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ESPÍRITO SANTO
DESENHO TÉCNICO I
MECÂNICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO
ESPÍRITO SANTO
DESENHO TÉCNICO I
Aracruz – 2014
MECÂNICA
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SUMÁRIO
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10.4. Persp. Isométrica de Circunferência e de Arco de Circunferência ...... 42
11. COTAGEM ........................................................................................ 43
11.1. Linhas Empregadas na Cotagem ........................................................ 44
11.2. Posicionamento das Cotas .................................................................. 44
11.3. Cotas Agrupadas ................................................................................. 45
11.4. Cotagem em Espaços Limitados (Cotas Pequenas) ........................... 45
11.5. Cotagem de Ângulos e de Raios ......................................................... 46
11.6. Cotagem de Círculos ........................................................................... 47
11.7. O uso dos Eixos de Simetria ............................................................... 47
11.8. Cotagem em Peças Irregulares ........................................................... 47
11.9. Cotagem a partir da Linha de Referência ............................................ 48
11.10. Cotagem de Furos (Retos ou Circulares) ............................................ 48
11.11. Cotagem de Furo para Encaixes ......................................................... 49
12. CORTES ............................................................................................49
12.1. Corte Total........................................................................................... 50
12.2. Meio-Corte........................................................................................... 51
12.3. Corte Parcial ........................................................................................ 52
12.4. Corte em Desvio .................................................................................. 52
12.5. Hachuras ............................................................................................. 53
12.6. Omissões de Cortes ............................................................................ 54
12.7. Exercícios ............................................................................................ 56
13. REFERÊNCIAS ...............................................................................62
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1. CONCEITOS BÁSICOS
1.1- Histórico
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Quais as diferenças entre desenho técnico e o desenho artístico?
Imagine que você tenha que fazer uma determinada peça na escola ou na
indústria. As informações para a execução desta peça poderão ser
apresentadas de diversos modos:
a) Recebendo a descrição verbal da peça
b) Recebendo uma fotografia da peça
c) Recebendo um modelo da peça
d) Recebendo um desenho da peça
Analisemos, agora, cada um deles.
a) Você deve concordar que a palavra não é o bastante para transmitir a idéia
da forma de uma peça, mesmo que ela não seja muito complicada.
Experimente, usando SOMENTE o recurso da palavra, descrever um objeto de
maneira que outra pessoa o faça. Você concluirá que isto é, praticamente
impossível.
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c) O modelo resolve, até certo ponto, alguns problemas, mas nem todos.
Imagine você transportando um eixo de navio para executá-lo...
Além disso, a peça a ser feita, pode estar sendo idealizada, não existindo ainda
um modelo.
O ensino de desenho, no curso que você está fazendo, não visa formá-lo
desenhista, e sim, prepará-lo a orientar-se por meio dele, Dando-lhe condições
de:
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• Ler e interpretar, com segurança, desenhos técnicos.
• Executar traçados à mão livre e com instrumentos básicos.
• Criar hábitos de ordem nos trabalhos, sendo elementos de cultura para
educação geral.
1.4 - Normas
Antes de mais nada, normas não são leis – o profissional pode não se prender
a todos os aspectos da norma, desde que justifique e se responsabilize por
isso. No caso do desenho técnico, não teremos normas que comprometam
diretamente a segurança pessoal, porém procura-se sempre manter um
padrão.
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o NBR-8403 – Tipos de linha;
o NBR-10068 – Folhas de Desenho;
o NBR-10126 – Cotagem;
o NBR-13142 – Dobramento de cópias;
Lápis e lapiseiras
Ambos possuem vários graus de dureza: uma grafite mais dura permite pontas
finas, mas traços muito claros. Uma grafite mais macia cria traços mais
escuros, mas as pontas serão rombudas. O tipo de grafite dependerá da
preferência pessoal de cada um. Os lápis devem estar sempre apontados.
Figura 3 - Lápis
Esquadros
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Figura 4 - Esquadros
Figura 7 - Compasso
Escalímetro
Figura 8 - Escalímetro
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Transferidor de 180º
Figura 9 - Transferidor
2. FORMATOS DE PAPEL
O formato usado é o baseado na norma NBR 10068, denominado A0 (A-zero).
Trata-se de uma folha com 1 m2, cujas proporções da altura e largura são de 1:
√2 . Todos os formatos seguintes são proporcionais: o formato A1 tem metade
da área do formato A0, etc.
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Figura 10 – Formatos de papel e suas subdivisões
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A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no arquivamento.
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Figura 12 – Dobragem dos formatos A3 e A2
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Figura 14 – Dobragem do formato A0
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Figura 15 – Fixação da folha na prancheta
3. LEGENDA
A legenda deve situar-se no canto inferior direito, nos formatos A3, A2, A1 e
A0, ou ao longo da largura da folha de desenho no formato A4. Nos formatos
A1 e A0 deve ter (175mm) no comprimento. E nos formatos A3, A2 e A4
(178mm).
Nos desenhos industriais, as legendas variam em função das necessidades
internas da empresa. Essas legendas devem conter obrigatoriamente:
Nome da repartição, firma ou empresa;
Título do desenho;
Escala;
Número do desenho;
Data e assinaturas dos responsáveis pela execução, verificação e
aprovação;
Número da peça, quantidade, denominação, material e dimensões em
bruto.
5. APRESENTAÇÃO DA FOLHA
A norma NBR-10582 define a localização e disposição do espaço para
desenho, espaço para texto e espaço para legenda.
A folha para o desenho deve conter:
Espaço para desenho:
o Os desenhos são dispostos na ordem horizontal e vertical.
o O desenho principal, se houver, é colocado acima e à esquerda,
no espaço para desenho.
Espaço para texto:
o O espaço para texto é colocado à direita ou na margem inferior do
padrão de desenho.
o Quando o espaço para texto é colocado na margem inferior, a
altura varia conforme a natureza do serviço.
o A largura de espaço para texto é igual a da legenda ou no mínimo
100 mm, quando na vertical.
Espaço para legenda:
o A legenda é usada para informação, indicação e identificação do
desenho e deve ser traçada conforme a NBR-10068.
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Figura 17 – Apresentação da folha
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6.1 – Aplicação das Linhas
1 – Contínua larga;
2 – Contínua estreita;
3 – Tracejada;
4 – Traço e ponto estreito e largo nas extremidades e na mudança de direção;
5 – Traço e ponto estreito;
6 – Traço e dois pontos;
7 – Contínua estreita.
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7. ESCALAS - NBR 8196
8. DESENHO GEOMÉTRICO
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Circunferência: - Curva plana fechada onde todos seus pontos distam
igualmente de um ponto chamado centro.
Círculo: - Conjunto de todos os pontos da circunferência e de todos os pontos
interiores a ela.
Raio: - Segmento de reta cujos extremos são o centro de um ponto da
circunferência.
Diâmetro: - Segmentos de reta, que passando pelo centro da circunferência,
tem como extremos dois pontos da mesma. O diâmetro divide a circunferência
em duas partes iguais e é o dobro do raio.
Tangente: - Reta que tem um só ponto de contato com a circunferência. A
tangente é perpendicular ao raio no ponto da tangência.
Secante: - Reta que corta a circunferência, dividindo-a em duas partes
quaisquer.
Corda: - Trecho da secante interior à circunferência. Segmento de reta que
une dois pontos quaisquer da circunferência. Quando a corda passa pelo
centro da circunferência, chama-se diâmetro.
Linha Horizontal: - linha que acompanha a superfície da água em repouso.
Sua denominação vem do horizonte, que é a linha que se vê em alto mar, que
separa o céu da massa de água.
Linha Vertical: - Linha que acompanha a direção do fio a prumo.
Paralela: - Linha que em relação à outra, cai sobre ela sem se inclinar para
lado nenhum, formando assim dois ângulos retos.
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Figura 18 – Alguns exemplos dos Conceitos Básicos
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8.2 – Figuras Geométricas
9. PROJEÇÃO ORTOGONAL
Imagine a peça envolvida por um cubo, no qual cada face corresponderá a uma
vista, ou seja, o que você estaria enxergando da peça se você estivesse
olhando esta face de frente. Este cubo de vistas é então “planificado”,
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desdobrado. Desta forma é possível visualizar todos os lados da peça em uma
folha de papel.
A projeção ortográfica, na prática, pode ser feita de duas formas:
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Figura 21 – Rebatimento dos planos para a representação no terceiro diedro.
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9.3 – Posições das vistas
A princípio é escolhida uma face da peça como uma face “principal”, no qual
será denominada como “vista frontal”. A denominação de “frontal” pode ser a
frente real da peça, ou caso não haja esta referência, a vista frontal será a vista
que apresentará a peça com mais detalhes.
A vista frontal será a parte central do desenho, com todas as outras vistas em
volta dela. Nos lados teremos as vistas “lateral esquerda” e “lateral direita”,
sempre de acordo com o diedro escolhido. Da mesma forma, na parte vertical
teremos as vistas “superior” e “inferior”. Na extrema direita (ou esquerda) do
desenho, teremos finalmente nossa vista posterior (ou traseira), fechando as
seis vistas ortogonais principais.
Ao desenhar as vistas de uma peça, veremos que cada vista irá mostrar
somente duas dimensões do objeto (largura e comprimento, comprimento e
altura, etc). E que entre cada vista haverá uma dimensão em comum. Por isso,
é costume desenhar as vistas alinhadas entre si – não é uma obrigação, pois a
figura pode não caber no papel - mas as vistas alinhadas torna a leitura do
desenho mais fácil.
Veremos que existirão faces que serão vistas como uma linha, caso esta face
seja ortogonal (paralela a um dos planos de projeção). Existirão também lados
(linhas) que serão vistas como pontos, quando vistas de frente.
Em muitos casos, haverão detalhes da peça que não são vistos normalmente.
Detalhes internos, furos, ranhuras; mas que devem ser informados para que o
projeto seja compreendido. Para isso, são usadas linhas tracejadas, na mesma
espessura das linhas principais da peça, que indicam que existe um detalhe
interno, ou do outro lado da peça, oculto por uma face.
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9.6 – Escolha das vistas
Ás vezes uma peça cilíndrica pode ter duas vistas iguais, logo pode-se omitir
uma das vistas. Uma cunha, por exemplo, pode ter uma das vistas em que
nada acrescenta. Uma chapa de metal, sem maiores detalhes nas vistas lateral
e frontal, pode ter somente uma vista superior, e o projetista indica a espessura
da peça na legenda.
Da mesma forma, uma peça com muitos detalhes pode demandar o uso de 4, 5
ou até 6 vistas. Mesmo com o uso de somente três vistas (frontal, superior e
lateral) pode haver uma confusão de linhas ocultas, que dificultará a leitura do
desenho.
Usado para ilustrar faces fora dos planos ortogonais, no caso de faces
inclinadas, as vistas auxiliares serão vistas no próximo capítulo.
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É importante no projeto e execução de uma peça a localização de seus pontos
médios e centros de arcos e circunferências. Estas linhas em geral são os
primeiros traços de um desenho, e ambas são representadas por uma linha do
tipo traço-e-ponto estreita. No seu traçado, estas linhas ultrapassam levemente
o desenho da peça.
Deve-se desenhar uma linha de eixo ou simetria:
- Em qualquer peça simétrica, como por exemplo, um cilindro ou cone, inclusive
em partes ocultas, como furos.
- No centro de circunferências, de preferência marcada com duas linhas
ortogonais.
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9.12 – Vistas encurtadas (Linhas de interrupção)
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O objeto deve ser colocado de tal forma que sua vista principal passe a ser a
vista frontal.
A figura abaixo mostra um objeto suspenso no espaço cujas sombras são
projetadas em três planos posicionados como se fosse o canto formado por
duas paredes e o chão.
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1) Baseado na modulação dada, desenhar, a mão livre, as três vistas principais
das peças dadas em perspectiva.
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12) Analise as três vistas e responda as afirmativas abaixo.
10. PERSPECTIVAS
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Figura 31 – Exemplo de uma peça em perspectiva
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10.3 – Perspectiva Isométrica
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Figura 35 – Fases do Traçado para Circunferência e Arcos em Perspectiva
Isométrica
11. COTAGEM
Para se completar um desenho são necessárias às dimensões, sem o que o
projeto fique incompleto e não poderá ser executado.
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Uma cotagem cuidadosa facilita a interpretação e, portanto convém seguir
algumas regras simples, que são recomendadas na prática.
A fig. 37 mostra que as linhas de cotas são traços mais finos que os de
desenho do objeto e indicados de tal modo que as linhas de chamada não
tocam o desenho.
Observar que a linha que dá a dimensão deve ter a cota sobre ela (fig 38). As
cotas verticais ficam sempre indicadas para que sejam lidas pelo lado direito do
desenhista. (fig.39)
As cotas não devem ficar nem muito próximas, nem muito afastadas do
desenho. Usar espaço para escrever o valor da cota (entre 7 a 15mm) (fig. 40).
Se várias cotas devem ser indicadas, dar espaçamento igual entre as linhas de
cotas (fig.41).
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Figura 40 Figura 41
Procurar indicar as cotas sobre a mesma direção (fig. 42). Indicar a cota menor
antes da maior (fig. 43)
Figura 42 Figura 43
Indicar as cotas tanto quanto possível na parte externa da figura (fig. 44). Cotas
internas em últimos casos, para evitar linhas de chamada longas (fig. 45).
Figura 44 Figura 45
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Figura 46
Os ângulos são indicados ou por duas lineares (fig. 47) ou por uma medida
linear com o valor do ângulo (fig. 48). Na fig. 49 outras formas de indicação de
ângulos.
Os arcos são cotados pelo valor do seu raio, devendo constar a letra R junto
com a cota (fig. 50).
Figura 50
Figura 51
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11.6 – Cotagem de Círculos
Figura 52
Toda figura simétrica leva uma linha traço-ponto feita com traço fino.
Quando necessário pode ser usada como linha de cota (fig. 53).
Figura 53
Se a peça tiver contornos definidos por retas, indicar as cotas conforme fig. 54.
Se a peça tem formas de curvas irregulares, uma cotagem por coordenadas é
de boa prática (fig. 55).
Figura 54 Figura 55
Obs: Peças de formas irregulares compostas por arcos de círculos são cotadas
também pelos raios dos arcos e suas coordenadas (fig. 56 e 57).
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Figura 56 Figura 57
Figura 58
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Figura 59
São os casos de componentes (parafuso, pinos, etc.) que devem ficar com a
cabeça embutida em outras peças. Nestes casos, os furos de encaixe são
cotados por meio de diâmetro, do ângulo e pelas profundidades das partes
encaixadas. A fig. 60 mostra os exemplos mais freqüentes.
Figura 60
12. CORTES
Os cortes são utilizados em desenhos de peças e conjuntos para facilitar a
interpretação de detalhes internos que, através das vistas, sem o emprego do
corte, seriam de difícil interpretação.
Em desenhos de conjuntos ainda ressaltam a posição das peças que o
constituem.
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Podem ainda indicar o material de que é feita a peça, além de facilitar a
colocação de cotas relativas aos detalhes internos.
Os cortes são obtidos quando se supõe a peça cortada por um plano secante,
convenientemente escolhido, e removida a parte interposta entre o plano
secante e o observador.
Obs:. Embora se admitindo que uma parte de peça tenha sido retirada, nas
demais vistas a peça é representada inteira.
A posição do plano secante é indicada por uma linha traço-ponto grossa,
chamada linha de corte.
Nos extremos da linha são colocadas setas que indicarão o sentido de
observação do corte e em que plano será projetado o mesmo.
Colocando – se ao lado de setas letras maiúsculas para a identificação dos
cortes.
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Plano de corte transversal
12.2 – Meio-Corte
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Figura 65 – Meio-Corte
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12.5. Hachuras
Figura 68 – Hachura
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Figura 71 – Exemplo de hachura diferenciando peças
Surgindo uma seção delgada, em vez de hachurada, ela pode ser enegrecida.
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Nos desenhos de conjunto: Eixos, pinos, rebite, chavetas, parafusos e porcas.
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12.7 – Exercícios
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2) Relacionar a perspectiva dada, com o serrote indicando o plano de corte,
com a vista correspondente.
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3) Escreva dentro do círculo, a letra indicada em cada projeção ortogonal
correspondente a perspectiva.
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Desenhar a projeção ortogonal das peças abaixo e executar os cortes
indicados. Usar instrumentos escala 1:1 e cotar o necessário para execução
das mesmas.
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13. REFERÊNCIAS
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