Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
2
3
Índice
Apresentação da Disciplina.......................................................................................................... 06
Conteúdo Programático das Unidades ................................................................................................ 07
Contextualização à Disciplina ........................................................................................................ 09
Bibliografia Básica .................................................................................................................. 10
Unidade I – Introdução à Cenografia .................................................................................................. 11
A Cenografia e o Espaço ......................................................................................................... 12
As Definições da Cenografia ...................................................................................................... 13
EspaçodeContemplação ......................................................................................................... 14
OEspaçodaArteedaRepresentação ................................................................................................ 16
A Cenografia nos Espaços Cotidianos .............................................................................................. 18
Material Complementar ......................................................................................................... 21
Referências .................................................................................................................. 22
Unidade II - O Papel do Cenógrafo .................................................................................................... 23
Introdução à História ............................................................................................................ 24
OPapeldoCenógrafo! ........................................................................................................... 27
OCenógrafoeoEspaço ........................................................................................................... 28
Atribuições ................................................................................................................... 31
Diferentes Formas de Aplicação da Cenografia em Diferentes Ambientes .............................................................. 34
Material Complementar ......................................................................................................... 35
Referências .................................................................................................................. 36
Unidade III - História da Cenografia ................................................................................................... 37
Teatros e Espetáculos ................................................................................................................................... 38
TeatroGrego ............................................................................................................................................. 38
TeatroRomano .......................................................................................................................................... 41
Idade Média ............................................................................................................................................ 42
ORenascimento ......................................................................................................................................... 43
Barroco .................................................................................................................................................. 44
Inglaterra ............................................................................................................................................. 46
Italiano .................................................................................................................................................. 47
Século XIX e XX ................................................................................................................. 48
Material Complementar ......................................................................................................... 50
Referências ........................................................................................................................................... 51
4
Índice
Unidade IV - A Cenografia e a Arquitetura Efêmera ..................................................................................... 52
Arquitetura Efêmera ............................................................................................................ 53
Exposições ..................................................................................................................... 54
Estandes ....................................................................................................................... 57
Cenários de Programas .......................................................................................................... 63
Material Complementar ......................................................................................................... 67
Referências .................................................................................................................... 68
Unidade V - As Diferentes Aplicações Da Cenografia no Design de Interiores .............................................................. 69
Contextualização ............................................................................................................... 70
Perfil do Cliente................................................................................................................. 71
Estilos e Conceitos .............................................................................................................. 73
Espaços ........................................................................................................................ 75
Iluminação ..................................................................................................................... 77
Lamparina a óleo ............................................................................................................... 77
Materiais e Revestimentos ....................................................................................................... 79
Material Complementar ......................................................................................................... 83
Referências .................................................................................................................... 84
Unidade VI - Projetos de Cenografias.................................................................................................. 85
Estudo de Caso ................................................................................................................. 86
Mostras de arquitetura e Design .................................................................................................. 87
Espetáculos .................................................................................................................... 94
Vitrines ........................................................................................................................ 95
Eventos ........................................................................................................................ 96
Material Complementar ......................................................................................................... 98
Referências .................................................................................................................... 99
5
Apresentação da
Disciplina
Objetivo Geral
Estudo da evolução do espaço cênico e das várias possibilidades de
Cenografia | A Cenografia como estudo para desenvolvimento do Projeto
do Espaço, a partir de conceitos teóricos e práticos | Aplicação dos
conceitos para composição do espaço, considerando estilo, função e
necessidade do usuário.
6
Conteúdo
Programático
das Unidades
Unidade 1: Introdução à
Cenografia
Entender a definição da Cenografia como técnica de planejar e organizar
espaços a partir de conhecimentos técnicos de estilos e conceitos, entre
outros | Aprender quais são os conceitos de Cenografia e suas definições
através da História.
Unidade3:História da Cenografia
Ao longo da História, a Cenografia passou por grande evolução até a
concepção atual aplicada em diferentes ambientes | Conhecer tais
referências e sua evolução na História são importantes para o
desenvolvimento profissional e sua aplicação no Design de Interiores.
7
Unidade 5: As Diferentes Aplicações da
Cenografia no Design de Interiores
A Cenografia é aplicada em diferentes Projetos de Design de Interiores, como
palcos de Teatros, stand de vendas, exposições e vitrines, enfim, grande
diversidade de aplicações | Entender o perfil do cliente, o estilo a ser adotado
e o espaço do Projeto, enfim, coletar informações e referências que
possibilitem o desenvolvimento do Projeto de Cenografia pelo Design de
Interiores.
8
Contextualização
à Disciplina
Contexto Acadêmico:
A disciplina de Cenografia para o desenvolvimento dos projetos de Design de
Interiores mostra-se essencial para a formação acadêmica e prática da
profissão, uma vez que todos os espaços projetados são resultados diretos de
imaginários e referências, são cenários desenvolvidos de acordo com a
demanda a ser atendida. Além disso, a Cenografia no Design está presente
em diversos ambientes, residenciais, corporativos, institucionais, enfim, a
cenografia está presente nos mais diversos ambientes.
Contexto Profissional:
Para desenvolver um projeto de Cenografia, aplicado ao design de interiores,
você deverá incluir o conhecimento de diversas disciplinas. Os conteúdos de
materiais e revestimentos serão capazes de auxiliar nas melhores escolhas
de projeto, as histórias permitiram buscar referências de épocas e estilos, a
representação gráfica permitirá desenvolver o projeto tecnicamente correto,
entre outras tantas disciplinas, em cada conteúdo estudado os
conhecimentos devem ser incorporados no projeto cenográfico.
9
Bibliografia Básica
10
Introdução à Cenografia
• A Cenografia e o Espaço;
• As Definições da Cenografia;
• Espaço de Contemplação;
• O Espaço da Arte e da Representação;
• A Cenografia nos Espaços Cotidianos.
1
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Entender a definição da Cenografia como técnica de planejar e organizar espaçosa p artir de
conhecimentos técnicos de estilos e conceitos, entre outros;
• Aprender quais são os conceitos da Cenografia e suas definições através da História.
11
A Cenografia e o Espaço
“A Cenografia é a visualização de uma ideia, é como se teletransportar para rea- lidades paralelas,
quando mesmo o impossível é possível.” (DEJTIAR, 2020).
A concepção de um espaço, partindo de uma ideia e seu desenho, está presente co- tidianamente
na prática do Profissional de Design.
Fonte: https://bit.ly/3fYUlZo
De maneira simplista, podemos usar como exemplo uma banheira vitoriana. Quando
aplicamos em um Projeto, precisamos, inicialmente, buscar referências históricas que nos
auxiliem na reprodução de um cenário da época e, a partir daí, reproduzir parte de um cenário da
época.
12
Partindo do princípio de que a Cenografia está na arte de planejar, é importante
registrar a importância nos conhecimentos teóricos, além de noções de técnicas de
representação e execução de Projeto.
Portanto, a Cenografia irá juntar diferentes Áreas de Conhecimento do designer. Nesse
sentido, as Unidades serão apresentadas trazendo o papel do profissional, a história da
Cenografia, suas aplicações e Projetos.
Dessa forma: “Mais que a representação de ideias, o projeto de interiores, assim como
um projeto cenográfico, muito tem particularidades: o traço, o desenho e a concretização
do resultado como processo criativo” (ALMEIDA, 2013, p. 1).
As Definições da Cenografia
O termo Cenografia (skenographie, que é composto de skené, cena e graphein,
escrever, desenhar, pintar, colorir) se encontra nos textos gre- gos – A poética, de
Aristóteles, por exemplo. Servia para designar certos embelezamentos da skené.
Posteriormente, é encontrado nos textos em latim (De arquitectura, de Vitrúvio):
scenographia. Era usado, provavel- mente, para definir no desenho uma noção de
profundidade. No Renasci- mento, os textos de Vitrúvio foram traduzidos e o termo
Cenografia pas- sou a ser usado para designar os traços em perspectiva e, notadamente,
os traços em perspectiva do cenário no espetáculo teatral. A Cenografia existe desde que
existe o espetáculo teatral na Grécia Antiga, mas em cada época teve um significado
diferente, dependendo da proposta do espetáculo teatral. (MANTOVANNI, 1989, p. 13)
13
Figura 2 – Teatro Grego Greek – Sicília, Itália
Fonte: Wikimedia Commons
De forma geral, serão apontados alguns períodos e exemplos do espaço cênico: Tea-
tro grego, romano, medieval, elisabetano, renascentista, italiano e barroco, lembrando-se
de que são alguns dos espaços cênicos apontados na História, vez que alguns autores citam
o espaço cênico como um local de espetáculo e, portanto, consideram locais de rituais
religiosos, presentes inclusive na Pré-história.
Espaço de Contemplação
Para os Espaços de Contemplação, o trabalho Introdução histórica sobre
Cenografia – os primeiros rascunhos, de Vianna e Campello Neto, retratam os
Espaços de Rituais como importantes exemplos de espaços cênicos pensados para
atender às demandas do período:
14
escritores encontram, em cada um desses rituais, fatores de menor ou
maior cons- tância no teatro. Estes elementos apresentam características
teatrais. Dessa forma, o local das celebrações no qual se desenrolavam os
rituais seria a cena. (VIANNA; CAMPELLO NETO, 2010, p. 12)
Embora a citação faça referência ao período do Egito Antigo, podemos trazer a re- ferência
dos espaços de celebrações para aplicação atual da Cenografia nos Projetos de Design de
Interiores atuais, por exemplo, festas de casamentos temáticas demandam do profissional um
trabalho de Cenografia intenso, iniciando pela pesquisa de elementos de composição capazes de
responder às solicitações.
Na Figura a seguir (Figura 3), o Templo Karnak, localizado na margem do rio Nilo, foi pensado
para um espaço de contemplação de seus deuses.
Quando observamos a imagem, podemos extrair referências importantes para desen- volver
um Projeto que busque o Antigo Egito como menção: as cores, os tipos de materiais, o paisagismo,
enfim, elementos que podem ser incorporados em diversos Projetos de Interiores.
Mesmo remetendo ao Egito em diferentes períodos, explore o site sugerido no Artigo Deco-
ração egípcia, sua casa brasileira no tipo exportação: para observar como as referências
histórias e culturais são importantes para a escolha de elementos que compõem o Projeto
de Design de Interiores. Disponível em: https://bit.ly/2RyW8Lj
Para entender melhor o contexto das referências da Cenografia, e exemplos de ele- mentos
aplicados aos Projetos, observe as imagens a seguir.
15
O caráter religioso dos espaços cênicos permaneceu por diferentes períodos, como na
Antiguidade e na Grécia, por exemplo, onde os espaços foram passando por trans- formações, o
Teatro e sua relação direta com o meio social, assim como os Templos, cumpriam a função de
espaços coletivos e de encontros, importante para o cotidiano das diferentes épocas.
Quando olhamos para a Cenografia, tanto ao longo da História quanto atualmente, ela
também desempenha diferentes funções, como veremos na próxima unidade, e o mesmo
acontecerá com o Cenógrafo: suas atribuições e seus conhecimentos também evoluíram de acordo
com as demandas do período.
Na sequência de imagens a seguir, podemos observar algumas mudanças nos espaços dos
Teatros, do estilo arquitetônico até a iluminação, sendo que o mesmo processo acontecerá com a
Cenografia e com o Design de Interiores.
16
Assim:
Tapeçarias, vestuários, formas de uso do espaço, tanto para os atores quanto para a plateia,
podem ser comparados nas imagens a seguir (Figuras 9 e 10).
A iluminação que, atualmente, algumas vezes, passa a ser elemento principal e não
coadjuvante do Projeto de Interiores, na Arte da Cenografia, teve na maior parte de sua História
um papel complementar.
17
Ao afirmar que “Iluminar é, antes de mais nada, um ato intuitivo que corresponde ao de um
artista plástico cuja paleta foi por ele escolhida ou a ele eventualmente imposta” Ratto (1999, p.
93) discute o papel da iluminação artificial na Cenografia.
As imagens a seguir são exemplos da iluminação como destaque na Cenografia: na Figura 11,
em uma Peça Teatral, e na Figura 12, em um Desfile de Moda, outra Área com atuações
significativas dos Projetos de Cenografia.
No entanto, vale uma pequena introdução e alguns apontamentos sobre Espaços Cotidianos.
As imagens comentadas a seguir trazem alguns exemplos das aplicações mais atuais.
18
Na Figura 13, podemos observar um Stand de Exposições da Lego, na China International
Import Expo (CIIE), no Centro Nacional de Exposições e Convenções, montado em novembro
de 2020.
19
Por último, na Figura 15, temos o Design de Interiores desenvolvido em um quarto de hotel,
com o tema asiático.
Enfim, a Unidade buscou contemplar, de forma resumida, alguns dos itens da Cenografia no
Design de Interiores e, a partir da próxima Unidade, faremos um resgate histórico dos espaços
cenográficos, do papel do cenógrafo e de suas aplicações.
Bons estudos!
20
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Arte da Cena
https://bit.ly/3glUV2j
Leitura
Urdimento
https://bit.ly/3cs0MBR
Cenografia e Arquitetura: Don Giovanni/Gehry + Rodarte
https://bit.ly/3ipJaKJ
O Que é Cenografia
https://bit.ly/3ipJf0Z
21
Referências
ALMEIDA, A. D. S. O Cenógrafo e o Designer de Interiores, Revista Científica Semana
Acadêmica. Fortaleza, ano MMXII, n. 7, 10 jul. 2013. Disponível em: <https://semanaaca-
demica.com.br/artigo/o-cenografo-e-o-designer-de-interiores>. Acesso em: 29/01/2021.
CENOGRAFIA. In: Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2021. Disponível em:
<https://www.dicio.com.br/cenografia/>. Acesso em: 25/01/2021.
RATTO, G. Antitratado de Cenografia: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: SENAC
São Paulo, 1999.
22
O Papel do Cenógrafo
• Introdução à História;
• O Papel do Cenógrafo!
• O Cenógrafo e o Espaço;
• Atribuições;
• Diferentes Formas de Aplicação
da Cenografia em Diferentes Ambientes.
2
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Abordar o papel do Cenógrafo através da História, o tipo de trabalho desenvolvido e suas
atribuições profissionais e a Equipe de Produção Teatral;
• Entender seus papéis no desenvolvimento do Projeto e sua execução.
23
Introdução à História
Quanto ao espetáculo cênico, decerto que é o mais emocionante, mas também é o
menos artístico e o menos próprio da poesia. Na verdade, mesmo sem
representação e sem atores, pode a tragédia manifestar seus efeitos; além disso, a
realização de um bom espetáculo mais depende do cenógrafo que do poeta.
(ARISTÓTELES)
Em outro exemplo, a Figura 2 apresenta a importância de flexibilidade dos cenários para compor
as Peças Teatrais e Painéis aplicados nos mais diversos locais, como Teatros, Exposições, Festas e
outros.
24
Posteriormente, veremos de maneira mais detalhada, a História da Cenografia, mas vale
destacar, aqui, algumas das principais mudanças em alguns períodos, buscando, dessa forma,
contextualizar o trabalho do Cenógrafo e, principalmente, compreender como tal atividade é
desempenhada atualmente.
25
Entre a Grécia Antiga e o período Renascentista, os Teatros como espaços coletivos e de
entretenimento perderam destaque para as Igrejas.
Na Idade Média, os Palcos de Peças Teatrais foram substituídos por manifestações religiosas,
o que mudaria o contexto da História do Teatro, mas a Cenografia continuava presente, e
desempenhava papel importante.
As decorações de Igrejas e suas festividades são observadas até hoje. Arquitetura, Design,
Paisagismo e tantas outras áreas encontram nas Igrejas importante espaço de atuação.
Assim, o conhecimento da história deve auxiliar a prática da profissão, além de melhor
entendimento do tema.
26
O Papel do Cenógrafo!
Mundialmente, assim como no Brasil, discussões aquecidas no mundo
teatral colocaram em questão a melhor definição para a Cenografia e a
formação do cenógrafo. Os formadores dos novos cenógrafos e
pensadores contemporâneos dos espaços, dos ambientes e dos
espetáculos devem estabelecer uma nova abordagem conceitual e
construtiva do es- petáculo explorando profundamente os novos
instrumentos tecnológicos, os novos meios e os espaços disponíveis para
a performance. Devemos investigar o significado cultural do espaço, para
capturar seu potencial dramatúrgico de uso e repensar o espetáculo com
um sistema baseado no vocabulário visual e espacial. (URSSI, 2006, p. 16)
As imagens a seguir trazem dois períodos: 1940 e 2014. Na Figura 8, podemos observar a
Equipe de Profissionais auxiliando as “fadas” a voarem, enquanto na Figura 9, o profissional está
simulando a presença de névoa com gelo seco.
27
Os exemplos mostram como o trabalho do Cenógrafo ultrapassa o Projeto de Desenho, e a
necessidade de diferentes profissionais para executá-lo.
Em cada ambiente, seja espetáculos como Teatro, Balé e Show, entre outros, o papel do
Cenógrafo será reproduzir espaços com linguagens diferentes.
A Cenografia não está limitada à decoração de um espaço: suas etapas de Projeto, o trabalho
multidisciplinar e as infinitas possibilidades fazem com que a Cenografia tenha um significado
mais amplo e abrangente. Deve-se considerar Arte e Técnica alinhadas na organização de um
Espaço de Representação.
O imaginário deve ser também funcional. Em quaisquer Áreas de Atuação, o espaço deverá
permitir movimentos, fluxos, mobiliário, iluminação e vários outros elementos. Para tanto, deverá
conhecer Teorias e Técnicas específicas, como a História da Arte e do Espetáculo, Desenho,
Pintura, Escultura, Modelagem, Composição, Cenotécnica etc. (MANTOVANI, 1989) e, então,
aplicar seu conhecimento.
O Cenógrafo e o Espaço
Segundo URSSI: “O Cenógrafo utiliza-se de elementos como cores, luzes, formas, linhas e
volumes, para solucionar as necessidades apresentadas pelo espetáculo e suas matizes poéticas
em diversos meios e fins” (2006, p. 14).
O Espaço, para o Cenógrafo, é uma tela em branco, e o Projeto deverá ser capaz de permitir
diferentes sensações. Em uma Peça Teatral, por exemplo, o cenário e outros elementos, como
figurino, atuação, luzes e sombras permitirão sensações de alegria, tris- teza, surpresa e outros.
28
Acesse o Artigo Cenário da peça “O despertar da primavera”. para conhecer um pouco mais sobre o
trabalho citado. Disponível em: https://bit.ly/3cA8v0T
29
Acesse os links para conhecer mais o Projeto da Defhouse:
• Conheça uma casa criada para influenciadores digitais, em Milão
Disponível em: https://bit.ly/2Svqa2O
• Defhouse in Milan is a home for Italy’s up-and-coming influencers
Disponível em: https://bit.ly/3xfaBLz
Importante!
Reforçando, trabalhar com Cenografia demanda que o profissional tenha conhecimen- tos teóricos
de diferentes Disciplinas: História, Desenho Técnico, Artes e outros, além de se expressar por meio
de uma Linguagem Visual que seja capaz de traduzir o imagináriopara o usuário.
30
Atribuições
Como já vimos em diferentes momentos, a Cenografia mostra uma ampla diversidade de
Áreas de atuação dos Profissionais de Criação.
Portanto, seja qual for a área escolhida para aplicação da Cenografia no Design de Interiores,
o conhecimento de materiais, cores, texturas, iluminação e outros será impres- cindível para uma
boa execução do Projeto.
O Profissional de Cenografia deverá trabalhar com base no perfil do cliente, seja um roteiro,
seja uma empresa, seja uma família e outros e, a partir daí, para estabelecer a melhor composição
dos elementos – referências, temas, cores, textura, paisagismo, iluminação, mobiliário e outros.
O Quadro anexo ao Decreto no. 82.385, de outubro de 1978, que define as funções em que se
desempenham Atividades Artísticas e Técnicas em Espetáculo de Diversões, define, também:
Para ter acesso a todas as profissões descritas no Quadro Anexo ao “Decreto n.º 82.385, de 5 de
outubro de 1978”. Disponível em: https://bit.ly/35clW36
31
A forma de apresentação do Projeto acontece basicamente com desenhos e maquetes.
Segundo o Arquiteto e o Cenógrafo Alex Suárez, que fez parte da Equipe de Cenários como
Castelo RaTiBum e No Mundo da Lua, a confecção de maquetes é essencial para o entendimento
do Projeto Cenográfico.
Acesse a entrevista do arquiteto Alex Suárez para a TV UNESP, para entender melhor a atua- ção do
profissional na Cenografia de Televisão. Disponível em: https://youtu.be/Mx9gCF-YIFU
A imagem apresenta esboços que representam móveis e acessórios de palco para a peça E se
elas fossem para Moscou?
O Cenógrafo ou Design de Interiores deverá entrar em contato com outros profissionais, e dar
início às etapas de trabalhos.
• Analisar a proposta de Projeto, que poderá ser um texto ou roteiro, no caso de Espetáculos,
um tema, nos casos de Festas e Confraternizações, uma Referência, no caso de residências, o
perfil dos clientes, nos casos de Lojas, enfim, para cada tipo de trabalho, a proposta deverá
seguir um critério próprio;
• Execução do Projeto.
32
Aqui, serão citados como exemplo alguns que têm relação direta com o Cenógrafo em
Espetáculos Teatrais:
• Diretor artístico: Concebe o Espetáculo com um todo, a partir do Texto a ser encenado ou
de outra proposta. Concebe os conceitos;
33
Diferentes Formas de Aplicação da Cenografia
em Diferentes Ambientes
Enfim, o Cenógrafo poderá atuar na Arquitetura, no Design de Interiores, nos Espetáculos, no
Marketing e em todas as Áreas nas quais os elementos visuais são importantes e demandam
criatividade, composição e conhecimentos técnicos essenciais para a execução dos Projetos.
Segundo Urssi: “[...] Sem dúvidas criar a Cenografia destes novos tempos é gerenciar conflitos
e necessidades, mas antes de tudo compreender o novo pensamento espacial que o ser humano
vem construindo com as novas tecnologias” (2006, p. 75).
34
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Cenografia – TV Guia do Ator (Programa 69)
https://youtu.be/gfX5BlUpJw8
Conheça o Cenógrafo, profissional que cria cenários de todos os tipos e gostos
https://youtu.be/mw9yYQZat9o
Curso: Cenografia, com Cyro del Nero
https://youtu.be/eQ3zZu17QPY
Videoaula sobre Iluminação Cênica
https://youtu.be/qt2JAtT3CAw
35
Referências
ALMEIDA, A. D. S. O Cenógrafo e o Designer de Interiores, Revista Científica Semana
Acadêmica, Fortaleza, ano MMXII, n. 000007, 10/07/2013. Disponível em:
<https://semanaacademica.com.br/artigo/o-cenografo-e-o-designer-de-interiores>. Acesso em:
29/01/2021.
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
COHEN, D. R. Cenografia para além do teatro. São Paulo, 2007, 120f. Dissertação (Mestrado em
Estética e História da Arte – Programa de Pós-graduação Interunidades em Estética e História da
Arte). Universidade de São Paulo. São Paulo, 2207.
MANTOVANI, A. Cenografia. São Paulo: Ática, 1989. 96p. Série princípios. CENÁRIO da
RATTO, G. Antitratado de Cenografia: variações sobre o mesmo tema. São Paulo: SENAC
São Paulo, 1999.
36
História Da Cenografia
• Teatros e Espetáculos;
• Teatro Grego;
• Teatro Romano;
• Idade Média;
• O Renascimento;
• Barroco;
• Inglaterra;
• Italiano;
• Século XIX e XX.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
3
• Ao longo da História, a Cenografia passou por grande evolução, até a concepção atual, apli
cada em diferentes ambientes;
• Conhecer tais referências e sua evolução na História é importante para o desenvolvimento
profissional e sua aplicação no Design de Interiores.
37
Teatros e Espetáculos
Cada um dos espetáculos mencionados – cinema, ópera, balé etc. – é
diferente, tem proposta e objetivo diferentes, possui uma linguagem
específica. Assim, como elemento desses espetáculos, a Cenografia
também tem propostas e objetivos adequados a cada espetáculo.
(MANTOVANI, 1989, p. 6)
Antes dos exemplos citados, as manifestações eram ligadas ao Sagrado. Invocar deuses por
meio de cantos, danças e encenações era o mais próximo do uso da Cenografia, ainda que sem
espaços físicos construídos.
Teatro Grego
Na Sociedade grega antiga, os espetáculos ocupavam uma posição de
destaque no cotidiano da sociedade. Os jogos esportivos, as disputas
dramáticas e líricas, os rituais, as disputas políticas e praticamente todos
os elementos importantes da sociabilidade grega estavam subordinados à
esfera espetacular. Dentre esses espetáculos, um dos mais grandiosos era
também o mais funesto: a guerra. (BOURSCHEID, 2008, p. 1)
38
O Teatro grego foi marcado pelas celebrações ao deus Dionísio, deus do vinho, do entusiasmo
e da procriação e, então, deus do Teatro.
Como podemos observar nas imagens a seguir, o Teatro grego tinha formato concêntrico e
circular, com arquibancadas cavadas no chão, construídas em pedra e escalonadas, que permitiam
a visão do palco por toda a plateia. Não existia divisão de classes na Plateia, algo que com o tempo
sofreu modificações.
39
No início, as Representações Teatrais na Grécia eram ao ar livre. Os primeiros Teatros foram
construídos em madeira, e só no século V passaram a ser construídos em pedra.
Eram concêntricos e circulares. O Teatro tinha caráter religioso e, no edifício, não havia
divisões classes sociais para o público em.
A estrutura era orkêstra, o círculo central em que atuava o coro. O kôilon, lugar do espectador,
um anfiteatro em degrau que envolvia o círculo central. O proskênion, lugar em que atuavam os
atores, situado dentro do círculo central, e a skéne, uma parede maior que o diâmetro do círculo
central, com entradas e saídas para os atores (MAN- TOVANI, 1989, p. 8).
• Skéne: espaço localizado atrás do Palco, que funcionava como camarim e cenário, uma
parede maior que o diâmetro do círculo central, com entradas e saídas para os atores. Parte
essencial para o desenvolvimento da Cenografia;
• Kôilon: conjunto de escadas de um anfiteatro que envolvia o círculo central e onde ficavam
os espectadores para comparecer a performances.
40
pintados à mão, que passaram a complementar não somente a cena, mas a
fazerem parte da própria encenação. A partir deste processo, surgiu a
importância de um cenário que auxiliasse no desenvolvimento da ação
teatral, e consequentemente da Cenografia. (RAMOS, 2015, p. 1)
Com destaque para a Cenografia, o Teatro grego criou a ekiclema, tipo de dispositivo para
troca de cenários que, mesmo com variações e Novas Tecnologias, tem a mesma funcionalidade.
Teatro Romano
Apesar da grande influência do Teatro grego, o Teatro romano tinha características próprias
e diferentes.
Os Espaços de Espectadores passam a ser divididos por classes sociais, definindo lugares para
a população mais privilegiada e, além disso, o Teatro passa a ter o entretenimento como principal
função, perdendo o caráter religioso.
41
O Teatro grego era um lugar de reunião de uma Comunidade, enquanto o Teatro romano era
um edifício fechado para oferecer diversão a um grande público (MANTOVANI, 1989, p. 8).
O Teatro Marcello, umas das principais referências, foi construído com pedra e concreto e
tinha capacidade para até 20.000 espectadores.
As Figuras a seguir mostram uma Planta Esquemática dos Teatros Romanos e do Teatro
Marcello.
Idade Média
Durante a Idade Média, os locais de celebração e entretenimento não eram construídos. As
praças eram o local teatral. O Teatro oficial era o religioso, no qual se representavam os
Ministérios (MANTOVANI, 1989, p. 8) e as apresentações eram normalmente realizadas nas
Igrejas.
42
Na imagem, nota-se que, mesmo discretamente, a reprodução do cotidiano ou de paisagem
que retratasse a Peça Teatral – a Cenografia – já estava presente, desenvolvendo-se até os dias
atuais: “Na Idade Média não se construíram edifícios. O lugar teatral era a praça. O público
passeava à frente dos palcos – mansion. A representação era um acontecimento na cidade e todos
participavam” (MANTOVANI, 1989, p. 8).
O Renascimento
O Renascimento foi um período de grandes transformações na História, considerando a
passagem para a Idade Moderna.
No Edifício Teatral do período, novamente, o caráter religioso deixa de ser o foco principal, e
o entretenimento dos Salões dos Palácios dividem a Corte com os Teatros, que passam novamente
a dividir seus espectadores por sua condição social:
A principal referência do período, o Teatro Olímpico de Veneza, foi construído em 1580, pelo
arquiteto italiano Andrea Palladio.
Sua importância é destacada não apenas na História do Teatro e da Arquitetura, mas também
na Cenografia.
43
Com o falecimento de Palladio, quem assume o término do Projeto para o Teatro é o seu
discípulo Vincenzo Scamozzi (1548-1616), que foi além ao que mencionou Vitrúvio, relacionado
às questões da perspectiva, transformando as vistas pintadas do Projeto original em vielas
praticáveis, com as quais conseguiu tridimensionalizar a cena e o palco (RAMOS, 2015, p. 3),
portanto, a perspectiva utilizada no Período do Renascimento será amplamente difundida em
Períodos posteriores.
Barroco
Entre os séculos 17 e 18, o Teatro Barroco foi presente na Europa. As peças, assim como
outros Movimentos, tinham foco nas interações e no cotidiano das pessoas.
Nos Espaços Teatrais, era possível ver cenários mais elaborados, assim como trajes e,
inclusive, efeitos.
Você Sabia?
O Teatro Barroco foi responsável pela descoberta de nomes importantes da Dramaturgia, como
Willian Shakespeare e Jean Baptiste Poquelin Molière.
44
Uma das principais referências do Estilo Barroco foi o Teatro Alla Scala, localizado em Milão,
criado pelo arquiteto Giuseppe Piermarin, em 1778.
Nas imagens a seguir, podemos observar como a plateia ficava livre próximo ao palco, e a
divisão social acontecia nos lugares definidos para os espectadores:
45
Inglaterra
O Teatro Elisabetano surgiu na Inglaterra, e aconteceu entre os anos de 1558 e 1603, e
William Shakespeare foi seu personagem principal.
Com influência renascentista, como já vimos nesta Unidade, o Movimento Teatral é referência
importante. Mesmo com espaços definidos, o Teatro Elisabetano juntava nobres e camponeses no
mesmo espaço.
A maior referência do Teatro Elisabetano foi o The Globe, projetado por Peter Street com
supervisão de Shakespeare, em Londres, em 1599, e reconstruído em 1613, depois de um
incêndio:
46
Italiano
O Teatro italiano tem sua estrutura parecida com os Teatros mais tradicionais. São
referências conhecidas hoje como um “Teatro ou Palco à italiana”. Os espectadores assistem pela
frente, e grandes cortinas são fechadas para mudanças de cenário. No Teatro à italiana, há a
separação entre: palco (lugar cênico) e plateia (lugar do espectador). A representação é na caixa
ótica – o palco fica distante do público como se fosse uma janela aberta para um “outro mundo”
(MANTOVANI, 1989, p. 10).
Os espaços são separados por grandes salões luxuosos e grandes escadarias. A dimensão do
palco permite apresentações de grande porte, como a Ópera, por exemplo: “Balões e camarotes
divididos em andares ou ordens; galerias (a galeria da última ordem é chamada também de
galinheiro ou poleiro, e é o lugar onde o ingresso é mais módico” (MANTOVANI, 1989, p. 10).
Enfim, as modificações estruturais dos espaços dos Teatros e, portanto, da Cenografia, foram
acontecendo assim, como o uso dos espaços internos, a forma de utilização do palco, os materiais
de construção, a setorização dos espaços e a divisão dos espectadores, que foram alguns itens
citados aqui.
A imagem a seguir resume a evolução dos Espaços Teatrais nos primeiros períodos
estudados, e nos mostra como o espaço definido para Cenografia foi ganhando lugar e papel de
destaque:
47
Século XIX e XX
A Cenografia, por séculos, foi sinônimo de representação pictórica. Com a
urgência dos acontecimentos do século XX, transformou-se silenciosa e
radicalmente a ponto de mudar seu escopo conceitual sem que se perce-
besse isso claramente. (ROSSINI, 2012, p. 158)
No Teatro e na Cenografia não foi diferente, e se tornou um ato criativo ligado a Teorias e a
Técnicas específicas, que pretendem organizar, visualmente, o lugar para estabelecer a relação
cena-público. A plateia é um grande anfiteatro em forma de trapézio. São eliminados os balcões, as
galerias etc. Cria-se o vão para a orquestra, que sai do palco. A intenção de ir ao Teatro não é mais
social, mas ver o espetáculo (MANTOVANI, 1989).
48
A mudança do espaço cênico foi bastante marcada no início do século XX: “A palavra de
ordem era o progresso exaltando a máquina, a fotografia, o carro e o avião. Os meios de
comunicação ganharam espaço no cotidiano” (URSSI, 2006, p. 49).
Além das modificações nos espaços físicos das construções dos Teatros, a Cenografia com
novas técnicas nos usos de painéis e Tecnologias inovadoras para o período permitiram
experiências artísticas importantes.
Luzes, cores, sons e outros elementos de composição surgem para a elaboração dos novos
cenários. Tais transformações serão referências para o que entendemos de Cenografia Teatral
hoje, e que é aplicada em outros locais, além dos espaços teatrais.
Enfim, resgatar parte da história dos Teatros, nos quais a Arte da Cenografia se desenvolveu,
será capaz de nos permitir análises coerentes da Cenografia atual e suas diferentes aplicações.
49
50
Referências
ALMEIDA, A. D. S. O Cenógrafo e o Designer de Interiores, Revista Científica Semana Acadêmica,
Fortaleza, ano MMXII, n. 000007, 10/07/2013. Disponível em:
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
CARVALHO, A. S.; MALANGA, E. B. Cenografia: uma história em construção, ARTE REVISTA, São
Paulo, v. 1, n. 1, p. 1-25, jan./jun. 2013.
RAMOS, T. Desenhos que revolucionaram a cena teatral. Arquitextos, São Paulo, ano 15, n. 180.00,
Vitruvius, maio 2015. Disponível em: <https://vitruvius.com.br/revis-
tas/read/arquitextos/15.180/5548>.
51
4
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
5
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
6
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100