança pessoal, porém procura-se sempre manter um
padrão.

 Principais normas envolvidas nesta documentação:


o NBR-10647 – Norma Geral;
o NBR-8196 – Escalas;
o NBR-8402 – Escrita;

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o NBR-8403 – Tipos de linha;
o NBR-10068 – Folhas de Desenho;
o NBR-10126 – Cotagem;
o NBR-13142 – Dobramento de cópias;

1.5 - Desenho digital

Atualmente o usos de ferramentas de CAD (Computed Aided Design –


desenho auxiliado por computador) tornou obsoleto o uso de pranchetas e
salas de desenhos nas empresas. Um dos programas mais conhecidos é o
AutoCAD, criado pela empresa Autodesk, bastante difundido no mercado.

1.6 - Instrumentos usados

Lápis e lapiseiras

Ambos possuem vários graus de dureza: uma grafite mais dura permite pontas
finas, mas traços muito claros. Uma grafite mais macia cria traços mais
escuros, mas as pontas serão rombudas. O tipo de grafite dependerá da
preferência pessoal de cada um. Os lápis devem estar sempre apontados.

Figura 3 - Lápis

Esquadros

São usados em pares: um de 45º e outro de 30º / 60º. A combinação de ambos


permite obter vários ângulos comuns nos desenhos, bem como traçar retas
paralelas e perpendiculares.

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Figura 4 - Esquadros

Para traçar retas paralelas, segure um dos esquadros, guiando o segundo


esquadro através do papel. Caso o segundo esquadro chegue na ponta do
primeiro, segure o segundo esquadro e ajuste o primeiro para continuar o
traçado.

Figura 5 - Traçando retas paralelas com os esquadros

Figura 6 - Traçando retas perpendiculares com os esquadros


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Compasso

Usado para traçar circunferências e para transportar medidas. O compasso


tradicional possui uma ponta seca e uma ponta com grafite, com alguns
modelos com cabeças intercambiáveis para canetas de nanquim ou tira-linhas.
Em um compasso ideal, suas pontas se tocam quando se fecha o compasso,
caso contrário o instrumento está descalibrado. A ponta de grafite deve ser
apontada em “bizel”, feita com o auxílio de uma lixa.
Os compassos também podem ter pernas fixas ou articuladas, que pode ser útil
para grandes circunferências. Alguns modelos possuem extensores para traçar
circunferências ainda maiores. Existem ainda compassos específicos, como o
de pontas secas (usado somente para transportar medidas), compassos de
mola (para pequenas circunferências), compasso bomba (para circunferências
minúsculas) e compasso de redução (usado para converter escalas).

Figura 7 - Compasso

Escalímetro

Conjunto de réguas com várias escalas usadas em engenharia. Seu uso


elimina o uso de cálculos para converter medidas, reduzindo o tempo de
execução do projeto.
O tipo de escalímetro mais usado é o triangular, com escalas típicas de
arquitetura: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125. A escala 1:100 corresponde a
1 m = 1 cm, e pode ser usado como uma régua comum (1:1).

Figura 8 - Escalímetro

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Transferidor de 180º

É um instrumento utilizado na construção e medição de ângulos.

Figura 9 - Transferidor

2. FORMATOS DE PAPEL
O formato usado é o baseado na norma NBR 10068, denominado A0 (A-zero).
Trata-se de uma folha com 1 m2, cujas proporções da altura e largura são de 1:
√2 . Todos os formatos seguintes são proporcionais: o formato A1 tem metade
da área do formato A0, etc.

Obtêm-se então os seguintes tamanhos:

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Figura 10 – Formatos de papel e suas subdivisões

Cabe ao desenhista escolher o formato adequado, no qual o desenho será


visto com clareza. Todos os formatos devem possuir margens: 25 mm no lado
esquerdo, 10 mm nos outros lados (formatos A0 e A1) ou 7 mm (formatos A2,
A3 e A4). Também costuma-se desenhar a legenda no canto inferior direito.
Margens são limitadas pelo contorno externo da folha e quadro. O quadro limita
o espaço para o desenho. As margens esquerdas e direitas, bem como as
larguras das linhas, devem ter as dimensões constantes.

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A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no arquivamento.

Figura 11 – Formatos de papel e suas margens

2.1 – Dobragem das folhas

Toda folha com formato acima do A4 possui uma forma recomendada de


dobragem. Esta forma visa que o desenho seja armazenado em uma pasta,
que possa ser consultada com facilidade sem necessidade de retirá-la da
pasta, e que a legenda esteja visível com o desenho dobrado.
As ilustrações abaixo mostram a ordem das dobras. Primeiro dobra-se na
horizontal (em “sanfona”), depois na vertical (para trás), terminando a dobra
com a parte da legenda na frente. A dobra no canto superior esquerdo é para
evitar furar a folha na dobra traseira, possibilitando desdobrar o desenho sem
retirar do arquivo.

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Figura 12 – Dobragem dos formatos A3 e A2

Figura 13 – Dobragem do formato A1

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Figura 14 – Dobragem do formato A0

2.2 – Fixação da Folha

Recomenda-se que seja fixada corretamente a folha na prancheta, podendo


seguir:
 Coloque a folha embaixo da régua paralela;
 Nivelar a borda inferior da folha pela régua paralela;
 Comece a fixar a folha com um pequeno pedaço de fita adesiva, de
dentro para fora da folha.

É importante observar que o alinhamento da folha é em relação a régua


paralela, e não pela prancheta.

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Figura 15 – Fixação da folha na prancheta

3. LEGENDA
A legenda deve situar-se no canto inferior direito, nos formatos A3, A2, A1 e
A0, ou ao longo da largura da folha de desenho no formato A4. Nos formatos
A1 e A0 deve ter (175mm) no comprimento. E nos formatos A3, A2 e A4
(178mm).
Nos desenhos industriais, as legendas variam em função das necessidades
internas da empresa. Essas legendas devem conter obrigatoriamente:
 Nome da repartição, firma ou empresa;
 Título do desenho;
 Escala;
 Número do desenho;
 Data e assinaturas dos responsáveis pela execução, verificação e
aprovação;
 Número da peça, quantidade, denominação, material e dimensões em
bruto.

Figura 16 – Exemplo de Legenda


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4. CARACTERES DOS DESENHOS

Assim como o resto do desenho técnico, as letras e algarismos também


seguem uma forma definida por norma. Até pouco tempo atrás as letras eram
desenhadas individualmente com o auxílio de normógrafos e “aranhas”. Hoje,
tem-se a facilidade de um editor de texto para descrever o desenho.

Exemplo de caracteres usados (fonte ISOCP.TTF que acompanha o AutoCAD)


ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuwvxyz
1234567890
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuwvxyz
1234567890

Também é comum usar a fonte Simplex no AutoCAD, em versões anteriores


ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuwvxyz
1234567890

5. APRESENTAÇÃO DA FOLHA
A norma NBR-10582 define a localização e disposição do espaço para
desenho, espaço para texto e espaço para legenda.
A folha para o desenho deve conter:
 Espaço para desenho:
o Os desenhos são dispostos na ordem horizontal e vertical.
o O desenho principal, se houver, é colocado acima e à esquerda,
no espaço para desenho.
 Espaço para texto:
o O espaço para texto é colocado à direita ou na margem inferior do
padrão de desenho.
o Quando o espaço para texto é colocado na margem inferior, a
altura varia conforme a natureza do serviço.
o A largura de espaço para texto é igual a da legenda ou no mínimo
100 mm, quando na vertical.
 Espaço para legenda:
o A legenda é usada para informação, indicação e identificação do
desenho e deve ser traçada conforme a NBR-10068.

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Figura 17 – Apresentação da folha

6. TIPOS DE LINHAS NBR8403


O tipo e espessura de linha indicam sua função no desenho.

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6.1 – Aplicação das Linhas

No desenho técnico, as coincidências de linhas são evitadas para tornar o


desenho claro e legível. Caso ocorra a coincidência de uma ou mais linhas, a
prioridade segue a ordem abaixo:

1 – Contínua larga;
2 – Contínua estreita;
3 – Tracejada;
4 – Traço e ponto estreito e largo nas extremidades e na mudança de direção;
5 – Traço e ponto estreito;
6 – Traço e dois pontos;
7 – Contínua estreita.

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7. ESCALAS - NBR 8196

É impossível representar em desenho no seu tamanho real, uma mesa de três


metros de comprimento.
É impossível representar em sua escala natural uma peça para relógio com
3mm de diâmetro.
Escala é, portanto, a relação entre as medidas do desenho e a da peça.

A designação completa de uma escala deve consistir na palavra “ESCALA”,


seguida da indicação da relação:
 ESCALA 1:1, para escala natural;
 ESCALA X:1, para escala de ampliação (X > 1);
 ESCALA 1:X, para escala de redução (X > 1).
Quando for necessário o uso de mais de uma escala na folha de desenho,
além da escala geral, estas devem estar indicadas junto à identificação do
detalhe ou vista a que se referem.
Na legenda, deve constar a escala geral.

7.1 – Escalas Usuais


 Escala natural 1:1 que se lê “escala um por um “.
 Escala de redução 1:2 que se lê “escala um por dois”.
 Escala de ampliação 2:1 que se lê “escala dois por um”.

8. DESENHO GEOMÉTRICO

O estudo de Desenho Geométrico terá como objetivo dar conhecimentos


básicos, para aplicações posteriores, nas projeções de peças e conjuntos
mecânicos, além de desenvolver, para os alunos que não estudaram desenho
anteriormente, habilidades no manuseio dos materiais de desenho.

8.1 – Conceitos Básicos

Reta: - Conjunto das posições de um ponto móvel.


Uma reta: - Por definição, não possui início e nem fim.
Segmento de reta: - Se marcamos em uma reta dois pontos A e B podemos
dizer que o número finito de pontos existentes entre A e B é um segmento de
reta.
Semi-Reta: - Se marcamos em uma reta um só ponto, ela ficará dividida em
duas partes chamadas semi-retas.
Ângulo: - Espaço compreendido entre duas retas que se encontram em um
ponto (vértice).
Mediatriz: - Reta que divide, passando pelo ponto médio, qualquer segmento
de retas em duas partes iguais formando com esta um ângulo, igual a 90º
(reto).
Bissetriz: - Reta que divide, passando pelo vértice, qualquer ângulo em dois
ângulos iguais.

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Circunferência: - Curva plana fechada onde todos seus pontos distam
igualmente de um ponto chamado centro.
Círculo: - Conjunto de todos os pontos da circunferência e de todos os pontos
interiores a ela.
Raio: - Segmento de reta cujos extremos são o centro de um ponto da
circunferência.
Diâmetro: - Segmentos de reta, que passando pelo centro da circunferência,
tem como extremos dois pontos da mesma. O diâmetro divide a circunferência
em duas partes iguais e é o dobro do raio.
Tangente: - Reta que tem um só ponto de contato com a circunferência. A
tangente é perpendicular ao raio no ponto da tangência.
Secante: - Reta que corta a circunferência, dividindo-a em duas partes
quaisquer.
Corda: - Trecho da secante interior à circunferência. Segmento de reta que
une dois pontos quaisquer da circunferência. Quando a corda passa pelo
centro da circunferência, chama-se diâmetro.
Linha Horizontal: - linha que acompanha a superfície da água em repouso.
Sua denominação vem do horizonte, que é a linha que se vê em alto mar, que
separa o céu da massa de água.
Linha Vertical: - Linha que acompanha a direção do fio a prumo.
Paralela: - Linha que em relação à outra, cai sobre ela sem se inclinar para
lado nenhum, formando assim dois ângulos retos.

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Figura 18 – Alguns exemplos dos Conceitos Básicos

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8.2 – Figuras Geométricas

9. PROJEÇÃO ORTOGONAL
Imagine a peça envolvida por um cubo, no qual cada face corresponderá a uma
vista, ou seja, o que você estaria enxergando da peça se você estivesse
olhando esta face de frente. Este cubo de vistas é então “planificado”,

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desdobrado. Desta forma é possível visualizar todos os lados da peça em uma
folha de papel.
A projeção ortográfica, na prática, pode ser feita de duas formas:

9.1 – Primeiro Diedro


Imagine vendo a peça a partir de um dos lados do cubo. O desenho da vista
será feito no lado oposta em que você se “localiza”

Figura 19 – Projeção das vistas no primeiro diedro, e representação.

9.2 – Terceiro Diedro


Imagine vendo a peça a partir de um dos lados do cubo.
O desenho da vista será feito no mesmo lado em que você se “localiza”.

Figura 20 – Projeção das vistas no terceiro diedro.

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Figura 21 – Rebatimento dos planos para a representação no terceiro diedro.

O conceito de vistas é aplicado para todos os seis lados possíveis do “cubo”. A


diferença entre a representação no primeiro diedro e no terceiro diedro é
simplesmente a inversão das posições das vistas no papel.
A figura abaixo mostra a diferença prática entre as duas representações:

Figura 22 – Representração de um carro no primeiro diedro

Figura 23 – Representração de um carro no terceiro diedro

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9.3 – Posições das vistas

A princípio é escolhida uma face da peça como uma face “principal”, no qual
será denominada como “vista frontal”. A denominação de “frontal” pode ser a
frente real da peça, ou caso não haja esta referência, a vista frontal será a vista
que apresentará a peça com mais detalhes.
A vista frontal será a parte central do desenho, com todas as outras vistas em
volta dela. Nos lados teremos as vistas “lateral esquerda” e “lateral direita”,
sempre de acordo com o diedro escolhido. Da mesma forma, na parte vertical
teremos as vistas “superior” e “inferior”. Na extrema direita (ou esquerda) do
desenho, teremos finalmente nossa vista posterior (ou traseira), fechando as
seis vistas ortogonais principais.

Figura 24 – Projeção correta das vistas no primeiro diedro.

9.4 – Vértices, lados e faces

Ao desenhar as vistas de uma peça, veremos que cada vista irá mostrar
somente duas dimensões do objeto (largura e comprimento, comprimento e
altura, etc). E que entre cada vista haverá uma dimensão em comum. Por isso,
é costume desenhar as vistas alinhadas entre si – não é uma obrigação, pois a
figura pode não caber no papel - mas as vistas alinhadas torna a leitura do
desenho mais fácil.
Veremos que existirão faces que serão vistas como uma linha, caso esta face
seja ortogonal (paralela a um dos planos de projeção). Existirão também lados
(linhas) que serão vistas como pontos, quando vistas de frente.

9.5 – Linhas ocultas

Em muitos casos, haverão detalhes da peça que não são vistos normalmente.
Detalhes internos, furos, ranhuras; mas que devem ser informados para que o
projeto seja compreendido. Para isso, são usadas linhas tracejadas, na mesma
espessura das linhas principais da peça, que indicam que existe um detalhe
interno, ou do outro lado da peça, oculto por uma face.

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9.6 – Escolha das vistas

Fica para o desenhista escolher as melhores vistas para ilustrar a peça. Em


geral, o uso de três vistas será suficiente, mas podem ocorrer casos
particulares.

9.7 – Menos vistas

Ás vezes uma peça cilíndrica pode ter duas vistas iguais, logo pode-se omitir
uma das vistas. Uma cunha, por exemplo, pode ter uma das vistas em que
nada acrescenta. Uma chapa de metal, sem maiores detalhes nas vistas lateral
e frontal, pode ter somente uma vista superior, e o projetista indica a espessura
da peça na legenda.

9.8 – Mais vistas

Da mesma forma, uma peça com muitos detalhes pode demandar o uso de 4, 5
ou até 6 vistas. Mesmo com o uso de somente três vistas (frontal, superior e
lateral) pode haver uma confusão de linhas ocultas, que dificultará a leitura do
desenho.

9.9 – Vistas auxiliares

Usado para ilustrar faces fora dos planos ortogonais, no caso de faces
inclinadas, as vistas auxiliares serão vistas no próximo capítulo.

Figura 25 – Exemplo de vista auxiliar

9.10 – Uso das Linhas de Eixo e de Simetria

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É importante no projeto e execução de uma peça a localização de seus pontos
médios e centros de arcos e circunferências. Estas linhas em geral são os
primeiros traços de um desenho, e ambas são representadas por uma linha do
tipo traço-e-ponto estreita. No seu traçado, estas linhas ultrapassam levemente
o desenho da peça.
Deve-se desenhar uma linha de eixo ou simetria:
- Em qualquer peça simétrica, como por exemplo, um cilindro ou cone, inclusive
em partes ocultas, como furos.
- No centro de circunferências, de preferência marcada com duas linhas
ortogonais.

9.11 – Peças simétricas (meia vista)

Pode-se desenhar somente um dos lados de uma peça simétrica, no qual a


linha de eixo indicará a simetria. Pode-se usar esta representação para uma
peça com dois lados iguais (desenhando a metade) e quatro lados iguais
(desenhando a quarta parte), conforme figuras abaixo.

Figura 26 – Exemplo de uma meia-vista de uma peça simétrica no eixo


horizontal

Figura 27 – Quarto de vista de uma peça simétrica nos dois eixos

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9.12 – Vistas encurtadas (Linhas de interrupção)

Peças longas podem ter seu desenho simplificado, mostrando somente as


partes que contém detalhes. A representação de interrupção pode ser o traço a
mão livre estreito ou o traço “zig-zag” estreito. Pode-se também usar esta
representação para peças cônicas e inclinadas.
Conforme será visto mais adiante, uma cota não é interrompida (veja figura
abaixo).

Figura 28 – Exemplo de interrupções

9.13 – Executando a Projeção Ortogonal

Para a perfeita representação do objeto, normalmente três vistas são


indispensáveis:
• Vista frontal
• Vista superior
• Vista lateral

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O objeto deve ser colocado de tal forma que sua vista principal passe a ser a
vista frontal.
A figura abaixo mostra um objeto suspenso no espaço cujas sombras são
projetadas em três planos posicionados como se fosse o canto formado por
duas paredes e o chão.

Figura 29 – Exemplo de Execução de Projeção Ortogonal

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1) Baseado na modulação dada, desenhar, a mão livre, as três vistas principais
das peças dadas em perspectiva.

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39
12) Analise as três vistas e responda as afirmativas abaixo.

Coloque F se falso e V se verdadeiro nos espaços entre os parênteses.


( ) a linha E da lateral está representada na superior pela linha F.
( ) a medida 1 da frontal é de 36mm.
( ) a superfície A da lateral está representada na frontal pela linha B.
( ) a medida 2 da lateral é de 18 mm.
( ) a altura maior da peça é de 45mm.
( ) a medida 3 da superior é de 50mm.
( ) a linha D da superior está funcionando apenas como um eixo de simetria.
( ) a superfície G da frontal é representada na lateral pela linha H.

10. PERSPECTIVAS

Representar uma peça em forma de desenho técnico é fácil, mas algumas


vezes não é suficiente para quem vai fabricá-la. O desenho se torna mais
legível quando se podem ver todos os lados em um único desenho. Isso seria
possível com a visualização da peça real, mas como muitas delas são grandes
e pesadas, usa-se a perspectiva, onde é permitido ter uma idéia melhor do que
se está querendo fabricar ou comprar.
O desenho em perspectiva mostra o objeto como ele aparece aos olhos do
observador. Da a idéia clara por apresentar diversas faces do objeto.

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Figura 31 – Exemplo de uma peça em perspectiva

As perspectivas mais usadas e conhecidas são:


 Bimétrica
 Cavaleira
 Isométrica

10.1 – Perspectiva Bimétrica

Figura 32 – Exemplo de uma peça em Perspectiva Bimétrica e sua proporção

10.2 – Perspectiva Cavaleira

Figura 33 – Exemplo de uma peça em Perspectiva Cavaleira e sua proporção

41
10.3 – Perspectiva Isométrica

A perspectiva isométrica (medidas iguais) é das mais simples e eficientes.


Parte de três eixos a 120º, sobre os quais se marcam as medidas reais da
peça.

Figura 34 – Fases do Traçado da Perspectiva Isométrica

10.4 – Perspectiva Isométrica de Circunferência e de Arco de


Circunferência

São geralmente representados pela elipse isométrica, cujo traçado oferece


exatidão suficiente para os trabalhos comuns.

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Figura 35 – Fases do Traçado para Circunferência e Arcos em Perspectiva
Isométrica

Figura 36 – Exemplos do Traçado para Circunferência e Arcos em Perspectiva


Isométrica

11. COTAGEM
Para se completar um desenho são necessárias às dimensões, sem o que o
projeto fique incompleto e não poderá ser executado.

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Uma cotagem cuidadosa facilita a interpretação e, portanto convém seguir
algumas regras simples, que são recomendadas na prática.

Quando se indicam as cotas de um desenho deve-se ter em mente o seguinte:


a) Boa disposição, distribuindo de maneira clara as cotas pelo desenho;
b) Usar linhas de chamada e de cotas com traços mais finos do que os do
desenho;
c) Indicar as cotas fora dos limites do desenho, evitando possíveis cotas no
interior das figuras:
d) Não repetir cotas já indicadas;
e) Nos casos de cotas em seqüência, indicá-las de tal modo, que a cota menor
seja marcada antes da maior, para evitar cruzamentos de linhas.

A título de orientação, os exemplos seguintes mostram alguns cuidados que


podem ser tomados para que não ocorram mais riscos decorrentes de um
desenho mal cotado, dando margem a dúvidas e confusões quando o projeto
entrar no processo de fabricação.

11.1 – Linhas Empregadas na Cotagem

A fig. 37 mostra que as linhas de cotas são traços mais finos que os de
desenho do objeto e indicados de tal modo que as linhas de chamada não
tocam o desenho.
Observar que a linha que dá a dimensão deve ter a cota sobre ela (fig 38). As
cotas verticais ficam sempre indicadas para que sejam lidas pelo lado direito do
desenhista. (fig.39)

Figura 37 Figura 38 Figura 39

11.2 – Posicionamento das Cotas

As cotas não devem ficar nem muito próximas, nem muito afastadas do
desenho. Usar espaço para escrever o valor da cota (entre 7 a 15mm) (fig. 40).
Se várias cotas devem ser indicadas, dar espaçamento igual entre as linhas de
cotas (fig.41).

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Figura 40 Figura 41

11.3 – Cotas Agrupadas

Procurar indicar as cotas sobre a mesma direção (fig. 42). Indicar a cota menor
antes da maior (fig. 43)

Figura 42 Figura 43

Indicar as cotas tanto quanto possível na parte externa da figura (fig. 44). Cotas
internas em últimos casos, para evitar linhas de chamada longas (fig. 45).

Figura 44 Figura 45

11.4 – Cotagem em Espaços Limitados (Cotas Pequenas)

A figura 46 exemplifica os casos.

45
Figura 46

11.5 – Cotagem de Ângulos e de Raios

Os ângulos são indicados ou por duas lineares (fig. 47) ou por uma medida
linear com o valor do ângulo (fig. 48). Na fig. 49 outras formas de indicação de
ângulos.

Figura 47 Figura 48 Figura 49

Os arcos são cotados pelo valor do seu raio, devendo constar a letra R junto
com a cota (fig. 50).

Figura 50

Em certos casos, deve-se utilizar a linha de construção para auxiliar na


cotagem.

Figura 51

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11.6 – Cotagem de Círculos

Quando a forma geométrica não define o círculo diretamente a cota do


diâmetro leva símbolo Ø e quadrado o símbolo □(fig. 52).

Figura 52

11.7 – O uso dos Eixos de Simetria

Toda figura simétrica leva uma linha traço-ponto feita com traço fino.
Quando necessário pode ser usada como linha de cota (fig. 53).

Figura 53

11.8 – Cotagem em Peças Irregulares

Se a peça tiver contornos definidos por retas, indicar as cotas conforme fig. 54.
Se a peça tem formas de curvas irregulares, uma cotagem por coordenadas é
de boa prática (fig. 55).

Figura 54 Figura 55

Obs: Peças de formas irregulares compostas por arcos de círculos são cotadas
também pelos raios dos arcos e suas coordenadas (fig. 56 e 57).

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Figura 56 Figura 57

11.9 – Cotagem a partir da Linha de Referência

Quando necessário às cotas são marcadas a partir de uma “linha base” ou


então de uma “linha central”. A fig. 58 mostra exemplos com linha base e linha
central.

Figura 58

11.10 – Cotagem de Furos (Retos ou Circulares).

A figura 59 exemplifica os casos.

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Figura 59

11.11 – Cotagem de Furo para Encaixes

São os casos de componentes (parafuso, pinos, etc.) que devem ficar com a
cabeça embutida em outras peças. Nestes casos, os furos de encaixe são
cotados por meio de diâmetro, do ângulo e pelas profundidades das partes
encaixadas. A fig. 60 mostra os exemplos mais freqüentes.

Figura 60

12. CORTES
Os cortes são utilizados em desenhos de peças e conjuntos para facilitar a
interpretação de detalhes internos que, através das vistas, sem o emprego do
corte, seriam de difícil interpretação.
Em desenhos de conjuntos ainda ressaltam a posição das peças que o
constituem.

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Podem ainda indicar o material de que é feita a peça, além de facilitar a
colocação de cotas relativas aos detalhes internos.
Os cortes são obtidos quando se supõe a peça cortada por um plano secante,
convenientemente escolhido, e removida a parte interposta entre o plano
secante e o observador.
Obs:. Embora se admitindo que uma parte de peça tenha sido retirada, nas
demais vistas a peça é representada inteira.
A posição do plano secante é indicada por uma linha traço-ponto grossa,
chamada linha de corte.
Nos extremos da linha são colocadas setas que indicarão o sentido de
observação do corte e em que plano será projetado o mesmo.
Colocando – se ao lado de setas letras maiúsculas para a identificação dos
cortes.

Figura 61 – Ilustração do corte

12.1 – Corte Total

É quando a peça é cortada imaginariamente em toda a sua extensão.

Plano de corte longitudinal

Figura 62 – Corte Longitudinal

50
Plano de corte transversal

Figura 63 – Corte Transversal

Plano de corte horizontal (a parte de cima é retirada)

Figura 64 – Corte Horizontal

12.2 – Meio-Corte

Quando uma peça é simétrica, não há necessidade de empregarmos o corte


total para mostrar seus detalhes internos.
Em peças com eixo de simetria horizontal, o meio corte é representado na
parte inferior, e nas peças com eixo de simetria vertical o meio corte é
representado à direita.

51
Figura 65 – Meio-Corte

12.3 – Corte Parcial

Aplica-se quando se quer mostrar apenas uma parte da peça, limitando-se o


plano de corte por uma linha de ruptura (sinuosa) e pelo contorno da peça. Os
detalhes não visíveis, em áreas não atingidas pelo corte parcial, são
representados.

Figura 66 – Corte Parcial

12.4 – Corte em Desvio

Se a peça apresentar detalhes colocados no plano de corte e cuja a


representação se faça necessária, desvia-se o corte a fim de alcançá-los.

Figura 67 – Corte em desvio

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12.5. Hachuras

São linhas estreitas ou figuras empregadas para representar a parte cortada.


As hachuras distinguem claramente as partes cortadas.
Nas áreas hachuradas não se devem representar arestas não visíveis,
executando-se os casos especiais em que se requer maior clareza.
Destaca-se a superfície cortada por meio de hachuras, que são representadas
por linhas finas, inclinadas a 45º em relação à base e igualmente espaçadas
para se obter um desenho uniforme.

Figura 68 – Hachura

As hachuras variam de acordo com o material (ABNT).

Figura 69 – Exemplos de hachuras

As hachuras podem tomar outra direção ( 45º) quando houver necessidade de


evitar seu paralelismo com o contorno do corte.

Figura 70 – Exemplo de hachura diferente de 45º

As peças adjacentes devem figurar com hachuras diferindo pela direção ou


pelo afastamento.

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Figura 71 – Exemplo de hachura diferenciando peças

Sendo a área a hachura muito grande, pode-se limitar o hachurado à


vizinhança do contorno, deixando a parte central em branco.

Figura 72 – Exemplo de hachura para peças grandes

Surgindo uma seção delgada, em vez de hachurada, ela pode ser enegrecida.

Figura 73 – Exemplo de hachura para seções finas

12.6 – Omissões de Cortes

Convencionalmente, há elementos que não são hachurados quando cortados


longitudinalmente.
Nas peças são os seguintes:

Figura 74 – Exemplo de omissão de cortes

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Nos desenhos de conjunto: Eixos, pinos, rebite, chavetas, parafusos e porcas.

Figura 75 – Exemplo de omissão de cortes

Nos elementos de máquina: dentes de engrenagens e esferas nos rolamentos.

Figura 76 – Exemplo de omissão de cortes

55
12.7 – Exercícios

1) Relacionar a perspectiva dada, com o serrote indicando o plano de corte,


com vista em corte correspondente.

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2) Relacionar a perspectiva dada, com o serrote indicando o plano de corte,
com a vista correspondente.

57
3) Escreva dentro do círculo, a letra indicada em cada projeção ortogonal
correspondente a perspectiva.

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59
60
Desenhar a projeção ortogonal das peças abaixo e executar os cortes
indicados. Usar instrumentos escala 1:1 e cotar o necessário para execução
das mesmas.

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13. REFERÊNCIAS

 SOARES, Adilson Pedrosa; OLIVEIRA, Sebastião de. Apostila


CEFETES. Desenho Técnico I CEFETES. 2003.
 TELECURSO 2000. Mecânica: Leitura e interpretação de desenho
técnico mecânico. Vol. 1. São Paulo: Editora Globo. 2000.
 TELECURSO 2000. Mecânica: Leitura e interpretação de desenho
técnico mecânico. Vol. 2. São Paulo: Editora Globo. 2000.
 CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MATO
GROSSO CURSO TÉCNICO DE TELECOMUNICAÇÕES: 68017 –
Desenho Técnico
 PROVENZA, Francesco. Desenhista de máquinas. São Paulo: Pro-tec,
1989, 1v.
 STRAUHS, Faimara do Rocio. Desenho técnico. Curitiba: Base Editorial,
2010.
 SENAI SC – APRENDIZAGEM INDUSTRIAL Capivari de Baixo – 2009
 MANFÉ, Giovanni; POZZA, Rino; SCARATO, Giovanni. Desenho técnico
mecânico: curso completo para as escolas técnicas e ciclo básico das
faculdades de engenharia, São Paulo: Hemus, 2008.

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